O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.572. Terça - feira, 06 de fevereiro de 1990.
rr Jornal dos Bairros O LIBERAL 3 acional de Pesquisa •CNPq ,. pedindo au– xílio financeiro para as coleções cientííi– cas para sua preservação. conservação e ampliação. Todo acervo do laboratório 101 conse– guido através da pesquisa ão coleções de populações indigenas, adquiridas quando a UFPa dava cursos para os técnicos do Museu Emflio Goeldi e estes, como forma de pagamento, recolhiam para oacervo da UFPa todo material das pesquisas. São desse periodo as coleções de grupos indíge– nas pesquisados 'f)Or Protásio Frickel e Eduardo Galvão. Essa coleção também lo, enriquecida com pesquisas dos próprios professores da Universidade. O acervo conta, amda, com coleções de populações ribeirinhas do interior do Pará, além do acervo dos cultos afro de Belém, conseguidas através da pesquisa dos professores. ''Nesses 20 anos em que _o acervo foi adquirido, é um verdadeiro m1• !agre que as peças tenham resistido". des– tacou Anaisa_As peças de usos e costumes das populações estão sendo escovadas e limpas e os slides estão sendo catalogados com oauxilio do Laboratório de Geografia. A museóloga lvelise Rddrigues trabalha desde novembro na coleção indígena e Anaísa Vergolino acredita que será possí– vel inaugurar o laboratório na comemora– ção de um ano da entrega do prédio. "Pre– tendemos inaugurar o laboratório dia 26 de junho, com uma exposição sobre seu histó– rico", comentou. Bosque PDr aorte, com u 1ucns.lva1 tnn1ferêncla1 de local, 11 peças nio sofreram danos Entre os projetos do laboratório está a arborização das áreas em torno do prédio, ligada ao próprio ensino e pesquisa da ciência antropológica. "O projeto já loi aprovado pela prefeitura do Campus", contou Anaísa. o bosque serão cultivados três tipos de plantas: árvores lenhosas e palmeiras regionais, como laperebá, cu– puaçu, bacuri, açai, uxi, andiroba, copaiba e canela ; plantas de cultivo em hortas e canteiros e de uso medicamentoso ou má– gico, como capim-marinho, erva-cidreira, sucuriju, canarana, quebra-pedra, vai-e– volta, comigo-ninguém-pode, chama; e plantas ornamentais da região, como cró– tons, tajás e demais folhagens tropicais. Antropologia.g~ha laboratório Antes, as peças que com.põem o acervo tinham de ser mudadas constamemenle A pós 20 anos de luta, finalmente a Universidade Federal do Pará terá um laboratório de Antropologia. O Centro de Filosofia e Ciências Hu– manas, entregue em Junho do ano passado, está sendo preparado para abrigar o Labo– ratório "Arhur apoleáo Figueiredo". Em rase de implantação, as peças do acervo estão sendo catalogadas e higienizadas com a assessoria do Museu Emilio Goeldi, através da museóloga lvelise Rodrigues. O acervo, que nesses 20 anos foi transferido para os vários locais onde a Antropologia funcionou "provisoriamente", estava no prédio de Ciências Exatas e mesmo com todas as mudanças não sofreu maiores da– nos. Já foram higienizada e catalogadas 1.512 peças, faltando ainda cerca de soo pa- AnalN 1/otsolno, cllm do lfUPO do Anlro!loloSla ra serem tombadas pela Universidade. Além disso, o Laboratório conta com um vasto material audio-visual do qual fazem parte 7.