O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.571. Segunda - feira, 05 de fevereiro de 1990.

mE SPETACULOS - CADERNO DOIS OL/ ERAL Autor desmente morte de Tieta Para obstruir qualquer atitude de Tie- na! J.!e~:i:tif%~:is~i~ '-:Jt{'lfMgi;;,: Pelo menos é o que garante o autor Agui– naldo Silva. "Matar a heroína da novela se– ria contrariar ocódigo do folhetim", disse. Ele desmente todas as versões que ante– cipam a morte da personagem ao dizer que ''não passa pela cabeça" dele condu– zir o final da J\ovela a esse desfecho. Do final do livro de Jorge Amado, o Clm da novela de Silva, Ana Maria Mo– retzshon e Ricardo Linhares só terá a re– velação do ''segredo de Tieta": suas atividades como prostituta em São Paulo. Pouco a Pouco, disse Silva, alguns persa-, nagens descobrirãoo "segredo". Mas, ·'por um motivo ou por outro" não usarão disso para expulsar Tieta de Santana do Agres– te, como da vez em que, ainda jovem. foi repudiada pela cidade por se entregar a um caixeiro viajante. Eles manlerão em segredoa vida pregressa de Tieta para ti– rar eroveito disso. Segundo Silva, o desfecho de seu "fo– lhetim" vai girar em torno da conflitante relação de Tieta com sua irmã, Perpétua (Joana Fomm). No livro, Tieta acaba mes– mo sendo expulsa do vilarejo por obra e graça de Perpétua, ao descobriro roman– ce entre sua irmã e seu filho, o seminaris– ta Ricardo (Cássio Gabus Mendes) - o que já ocorreu na novela - além da ori– gem comprometedora da fortuna de Tie– ta. Esse talvez não seja o motivo da expulsão, se ela ocorrer. "Nenhum livro dá novela", diz Silva, "nem ''Guerra e Paz" (Fiódor Dos– toievsky)", A despeito das pressões de al– guns amigos, verdes ativistas, Silva não dará muito destaque à questão da implan– tação de uma fábrica de beneficiamento de titánio, a Brastânio, nas terras do Man– gue Seco, um paraíso ecológico em Santa– na do Agreste. "Isso não sustenta o folhetim", afirma Silva, "Ecologia não des- ~;",,~ã0o i~~ep~~~~~ft?.!:~;º.;1~~já'.,~.i~1t tica é política, novela é novela. O público quer emoção e conflito", ele dá a receita. Afinal, o que acontecerá a 7ieta? ''Na ::'~1:~3or..°~~~ 1 ~3e'~'/i3Ja"~-r: ~ri~~~ nos uma dica: o telespectador viverá até abril o mesmo suspense de "Yale Tudo", sucesso de audiência no mesmo horário de "Tieta": "Quem matou Odete Roitman?", Chantagem Oprimeiro a saber do "segredo de Tie– ta" é Arturzinho (Marcos Paulo). Nasci- ~fd;~ cS:~~~~i~ /e¾1~~~ p~;a l~~~r ! comunidade a permitir a implantação de uma indúslria de titânio,a Brastânio. Tieta (Betty Faria) vai ao encontro de Mirko pa- ~a~~ª;as;;,tiif~~i: ~~~;,o~::r:í~~ ~~~ lógico onde Mirko pretende construir a fábrica. ~irk~"~H~~~ t:/r~:~~?;!ct~ºe~mJ1'":~~ro os negócios mantidos por sua inimiga. Ele manterá isso em segredo para chantagear Tieta. 1",11nbém com o apoio da Brastânio, Helena (F'rançoise F'orton) descobre o pas– sado de prostituta de Leonora (Lidia Bran– di ). Helena volta a Santana do Agreste com esse trunfo para afastar seu ex– marido, Ascãnio <Reginaldo F'aria), de Leonora, que tem planos para casar com ele. Leonora acaba com o namoro por cau– sa das ameaças de Helena de espalhar o fato. Ocorre que Leonora é conhecida na cidade como enteada de Tieta, sendo na verdade uma protegida da prostituta. Tonha <Yoná Magalhães) é seduzida por Mirko, que tem interesse no romance, porque sabe que a viúva é a herdeira das terras do Mangue Seco. E;sse é mais um passo na tentativa de Mirko de conseguir a implantação da Brasliinio. Embora saiba dos planos de Mirko com Tonha, Tieta nada pode fazer pois Mirko sabe sobre seu passado. É nesse ponto que o autor Aguinaldo Silva conside– ra Santana do Agreste parecida com Bra– sília. Segundo ele, as duas cidades são iguais na "mesquinhez" de seus habi– tantes. Outro fato importante da semana em ''Tieta" é o sumiço de Ricardo (Cássio Ga– bus Mendes) do seminário. 'Roolynhas~ afinadas, agora em vinil "Descendo as dunas do sol agreste, ,vêm as rolinhas danadas da peste...", diz •um trecho do frevo cantado pelas cunhãs do coronel Artur da Tapitanga, persona– gens da novela ''Tieta", da Rede Globo. Elas estarão lançando um disco mix, da gravadora Top Tape, na segunda quinzena de fevereiro, apresentando duas faixas de aproximadamente quatro minutos cada. Surpreendendo os produtores Renato Ladeira e Roberto Lly (ex-integrantes do conjunto Erva Doce), as ''Paquitas do Agreste" conseguiram se afinar na lamba– da "Essa Menina" e na canção "Frevodas Roolynhas", apesar da pouca experiência . : c~~~~:t;.