O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.572. Terça - feira, 06 de fevereiro de 1990.
Os problemas soo os mesmos nos ruas que cortam a Almirante Barroso No bairro do Souza não há saneamento nem segurança As ruas que se atravessam a ave– nida Almirante Barroso, no bairro do Souza, estão. em quase 90'\í dos casos. em estado de completo abandono. O "Plantão Liberal nos Bairros" detec– tou que nessas artérias falta seguran– ça e os moradores convivem com a falta de saneamento e com inunda– ções em época de chuvas. Muitas re– clamações referem-se às novas cons– truções, que estariam desrespeitando o Código de Posturas do ~lunicípio. Com tantos problemas, os moradores começam a se unir visando reivindi– car providências às autoridades. Os abaixo-a sinados já não sur– tem efeito, uma vez que os problemas não se resumem a falta de coleta de li– xo e saneamento básico. O c~escimen– to da cidade é o responsável por inú– meros transtornos, como a questão dos endereços, por exemplo. O mora– dor Joaquim ;\loreira, há 12 anos na pa~sagem Canaã. disse que as pes– soas desconhecem os verdadeiros li– mites dos bairros e têm problemas de– vido a isso. Como resultado dessa situação ocorrem diversas confusões quanto a endereços e ao pagamento de impos– tos, especialmente o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Como ainda se discute os verdadeiros limi– tes entre Ananindeua e Belém, os que mor&m após o Entroncamento rece bem carnês das prefeituras de ambos os municípios e confundem-se na hora de efetuar o pagamento. Com isso, os serviços básicos que devem ser efe– tuados pelas prefeituras ficam tam– bém sem quem se responsabilize por eles e, não raro, muitas áreas não re– cebem qualquer beneficio. Os prejuí– zos maiores são para os moradores, obrigados a enfrentar inundações, li– xo, mato, lama e buracos nas ruas. "Plantão nos Bairros" responde O " Plantão Liberal nos Bairros". na edição 617 do Jornal dos Bairros, esteve na Terra F'irme, onde detectou problemas com relação às linhas de transporte coletivo que servem o bair– ro, exploradas pelas empresas Tran– surb e São Luiz. As queixas referem– se /t superlotação, sujeira dos veícu– los e avarias constantes. Outra recla– mação di1 respeito à demora dos ôni– bus e ao fato dos motoristas não aten– derem ao sinal de parada dos passageiros. O diretor do departamento de Transportes da Empresa Metropoli– tana de Transportes Urbanos, Paulo Ribeiro, disse que a EMTU "não pos– sui tal referência da empresa São Luiz, que em horário de pico libera ônibus de 3 em 3 minutos" Quanto ao problema da suieira e avarias, Ribei– ro disse que as queixas também não têm procedência no que tange à em– presa São Luiz, "considerada uma das m~lhores hnhas que servem Be– lém e cujo maior problema relaciona– se às vias de tráfego". Quanto à linha Tamoios rda Tran– surbJ, Paulo Ribeiro admitiu que a frll<júência é menor, mas que em ho– rário de pico não chega a ultrapassar 10 minutos a diferença entre um ôni– bus e outro "Durante a semana não é tão irregular a diferença de horário e na área metropolitana de Belém não existe nenhuma linha que ultrapasse 20 minutos de diferença entre os veí– culos", informou. Feira Um antigo problema foi nova– mente levantado. Refere-se aos 40 fei– rantes que ocupam irregularmente a avenida Celso Malcher - entre 24 de Dezembro e São Domingos -, às pro– ximidades do Hortomercado Munici• pal, na '!'erra Firme. Os feirantes de Hortomercado reivindicam a retirada dos ambulantes, sob a alegação de que estes prejudicariam o comércio dos que são cadastrados na Secreta– ria Municipal de Economia e causa– riam transtornos ao trãnsito. O diretor geral da Secon, José Raimundo Ribeiro de Almeida, afir– mou que no último dia 30 uma equipe daquela secretaria esteve no local, objetivando solucionar definitiva– mente o problema. Almeida lembrou que diversas vezes os ambulantes já haviam sido removidos do local e aca– bavam retornando. "A econ já pro– pôs aos feirantes irregulares a trans– ferência para outros locais, determi– nados e liberados pela Prefeitura, mas a sugestão não foi aceita", informou. Na travessa Aid, o prob lema é o de troca de endereços contou que as carradas de p1çarra preJudicaram ain– da mais o escoamento do esgoto, feito por valetas e agravaram a situação dos moradores da travessa Aid: " Agora nós recebe– mos a água de esgoto dos préchos novos, das casas lo– calizadas na BR 316 e das residências da travessa". lamenta. A tra\'essa A1d - loca– hzada no quilômetro l da rodo,•1a BR-316 - enfrenta sérios problemas de troca de endereços: as corres– pondencias