ç826slides, 2.592 fotos e negativos e 115 gravações em fita cassete, rolo, discos e filme documentário. A chefa do laboratório e do grupo de antropologia da UFPa, Anaisa Vergolino, disse que onome é urna homenagem ao ex– professor, pesquisador e criador do labo– ratório, Arthur apoleão Figueiredo. Co– mo professor da Universidade, Figueiredo formou os atuais pesquisadores - foi o precursor do ensino aliado à pesquisa e ex– tensão - e sempre esteve preocupado na formação de um quadro de profissionais especializados em Antropologia, além de um acervo que pudesse se transformar no Museu Etnográfico. "O professor passou 20 anoo lutando pela construção do labora– tório e não chegou a vê-lo pronto", contou Anaisa. Figueiredo faleceu em março de 1989 e as instalações foram entregues em junho. Espaço O novo laboratório, construído apenas com verbas da UFPa, abriga as atividades de ensino, ofertando a cadeira de antropo– logia para graduação, além do curso de es– pecialização com pós-graduação em Teo– ria Antropológica. Segundo Anafsa Vergo– lino, agora será possivel fazer uso de todo material audio-visual existente, que até então não podia ser utilizado plenamente por falta de espaço lísico. Além disso, está sendo enviado um projeto para o Conselho ~-UFPa: "Santos ' Orixás Esse projeto, segundo o grupo de pro– f essores de antropo~ogia, possibilitaria ao visitante do campus observar as espécies nativas da Amazônia, alunos poderiam co– nhecer de perto as espécies, e estudantes de 1° e 2° graus teriam oporlundiade de aprender nesse "museu botânico– cultural" os elementos simbólicos da cul– tura paraense. " O bosque teria exemplos das espécies vegetais com caráter simbóli– co, como árvores e frutos de alimentação regional, plantas que curam doenças do corpo e plantas que curam doenças da al– ma, mágicas'\ finalizou Anaisa. e Vodus "-------. O laboratório de Antropo– logia " Arthur Napoleão Fi– gueiredo" vai promover, a partir do próximo dia 14 de fe– vereiro, a exposição "Santos, Orixás e Vodus: Axé Amazôni– co", no Museu da UFPa, loca– lizado na esquina da avenida Governador José Malcher com a Genera/lssimo Deodo– ro. Promoção conjunta do la– boratório de Antropologia /coordenado por Analsa Ver– golino), Museu da UFPa /diri– gido porJoão Mercês) e Fede– ração Umbandista e dos Cul– tos Afros do Pará, na exposi– ção . os visitantes poderão apreciar, durante IS dias, os usoo e cootumes do candom– blé, mina-nag/J, omolocô e umbanda. lações: vestes, toques dotam- bor, cânticos, cores, além de narrativas explicando o por– que do ritual e o que signifi– cam 06 gestoo. Cada orixá terá dois cAnticoo, acompanhados por atabaques, agog6s, xeque, cabaça, defumador e coro. Na abertura serão servidoo afur:I, bebida ritual, e acarajé. No encerramento haverá uguru (pipoca) e arroz doce, oferta– doo pelas casas de culto liga– das à Federação Umbandista. no candomblé, mina-nagô, omolocõ e umbanda'\ desta– cou Anafsa Vergolino. Todos eles mostrarão o mesmo ori– xá: Oxóssi (candomblé), Dom José (mina-nagõ), Ogum (omolocõ) ou Oxalá (umban– da). Será montado o peji de Exu e de um dos caboclos, além de serem apresentadas as bandeiras e os quadros dos 12 orixás. "Teremos ainda jo– go de búzios, instrumental de cura, plantas para os banhos e troféus da Federação", infor– mou a coordenadora do labo– ratório de Antropologia. A exposição será dividida em duas partes. A primeira in– clui apresentações, na abertu– ra e no encerramento do even– to, de dois orixAs. Na abertura serão mootradoo 06 orixás Xangõ e lansã e no encerra– mento Omolu e Iemanjá. Será mootrado como apresentam– se 06 orixás em suas manifes- Homenagem A outra parte da exposi– ção será lixa, mostrando co– mo são montados os pejis– pepelês (altares) dos orixás. "Será mootrado como é o altar !='6no p,ol!ICMri • uposlçJo Juntam■nt■ com • Fe<IM■çjo Um- Essa é a primeira exposi– ção promovida pelo laborató– rio e diversos participantes da Federação Umbandista esta– rão presentes vestidos a cará– ter, explicando a serventia de todas as peças. A exposição, segundo ela, º é uma homena– gem da Universidade aos 25 anoo da Federação porque grande parte das peças coleta– das para o laboratório de an– tropologia foram conseguidas nas casas de culto"
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