O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.573. Quarta - feira, 07 de fevereiro de 1990.

- Em Batista Campos ainda há ruas que pedem asfaltamento quina de costura e um rádio– gravador. Por isso, posso dizer que aqui não existe nenhuma se– gurança pra gente", protestou Francisca. Para muita gente, morar no bairro de Batista Campos ainda é um privilégio. Entretanto, mes– mo naquele bairro, a falta de sa– neamento bãsico afeta uma pe– quena parcela da comunidade. Os mais atingidos pelo problema são os moradores da rua Veiga ~~~::~~~~~.c~rs;~: vembro e Angelo Custódio. Eles reclamam que a Prefei– tura Municipal de Belém (PMB) só reaJiz.a pequenos serviços bãsi– cos, como a raspagem do aterro em períodos chuvosos. " Isso não resolve nossos problemas. A ras– pagem é necessária, mas o que nós queremos mesmo é a pavi– mentação asfáltica da Veiga Ca– b"'I, que loí prometida pela Pre– feitura há vãrios anos", apelou Expedito Dias dos Santos, 54 anos de idade, morador da casa n• 686 há mais de 20 anos. Segundo Expedito, durante o período chuvoso a rua fica quase intransitável por causa da gran– de quantidade de lama e buracos. "Com o asfalto, a comunidade não teria grandes queixas do tra– balho da Prefeitura, já que a co– leta de lixo está sendo feita regu– larmente". disse o morador, in– formando que durante os perío– dos mais quentes do ano o proble– ma não desaparece. "Sem chu– vas, a piçarra fica bem seca. To-. d.avia, quando venta ou passa al– gum carro, a rua fica só poeira", completou. Quem também reclama das péssimas condições da rua Veiga Cabral é Francisca Baltazar, 73 anos de idade, moradora da vila Francisca Baltazar Crispim, localizada no perlmetro entre as ruas Ãngelo Custódio e 16 de Novembro. "Já faz muito tempo que não vemos as equipes da Prefeitura por aqui. Nós que– remos que a rua seja asfaltada e que a PMB mande lazer a limpe– za das valas e esgotos da área, porque os mais prejudicados com isso somos nós, moradores da vi– la Crispim. 11: que sempre que chove forte, as águas não têm pa– ra onde escoar e por isso acabam invadindo as casas, já que a vila fica bem abaixo do nível da rua". Mas a falta de saneamento bãsico não é oúnico problema dos moradores da Veiga Cabral. Eles também se queixam da falta de segurança. "Minha casa foi ar– rombada em julho do ano passa– do. Os ladrões levaram uma má- Outra moradora também fez a mesma queixa para o "Plantão nos Bairros". 11: Ana Maria de Al– meida e Silva, 45 anos de idade. "Eu sei que a Policia Militar nun– ca vai conseguir solucionar os problemas com a segurança den– tro de Belém. 11: um sonho impos– slvel. Apobreza está aumentando a cada dia e junto com ela au– menta também o índice de crimi– nalidade. Eu não posso afirmar que me sinto segura vivendo num bairro como Batista Campos. Nos últimos anos, aumentou o núme– ro de assaltos e arrombamentos de casas nesta área. Eu, sincera– mente, não estou preparada para enfrentar tanta violência", disse Ana Maria. Na opinião dela, a instalação de um PM-Box na área não solucionaria o proble– ma, 11 mas amedrontaria os pive– tes que costumam agir por aqui''. Para a moradora Tânia Ma– ra Batista, 35 anos de idade, "vi– ver em Belém está ficando insu– portável". Ela contou ao " Plan– tão nos Bairros"' que há uma se– mana foi assaltada por um grupo de menores na esquina 8a Veiga Cabral corri a 16 de Novembro. º Fui vítima da violência urbana. Não posso acreditar que esses meninos roubem apenas por pra– zer. Eles também são vltin)as de uma sociedade cheia de desigual– dade. Mesmo assim, penso em sair de Belém para viver numa cidade mais calma", completou. "Plantão nos Bairros" responde Quando chOYQ, começam os dltlculdodes poro quem mora no Veiga Cabral Paradas sem abrigos na avenida 16 de Novembro A falta de abrigos nas para– das