O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.573. Quarta - feira, 07 de fevereiro de 1990.

Passageiros vivem drama da lista de espera no aeroporto O Aeroporto I.ntemacional de Belém, em Val– de-Cans, tem apr-esenta~o todos os dias um fluxo in– tenso tanto de passageiros para o embarque nos vôos domésticos e internacionais como de pessoas à procura de passagens. Muitas aguardam urna vaga nas filas de espera dos vôos, desconfortavelmente ::!~~\:j~~:~~g~~r~t!;~p~?o ~~~r.r~ todos os balcões das companhias aéreas há um ~~d:á;t:J::~1:ef.essoas pretendendo viajar o Magda dos Santos é um exemplo. Ourante toda fa~~~~~o~t;~~~;i~~ ~~s~~t~ ~~~rJ~'J:; vagas num vôo para Manaus,oque não foi possivel. Eles somente conseguiram o 15° lugar da lista de espera do vôo que saiu ontem de madrugada. Mag– da e Jobsoo moram em Manaus e estavam passan– do férias em Teresina. Eles cbegaram em Belém no último sábado e desde então vêm tentando viajar para a capital amazonense. "Não fomos no v_õo J:~:..~!=~~<fu.rgu~~~fd: df::fa:::~~~~ ao aer~porto para tentar conseguiras passagens, já que Jobson deveria ter retornado ao trabalho no primeiro dia do mês. "Isso sempre acontece nesta época do ano", disseram. Na mesma situação estava Raquel Iveline de Aguiar Fontenele. Com o filho Thyago, de oito me– ses, no colo, ela esperava que o marido resolvesse o f!~ 1 :r~snr~1:~l~~ªt!'r!!::iª~~~~d: :::: ~!J!n~~~~:a;':f:ts~ cd:~~:1~ '~Q'::e~~i::.~~ ~re: gar o mais rápido possivel a Manaus por causa do Thyago, que já enfrentou uma viagem de 24 horas de ônibus até Belém", disse Raquel. Segundo ela, no ano passado o sofrimento pela espera foi ainda pior: ocasal ficou durante quatro dias no aeroporto esperando vagas no vôo e haviam 30 pessoas na lis– ta de espera. "Eu estava gestante e cansada, com as pernas inchadas. Fazíamos todas as refeições no fae:iC:,toé ~m J=':Jfi jf ~:~d~g~:~~=~: mais", contou. Mas em pior situação mesmo estava Franscis– ca Maria de Oliveira Souza. Sem conhecer ninguém em Belém e sem dinheiro, ela também estava na :~! ~t~: ~~ v~i~~~~r!rn~~-~oªv~~t::t~hife Teresina. "Não sei o que faço. Hoje já não almocei porque estou sem dinheiro e nãosei como me comu– nicar corn meu marido, que está me esperando no aeroporto de Manaus, porque onde moramos não tem telefone". Companhias Osetor de aviação comercial considera os me- :'a1~ d~~f~~~:~:1:~t:~;id~ ~J~; :~Ja~ tis. ASemana Santa também representa um perio– do 1:>35tante movimentado e, segundo urna funcio- {!~~ ~~~~~•n~~:!~t~~ ~~:e'l::~º;f~~: ção da corrida no autódromo de lnterlagos, em São Paulo, pelo campeonato mundial de Fórmula 1. Nestes períodos, os vôos estão sempre lotados e as lis~~eBe:~:i~ :~!iir procura.de passagens é pa- ~a:{}~~ei'~::a~:~•afé~~g3fiJ::~~t!a~:fr~ee Manaus. No mês passado, 13.042 passageiros saí– ram de Belém com destino a urna dessas cidades somente nos vôos da Vasp. A média de passageiros ~:~cados por dia em cada vôo da companhia é Engenharia Rodoviária terá especialização na Universidade Federal clali~~~n;~ºtig~:;1h!~; ~gii~r1~~~r:~~!:j~ ~~f~~Taú~~:~~d~iedr,;;td:i~á'.r¼sT!~i':S teóricas do curso serão realizadas até o dia 31 de agosto de 90. Apartir dessa data os alunos terão um r;d~ ~~::~t~~:i:r~~~r;;~i ~~rt proJe- Para se inscrever, os candidatos devem ter concluldo ocurso de Engenharia Civil a partir de 31 de dezembro de 86. A seleção dos candidatos cons– tará de redação5!>bre um tema relacionado à Enge– n!Jari~ Rodoviã:rta, à escolha do aluno, análise do h1stór1co e curriculum vitae, além de entrevista As inscrições serão realizadas no periodo de 12 a ui de fevereiro, na secretaria do Departamento de 'Z:ir;;9,ra:r:t:, 'tf/t;,~tro Tecnológico no campus pro- Os interessados devem apresentar ficha de ins– crição preenchiáa, histórico escolar, curriculum vi– tae, duas fotos 3 x 4, xerox de carteira de identidade e documentos de quitação com o serviço militar e b':."i1~er~e;~rt~ pi:~~es'.nscrição é de 120 BTN's, ~~~ PROMOCÃO Faça hoje mesma a seu pla~a de saúde da Golden Cross. 