nunca chegam às res1dénc1as cerlas e as contas dos moradores. muitas vezes. deixam de ser qu1ladas dentro do pra– zo. Osmar dos Santos Go– mes. há 15 anos morando na travessa. conta que se viu obrigado a pagar juros altos em uma loja que ven– de n crediário devido ao carnê de pagamento não haver chegado ao seu ende– reço. A partir do prédio do D1 ER - onde termina a Almirante Barroso e inicia a BR 316 - começam os problemas com limites não só entre os municipios de Belém e Ananindeua como também entre bairros e até ruas. Os moradores ape– lam às autoridades compe– tentes para que solucionem o problema Tõrcllo Pinheiro Nem todos os residen– tes. entretanto, se dão con– ta dos diversos problemas que os vitimam. Ê o caso de Tárcila Pinheiro Alves - há 9 anos na Aid. Para ela, não existem muitos problemas, o bairro está bem servido em transpor– tes, escolas e outros benefí– cios. No que diz respeito à segurança. Tárcila man– tém sua opinião e resume: •· Aqui não ocorrem assai– los e agressões". A única queixa da moradora refere-se ao saneamento básico: "As casas enchem e de uns tempos para cá a situação só tem piorado". os que residem na passa– gem a íim de reivmdicar melhorias:·•Nós queremos nos unir, uma vez que não temos centro comunitário. para pedir providências à Prefeitura de Belém". Cartas e endereços fi– cam perdidos numa exten– sa avenida onde as traves– sas tomam cornpletamenle os últimos espaços. Filei– ras de casas enfrentam problemas quanto à nume– ração: ou os números se repetem ou simplesmente nãoexistem, para desespe– ro dos carteiros. Além dos problemas relativos a en– dereços, resta aos morado– res enfrentar transtornos com relação a saneamento básico e a precários siste– mas de esgoto. O serviço de colocação de aterro pela PMB não lrouxe grandes benefícios. bem ao contrário. Osmar Inundações Iniciando na BR-316 e terminando nas matas do Utinga, na travessa Aid encontram-se mais de 100 residências, todas próprias e ocupadas. A falta de sis– tema de esgoto provoca inundações constantes, que atingem a maioria das ca– sas da artéria. 11 Ê terrivel quando a água entra nas casas", reclama Osmar dos Santos, informandoque alguns moradores estão planejando a união de todos Valos entupido~ lixo por lodo porte e sonhos de que um dia o ruo se]o ostollodo Código de Posturas lembrado pelos moradores a entrada da passagem Canaã - lo– calizaõa na área denominada pelos mora– dores como bairrodo Entroncamento, mas na verdade situada no Souza - foram de– tectadas diversas situações que contra– riam o Código de Posturas do Municlpio. Uma delas seria causada pelos trabalha– dores das obras de um prédio localizado na BR-316, que vêm depositando, há quase dois anos, restos de material d"? constru– ção na passagem Canaã. A denúncia foi feita pelo morador Joaquim Maria Nunes, há 12 anos residindo no local. Esses amontoados de lixo, todavia, não são o único transtorno enfrentado pe– los moradores. Como a maioria das passa– gens do bairro, as inundações são freqüen– tes na Canaã. .. ão temos sistema de esgo– to e quando chove somos obrigados a en– frentar a água", reclama Joaquim. infor– mando que uma fonte de água localizada às proximidades tem sido a principal cau– sa das inundações Diferente da passagem Aid, a Canaã também tem duas saídas: uma para a pas– sagem São José e outra parn a Aparecida A moradora Lourdes Almeida conta que diversos carros utilizam a pista para pas– sar para outra rua, já que um dos proble- da Canãa mas mais graves do trânsito na Almirante Barroso e na BR 316 é o retorno. Osrnda Afalta de segurança é outra dificulda– de enfrentada pe1os moradores. José Bor– ges - há seis anos no bairro - conta que a área toda só é protegida por um PM-box, localizado na BR 316, em Crente à agência do Bradesco. Sem policiamento e sanea– mento, os moradores também ressentem– se de opções culturais e de lazer. ão exis– te nenhuma praça nessa área e. quanto à cultura, o único representante desse seg– mento é o monumento à Cabanagem que, para alguns moradores, não passa de uma simples bloco de concreto, sem função al– guma senão a de decoração da cidade. Osmar dos Santos Gomes, residente na passagem Aid, reclama que à noite o monumento fica fechado: " ão tem diver– timento. o monumento fica apena a ossa– da dos cabanas. As crianças querem pra– ças para brincar e sair dessa lama". recla– ma. Ele também evidencia que. assim co– mo ocorre com áreas de lazer, o bairro é carente em escolas. "São poucos os esta– belecimentos escolares e a concorrência é muito grande", declara.
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