O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.573. Quarta - feira, 07 de fevereiro de 1990.

Belém. quarto-feiro. 7 de fevereiro de 1990 O LIBERAL ECONOMIA 17 Crise do álcool atinge mais cidades~ Brasllio CAJB> - '·Estamos em plena crise ea tendência é piorar''. Esse desabafo foi feito, ontem á tarde. pelo diretor de abastecimento do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), Geraldo Lessa da Cunha Canto, frisando que '~gora, a situaçãoestá um pouco mais di!icll, pois já dependemos da impo~– taçãode álcool".Atualmenteas d1str1- buidoras estão trabalhando nodia-a-dia com o álcool que recebem da Petro– brás, poisa demanda pel.!)álcoolsequer dá tempo para a fonnaçao de estoques. brás - segundo os empresários do ra– mo, está cortando 40% da coto solici– tada. Noautoposto Romano. situado no de Combustíveis de Minas Gerais. Fá– bio Brandão, afirmou ontem que ape– nas a produção insuficiente de álcool para atendimento~ demanda do pais não explica falta generalizada do pro– duto. "O problema está no lolal desgo– verno. com as companhias preferindo aplicar no over a formar estoque. en– quanto o Conselho Nacional de Pctrt?– leo <CNP) não toma nenhuma provi– dência para acabar com estas e ou– tras irregularidades". ::t~'1::i~=•ds:~:~~~:1:~: que, entretanto. o proprietário. Fernan– do Marques Cação, os receba integral– mente. Ele explica que são colocados s mil litros por dia, e vendidos no ato. ·--rememos novos aumentos. porque não temos estoques e o nosso capital de gi– ro está aniquilado··. Apesardessa situaçãoAlcyr de Oli– veira diz que <;,<iste oálcool. ~'alia, po- Na avaliaçãodo diretor de abaste– cimentodo CNP, o tem~que opaíses– tá discutindo judicialmente para importarou não o metanolagrava a cri– se. "O metanol era uma solução tempo– rá ria, mas, nesta altura do campeonat~ m~."!º COJ!l o_metanol a situação está d1f1c1l, pois Já estamos chegandonum pontoem que não have– rá álcool disponível para efetuara mis– tura álcool-metanol-gasolina': resumiu. Canto não tem dúvida de que. no pró– ximoano, todos esses problemas se re– petimo, pois tudo indica que haverá uma redução de safra na cana-de– açúcar. Para Geraldo Lessa da Cunha ~:~u~:,t~~~!s!zde;u~ 0 ~ ~ae.pa· ~~ Fábio Coutinho contestou o CNP. que responsabilizou a Fronapc pela falta de álcool no litoral. "Acontece que o álcool distribuído cm Min~s vem por linha férrea e não por navio e, no entanto, o quadro é o mesmo de lá, ou seja, a culpa é do Rede Ferro– viária Federal". disse ele, ressaltan– do que, como agravante, a noticia de falta crescente do produto está levan– do a população a estocar. "Se cada pessoa guardar 20 lilros em casa, um milhão delas fazendo isso estarão co– locando fora de circulação nada me– nos de 20 milhões de litros eé oquees– tá acontecendo, levando os postos a permanecerem ainda mais tempo sem condições de abastecer". o outro ehójeouvi pela rádio que foram liberados milhões de litros para o Es· lado de São Paulo". Quanto ã possibilidade do uso de metanol,os proprietáriosde postos ava– liam que os custos para comercializar o produto são demasiadamente eleva– dos eque é preferível vender apenas a gasolina. ~~ Z t~?