O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.574. Quinta - feira, 08 de fevereiro de 1990.

Quebrar cor1alros a pichar paredes do escalo sõo os "opções de lazer" dos menores delinqüentes do bairro Menores atacam escola de 1? grau Luminárias roubadas, pavilhões destelhados e salas completamente destruídas formam o quadro em que enconlra a Escola de 1 ° Grau Profes– sor Jonathas Athias. Instalada desde de 13 de março de 1983 no conjunto Providência, enlre as avenidas orle e Sul, o processo de deterioração do prédio se deu em ritmo acelerado. A vice-diretora da instituição, Valdete Maria Loureiro, alega que a escola já se encontrava em precárias condições quando a atual diretoria tomou posse. Ela informou que, em novembro últi– mo, foi enviado à Secretaria de Esta– do de Educação CSeduc) um relatório completo sobre as condições do prédio. As aulas iniciaram e alé agora na– da íoi íeilo para minimizar os inúme– ros problemas. Os 1.600 alunos de t• a s• séries, distribujdos em três turnos, contam apenas com dois pavilhões Ccom cinco salas cada ) em condições de serem utilizados. Outras duas alas só podem ser utilizadas pela manhã e quando não chove, devido aos proble– mas com goteiras. A vice-diretora acredita que o destelhamento quase completo de um dos pavilhões não se deu pela ação de vendavais ou chu- vas, mas pela ação de delinquentes ju– venis. --o muro dos fundos da escola é considerado uma área de risco. Por ali, grupos de menores pulam para o interior da escola e a destroem", denuncia. As escuras Apesar dos problemas, o ano leti– vo terminou e. no momento, os alunos estão freqüentando as aulas de recu– peração. Apesar das condições precá– rias do prédio não houve interdição por parte da Seduc. Quando chove, as aulas ficam suspensas e à noite os alu– nos são obrigados a dividir o pequeno espaço das 10 salas, já que os demais encontram-se sem as luminárias, ar– rancadas do teto. as passarelas, nos corredores e dentro das salas não existe mais nenhuma lãmpada. As car teir as também apresentam-se destruídas e as picha– ções completam a paisagem desola– dora. ão há mais lousas utilizáveis, pois a maioria foi estragada por pi– chações com tinta a óleo. Visando dar um pouco de tranqüilidade aos alunos e funcionários da instituição, a atual diretoria realizou um mutirão, onde os estudantes capinaram todos os e~– paços dos arredores da escolas, então Providência continua Os problemas das quadras do con– junto Providência, em Vai-de-Cães, parecem não ter solução. Quando em uma delas inicia o trabalho de recupe– ração - realizado pela Prefeitura Municipal de Belém .CPMB) visando conter os alagamentos e deterioração - geralmente as outras alagam com– pletamente. Os moradores apontam a tubulação de esgoto como a principal causa dos alagamentos, porém ainda não existe nenhum projeto para trocá– los. Os serviços de limpeza da PMB limitam-se, na maioria das vezes à realização de limpeza e capinação cÍas quadras. Para os moradores, tais tra– balhos não resolvem o problema de alagamentos : "As ruas estão interdi– tadas devido à destruição do asfalto e às galerias abertas. Os carros não en– tram e nós somos obrigados a andar até as pistas principais, onde ficam as Ana Cardoso paradas dos ónibus", reclamou Ana l ardoso, há 9 anos no conjunto. Marílio de Jesus, há 3 anos no vam completa_mente interditadas por 1 vidência, diz que o conjunto já monturos de hxo e água proveniente p.,.sou por épocas piores. Ele contou dos esgotos. " Com os trabalhos que que os ônibus não circulavam nas vêm sendo realizados pela PMB está duas principais avenidas internas - a havendo uma pequena melhora'' norte e a sul - e as ruas se encontra- observa. ' tomados por mato cerrado. Entretan– l o , o clima de insegurança permaneceu. " Nós temos medo de ficar na es– cola. O vandalismo é muito grande" , alerta Valdete, informando que a uti– lização de tóxico por turmas de meno– res é constante e uma de suas princi– pais vitimas é a instituição escolar : "Os adolescentes pulam o muro e uti– lizam canivetes. Não sabemos o que fazer. Com medo, a maioria dos fun– cionários fica direto na escola até à noite devido morarem em outros bair– ros". Ela contou que a diretora da es– cola já recorreu a Seduc solicitando a guarda escolar, mas até agora não houve resposta. A vice-diretora teme que a Seduc não realize melhorias no prédio da es– cola para o início do ano letivo. "Ain– da não sabemos quantos alunos irão se matricuJar, mas é certo que não te– remos condições de aceitar muitos", informa Maria Loureiro, observando que a diretoria da instituição pretende pedir ajuda a lojas de material de construção, visando conseguir doa– ções que serão utilizadas para aumen– tar o muro do prédio. " Estamos com– pletamente desprotegidos" , afirma. alagando O morador aíirrri'a não ter conhe– cimento de nenhum projeto da PMB envolvendo troca da tubulação de es– goto e informa que a área constante– mente é atingida por inundações: "Quando chove{ as quadras enchem e algumas casas ambém são invadidas pelas águas", alerta. Um exemplo é a esquina da rua 15 com a avenida Sul, que encontra-se tomada de