O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.572. Terça - feira, 06 de fevereiro de 1990.

O LIBERAL · d a final Em pé da esquerda para a direita: Barbosa, A seleção do Brasil, que goleou a Es~anha, foi a mhe;ma que ::~,ae~rdem: .Friaça.'Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Augusto, Danilo, Juvenal, Bauer e Bigode. Agac a os na m , Brasil deixou de ser campeão antecipado por apenas 13 minutos Festa total no dia das "Touradas em Madrid" Foi um espeulculo indE:_S– critfvel. Em campo, a seleçao do Brasil desenvolvida um fu– tebol fora de série, triturando ban~~~;os'~~~~~ª:S~~: dores em delírio, cantavam sem parar a marchinha "'lbu– radas em Madrid". Belém. terço-fe,ro. 6 de fevereiro de 1990 O segundo maior artilheiro ~- tra a França, no Campeonato M~ndíal dÍ 1986, no México, quando a Seleçao Bras1- :~~%(:_i :n;~~~~ Ji~;~~~ºc.,":s':l~ Mundode 1978,na Argentina, e 1982, na E - panha. Mas a maior tristeza de Zico, na Se'- Na quarta-feira,9de julho de 1950, o Brasil voltou a cam– po para enfrentar aquele q~e era apontado como seu m:ilS sérío rival, a Espanha, equipe de melhor campanha na fase preliminar do certame. Todo o público dividia suas atenções com a outra partida, que co– meçara no mesmo horário e, cujo resultado, poderia decidir o U tulo por antencipação a nosso favor. Tul como aconte– ceu diante da Suécia, os brasi– leiros entraram em campo dispostos a golear. E, ante a perplexidade dos espanhois, foram desenvolvendo um fute– bol de alto nível. Somente a pe– rícia de Ramallets evitou que o marcador fosse inaugurado nos primeiros minutos, mas, aos 15, Ademir deixou sua marca de artilheiro. Daí para frente foi a loucura do público, que delirava com as jogadas do nosso ataque. Jair, aos 21 e Chico, aos 31 minutos coloca– ram o marcador em 3-0. Rio (Sport Press> - Este 6de feverei– ro de 1990 ficará marcado para sempre co– mo um dos mais importantes aconteci– mentos da história do futebol brasileiro, com a despedida de Zico, do futebol. Oga– linho é o maior ídolo da torcida do Flamen– go em todos os tempos, um símbolo de , amol!,à c.amjsa,_,de.pjldjqa~)1q f' df' J,a.len{ Zico tam~ foi e> maior c~aque d? ~~~) B~~silei~a~~o~~!f:~d~':-'-~~n1~~ pouco aofJfáa viagem para Mumque, ün! de o Brasil disputou as Olimpíadas. En\ seu lugar ficou Manoel, um jogador de poucas qualidades técnicas e que não con– seguiu se projetar no futebol. Na etapa final, ao ritmo de ''Touradas de Madrid", can– tada pela torcida, continuou o massacree, Chico, aos 10; Ade– mir,aos 12 e Zizinho,aos 22, do– braram a contagem do primeiro tempo. Completamente derrota– dos, os espanhois ainda conse– guiram seu gol de honra, por intermédio de Igoa, aos 36 minutos. Mas, por apenas 13 minu– tos o Brasil não conquistou o U- ~;u~':::idt!l~~;u~i~~~~ ganhava do Uruguai, quando veio a reação dos orientais, mas esta é uma outra história. 13.07.50 Ademir bate Ramallels e abre o caminho da goleada sobre a Espanha. Dramática virada salva o Uruguai no final da partida o Uruguai,que já encontrara problemas diante da Espa– nha virando o intervalo em desvantagem, parece que estava mesmo predestinadoa conquistar o titulo. E,na seg_unda par– tida dos orientais, as dificuldades foram ainda maiores. Por apenas 13 minutos o Brasil deix?u de conquistar a Copa por antecipação. É que, até os 32 minutos do 2_ 0 tempo, a Sué~,a vencia no Pacaembu, resultado que impediria aos_urugua,os brigar pelo título na última rodada. M~s. com muita garra e determinação, os comandados de Obdul10 Varela chegaram ao empatee viraram o marcador, credenciando-se para disputar a finalíssima ainda com chances. Os