~;~!i~ ':ii:;~~~~rªn,::ie~~ Max Mauro vai ao Rio em busca de solução imediata lo, sobreoqualoCNP tem apenas uma pequena parcela. Eis o seu raciocínio: '½plantaçãode cana está afeita ao Mi• nistérioda Agricultura. Na faseda pro– dução do álcool, há a interferência do Ministérioda Indústria e do Comércio. Quando ocombustível está pronto, en– tra o Ministério das Minas e Energia. d;:lí:i~f:tºd~os~~en~~::o do CNP, a nossa única atribuiçãoécom re– laçãoao controle sobre as distribuido– ras, que efetivamente estamos em coniy~~eq~r.mto~~tar se o próxi- mo governo deverá aproveitar uma eventual refonna administrativa para unificar todas as informações e proce– dimentos relativos ao Proálcool num único organismo. Mas entende que é fundamental uma revisão da interfe– rência do Instituto do Açúcar e do Al– eool (IAA) nesse processo. '½téodia 28 de fevereiro de cada ano, oCNP diz ao IAA qual é a quantidade de álcool que o pais precisará na próxima safra. O IAA, então, faz as suas contas e esta– beleceas cotasde álcool, açúcare me– laço. Só que os usineiros nãocumprem as cotas e essa situação não pode per- E manecer desse jeito•: declarou. CNP paga pelo álcool de uva 1 da Copersucar Brasflia <AE> - Para tentar redu– zir a crisede abastecimento de álcool, cujo estoque nacional acaba em mea– dos de março, oConselho Nacional de Petróleo (CNP) decidiu ontem absor• ver os custos relativos ao aproveita– mentode 17,6milhões de litrosde álcool de uva que se encontram no Porto do Rio. Oproduto foi importado pela Co– persucarda Europa eestá fora das es– pecificações para uso no Brasil. A Copersucarameaçoudeixar oálcool se perder, caso ogoverno não cobrisse os cuslos do transportede igual volumedo produtodesde Ribeirão PreloatéoPor– lo do Rio, "Tomos que colaborar ao máximo para reduzir a crise", disse odiretor de abastecimentoda CNP, coronel Geral– do Lessa da Cunha Canto, ao justificar a decisãodogoverno. .,Mas quem aca– ba pagando é sempre o consumidor", acrescentou ele. Ocusto do aproveita– mentodo álcool de uva será incorpora– do ã estrutura de preços dos combus– tíveis eserá repassado ao consumidor final. Oálcool importado pela Copersu– car tem alta condutividade, ou seja corrói os motores muito além do que é lole.rado pela legislaçãodo CNP. A COO· dutividadeé media em "mcirosimens". Omáximo permitido é de 400 por me- ~ ~~e:~~~~d~:'~ª ;;~dr:.u• Ocoronel Canto também disse que metadedo álcool liberado para impor– taçãochegará com omesmo problema. Comosó restam 350 a 400 milhõesde li– tros na região Centro-Sul, é provável que os 606 milhões de litros autorizados =P~J:~Y;~i:~: ;;:.~;,iosJi~ retoracha que adiscurssãosobreome- ~~, .~ ~f ~j~á~o~~~ :uz'i;:'. do e leremos o mesmo problema de aba~~im~nto no ao~ que vem", disse ele. Dai a 1mportãnc1a de se liberaro me'ôno~itº~~I º'k"!:\~~~j Federal (TRF)_do Distrito Federal inicia ama- m.,~t1iulJ;:~:g~v~~n~~id:;J~i órgão, que hberou o metanol para uso no pais. Se a sentença for mantida pe- ::7~ 7 ~~~'à! irt~:' .;;e~~~1r: :a~~=:~~r~~~~~~~~~ SupenorTribunal de Justiça (STJ) vai d~idirqual_oTRF - de Brasllia ou do R,~ de Janeiro - tem competência pa– ra Julgar ometanol. No TRF do Rio, a :~~~61': foi desfavorável ao uso do Piora a situação de abastecimento na Baixada Santista Vitória CAE> - O governador do Espírito Santo, Max Mauro, viaja pa· ra o Rio hoje em busca de uma solu– ção para oproblema da falia de álcool no Estado. Max terá encontro com os dirigentes do L,stituto do Açúcar e do Alcool (IAA) e Petrobrãs, para pedir que seja liberada uma cota extra de seis milhões de litros do combuslivel, acreditando que esta seja a única for– ma de conterodéficl. No mês de feve– reiro, segundo informou em Vitória. antes de viajar, o Espírito Santo ne– cessita de 18 milhões de litros para o consumo, tendo disponíveis apenas 12 