Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará - Sessão de 1866

ASSE,rm.J~A PROVINf.l.\ L. 1 l l collegio a educação <las meninas or– phãs e desvalidas. Se, senhores, nós quizermos attcn– der ao fim desla instituição não pode– remos deixar de rceonhecer que o acto do presidente de cntào foi muito jus– to. O sn. l\fAamrno GurnARÃEs:-Já v. exc. votou o contrario do que está dizendo. O sa. JoÃo D10Go:-Foi mnito jus– to, porque o seu fim nfo é dar educa– ção aquem póde pagal-a n'outra par– te. é sómente para amparar as meni– nas desvalidas e dar-lhes educaçào a– propriada. Entendo pois que o acto do sr. dr. Brusque foi de harmonia com esse fim porque acantellou o seu desvirtuamento que eu receio, venha ainda acontecer, que em vez de edu– cação apropr-iada ao seu estado, estas meninas receberão uma educação pri– morosa que não poderão depois des– fructar. O SR. MARTINHO Gu1MARÃEs:--Em 1864 v. cxc. não tinha esse pensar. O SR. JoÃo 010Go:-N,10 me recor– do se assim pensava então. O SR. l\fAH,.INIIO Gu111tAHÃEs:-Oh ! lá ! recordo-me eu; Yariou de pensar e grandemente. O sa. Joio D1oco:-Em 1864 es– ta asscmbléa augmcntou o numero das desvalidas ele,·ando a 95. Hoje srs. ninguem desconhece que este nu-– mero já nào é sufficiente, que é ne– cessario elevai-o a 120 ou 130, por que nós temos muitas meninas desva– lidas que por ahi andào sem poder re– ceber uma educação conveniente. O SR, l\lALcm:n; - Nessa parte apoiado. O sn. Joio DmGo:-Além disso cor– re-me hoje o imperi , so dever de :i· cautellar o futuro das orphãs filhas desses benemeritos da patria <Jlle es- tão morrendo no sul do imperio cm dcf esa de lia e que deixão suas fami– lias cm pobrissimo estado, porque to– dos nós sabemos que quasi ~empre o legado que o funccionario publico e militar <lcixão á sua familia é sim– plesmente o jús a receber este bene– ficio publico. O sn. AMER1co:-Apoiado. O sr. JoÃo D10Go:-Portanto deve– mos vêr se as rendas do thesuuro nos permittem augmentar o numero de desvalidas , creando estas cadeiras, ou s~ devemos supprimir antes a creação dellas e augmentar o numero dessas desvalidas: esta é uma despeza mais necessaria, mais uti\ do que a que se pretende fazer com a creação destas cadt!iras. Srs. entendo, como já disse, que de– vem as orphãs ter uma educação a. propriada a seu futuro estado; não se deve por assim dizer crcar no estabe– lecimento um luxo de educação, uma educação primorosa; porque ·de duas uma: ou ha de tornar-se a educacào generíc.. e igual para todas ou fazer– se uma di\'isào, dar ás meninas po– hr"s e Jesvaliclas uma certa ínslruc– ção, e ás porcionistas outra; ora nào devendo dar-se n'um estabelecimento de educacào estas distinccõcs entendo . . que ne'ite estabelecimento se deYe dar uma educação mP.dia para todas as meninas pobres ou porcionistas, muito embora as porcionistas tenhão depois de procurar essa educação superior fóra do estabelecimento. Por tanto não posso dar o meu ,·o– to para o auginenro de mais um mes– tre de piano, porque um só é suffici– cnte, nem tambcm para a crca('ào das cadeiras de fraucez e dei nglci.' <le que adiante se tem de tratar. O SR, MARTINHO GumAIÜEs:-Ar– gumnntou contra a sua opini:1n ,

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