suécos, surpreenderam,aoma~car logoaos 5!'"inutos, por intermédio de Palmer. Estegol deixou os uruguaios deso– rientados e, somente aos 39 minutos é que Ghiggia restabele– ceu a igualdade. Mas, os orientais ainda comemoravam o ~f;'.,';'~ 0q~s 7 ~ia~'f:id~~ii~~~~Yo~ segun~o tento suéco, com- Na fase complementar,o Uruguai foi todo pressão. Node– sespero o time lançou-se a frente, mas todas as tentativas es– barravàm no grande dia do goleiro Svensson. Enquanto i_sso, no Maracanã,o Brasil golea~a a Espanha e a torcida carioca acompanhava com expectativa o encontro de São Paulo. No desespero, aos 32 minutos,Miguezconseguiu oempate. Dai~– ra frente o jogo foi de uma dramalicidade a toda prova e, mais uma vez Miguez, quando eram decorridos 40 minutos, conse- ~~~~i~~~:~ r/~r~a;:~~1uat]á ';,".:S~d;u:~ti~e1~:.o Brasil 'Já ganhou" tomou conta do país A segunda goleada do Brasil deixou a torcida num estado de euforia fora do nor– mal. Nãoseria o Uruguai, um time que en– contrara sérias dificuldades para passar incólume nas duas primeiras partidas,oad- ~=::tI~º oªP.t, 2 t;nºh~~c~I~~~o~i:sd~ ~,:'. do o Brasil. O mais comum era saber qual o escore da final. Já nós consideravamos campeões do mundo. E nãoera para menos; possuíamos lime e )ogavamos em casa. A imprensa carioca embarcou nessa e, na concentração da seleção Uruguai, oca– pitão Obdulio Varela limitava-se a selecio– nar os jornais, reunir seus companheiros,e mostrar as manchetes: "mire". Por outro lado, na concentração de São Januário, oclima era de festa. Percebendo o perigo, o treinador Flávio Costa solicitou a transferência dos jogadores para as Pai– neiras. Mas dirigentes e políticos queriam tirar proveilo do li tulo que ainda não havia– mos conquistado, mas que todos já conside– ravam certo. Durante três dias os jogadores foram perturbados pelo entra e sai em São ~~~~~~~~~a;-~~~~;t~oda ~slra~~~N~t: No dia 16de julho, a festa foi armada pa– ra comemorar a grande conquista, só que esqueceram de avisar aos uruguaios. ■RldM1HM111816 tHIS-118►-Wlêlii=&Mii Local: Estádio do Pacaembu (São Paulo). Arbitro: Geovanni Galeati (Itália). Marcadores: Palmer CS), 5'; Ghiggia (UJ, 39' e Sundqvist CS>, 40' do 1° tempo. Miguei (UJ, 32' e 40' do 2° tempo. URUGUAI - Paz; Matias Gonzalez e Tejera; Gambetta, Obdulio Va– rela e Rodriguez Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino e Vidal. SUÉCIA - Svesson; Samuelsson e E. Nilsson; Andersson, Johansson e Gãrd, Jonsson, Palmer, Jeppsson, Melberg e Sundqvisl. Local: Estádio do Maracanã <Rio de Janeiro). ~abj~d~~~i~~~m~~~/~~~;'~~i~fL 21'; e Chico <B), 31' do 1• tem- po. Chico <B), 10'; Ademir CB>, 12'; Zizinho <B), 22' e lgoa (E), 36' do 2° tempo. BRASIL- Barbosa; AugustoeJuvenal; Bauer, Daniloc Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico. ESPANHA - Ramallets; Alonso e Gonzalvo li; Gom.alvo Ili, Parra e Puchades; Basora, lgoa, Zarra, Panizo e Galnza. Prêmio da Loteca foi de NCz$ 2.675.291,22 Bras!Ua CSport Press) - Um dos, por ~stado: São Paulo, 40; Rio buco, 2; Amawnas, 1; Ceará, J; com destaque para o clássico ca- paranaense, de Paranaguá, acer- Je Janeiro, 15; Minas Gerais, 9; Piauí 1 rioca Fluminense x Bolafogo, nº l, lou sozinho os 13 pontos_no concur- Brasília, 7; Paraná,5; Pernambu- For~m 46 que fizeram J0 pon- e Milan x Nápoll, nº 13, grande so nº 22 da Loteca eva, receber o co, 4; Rio Grande do Sul, 4; Pará, tos (do I ao J0) cabendo para cada clássico do futebol italiano. segundo maior prê.mio individual: 3; Bahia, 2; Maranhão, 2; Amazo- um NCZ$ 2.562;54, assim distribui- Primeiro llloco - 1 - Botafo- NCZ$ 2.675.291,22, Já descontado o nas, 1; MatoGrossodoSul, I; Mato dos, por Estado: Rio de Janeiro, go/RJ x Vasco/RJ ; 2 - Campo Imposto de Renda. ~ derrota do Grosso, 1; Piaui, 1; Santa Catari- 13; São Paulo, 10; Minas Gerais,5; Grande/RJ x Fluml.!'ense/RJ; 3 - ~e~~~::i! i~;1~:1,~~i :~~~~ na, 1. ~~!