milhões. Não há previsão para a normali– zação do abastecimento no Espírito Santo. Acorrida aos postos se intensi– ficou nas últimas horas. A cota de ca– da revendedor, de apenas cinco mil li– tros por dia, com o movimento sobre– tudo de turistas,está seesgotando em apenas quatro horas. Os revendedo– res aguardam a chegada ao porto de Vitória do navio Itororó, com um car– regamento de seis milhões de litros, prevista para sexta-feira. Enquanto o navio não chega, os postos estão com suas bombas de álcool desativadas. Em Vila Velha, segundo município do Estado, dos 16 postos existentes ape– nas dois ainda vendem álcool. rias~:~~~ ::~\~~:~t;~r~":~!!: tecer o Estado por apenas 12 dias, a partir de hoje. A informação foi dada pelos distribuidores ao governador Max Mauro. Nos 120 postos de reven– da de álcool estãosendo vendidos dia– riámente 600 mil litros. Com a chega– da dos 6,4 milhões do navio ltororó, o volumedisponível no Estadoatenderá ao consumo até dia 18. Se não forem remetidos mais seis milhões de litros extras vai faltar álcool nos 10 últimos dias do mês. Para fevereiro, o 11 CNP" estabeleceu um volume de 11,985 mi– lhões de litros para o Estado, mas o consumo é estimado em 18 milhões, ou seja, 33% menos que o necessário. O racionamento já começou nos postos de Campinas Campinas CAE) - Os 700 postos de gasolina de Campinas e região já estão limitando a venda de álcool a 20 litros por veiculo. O racionamento foi recomendado pelo Sindicato dos Re– vendedores de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap). Pes– quisa feita pela entidade indica que dos 12 milhões de litros de álcool/dia consumidos em condições normais na cidade, apenas 7,2 milhões estão sen– do entrei:ues pelas distribuidoras, o quesegmfica um corte de 40% na ofer– ta do produto. Os motoristas estão sendo obriga– dos a fazer uma maratona para en– contrar o combustlvel. Um procedi– mento comum tem sido mantercheios pequenos galões para situações de emergência. Os proprietários de vei– culas têm procurado em média três a quatro postos para conseguir o produ– to, e geralmente enfrentam filas. . ARecap calcula que o setor está deixando de faturar por dia mais de NCz$ 4 milhões, sem incluir os prejuí– zos causados com o racionamento da gasolina.Aexpectativa é de que a cri– se no abastecimento se agrave ainda mais esta semana com o retorno das férias e a volta ãs aulas. Santa Catarina já experimenta efeitos da crise Florianópolis CAE) _ Cerca de 15 % dos 270 postos do litoral de Santa Catarina e 13 dos 50 de Florianópolis amanhecer~m ontem sem álcool, re– velou o presidente do Sindicato do Co– mércio Varejista de Derivados de Pe– l~ól:<> de Florianópolis Alexandre Ca– riom,que prevê "um colapso total" do abastecimento até o fim de fevereiro. Agrande anuência de turistas, elevou em_mais de 30% oconsumode álcool e muitos postos, que não estão racio– nando o produto, tiveram 05 estoques esgotados antes de receberem novo carregamento. Asituação écritica na capital, em Blumenau, no vale do lta– jaf,eem Joinville,no norte do Eslado que são os maiores cidades de Sant~ Catarina. Comerciante diz que companhias estão investindo no over anlos CAE) -A situaçãodo abas– tecimento de combusUveis na Baixada Santista está critica, e poderá piorar durante os feriados de carnaval che– gando atéaodesabasteclmenlo. O~tem vários postos tiveram as bombas de áJ'. cool paralisadas por falta do produto. A}cy~ de Oliveira vice-presidente do Sindicatodo Comércio Varejista de