Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará - 1867-1868
.. AS~EMBLEA PRO\lNCIÀL . . 63 ci palmente quando o abalroamento se -deu em um Jogar arri ,cado como o deste sinistro de que trato, e fura de horas. . Vou port:mto apresen tar o seguinte re– querimen to : (lê} «Requeiro que por intermedio da pre::.i– dencia da província e peça á chefatura de policia as seguintes info rmações: 1. ª A par– te ou informações darias pelo commandante do vapor da Companhi a Fluvial Paraense, ácerca .do abalroamento com a ~ancha . ~te conduzia· s. exc. revdma. o sr. bi spo di oce– sano. 2. º Quaes os soccorro dados á mesma lancha depois do aba lroamento, e si os não deu, como era do seu dever, os motivos .– Paço da assembléa legislativa provincial, 28 de agosto de '1871.-0 deµut ado, José do 0 ' ·11 O s1•. R o,Jut e :-E' com bastante pe– zar que me pronuncio contra o requerimen– to .do nobre deputado. O conhecimento dos abalroamentos . de embarcações é da compe– tencia da caµ itani a do porto; narla tem que vJr esta assembléa com semelhantes factos; mesmo, quando vi essem as in fo rmações pe- _didas á policia nada polleri amos fa zer a e te respeito. Ora, sendo a capitania do porto, como já di sse, a repartição competente, para tomar conhecimento do abalroamento referi– do pelo nobre deputado, e que tem de pro1 ce– der de accordo com o respecti vo regulamento, é com as in:;trucções ~rerca da n,vegação flu 1ial, nada pod rá in fo rmar-nos :i policia solJre o facto que se <leu, e que eu mui to lamento. Deixo, pqrtanto, de votar pelo r equeri– mento; ainda que as informações fossem pe– didas á capitania do porto, eu votari a domes– mo modo, porque não vejo ter esta assem; biéa attribuições para intervir em ques tão desta ordem. O s1•. José d o O':~V. exc. e a ca- ·sa me ouYiram no fuOLl amento do meu re– querimento1 e ex pliqu~i º.!11eu pensamento já mesmo•prevendo opposiao, fundado, nos. regulamentos, que dizem:espeito ás navega– ções fluviaes e que mandao que se navegue com taes e taes precei tos por taes e taes ca– naes e por taes e taes linhas , com taes e taes luzes etc. etc. Sr. presidente, a ·policia é -a compe- tente µara dar as informações que peço so– bre um acontecimento em que fica rão alguns homen contL1 zos ou fe ri r1o , ( egundo me info rmiío) a' im como é á capitania do por– to a quem d veri a dar co1becimento do la– mentaY'el fac to o commanclante de n1esmo vapor, como era do eu· dever. Perguntarei ao n0bre deputado se esta as– sembléa não é a competente pa ra com as in– formações sobre taes acontecimentos, poder nos contrato com as compa nhi a~ , obrigal-as a teremmais cui dado pelo in teresse proprio, e quando em ca os ident icos ao- que deu- se com, o vapor Guamá mais cuillado e huma– nidade. Entendia. pois, que á vista das informações que poderiam vir a esta casa , ficar ia ella es– clarecida, para nestes e outros contratos po– der n'um de seus arti gos obri gar as com– panhias a tcre81 mujto em conta estes deve– res de humanidade. O sn. LoBATo: -Quando os commandao– tes sabem cumpri r o seu dever não é preci– so isto. Entre os mariümos ha uma especie de maçonari a que os obrigão a so..ccorrerem– se mutuamente. O sn. PAEs:-0 nobre qeputado sabe bem disto po1~q11 e já fo i ma rí timo. . O SR. JosÉ DO O':-A casa comi go ha de reconhecer que não são todos marítimos de profüsão scientifica, os commandantes de ,·a– por em nossa provinci:1 e pDrtanto no caso d~ el-o, mas que o são pela fa lta de officiaes nauticos ou por mal entendi<la economia das compa_nh:as. Esta palavra todos já me cusla a pronun– ciai-a mesmo fa llando em thcse por que temo al auma trevoada á ,ista da dosmor al is~1ção da nissa imprensa. Porém, sr. presidente, al– guns dos vapores da nossa praça são com– mandados por homens que não ·sabem car– tear uma agulha, nem dellas se servir um no caso elo uma tempestade em noite escura. U sn. LúBATO: - Salvo as excepçõo~- 0 sn. JosÉ DO O':-Está entendido. E Deos nos livre se não hou vessem habili tados por que o ma l seria maior. - Eu já vi em um jornal um sr. alferes pedindo licença p~~a commandar um vapor, cujos commandos alem de nautica requerem conheoímento de -ma– china.
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