~ 1 tªÀ~~~~!~~i ~h~~~!': 1 :ª~: :'.ê~~r~~I~¼J: J!'~:~rt':/.: zebra do concurso n 22, com ape- Com li pontos 00 mais J) tive- pirilo Santo, 1; Goiás, 1; Mato Santa Cruz/RS x lnler/RS; 6 - Ma- ~1! 1 1~1vtd::i"tt?t~:l~~r1; . deosN~¾gt~~t«:.5ssf~md~[r~~~i ~:.~~~i~;d,:~~~b~~ ~o~t~~ªet~: ~~rtt: ta:O~~~~':{~~;- ~~~~:: NCZ$ 4.484.452,14, no c?ncurso nº dos: São Paulo, 54; Rio de Janeiro, gipe 1. rense/SC x Criciúma/SC; 9 . lta- 008, ganho por um pauhsta. l6, Paraná, 10; Brasília, 9; Minas baiana/SE x Confiança/SE; JO • Gerais,9; Bahia, 6; Rio Grande do Concurso nº 23 - Apenas o jo- Goiãnia/GO x Vila Nova/GO. Com 12 pon\os CIO mais 2) fo- Sul, 6; Espírito Santo,4; Mato go Vasco x ltaperuna, nº 2, está Segundollloco-11 -c,u,á/CErFo,1a- ram 96 acertadores, com o rateio Grossodo Sul, 4; Goiás, 3; Pará, 3; marcado para sábado. Os demais, /rzo/CE: 12 - vr,ona/lT ~ SnmpddriallT: 11 - de NCZ$ 10.250,16. assim distribuí- Alagoas, 2; Maranhão, 2; Pernam- em principio, serão no domingo, Ndpoll/JT , Romu/JT Brasil da era pós-Pelé. Na Seleçao Brasi– leira, Zico jogou 89 ve~es, com 65 vitórias, 19empates e apenas cmcoderrotas. Fez67 gols e é o segundo maior artilheiro, per– dendo apenas para Pelé,que fez 98gols em 114 jogos. Na contagem geral, Zico disputou 1.043 jogos e marcou 728 gols. Pelo Fla– mengo, participou de 730 partidas e fez 508 gols. Na Udinese também teve seus mo– mentosde glória, mesmo jogandonum clu– be pequeno da Itália. Em 79 jogos que dis- putou, marcou 57 gols, sendo lambem o maior-f!oleador da história da lldinese. Os demais gols que Zico fez foram pelos times da escolinha e dos juvenis do Flamengo. Aos 36 anos, 20 deles vividos pelo Fla– mengo - chegou para os infantis em 1967, mas esteve duas temporadas na Udinese - Zizo se despede do futebol profissional sem mágoas e frustrações, embora não te– nha conseguido realizar o sonho maior de sua carreira, que seria ode conquistar um Ululo mundial pela Seleção Brasileira. Mas também,outros jogadoresque têm lu– gar de honra na história do futebol brasi– leiro, nunca foram campeões· mundiais, .com Leõnidas da Silva,Domingos da Guia, Zizinho, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e Danílo Alvim. Zico, porém, leve momentos adversos na carreira, já que perdeu um pênalti con- No Flamengo, Zico obteve dezenas de tílulos nacionais e internacionais, como tar ças Guanabara, taças Rio, c_ampeonatos estaduais campeonatos bras1le1ros, taça Libertado'res da América - fez os dois gols da decisão contra o Cobreloa, do Chi-. le no estádio Centenário, em Montevidéu .: ...' e a Copa Intercontinental - Campeona– to Mundial de Clubes - em Tóqwo, além de muitos títulos em torneios interesta-. duais e internacionais. Com 36 anos de idade, Zico encerra sua carreira forçado pelos problemas físi– cos provocados por uma série de lesões em seu joelho esquerdo, oriundas de uma en– trada criminosa do zagueiro Márcio Nu– nes, do Bangu. Em função disso. dispu_tou oCampeonato Mundial de 1986. no MéJúco, sem suas melhores condições físicas. Em seguida, teve que se submeter a uma deli– cada cirurgia para recomposição dos liga– mentos cruzados no joelho. Hoje, o local já não resiste mais aos esforços e a única~ lução foi parar. Agora, Zico só poderá mostrar o seu talento pela Seleção Brasi– leira de masters, conforme já demostrou na Copa do Craque, que foi disputada em sua homenagem. Terceiro e definitivo adeus Rio (Sport