de ônibus instaladas ao longo da avenida 16 de Novembro, no bairro da Batista Campos, está gerando reclamações entre os usuários do sistema de transpor– te coletivo. Por ali circulam dia– riamente dezenas de Linhas de ônibus, que servem às comunida– des de vãrios bairros de Belém. º Quando chove, eu sou obri– gada a voltar correndo para casa a fim de não me molhar", disse Angela Lúcia Miranda Cabral, 34 anos de idade, secrelária de urna empresa localizada à rodovia BR-316 e moradora da rua Veiga Cabral. Ela não tem carro e é obrigada a ir de ônibus para o trabalho. Como usuária dos transportes coletivos, Angela re- clama da falta de abrigos nas pa– radas. "11: um problema para muita gente. Quando está cho– vendo, as pessoas que estão nas paradas não têm para onde cor– rer. Já no verão, ficam quase es– turricadas esperando pelos ôni– bus", completou. Carlos Américo Vasconcelos, também morador do bairro da Batista Campos, reclamou ao ··Plantão nos Bairros" sobre a a falta de abrigos para os usuários de ônibus. "Todas as grandes ci– dades do Brasil têm abrigos nas paradas dos bairros mais cen– trais. Em Belém é diferente. A avenida 16 de Novembro, por exemplo, não tem um abrigo se– quer", reclamou. Sem abrigos, os usuõrlos estumcam ao sol enquanto esperam os õnlbus Na edição n• 61Bdo Jornal dos Bairros, o " Planl.ão nos Bairros" esteve no Comércio e detectou problemas com relaçãoA feira do Ver-o-Peso e à segurança. Quanto à fei– ra, a falta de infra-estrutura adequada ao funcionamento é um dos principais motivos de queixa·tanto dos morado– res das lmediações como dos feirantes que trabalham no constantes " quedas" na corrente de energia elétricá. freqüência na leira do Ver-o-Peso é o grande número de assaltos que têm se verificado no local. A variedade de as– saltantes é enornie, segundo compradores e feirantes: mulheres, pivetes e bandidos de toda espécie são encon– trados no local. Uma séria denúncia dos que trabalham e ical. Segundo as denúncias, as grades das valas foram "bradas e a_Prefeitura Municipal não fez a reposição. Outro motivo de reclamação é a cobertura das barra– da feira . Quando chove, dizem os feirantes que asco– luras deixam_respingar água e as mercadorias ficam ,.,lhadas; em dias de verão, o problema é o º calor insu– pcrtável". Acreditam os feirantes que as coberturas deve– rrnm ser mais atlas, a fim de que houvesse mais ventila– ção utras denúncias relerem-,;e a falta de água e às Odiretor geral da Secretaria Municipal de Economia, José Raimundo Ribeiro de Almeida, disse que a leira do Ver-o-Peso entrará em reformas ainda este mês. Obser– vando que dois banheiros foram constru.ldos recentemen– te no local, a ftm de alender os feirantes, Almeida infor– mou que com o auxílio de recursos que estão prestes a se– rem liberados, a Secon procurará eliminar os problemas denunciados. Segundo o diretor, dentro de breve tempo a leira estará normali.zada : " Haverá solução para todas as falhas apontadas. Mesmo que não seja imediatamente dentro de, no máximo, 2ou 3meses, o funcionamento esta: rá normalizado". Segurança Outro fator apon do como responstl el P<'la queda de ~t:~a~'::'::~~~::~~i~rd~ea~l~J.°~~\ªj!i~~~ clicado mais policiamento para o local e punição ou substi– tuição para os policiais corruptos. Segundo o sub-chefe inlerino do Comando do Policia– mento da Capital, tenente-coronel Reinaldo Pessoa Cha– ves, os feirantes deveriam enviar oficio ao CPC (localiza– do na avenida Almirante Barroso), oficializando a denún– cia e indicando nominalmente os policiais envolvidos em corrupção, pois esse tipo de ocorrência só pode ser investi– gado mediante provas. Quanto ao grande número de as– saltantes, o tenente-coronel disse que mandaria intensili– car as rondas no local.

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