ª~~rri~i~'.1!1:.:' ~:~ tegrante Rosana Salles. 26. a Devinha de CINEMA OPERA HORÁRIO "Tieta", e agora passa a se chamar 11 As Roolynhas". O ''Frevo das Roolynhas" é de autoria do cearense Lauro Benevides, 42, profes– sor de expressão yocal no Centro Educa– cional Santa Toresa e na Casa de Cultura São Saruê: "Brinque, pode brincar/ pule, pode pular/ o frevo é Ião bom e você vai ver/ se embolar,se molhar, se olhar em prazer". Ocompositor Rogério Pimentel é oau- ~ra~~ª:fo~i~o 'J;t~':. ~:r~~r::~•~ ~a~~ui:'. gem informal das meninas através de ver– sos como "... de qualquer jeito nãoseavexe de tomar iniciativa/ se bater vontade lou– ca de beijar/ e baseado nisto tudo que eu te disse/ leva a minha meninice pra den- 15:30 · 17:00 · 18:30. 20:00 -21:30 ******************* O Bonzão-Bonitõo, no mês do carnaval faz a festa antecipada com os seus lançamen: los exclusivos. Hoje, mais um sucesso do ci– nema erótico nacional: ******************** TODOS OS O/AS EM O(IBIRA& lro do teu olhar". Baseadas na receptividade obtida jun– to ao público infanta-juvenil, as "Rooly– nhas" resolveram gravar um mix experi– mental, e se dedicaram durante dois me– ses as aulas de canto com o professor Lau– ro Benevides. Atualmente ensaiando duas vezes por semana com Benevides, as me– ninas já preparam um LP para ser lança– do posteriormente, dependendo da repercussão deste p~imeiro trabalho mu– sical. Também já estão em fase de nego– ciação as apresentações em shows e clubes. A idéia de gravar um disco partiu da ..rolinha" Suzanne Seixas, 21, que encarna Maria do Céu em ''Tieta". (Transcrito de "A F'olha de S. Paulo") Belém. segundo re11a 5 de revere110 de 1990 A Itália comemora: 'La Dolce Vita', de Fellini, faz 30 anos naas 1 ~U!nos ~~á 1 :r;~p~~=~~~a~ d:~!fetf~~~~~t::oj~~: memorando os lrint.a anos de lançamento do filme l..a Ooct' Vila, do diretor f'cderico Fellini. Em fevereiro de 1960 estreou o mais famoso filme de Fellini.que recriou. dentro de um estúdio. a mais conhecida rua de Roma, a Via Veneto Ainda hoje, quando caminha pela via Ve– neto, F'ellim mchna a cabeça para olhá-la sobou(ra pcrs· pc:ctiva. Aversão filmada no enorme Teatro Cincodos Eslll· dios da Cinecilá é um reflexo da verdadeira rua ondula– da. cheia de cafés nas calçadas, flores e luzes de neón. Aprincipal diferença é que na rua criada noestúdio era completamente plana, mas F'ellin,, que completou 70 anos no último dia 20 de janeiro, ainda insiste cm que sua versão deste setor da cidade, em torno do qual gi– ram os eixos do filme. supera a realidade. "Quando passo frente ao Café de Paris não posso evi– tar de sentir que a Via Veneto real eram a do TeatroCin– co, que as dimensões que a rua recriava eram exalas, liv 3 i ;J!;;;'J;~~·o ~xo11~;:Jr1~'J~%::iºe 1;u":tt: ~~ na história do cinema: ''Acostumei-me tanto com essas perspectivas que au- :~~~Ol~ áan~~"::eii~lo~~rfs~~i~:amaªr:Ci:ri~neto real, e . _Ofivro, publica~o pcl_a Ediláf.a e escrito pelo espe– cialista em história do cmema G,anfranco Angelucci, tem o mesmo t1 tulo do filme - La Doce Vita - e traz 500 fotografias, todas em preto-e-branco. O filme, com Marcelo Mastroianni, Antia Ekberg e Anouk Aimée, foi considerado escandaloso por alguns e uma obra-prima por outros. a época,o Vaticano disse que ofilme deve– ria se chamar a Amarga Vida, mas o sociólogo jesuíta John Navone o classificou como "o filme mais cristão do cinema moderno". Os romanos se sentiram ofendidos em suas crenças - principalmente com a cena em que Anita Ekberg vi– sita a Basílica de São Pedro - e levantaram uma polê– mica que chamou a atenção da imprensa mundial. A reação foi liio grande que a Igreja condenou oficialmente La Doce Yita, os padres falaram mal do filme em suas igrejas, e os políticos pediram que se retirasse o passa– porte de F'ederico Fellini. Mas nada disso foi capazde impedir que as bilhete- ~~s J;~~\~f;i~e~; ~~~~ii ~~rg's~J~~ ª:a~t~~ ~~~~ internadonal. Passados os trinta anos, a maioria con– corda que La Doce Yita,além da superfície, ataca ova– zio moral em