Press) - Nesta noite histó– rica do dia 6de fevereiro de 1990, no Mara– canã, Zico fará a sua terceira e definitiva des~ida do futebol. As duas primeiras verificaram-se no ano passado, ambas fo– ra do Maracanã. O adeus inicial foi pela Seleção Brasileira no estádio Friuli, em Udine, no dia 'l:7 de março. Só que a despe– dida não foi como a torcida desejava, pois ela aconteceu no exterior. Para a maioria, a despedida de Zico, da SeleçãoBrasileira, foi mal planejada. A torcida do Flamengo, principalmente, la– mentou que a última partida de Zico com a camisa 10 da nossa Seleção não fosse mar– cada para o Maracanã, que por certo fica– ria lotado, a exemplo do que acontecerá nesta terça-feira. Zico despediu-se da Seleção Brasilei– ra, dirigida por Sebastião Lazaroni, na derrota para um combinado de jogadores estrangeiros. De qualquer forma, foi uma ~ro'1~:'ãÍi1~~o~elo~og;af;~: ~;:~e~ muitas homenagens, já que foi também um grande ídolo em Udine, quando defen– deu a Udinese e fez muitos gols. Neste amistoso festivo, Sebastião La– zaroni começou a testaros "estrangeiros" e escalou uma Seleção Brasileira com jo– gadores radicados na Europa. O treinador só não substituiu Mozer. Nas demais posi– ções fez alterações, tirando inclusive o próprio Zico. Os brasileiros perderam por 2x1, depois de começarem vencendo com um gol de Dunga, aos 13 minutos do pri– meiro tempo. Aos 33, o uruguaio Frances– colli empatou para a seleção do resto do mundo. Na fase final, o húngaro Dctari marcou o gol da vitória do combinado es– trangeiro aos 20 minutos. A Seleção Brasileira jogou com Gil– mar (João Leite); Ricardo Rocha (Ale• mão), Mozer, Ricardo Gomes <Júlio Cé– sar)e Júnior (Branco) ; Dunga (Andrade), Silas CMillon>, Zico <Douglas) e Valdo <Ti– ta); Renato Gaúcho <Romárlol e Careca {Evair>. Aseleção do resto do mundo for- mou com Preud'Home <Dassaevl; João Pinto. Gerets, Demol e Ridvan; Carlos ~a~~e~:ai:;~~~dr~~il~~ilc~:~~~k~il;k~ Djurov1sk1. A partida f01 d1rig1da pelo 11,a– liano Luigi Agnolin. Asegunda despedida de Zico foi cor t~~~o; p;~~~~~~~~ 1 ~~ª~1~ ~r:.tf:~ década de 80, no estádio municipal de Juiz de Fora, pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, no dia 2 de dezembro. A par– tida era apenas para cumprir tabela, poíi os dois times não tinham mais chance de classificação no Campeonato Brasileiro. Mas oestádio municipal de Juiz de Fo– ra recebeu um público aproximado de 40 mil pessoas, num Fla-Flu histórico. Ades– pedida de Zíco, como jogador profissional. não poderia ter sido melhor. O Galinho. além de cumprir notável atuação. abriu o caminho para a goleada de 5 x O. num gol de falta, após uma jogada que ele mesmo iniciou,ao brilhar seumarcador Donizete. colocando a bola entre as suas pernas. até ~ :rcf.uf. ~r.o.pela camisa. Depois fez o gola- No segundo tempo. Zico só jogou nos 10 minutos iniciais e foi subsJiJuido por Uide– mar. O Flamengo marcou mais quatro gols, através de Renato Gaúcho, Luis Car– los, Uidemar e Bujica. Aequípe jogou com Zé Carlos; Josimar, Júnior. Rogério e Leo– nardo (Marcelinhol; Aillon, Luís Carlos e Zico (Uidemarl; Renato Gaúcho. Bujica e · Zinho. O Fluminense contou com Ricardo Pinto; Carlos André, Edson Mariano. Ale– xandre Torres,e Marcelo Barreto: Vi!or. Donizele e Vander Luls: João Santos (De– deil, Sílvio e Franklin tMarcelo Henri– que>. O árbitro foi Aloisio Viug. logo após ser subsliluido, Zico deu a volta ollmpica cm torno do campo. A torcida do Flamen– go só lamentou que a despedida de Zíco. como jogador profissional, não fosse com o Maracanã lotado e num jogo de maior ape– lo popular.

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