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ADQUll\11\ ACESTA MINIMO NCzl % - O melhor investi- Carne 4,5 Kg 295,97 50 hs 42 min. 23,05 Leite 6,0 L 62,76 10 hs 45 min 4,89 Feijão 4,5 Kg 96,48 16 hs 32 min. 7,51 Arroz 3,6 Kg 59,36 10 hs ro min. 4,62 Farinha 3,0 Kg 14,55 2 hs 29 111in 1,13 Tomate 12,0 Kg 160,92 ?:lhs34 mrn 12,53 Pão 6,0 Kg 150,00 25 hs 42 min. 11,68 Caíé 300 gr 19,17 3 hs 17 min. 1,49 Açúcar 3,0 Kg 39,48 6 hs 45 min. 3,07 Oleo 900 mi 17,07 2 hs 55 min. 1,32 Manteiga 750 gr 35,99 6 hs IO min. 2,80 Banana 7,5 Dz 96,30 16 hs 30 min. 7,50 Ração Essencial: 1.048,05 179 hs 34 min. 81,63 mento em janeiro foi "aplicar" na alimentação. Enquanto o overnight rendeu cer– ca de 3% ao dia e a pou– pança a~nas repôs o ín– dice da inflação,assegu– rando 0,5% de juros, a cesta básica de alimen– tos sofreu uma elevação de 96,23% - a maior até hoje registrada no Pará, segundo a pesquisa do Departamento Intersin– dical de Estatística e Estudos Sócio – Econõmicos. O diretor do Dieese, Roberto Se– na, disse que, devido à inflação acelerada, se o trabalhador comprasse os produtos perecíveis antecipadamente e esto– casse por alguns meses sobraria mais dinheiro no bolso: "Mais até que se guardasse na poupan– ça", reiterou. Salário Minimo: (Janeiro/90 NCz$ 1.283,95). Em janeiro, o traba– lhador paraense gastou NCz$ 1.048,05 para ad– quirir os doze produtos da cesta básica de ali– mentos - o equivalente a 81,63% do salário mí– nimo do mês, NCz$ 1.283,95 - restando ape– nas NCz$ 235,90 para as demais despesas essen– ciais, como educação, transporte, saúde e ha– bitação. Os gastos de uma familia padrão, constituída por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), ficaram em NCz$ 3.144,15, mais de duas vezes o salário mínimo de janeiro. Se- Fonte de Dados: Pesquisa Mensal DIEESE - PA. gundo Sena, o salário mínimo necessário cal– culado pelo Dieese é de NCz$ 8.863,95, um valor 6,9 vezes maior que o minimo do m ês passado. Nos úllímos doze meses o custo da cesta básica registrou uma elevação média de 2.451,24%. Entretanto, alguns produtos sofre– r a m um aumento maior, como a banana (3.278,95% ), açúcar (2.960, 47%) , leite (3.506,90%) e pão (2.841,18%). Dessa for– ma, para conseguir comprar a ração básic11 o trabalhador paraense teve de trabalhar 179 ho– ras e 34 minutos. Os pro– dutos que sofreram os maiores reajustes fo– ram o feijão, 169,35%; o arroz, 137,95%; oóleo de cozinha, 132,88%; o ca– fé, 107,40%; e a carne, 105,59%. A cidade que apre– sentou a maior variação no preço da cesta básica em janeiro foi São Pau– lo, com um crescimento em relação a dezembro de 100,07%, seguida por Fortaleza, que alcançou 98,38%, e por Belém. A cesta básica mais cara foi a de São Paulo, que custou NCz$ 1.063,03. Brasília ficou em segun– do lugar, com a cesta custando NCz$ 1.060,73, seguida por Curitiba, NCz$ 1.057,43, e Belém, NCz$ 1.048,05. Salários "Aúnica solução sa– tisfatória para o traba– lhador é a eliminação do quadro de inflação ele– vada". Segundo Rober– to Sena, essa constata– ção demonstra 9ue "em determinado mvel de aumento do custo de vi– da, torna-se inócua qualquer defesa que não implique na redução do ritmo de aumento de preços". Um documento básico elaborado pelo Dieese vai ser apresen– tado hoje na reunião de lideranças sindicais li– gadas à Central única dos Trabalhadores, Cen– tral Geral dos Trabalha– dores e Corrente Sindi– cal Classista, com a di– retoria da Federação das indústrias do Esta– do do Pará. Segundo Roberto Sena, o indice inflacio– nário atual - que, se– gundo a última coleta de preços realizada pelo lnslítuto Brasileiro de Geografia e Estalíslíca, a partir do lndice Nacio– nal de Preços ao Consu– midor nas regiões me– tropolitanas de São Pau– lo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no período de 1 a 30 de janeiro, é de 67,2% - não assegura a estabilidade mínima ao poder de compra do sa– lário, mesmo com a re– posição do valor da in– flação