Pe– tróleoda ~ixada, revela que O postode sua propnedade parou as atividadesãs U.horas da manhã. É que a distribui– dora não repõe o produto desde 2! fei– ra.Masaexpectativa dos proprietários desses esla~lecimentos era de que 0 impasse estivesse resolvido até ãs 19 horas. ABasan - distribuidora da Petro- Belo Horizonte CAE) _ o presi– dente do Sindicato dos Revendedores Segundo ele, faltou álcool quase completamente ontem em toda a re– gião de Uberlãndia, no Triângulo Mi– neiro, em Governador Valadares, no Vale do Aço, Teófilo Otoni, o Vale do Mucuri, em muitos postos de diversas cidades, como Belo Horizonte, Juiz de Fora e algumas do norte de Minas. Para Fábio Coutinho Brandão,esta si– tuação de "oferta homeopática" do produto, ora faltando num lugar, ora em outro, continuará se agravando até se chegar a total escassez, caso a Justiça não libere o uso do metanol para comercialização. O chefedo suprimento de combus– liveis da Pétrobrás em Minas, Célia Divo Dias, garantiu, entretanto, que o problema do abastecimento de álcool no Estado não tem a dimensãoque es– tá sendodivulgada.Há falta de alguns dias em um posto, mas em outro pró– ximo é sempre possível encontrar, tu– do resultado de um esforço estratégi– codas companhias para fazer frente à redução de 25 por cento nas cotas des– tinadas a cada uma delas. "Não fosse esta redução agora, aí sim é que mui– to rapidamente iriamas chegar à es– cassez total". Álcool importado está estocado em condições de perigo Curitiba (AJB) - Mais de U mil toneladas de álcool hidratado impor– tado dos Estados Unidos para abas– tecer o Paraná estão armazenadas nos terminais da empresa Cattalini, no porto de Paranaguá, em condi– ções precárias de segurança. A de– núncia foi feita pelo Sindicato dos Petroleiros de Paranaguá. Segundo a denúncia, apesar da Serehma (Su– perintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente) ter dado autoriza– ção para que a Cattalini estocasseál– cool, nem a empresa nem o Corpo de Bombeiros da cidade possuem equi– pamento para eliminação de incên– dio de combustíveis. O único terminal da cidade com a aparelha– gem adequada é o da Petrobrás, que segundo Delphim "não poderia cola– borar com nenhuma espécie de so– corro no tempo necessário". O gerente dos terminais da Cat– talini, Alcino Cruz, considera as acu– sações do sindicato "absurdas". Ele diz que as medidas de segurança - muro de contenção em concreto, tan– que cheio de água para alimentar hi– drantes, espuma química - são suficientes para conter incêndios. Mas odiretor doSindipetro, Luiz Del– phim, rebate, dizendo que a Cattali– ni tem condições apenas de fazer trabalho de isolamento de tanques, para evitar que o fogo se espalhe, mas não de apagá-lo, o que só acon– tece com sistema de aspersão de água com espuma, usado nos tan– ques da Petrobrás. Anteontem um ônibus que fazia o transporte d; fun– cionários de uma empresa local ba– teu de frente no muro de contenção do terminal rompendo-o. O álcool hidralado, comprado pela Copersucar, veio no navio ame– ri~no "Energy", que aportou quinta– feira passada.Sãos 14.150 metros cú– bicos de álcool destilado de milho que equivalem a 11.187 toneladas d~ produto.Esse volume ésuficiente pa– ra o abastecimento do Paraná todo durante quinze dias. No dia 16 deve– rá chegar outro navio, trazendo 6mil toneladas de álcool, e informações ~ão oficiais dão conta de que até o fim do mês 4mil toneladas de meta– nol seriam descarregadas em Para– naguá. Ochefe do setor de