Annaes da Assemblea Legislativa Provincial do Pará - 1867-1868
ASSEMBLE \. PROYlNCL\.L _ --Ií1 jecto cm di cus~ão ccnla,a a proYinci:i ape– nas dous cathechistas por conta do governo geral. Rvideni~men le e e numero era in– sufficiente. f-i areceu-me poi que se devia au– tori sar o governo da provincia a contratar mais se is . H .je, porém, a circumstancias rnudarf! m. O gornrno geral entendeu que {lev ia curar seriamente desta ma teria. Tra– tou de obter uma boa e., a 'que srrvisse de cen tro ás mi ~sões, e en, iou pnra esta pro\in– cia mai s quatro capuchinhos, que j:'1 deram principio á seus arduos trabalhos. Já se l ê pois que a assembléa, decretando a quantia de doze cÕntos ele réis para auxiliar o servi ço da catechese, não faz mais do que reunir seus esforços aos do gornrno geral para con ecu– Ção do grandioso fim, que ambos tem em , ista . , o governo geral, pois, pão é merrcedor das censuras que lhe fez o nobre deputado. Já di sse, tem-se desprezado este impor– tanto ramo do serv'iço publico . E' uma ver– dade . Mas a censura no passado rccüe dire– ctamente sobre o governo geral e sobre a assembléa proYincial. Actualmente, porém, o gover~o g~ral es tá na~ melhore~ dis~osi_ções a esse respeito. O;; seus actos assim o md1cam. Mas, sr. presidente, admilta-se que o go– ~erno geral actualmente não trata desta ma~ teria, que tudo o que elle tem feito a esse r espeito, não passa de illusão de minha par– t e. A assembl éa provincial ~eve_cr~zar _os braços, e deixar que ª. sor_te oos rnfelJzes m– d' s continue como ate hoJe? 10 0 sn... GAMA EScLvA:-DeYemos esperar a occasião· opportuna. , o sn. VALENTE:-E certo que pelo acto ddicional temos a attribuição de legislar so– tré a catechese e civilisa()ão dos índios cu– roulatiYamente _com o ~overno gera~. _Mas ste não qrnzer cmdar della, nao e ~e se ea restricta obrigaçã0 promovei-a, nos noss . J ·t t ue mais de perto sentimos a sua pa p, an e q ·ctade? Confessemos as nossas -culpas: necess1 h - não temos tratad? s~riame;te daJatec__ese e civilisação dos md1os po res. a~ Jª que des ertamos do }ethargo em que Jaz,amos, Pb. mos os nossos esforços para levarmos com me . . f ao cabo tão ardua quão ment?~ia tare.ª· Não ha occasião mais propicia. HoJe que se procura elevar o nivel moral da nação pe- lo derramamento da instrncção puLli ca ; que e trata de sub::-tituir o traba lho fo rçado peln trabalho livre e intellig nte ; qu e finalmente se gastam sommns aYulladns com a sempre desejada e as ::i~ esqui,·a colonisa ão e tra11- geira ; não se deve de:prtzar a cateche:o dos índios. O sn'. GA~r..\. E S1LvA;~E tem de er ins– truiclos por •homens que 11ão sab m a nossa lingua. O sn. V\LENTF.:-E' verdade q11e os fr:i– des c.1puchinhos pouco nu naua ,abcm do portuguez. Mas é fora J contestação que ninguem melhor do que ellcs tem senido á catcchcse . O sn. GAMA E S1tYA: - Quem tem feito a catcchesr, é o cornmercio de rega tão. · O sn. \ ALENrn: -O nobre fl cputado sabe como procederam os missionarias no Novo– Mundo. Sem conhecer a língua, os usos, os cos tumes, dos povos barbaros, qt1e pretcndi ão c:i techis:ir, depois de perigos ~em ro!"l ta, cnJJ– seguiam, por todos os meios que lhes . urr– geria seu piedoso zelo, ensinar-lhes a Yen: – rar a cruz, que conJuziam na mão direita, e chamai-os á gosar as delicias da vida civi– lisada. Depois aprencli::rm a lif,gua el os sel– vagens, e estes por sua vez, a do missionaria. O nobre deputado conhece a hi storia das missões . Assim nol-a contam Chate::r ubriand, J. F'i-ancisco Lisboa e 011tros. Padres <.le dif– ferentes oações empregavam- se nellas . - O sn. GA11A E SILVA: - -No Brazil foram os jesuítas. O s11. VALENTE:- 1\fas os jesuitas tambem eram estrangeiros para os índios . . Mas, sr. presidente, não foram somente os Jesuítas que se dedi caram á catechese no Brazil. A' par dos j esuítas figuram frades de ,diITerentes ordens. E' certo que - esses frad es celebres sobresahiram a todos. Mas .a verdade é que ao lado dos jesuitas, dos No– b_regas e Anchi etas, se encontram mercena– nos, capuchos e franciscanos. Lembra-me agora que os primeiros frades que abri– ram communicação com os selvagens do Ta– pajós foram os capuchos. O sn. GAMA E S1tvA dá um aparte. O sn. VALENTE:-Par mim, sr. presiden– te, é incontestavel o merecimento dos capu– chinhos. Pode ser que se tomem máos, po-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0