O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.574. Quinta - feira, 08 de fevereiro de 1990.

8de fevereiro de 1990 _ DOIS _QUINTA-FEIRA ' Abr,ndo o noite O . IL horas, o e~celen~º le, Olá, às 22 O'jBIR Depois tem Walter a: conto, Toninho. violão e voz o re nde,ro e bando. Em ~- dos 22 hor~s pnos;?t 0 _'."·se, o partir ~'/)~~/((/) .0 El,e/son. No Óu,ico,'º~-. Valério e horas tem Delry n~ s. flnks, às 21 , no vocal. E n~ CluG"'~ 0 rro, e Rosa, - :=== ~~~-~:=~-~~====~~-----------------------------~- º-•~2..::.::.:JhJO, tem sh e O Esquino, ow com N,7son Ch ves. Encontro musical Eles contam que foi opúblico que deu a idéia da união, mas,:evelam que isto foi apenas a gota d agua pa– ra realizarem este sonho antigo de unir os dois talent~s par~enses. O show "Marco Monteiroe N1lson Cha– ves juntos" consegum levar ao ba!– teatro Maracaibo e ao Rancho ~o Possome Amofiná um público mmto expressivo. Amanhã a dupla se apre– sentará no Lapinha, a uma hora. Juntos Nilson e Marco cantam as música~ Flor do Destino" e ;;sa– bor Açaí" sucessos de Nílson, e Co– mo" e "Chamegoso", de Marc_o._Um encontrofeito de música e espmtua– Jidade, na classificaçãode ambos. ".O que me emociona no trab~lho do N1J– son é O carinho, o respeito _e.amor com que ele se entrega à musica. Il: muito profundo e infinito o que ele faz", revela Marco, que_em,~oca rE; cebe outra carga de elogios. Há mw– to ouvia falar do trabalho do Marco Monteiro, mas eu queria constatar. E fiquei encantado com seu senso de profissionalismo e ~ postura fiel à~ coisas que se propoe_a faze:. Ele,; muito verdadeiro,mwto romanttco . Oencontro então seria inevitável. Oresultado agradou e_m chei~ a_os ar– tistas aos empresários, Lwzao, de Nílso~ e RobertoRodrigues, de Mar– co, e ~uito mais ao púbµco, que_ co– meça a ver, dia após dia, o_artista paraense ascender no cenár10 artís– tico nacional. Depois desse enco_ntrô tudo é possível, até mesmo um disco. Por enquanto, o que está certo é que Marco deverá gravar em seu pró– ximo disco uma música de Nilson; por sua vez, este deve:á convidar o amigo para cantarem Juntos em seu disco que sai em abril. Isso,se até lá, Marco Monteiro não decidir mostrar suas composições "mais amadureci– das". "Tenho muita vontade de fazer uma homenagem a Belém, em parce– ria com o Nilson, mas não tive_cora– gem de mostrar minhas composições". Marco já c~mpunha, mas só agora acha que esta chegan– do a um universo maior em suas ~om– posições. "Antes era muito intimista, mas agora estou descobnn~o um vo– lúvel que compõe do romanltco ao rock", revela Marco, que está fazen– do uma música para o Edmar, do grupo Mosaico de Ravena inter– pretar. Tudo pode rolar Nilson,que t~m vá: ios parceiros, acredita que muita c01sa deve acon– tecer depois desse encontro e exult_a com esta possibilidade de fazer mu– sica com Marco. "Meu trabalho é 1_!1- dependente, então posso ter a opçao de cantar oque quero, quando quero e não seguir as imposições das gra- vadoras". Em seu próximo disco, que já está todo idealizado - "Será mui– to emocional" - , só faltando mesmo A pedido do públlco, Nllson entrar no estúdio para gravar, a es– trutura está sendo feita em cima dos trabalhos anteriores "de muito pi- Pinduca: de Belém para O cantor paraense Pinduca, co– nhecido como o "Rei do Carimbó", fará uma excursão para Angola, na Africa, a partir de março próximo. Pinduca já tem uma série de shows agendados naquele país, porém, pa– ra evitar maiores problemas com o Ministério das Relações Exteriores, que cortou relações diplomáticas com a África doSul por problemas de racismo, ocantor preferiu não esten– der a excursão a outros países do con– tinente Africano. Além de cantor, Pinduca é subte– nente da Polícia Militar do Estado, onde também trabalha com a banda de música.Segundo ele, a turnê a An- fh~aesii:i:t:J::irr~ d~~~~~!~Q~;:J~ voltar, Pinduca vai dar uma parada em São Paulo para começar a grava– ção do seu mais novoLP, o21~de sua carreira. Esta, contudo, não será a primei– ra vez que Pinduca faz uma excursão ao exterior. Ele já se apresentou an– tes na Bolívia, Colômbia e Peru. Em dezembro do ano passado, foi convi– dado por Olavo Bianco, empresário de sua gravadora 1 a Copacabana, pa– ra fazer uma série de shows em No– va York. Contudo, diz ele: "Até hoje não recebi resposta alguma". Na oca– sião, Pinduca pediu ao emJ?resário Carlinhos Correa, que lhe orientasse sobre a quantia que deveria cobrar por aquela excursão, mas mesmo as– sim não houve resposta da gravava.