no mês anterior. Uma variação de preços de 54% ao mês, por ~~~p~r~ti~::'S~i~t% ~~ poder de compra inicial. Serão examinadas, disse Roberto Sena, di– versas questões que en– volvem o pagamento pe– riódico de salários, co– mo a taxa de inflação mensal e diária, para que seja garantido o re– -passe do valor real do salário ao final do mês, ~~ i~id 1 ;~ª• da semana Diante da crise, é quase impossível estocar .alimentos Armazenar alimentos é uma tarefa quase im– possível para o consumidor de baixa renda, devido à elevação diária nos preços dos produtos. A dona de casa Dulce Pinho, por exemplo, compra alimen– tos semanalmente para abastecer a despensa. Mas, "antes do final da semana os preços dobram, pro– vocando um enorme prejuízo no orçamento domés– tico. Não dá nem para fazer compras de alimentOli não pereciveis para o mês porque os outros produ– tos, como os de limpeza, consomem todo nosso di- tu~~t~u~i~~~ !~ªêo~i~t~a:~it~,tJ:3:~e~er:J:~~ da inflação em fevereiro chegar a 67% : "Sincera– mente, não sei até onde vamos com uma inflação galopante associada ao eficaz trabalho das máqui– nas remarcadoras de preços e o 'desgoverno' Sar– ney", afirmou, enfatizando que a atual política eco– nômica "evidencia o total desrespeito ao povo brasileiro". I GRANDE Bi\ILE po HA W Ali -1990 Nos supermercados, a máquina de calcular e as canetas são as principais aliadas dos consumido– res. Os tickets de supermercado estão sendo bas– tante usados para pagar as compras, já que serão descontados somente no final do mês, quando os preços já estarão mais altos. Marcelina Araújo, dona-de-casa, possui quatro filhos que ajudam no orçamento doméstico. "Mesmo assim é difícil eq_uacionar os gastos nas compras de alimentos", ahrrn.~~• enquan_to colocava num carrinho 10 quilos de fe1Jao, 14 quilos de arroz e 7 de açúcar: "Fiz Dia 10 de fevereiro, sábado a P_raia_do Pesqueiro, na Ilha do Mára– Jo, vai esquentar no ritmo do melhor carnaval. Música ao vivo, mesas com ~f::riaª~st~~lJ.raia para receber a Além disso, a programação com– pleta, que cornri: na sexta e vai até o ~~s~go, inclui nhos de praia e pas- fonesR;;f~~~l l~gf 22 ~fci". mesa pelos Coordenação: Rubens Onettl Apoio: Prefeitura M_de Soure. Boavenlura da Silva, 562-A. Tel.: 241-0891. â~~~1o\~f a\é~~~~do~~~~~ ~~~~~;:~e:Jr~: veis", explicou Marcelina, que reclamou do aumen– to no preço do feijão e da carne, que "estão custan– do os olhos da cara". Ela disse ontem que já havia comprado produ– tos de limpeza: "Só adquiri papel higiênico por ab– soluta necessidade, pois o custo está altíssimo e a m~rcado~ia é '9uase' insubstituível". Segundo ela, é 1mpossrvel diante da atual crise estocar alimen– tos, já que os preços sobem de maneira absurda. "Seria o ideal arll'\azenar comida, mas só tendo mesmo urna reserva financeira para tal investi– mento", frisou. Com um limite de gastos fixado em NCzt 1.800,00, devido ao valor dos tickets de supermerca– do, Gláucia Gomes de Souza fazia suas compras calculando cada item cuidadosamente. Possuindo mais quatro pessoas em casa, Gláucia disse que o orçamento doméstico já não suporta a contínua ele– vação nos preços dos produtos: "Fizemos todas es– sas compras na última sexta-feira e gastamos cer– ca de NCz$ 1.000,00. Quatro dias depois os produtos já estão bem mais caros. A carne, por exemplo chega a NCz$ 75,00, o mesmo valor de um frango temperado congelado". Glaúcia observou, ainda, que além ~os alimentos há o preço de outros produ– tos e serviços aumentando progressivamente: "A pa~sage~ de ônibus foi reajustada em mais de 50% e Já ouvi falar que, em breve, virá um novo aumento". BETH CARVALHO A Liberal FM e a Polygram Disco vão levar você para passar um final de semana no Rio de Janeiro com todas as despesas oagas, basta você escrever para Av. Nazaré, 350, dizendo o nome do novo LP da Beth Carvalho e vd matar a saudade da Guanabara. Apoio: Varig Rio Tour e Hotel Nacional promoção i97•S H\UlmHI.

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