Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará - 1867-1868

ASSEMBLÉA PROYTI'\CIAL 2-l e digão-se as venlade;;, que eu não as temo; que eu liberal ainda cumpro com os meos deveres, e por vir dar ao partido conserva– dor a minha pequena demão, nunca deixei de sei-o. Os moth os, as razões que me levarão a alliar-me, 8rs., abe. todd o Pará inteiro: sa– b~-se que o partido liberal em lugal' de pnr em pratica as suas idéas, tratava de algemar (apoiados) aquelles mesmos que e1ão corre– ligionarios seus. O mesmo di.rei do partido conservador, quando aqui se quizer pór mordaça á cons– ciencia dos membros desta casa; quando se quizer arrancar forçad,amente votos que fo– rem de . encontro a minha . consci6ncia e a minha rasão, pretendendo amedrontar-me com votações nominaes. O SR . MAGALHÃ1<:s:-O nobre deputado foi qiiem quiz hontem a votação nominal. O sn. PAEs:-Se o aparte do nobre depu– tado fosse cabivel eu dava-lhe respo3ta. ( Signaes de admiração. ) · Amedrontarão-nos e disse_rão-nos que nós todos somos conservadores, e se somos con– servadores temo~ de votar pelo parecer da commissão; ou não o somos. Então srs., por ser eu conservador lerei perdido o uzo da rasão, ou estarei sob tu– tela ? Por um liberal ter ido dar uma de– mão ao partido conservador, teria perdido o direito de pensar '! Eu teria renegarlo a mi– nha liberdade, como cidadão? Não, senhores. Vejamos em que condições se quer dar ao Diario de Bele11i orgão do partido con– servador, r~presentado pelo' arlministrador, de que somos socios, a preferencia 0.0 contracto por um preço muito maior do qne fazem outras gazetas. ( Hr, um aparte.) . Senhores, é preciso que nós; que eu, que estava encapotado,. como diz essa gazeta, que todos nós não tenhamos que recear nada ab– •solutamente. E' preciso que sejamos justos; é preciso guardarmos as conveniencias; é preciso quán– do se trata de negocios como este, quando sa distraheqi as rendas que . pertencem á próvincia, quando se quizer fazer mimo da quantia de 2:500~000, que possamos dar uma satisfação ao povo que-comnosco paga -impo tos I E que r<1zão lhe. daremos ? u~r SR. DEPUT,rno:'-Scr orgão clo •partido. O SR . PAr->:-Um otTerece-se por ti:OUO~ outro por 6:500~000, é o orgão do partido con ervad or. Ha um excesso para o administrador da empreza do /Jiario de Belem na qL1al esta– mo compromettidos. O SR. MACALIIÃES:-Não apoiado; n'ío é socio; não concorreu com um ceitil. O sr. PAEs:- 1 ão podo ser crido n_e ta casa . _ O sn. MAGALIIÃES: -O nobre deputado é muito insolente. O sn. PAES:-Eu ti:arci a prova. O sn. MAG .\LHÃE_:-Não pode: não con– correu com um ceitil. O,sn. PAEs: -Ha de -sustentar isto em outro lugar. (Trocam-se apartes.) Demonstrarei que o sr. deputado mentio . O i:n . MAGAr.HAES:-. O nobre deputado é que mente. O sn. P~Es:-Ninguem o acreditará. ( Sus– sitrro na sala; reclamações.) O SR. PRESIDENTE:-Attenção; a ses-são não pode continuar a~sim. O sn. PAES:-Como quizer, sr. presidente. O SR. PnESIDEN rn:-Se continuar, devo sus- pender a ses.-ão. (O orador quer retirar se.) o·sn. PRESIDENTE:-Então cede a palavra? O sn. PAES :-Não senhor: eu suppuz que v. e:c. tinha suspendido a sessão. Mas conti– nuo. sr. presidente. Estava eu fallando com a mão na consci-. · encia, quando se disse que não era verdade uma proposição que eu havia emittido. A-hi estfio aquelles que receberam o meu dinhei– ro, os srs. Gerardo Antonio Alves e Filhos, casa commercial desta praça. Ora, sr~presidente~ para atinr uma offen– sa desta ordem, é preciso não pensar nada, ou ser um treslouGauo. O sn. PRESIDENTE :-Se continuar, eu sus– pendo a sessão . O sn. PAEs:-Pode fazel-o se quízer. Senhores, manifestava a minha opinião na casa ; dizia que não podia ,votar em. um ne– ggcio em que sou int.eressado, assim como aqui . Sustento q_ue .o parecer ~a commissão dá

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