operações do terminal da Petrobrás, Aroldo Villa– tore, disse ontem que eslá com os ~nques vazios e sem nenhuma pre– visão de envio de mais combustível "Nem sabia dessa carga armazena: da na Cattalini", garantiu. Ele diz que, no caso das importações feitas pelo Proálcool, o terminal da Petro– brás sempre foi usado ''preferencial– mente", mas nesse caso ''a Coper– sucar deve ter alguma razão para ar– mazenar naquela empresa". Arepor– tagem não conseguiu entrar em contato com o diretor do departa– mento do comércio exterior da Co– persucar, Reinaldo Alcântara. Veículos com motor a álcool com redução de 300/o nas vendas São Paulo < AG) - Apenas 30 64% dos veículos zero quilômetro vendidos no pais em janeiro pos– suíam motores movidos a álcool, sendo '35,37% nosegmentode ~ar,:os de passeio e uso misto. Es_le e o ,_n· dice mais baixo de comerc1ahzaçao desde julhode 1982, de 38,45%, quan– do as vendas dos veículos com com– bustível alternativo ainda não linha deslanchado. Em janeiro, primeiro mês sem ocrédito-prêmio do IPI - que era de 15% - as exportações re– gistraram queda de 54,95% em rela– ção a dezembro e de 15,96% em comparação a igual período do ano passado, resultado que a Anfavea considera um dos piores. Aqueda continua nas vendas de veículos a álcool no mercado inter– no e indica que em fevereiro sua par· ticipação será de apenas 20%, segundo previu ontem o presidente da Associação Nacional dos fabri– cantesde Veículos Automotores (An– favea), Jacy Mendonça,sem confir– mar,entretanto, quea partir deabril as montadoras não deverão mais produzir veículos movidos a álcool, caso não ocorram mudanças signi– íicativas na tendência que vem se confirmando mês a mês. O faturamento das exporlações no primeiro mês do ano também so– freu redução de 48,91 % em relação a dezembro, totalizando US$ 168,2 milhões, e foi 17,21 % inferior ao de– sempenho obtido no primeiro mês de 1989. O fim do incentivo ã expor- ~~ãc~~~~~~~e ~a~~i~:~~g1nJ!di ficuldades vividos pelo setor. O Gol manteve, em janeiro, a li– derança nas vendas,com participa- ção de 21,3% no mercado e 11.112 unidades vendidas. O Monza tam– bém confirmou o segundo lugar, com 5.763 unidades vendidas e uma fatia de 11,1%, seguido pelo Escort com 3.774 unidades e participação de 7,2%. Também não houve alteração na posição ocupada pela Volkswa– gen, que liderou o mercado com a venda de 22.808 automóveis, respon– dendo por 43,8% do lotai. AGM con• firmou a vice-liderança com 12.399 unidades e 23,8% do mercado, segui– da pela Ford com I0.070 unidades e participação de 19,3%. Entre os comerciais leves a li– derança ficou com a Ford, com 4.581 unidades, respondendo por 34,6%, seçuida pela Volkswagen, com 4.134 unidades (31,2%) e a GM com 2.547 unidades 09,1%1. Abastecimento normal só em maio Belo Horizonte (AE) - O diretor-superintendente da Socie– dade de Produtores de Açúcar e de Álcool (Soprai), Cícero Ivan Fer– reira Contijo, garantiu ontem, em Belo Horizonte, que a partir de maio, com o inicio da nova safra de cana, "o álcool voltará a jorrar no pais". E alertou: "Aqueles que estão vendendo seus carros a ál– cool agora a preços aviltados estão cometendo uma burrice. Ê como quem vende ações em baixa que fatalmente voltarão a subir, pre– missa verdadeira também para quem está adquirindo carro a ga– solina por altos preços, porque, a partir de maio, voltarão ao normal". agora, está prevendo uma safra produção de mais um bilhão de li- em 1990/91 de cana que propiciará tros de álcool. Disse