poças d'água. Ali, o asfalto está destruído e água começa a formar grandes bura– cos na pista. " Os carros estão impedi– dos de entrar nas quadras do conjun– to. A maioria das ruas se encontra nessas condições'\ revela Márcio Ferreira Garcia, há 8 residindo no local. O quadro se completa com o apa– recimento de insetos provenientes do lixo e das poças d'água. " Quando cho– ve, esses bichos entram em nossas ca– sas e causam bastante transtorno" reclama_Lurdes Rodrigues, há 5 anos no Providência. Ela diz que "jamais esperaria que o conjunto ficasse na si– tuação em que se encontra atualmen– te", pois quando mudou-se para o lo– cal esperava encontrar melhores con– dições de moradia. "Tudo deu erra– do", comenta, desanimada. Centro comunitário acusado de omissao pelos moradores Um centro comunitário Prcjub.os que pouco trabalha em prol A proprietária da pani- da comu111dade, conforme ficadora cuja porta foi des- alg~ns morad_or_es.. é o do truida - localizada do ':ºnJunto Prov1d_encia, loca- mesmo lado do centro - , lrzado na avemda S~I ~a- Rosália azarro, reclamou quele c_omplexo hab1ta~10- que no conjunto " não po- nal. Ra11n.ui:ido Souza, ha 11 dem mais residir rami- anos restdmdo no local. lias". Ela denunciou que os conla que o cen'.."o ve_m l?"r· freqüentadores das festas dendo sua funçao principal tomam as ruas do Provi- e ~sla se torna~do um .~m- dência destroem tudo o que migo da comunidade. As vêem pela frente. Apesar fest~s promovidas todos os das reclamações, 0 centro hna1s-de-semana na sede comunitário não tomou do centro provocam gran~e qualquer iniciativa para in- t~anstorn~. É uma _balbur- denizar os prejuízos e as dia que nao deixamnguém festas continuam todos os dormir e o vandahsmo pre- finais-de-semana judica a vizinhança", afir- · ma Raimundo, denuncian- O morador Raimundo do que, após uma dessas Souza, que disse já ter sido festas, alguns vãndalos re- componente do mesmo cen- bentaram a porta de uma tro comunitário na gestão padaria. anterior, alega que esse ti- As depredações. segun- pode festa é irregular. "No do o morador, são muitas, e meu tempo nós faziamos os mais prejudicados co- festas, mas elas não preju- meçam a se mobilizar no clicavam em nada a comu- sentido de conter os atos de nidade. Eu não sou contra a destruição. " Uma advoga- realização de festas e sim da que mora em frente ao de vandalismo'', reclama. centro comunitário eslá Além disso, ele denunciou promovendo uma ação con- que o dinheiro da bilheteria tra o presidente da entida- das festas não retorna atra- de. Após uma discussão, vés de serviços pa ra o con- em que ela reclamava da junlo. " Ele Cos diretores realização das festas devi- da entidade) afirmam que do à bagunça, o presidente o dinheiro é para beneficiar a insultou com palavrões", a comunidade, mas nada é recorda Raimundo. feito", observa. "Plantão nos Bairros" responde O "Planlão nos Bairros'\ edição nº 619 do Jor– nal dos Bairros, esteve no Telégrafo, onde foram de– tectados problemas com relação à feira ali localiza– da e à iluminação pública. As denúncias relativas à feira dão conta de que a Secretaria Municipal de Economia prometeu, há vários meses, proceder a padronização das barracas. Na ocasião, a Secon in– formou que os reirantes seriam removidos para uma área localizada atrás do mercado de carne e peixe daquele bairro, já que há duas décadas as barracas de madeira estão instaladas de maneira improvisada na pista da avenida Senador Lemos. Outra reclamação refere-se ao fato de as barra– c_as dividirem o espaço com amontoados de lixo <jUe ficam expostos pelo meio da rua. Os feirantes sohci– taram um banheiro público, uma vez que o do mer– cado não apresenta as mínimas condições de higie– ne. Outras reivindicações são depósitos para guar– da de mercadorias e cam~urões para o lixo · Odiretor-geral da Secon, J osé Raimund~•Ribei– ro de Almeida, disse que está sendo feito um estudo objetivando a remoção dos feirantes, mas no mo– mento "não há nada certo quanto à mudança de lo– cal". Informou o diretor-geral que, a parlir desla semana, estará sendo providenciada a padroniza– ção das barracas, mas não há possibilidade de cons– trução de um banheiro devido à falta de espaço. Com relaçãoàs caixas coletoras de lixo, Ribeiro dis– se que a feira já possui uma - localizada ao lado do mercado - "é suficiente para atender aos dois locais".;; llumlnoçfto Os moradores da rua Belém, no bairro do Telé– grafo, solicitaram instalação de luminárias nos pos– tes daquela artéria, pois a escuridão tem causado problemas aos residentes no local. O chefe do setor de operações da Centrais Elétricas do Pará (Cel– pa), Jaime Rocha, disse que a empresa continua en– frentando problemas de falta de material para ma– nutenção das luminárias e dos postes, mas prome– teu enviar equipe ao local para verificar o problema e tomar providências dentro da programação da Celpa. Jaime Rocha pediu à população que " tenha pa– ciência, pois será atendida nos problemas solicita– dos" e advertiu para a necessidade de, em caso de demos no ntendunenlo, ser novamente acionada a Celpa.

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