que se movem os personagens. "Em quase cem anos da história do cinema existem muitos filmes cuJtos, mas são raros os filmes que se transformam em mito", diz o importante crítico de ci– nema italiano Gian Luigi Rondi no livro. <Transcrito de "O Estado de S. Paulo"l. O mesmo diretor de "AGUERRA DO FOGO" e"ONOME DA ROSA" "UM FILME MARAVILHOSO... "OURSO" esté para filmes sobre natureza o que · 'Guer'.a nas Estrelas' está para os filmes de ficção _g_ent1f1ca:uma redefin,cão do estado da arte." "U~ dos melhores emais d1ver t,d 1 J;'/'lf m~'l:itJ) se viu. Vá ~rando muito pois vocé não ficará decepcionado."OURSO" poderá ser para os anos 90 o que E.T. foi para os anos 80 " (lhe Movie Channel) · Filme de Fields com 12 mil figurantes Ahistória do 54'.' l{cgi– mento de MassachusctL,. a primeira unidade mili– tar de negros na Guerra ' Civil, inclui cenas de bata– lha com nada menos de 12 mil sulistas I REBS1 e ian- , ques se enfrentando com arcabuzes e canhões. Fields tinha uma ar– ma secreta própria - mi– lhares de homens pelo pais a fora cujo hobby é recriar as marcantes batalhas da Guerra da Secessão nos seus mínimos detalhes no que tange a uniformes, ar– mas, acampamentos e lá– ticas. Esses homens são chamados de "reconslru– lores" fre-enactorsJ. "Nós não leríamos condições de fazer "Glory" ·sem eles", esclarece Fields. "No fil– me, havia milhares deles representando 20 Estados. Eles concederam seu tem– po, equipamentos e o co– nhecimento preciso da história de cada batalha", conta. Fields explica que nos filmes sobreo Vietnan não se vêem grandes contin– gentes de homens lutando por causa dos enormes gastos que isso implica. Por essa razão, a ação se concentra num pelotão ou numa esquadra. "Rara– mente se mostra o inimigo em grande número", diz. Para ele, uma das grandes vantagens da uti– lização dos serviços dos "reconstrutores" é que eles têm seus próprios uni– formes, fuzis, cavalos e ca- nhões, e, além disso, amam a vida nos campos. " ós lhe pagamos uma diária decente Afinal de contas, só os uniformes iam nos custar 1,5 milhão de dólares", fundamenta. "Também precisáva– mos de mil soldados ne– gros, mas há apenas uma dúzia de reconstrutores negros.Assim tivemos que contratar centenas de ofi– ciais negros para,.formar um núcleo do 54~ Regi– mento", relata Fields. Es– ses homens, oriundos das Forças Armadas, traba– lhavam quando não esta– vam· de serviço. O produtor explica que para obter 200 soldados ele era obrigado a empregar 400. pois nem lodos os milita– res negros podiam tirar folga ao mesmo tempo pa– ra as cenas-chave. Fields conta que fo– ram confeccionados cerca de 300 uniformes para es– ses figurantes. Também foram comprados fuzis da Enfield Rifle Company. "perfeitos em todos os de– talhes". Quando o filme es– lava pronto. as armas foram doadas a alguns grupos de reconstrução. Um ano antes de Fields dar inicio às filma– gens em 1988. ele e o dire– tor Edward Zwick cinematografaram a re– criação da Batalha de Gettysburg como ensaio_ "Havia 12 mil soldados. 300 cavaleiros e 100 canhões". narra Fields. As cenas fo– ram filmadas com duas câmeras porque nãose po– dia parar. "Quando os ·-re– enaclors" reproduzem uma batalha. eles não a in– terrompem': justifica. A equipe técnica teve que u ar uniformes da Guerra Civil e correr uma extensão de 3.2 km com câmeras na mão pois o reconstrutores não que– riam destruir a ilusão. "Foram duas hora inin– terruptas de filmagem". diz o produtor. A batalha em Gellysburg não consta da narrativa. mas foi usa– do parte do material para compor as cenas da Bata– ' lha de Antietam no inicio da história. "Escolhemos sete negros uniformizados eos colocamos em primei– ro plano para servir a<15 nossos propósitos", revela. O produtor também contou com a figuração de milhares de cidadãos de Savannah, na Geórgia. pa– ra uma.cena de parada, imprimindo a "Glorv" ~a.outra dimensão pano– ram1ca. "Convidamos 0 público a participar. e as pessoas vieram em gran– de estilo", orgulha-se Fields não fez propagand~ de seu "elenco de milha– rPS''. mas há década que um filme não reune um número tão grande de ato– res juntos na telas. "A presença deles contribui para que "Glory" esteja entre os melhores do ano". garanle

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