que os produ- a produção de alé 14 bilhões de li- tores já iniciaram o plantio que tros, contra os 12 bilhões de litros precisa ser feito atéo final de mar- da aluai, para uma demanda de 13 ço, mas aguardam a definição de bilhões. metas e de preços pelo governo, Disseque não há comoevitaro além de financiamento pelo crédi- desconforlo temporário da irregu- to agricola para o plantio. laridade do fornecimento atéabril, O diretor-superintendente da devendo se agravar mais caso não Soprai historiou a atual crise lem- seja liberada imediatamente a uti- brando que, de 1975 a 1985, oProál- lização dos 800 milhões de litros de coo) tinha metas definidas de pro- metanol durante os próximos 60 dução e consumo e preços compa- dias. Foi contando com o metanol tíveis, fatores que viabilizaram a que o CNP decidiu por uma redu- produção e que deixaram de ser ção de 25% na liberação dos esto- garantidos pelo governo a partir ques até março, para evitar o co- da Nova República."E oque linha lapso total em abril. Se o metanol de acontecer aconteceu agora", desde dezembro já estivesse em com a crescente queda a partir de Disse Cícero Ivan que é gran– de o número de pessoas que, sa– bendo disso e pretendendo tirar proveito, estão comprando o máxi– mode carros a álcool a preços bai– xos agora, esperando ganhar mui– to dinheiro com a revenda, quando o abastecimento voltar ao normal a partir de maio e for retomada a valorização daqueles veículos, "com o retorno aos bons tempos do álcool abundante". Disse que a So– prai, com a produtividade de l0 a 15 por cento superior que decorre– rá dos bons fatores 9imáticos de mistura com o álcool, não estaria 1986, quando foram produzidas 230 havendo problemas, ele garantiu. milhões de toneladas de cana, "Agora, se não liberar logo o me- caindo para 216 milhões este ano, lanol, a partir de maio não precisa com evasão dos produtores autô- mais, porque já haverá álcool sufi- nomos,cuja participação no forne- ciente e terá passado uma fase di- cimento, com o desestimulo ao fiei!, que poderia ter sido perfeita- plantio devido aos preços, caiu de mente evitada". 60 para apenas 35%. Com isso, a Disse Cícero Ivan que a preo- oíerta, que era compatível com o cupação maior dos produtores consumo, da ordem de 850 milhões agora écom oplantio da cana para de litros mensais de álcool na re- a safra 1991/92, para a qual preci- gião Centro-Sul, está sendo atendi- sam ser acrescidos mais 200 mil da agora com apenas 650 milhões, hectares aos 4,5 milhões já exis- decorrendo então a falta generali- tentes. au~~"~i>ue~ ~~ili~-- ·8~11 u ,:3d~ nos.~ tps~, .;01 h_,a_~ A transição no comando opcraciona1 das Empresas Belau10 foi concluída oniem com a fonnalização do seu novo modelo de gerenciamen10 c com a designação do principal executivo da organização. As mudança! tiveram sua origem no súbito e prc· ma1uro desaparecimcn10 do seu presidente, Jaír Bernar· dino de Souza, ocorrido cm agos10 passado. A partir do iníaus10 acontecimento, os herdeiros lc- foisp~~t~ :;~:!taº dcu~~ci~~q:;1~h~i~:u 0 ~~;a· rcafinnação do desejo de continuar comos empreendi• mcntos e de man,cr a sede do conglomerado aqui cm Belém. Por outro lado, inevitáveis mudanças na orientação dos negócios se íizcram necessárias, sobretudo cm razão d? ca~á,cr de empresa familiar assumido pela org-•· mzaçao. Dccorrcnic dcs1c cará1er 1 decidiram os herdeiros de Jair Bernardino opiar por um modelo de gcs1ão csscn· c:iaJmcn1c profissionalizado, com ní1ida separação de po· deres no processo decisório. .