– dora. "Esta não foi a primeira vez que recebi convite para ir aos Esta– dos Unidos. Aprimeira vez foi há dez ·anos, e mais uma vez a gravadora não acertou a excursão.Por isso, dis– se Pinduca, "Agora qualquer excur– são terá de ser acertada comigo mesmo". O primeiro Há mais de vinte anos que Pindu– ca vem se constituindo em figura an– tológica da música regional, principalmente com o ritmo do ca– rirnbó. Contudo, ele lamenta o que vem acontecendo recentemente com ~~~~:•J~:;:~i;:~ :e~ }~~~n~ do sucesso inclusive no exterior. Ofa– to é que a origem desse gênero vem sido atribuída aos baianos e não aos oaraenses,que foram na verdade, se- H• mais de 20 anos, Plnduca trabalha a m6alca reatonai. Sua vlasem a Ansola ter6 também o objetivo de dlvulaar a cultura do Estado gundo Pinduca, os precursores da lambada. Opróprio Pinduca afirma : "Quem inventou a lambada fui eu, apesar de não ter sido o primeiro a gravar. pelo~~n1re;:>e:~ 6\ ~°;~;b~f~~:1t zeram foi simplesmente aperfeiçoar o ritmo, mas eles não foram os cria– dores do gênero. Quando eu começei a fazer lambada em 1960, a gravado– ra não queria que eu gravasse lam– bada porque, na época, eu era conhecido como "ORei do Carimbó" e a gravadora temia que a gravação de outro ritmo pudesse influenciar na venda dos discos. Mas mesmo assim eu divulgava a lambada" . Naquela época, lembra Pinduca, "havia mui– to preconceito com relação ao carim– bó e outros·ritmos. Eu próprio levei vaias quando começei a divulgar o carirnbó. Até mesmo quandoo Milton Yamada lançou o primeiro disco de lambada com um cantor carioca ain– da havia preconceito, inclusive, com relação aos cantores paraenses", disse. Depois, continou, "surgiu o 'Bar– ra', que era dono de uma loja de dis– cos, o Cupijó e o Vieira, todos ante de mim. Enquanto tudo isso aconte– cia eu ficava do lado de fora. Nessa época a Maria !sabei Pureza, - que era compradora da Loja Recordisco e que me inspirou a fazer a mú ica que", como o artista classifica. Marcoainda está em fase de pes– quisa, ouvindo e escolhe~do músicas, mas quando acontecer e para ser a nível internacional, com lançamento na Europa e tudo, e por u_ma nov~ gravadora, cuja escolha ainda esta em fase de negociação. Por enquan– to os dois curtem essa fase de conhe– ci~ento mútuo. O show de amanhã, a princípio, deve ser o último, mas, como tudo é possível, um outro bem mais produzido - já que este tem um pique de improviso - deverá aconte– cer rapidamente. No show, os dois se apresentam com violão e percussão. Individual– mente, Nilson faz violão e percussão, e Marco entra com sua banda forma– da por Minni Paulo (baixo), Levy (saxl, Beto Meirelles (guitarra), Go– rayeb (percussão) e Bererê (bateria). Angola "Sinhá Pureza", o hino nacional e in– ternacional do carimbó -, era quem batalhava junto aos representantes para que eu tivesse a oportunidade de gravar. E por ironia do destino, foi um baiano - Carlos Santiago Mame– de - que me deu essa oportunidade pela gravadora Berverly, de São Paulo". ·Tudo era lambada' Foi aí então que Pinduca gravou a sua primeira lambada, intitulada "Lambada n? l". A partir daí come– çou uma seqüência de gravações d_e lambadas, sempre ordenanda em nu– meros. "Eu só corneçei a dar nome às lambadas depois que o Carlos San– tos lançou um LP intitulado ·Lamba– da Internacional'. Foi quando eu falei com os representantes da gravadora e eles me autorizaram a dar nome às lambadas. Nessa época, a nível regio– nal, a lambada já era urna espécie ~e mapa da mina. Todos lançavam mu– sicas de outros gêneros, corno rneren– gue, cúmbia, salsa, rnerecurnbê e outros gêneros, com o nome de lam– bada. Faziam até versão de músicas de outros países nesses ritmos e cha– mavam de lambada internacional". Muito paraense Muitas pessoas, segundo Pindu– ca, atribuem a origem da lambada aos radialistas Paulo Ronaldo e Ha– roldo Caracciolo, na época em que eles divulgavam o merengue, que, se– gundo Pinduca, é diferente da lamba– da. "Você não pode chamar de baião para merengue e vice-versa, são coi– sas distintas. Alambada é. na verda– de, uma mistura de ritmos latino e brasileiros, como o merengue, o me– recumbê e outros ritmos. a lamba– da esses gêneros são mixados, dando uma característica diferente ao rit– mo". egundo Pinduca, "quem sabe todo esse sucesso da lambada atual– mente não seja reflexo do carjrnbó? Por isso, afirmou, "a lambada não é internacional nem baiana, e sim mui– to paraense". j

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