Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará - Sessão de 1866
• ASSEl\IBT ,t .\ PI\.OY[Nr.IAL. 59 O SR, Joio DrnGo:-Está eng-ana– do, não fui crcado com pão de 10. O SR. ConoEmo DE CASTRO: - Te– nho tanta certeza de ser v. exc. crea– do com pão de ló, como tenho de ter eu sido creado com papas de farinha sccca. O SR. Joio D10Go:-Fatias de pão de ló quer o nobre deputado mamar! o sR. CoRDEIRO DE C,Asrno:-Podia provar-lhe o contrario, mas receio de incommodal-o ... ! como dizia o no– bre deputado, - em vez de app\icar– des os dinheiros publicos nas fatias do pão de ló de lá, deveis fazei-o no en– canamento d'agua potavel, edificação de uma casa de detencão e cadeia publica etc. J Tratando da cadeia publica, dessa triste habitação desses poLres e infe– lizes homens, eujas desgraças e mise– rias os tornào recornmendaveis á con– sideração desta casa e á caridade pu– blica, o nobre deputado por meio de palavras animadas e eloquentes der– ramou, no seio desta camara illustra– da, uma porção immensa desses srn– timcntos humanitarios, que, com ris– co d'avaria, se acha vão <lc mui lo ar– mazenados no seu coração generoso ! O nobre deputado esteve nesta par– te tão sublime e arrebatador, que te– ria, á semelhança do santo protector <leste comento, onde funcciona esta assemblea, atrahido para ouvir a sua palavra inspirada os mesmos peixes, se os peixes hoje, como d'antes, meus srs., já não temessem tanto os pes– cadores! ( Riso.) O SR• .fofo D10Go:-(Oá um apar– te que não ouvimos.) U sn. ConoEmo DE CASTRO: - Ficarei aqui, meu., srs. , por tenwr fati gar– ,·os _rnais . Como já vos di sse, a con– venicneia . e utilidade do projecto fo– r:lo as unica 5 razões 'Jue me levarão a assignal-o e sustentai-o hoje,e que me levarão a sustcntal-o na 3." dis– cussão se for preciso. ( Muito Út:m, apoiados. ) Encerrada a discussão é approva– do o artigo primeiro e entra cm dis– cussãso o artigo -segund0. o sr. João Diogo._Sr. presidente, não me dou ao trabalho de analysar o estudado discurso que acabou de pronunciar o nobre deputado em sus– tentação deste projecto, porque é per– der tempo. Tenho consciencia do meu manda– to nesta casa; não vim á ella para fa– zer brilhaturas oratorias, como fez. o nobre deputado, apresentando-nos um discurso muito florido, muito bem preparado; mas que para mim não teve outro merecimento, senão o de poder comparal-o a uma destas velhas casquilhas, que, quando noins, en– chem-se de muitos arrebiques e en– feites, mas que despi~s desses ata– vios ficão reduzidas a horridos esque– letos. (R.iso). Foi este o juízo que formei do dis– curso do nobre deputado porque não vi nelle uma só razão que podcsse destruir as que eu apresentei para contestar a convcnicncia publica des– te projecto. O SR. CoRDEmo DE CAsTRO:-Porque v. exc. não apresentou um só argu– mento. O SR. Joio DroGo:-Vou agora tra– tar do segundo artigo que manda dar 1:000$ r éis ao sr. dr. Bruno para no R.io de Janeiro fazer imprimir os do– cumentos relativos a exposição desta provincia. Serei breve fazendo apenas algu- mas considerações para mostrar que não ternos neeessi<lade de faze r esta despeza, porq ue se a expos1çao p pc rdro o caract er tle pa1·c iaL !'>C dia
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0