~s decisões de cará1cr ,ocic,ário e de gcs1ão pa1ri– monial ficam na alçada de um Conselho de Administra· ção, conS1i1uldo nos moldes usualmcnlC ado1ado, pelas empresas que opiam pela ges1ão profissionalizada. O Conselho d~ Adminisiração es1á compos10 pelo Dr. Máno Bernardino de ouza e pelo r. João Macha– do Jr., represeman1es dos herdeiros de Jair Bernardino. Este Conselho, ao longo dos úhimos meses do ano passado, decidiu orien1ar os negócios das Empresas Be– lauto segundo dire1rizcs que são as mais rcaJis1as e ade– quadas aos emprcendimcn1os. No campo econômico e financeiro, estas diretrizes se centraram na cs1ru1ura de capi1aJ e de operação das em– presas, resultando cm esforços concentrados para fazê-las operar prcícrcncialmentc com recursos pr6prios. Aliás, in~cpendcn1emcn1c da taxa de juros conjunlu· ralmcnie praucada pelo mercado, a dccis.10 cm 1cla constitui-se cm políiica a ser mantida no ÍUlUro. Tam~m no campo econômico-financeiro está cm marcha a judiciosa avaliação de cada empresa, com vis– tas a fazer com que todas elas operem exclusivamente cm _ba,cs de ren1abilidadc que ju!lifiqucm o capital in• vestido. No plano empresarial, foram definidas as linha, de negócios priori1árias, que se situam no se1or do comércio e da pres1ação de erviços. Os primeiros rcsuhados desta, definições foram as desmobilizações e demais medidas admini!lrativas já de amplo domínio do público. No plano da organização in1crna, Mário Bernardino de Souza eJoão MachadoJr. optaram por não exercer nenhum cargo executivo na estrutura hierárquica das Empresas, man1endo-sc liberados para o.correto exercício das funções de oricnlação geral dos negócios e gestão pa· trimoniaJ. As íunçõcs executivas serão exercidas por uma Dirc• 1oria Corporaliva, constituída nos moldes das empresa, "holding", composta pelos Drs. Adecil Bmil,João D'Avillcz -!arco eJoão Manuel dos antos Cardoso, os quais, colc1ivamentc 1 se rcsponsabiliiam pelas decisões refcrcn1es ao planejamen10 e ao controle de gcs1ão. Adicionalmente, cada um destes cxccuti\'OS responde por áreas de administração ccn1ralízada que cuidam das operações ccn1ralizada, do conglomerado. As funções de principal c.=ulivo da, Empresas ío• ram agrupadas no cargo de Dimor Superintendente, que passa a integrar a estrutura hierárquica da organização. Para o exercício des1e carsa foi nomeado o Dr. Ade· cil Brasil, economista e administrador de empresas, que até aqui vinha respondendo pela Diretoria i\dministrati- 1•a das Empresas Bclau10. . C~da u!"a das empresas operacionais lerá sua pró· prta D1rctonn, agora configurada a missão priori1ária de promover a colocação dos produ1os e serviços 'l,Ue consti tucm o objcro das mesmas. . A prá1ica des1a nova es1ru1ura organizacional se ba– seia, íundamcn1almcn1e 1 cm processos decisórios com SÓ· lida base 1écnica, conduzidos com racionalidade e espírito profissiona1. • Vencida es,a etapa de 1ransição, a alia direção da, Empresas Bdau10 concen1ra seus esforços no aperfciçoa– mcn10 de suas operaçõu. AspeClo cs cncial des,c aperfeiçoamento é o cuidado com l d:'i~ ~~ C~~~lli~ 0 d~Admini!lração ampliar o número de bencflcios concedidos ao que trabalham nas Empresas, bem como melhorar a aplicação dos já exis– tentes. csra linha estão previstos cuidados especiais com a saúde e o lazer dos colaboradores, bem como, com a qualificação e n espccializa~ão dos mesmos. L .. 8 EMPRESAS ~ elaubo

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0