O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.570. Domingo, 04 de fevereiro de 1990.
Belém. domingo. 4 de fevereiro de 1990 Panorama LUZIA MIRANDA ALVAREZ EXTRAS Cinema 1- Hoje em matinal às 10:00 hs - "A OUTRA" de Woody Allen. Com Géna Rowlands, Mia Farrow. Gene Hack– man, lan Holrn e John Housema'!· Com um roteiro magnificamente escrito por ele mesmo, Woody Allen volta a_ fazer um filme intimista, no melhor esl1l0 do seu mestre Ingmar Bergman. Desv~dand? segredo de uma pen;onagem fem,runa, di– vinamente interpretado por Ge,:ia_Row– lands Allen e aprofunda nas duvidas e mêdos do ser humano, construindo um trabalho lúcido e forte. de reflexã_o e pen– samento. fortalecendo amda ma,s a sua rica filmografia. Um dos r,:i~ores filmes do ano passado para a cnlt~a paraense. é uma pedida rara que nao pode ser perdi~ª 2 - Ho·e em matinal às 10:00 hs - "PI OCH1O" ~e Wall Disney. Repri– se.já muiilo conhecida do público infan– til esta é a última e.xibição deste clássico qu'e ajuda a construir a u-,:iag~r,:i dos es– túdios Wall Disney, que hoJe. Jª mv~lem em outras áreas, além do desenho aruma– do. Tucnicamenle irrepreensível, sempre vale uma boa revisão. ATRAIÇOADOS A nova polêmica de Costa Gavras Calhy Weaver, uma policial,_é chamada para umaETai~~~-:=~n~c~'::.C:fàtie Philips e investigar o brulal assassinato de um locutor de rá– dio muito controvertido, cujo programa noturno ge– rava muita perturbação. . · Arn~~~::ªJ~ ~i: q~~rn:;a m 0 ei~~::1 ! grupo de assasinos e terroristas, numa sociedade de brancos racistas. O principal suspeito do crime parece ser Gary Simmons, um viúvo herói do Vietnan e pai de duas crianlas. Gary aparenta ser um Lípic_o homem ame– ricano, mas, olhando-se bem; por trás de seu gentil charme aparece seu verdadeiro senso de vida. Ele sonha com uma América onde o homem decide por si mesmooque é melhor para sua familia, mas isso é oque menos lhe parece acontecer, sentindo-se que :e t:ij~~~f:1;;~<;; d:i~~~i~~~~To~ ma muilo rapidamente e troca tudo aquilo pelo que ele lutou e acreditou. A~/1e ;~= ~~i~~tfa\!1;~1{:;i~ra seenvolve profundamente com ele, levando-a pensar muitosobre sua lealdade ao governo e sobreseu pró– prio futuro como mulher. Mas, pela primeira vez em toda sua vida ela experimenta osabor de uma (ami- ~e cg~~•hfe!~~ ~e.n~~ ~~iir:1:U~! ~~1:: enquanto para seus filhos, ela é a mãe que eles precisam. Ohomem que Calhy ama é gentil e carente, mas logo ela descobre que eleé também o homem que len– ta destruir os ideais e osistema que ela jurou defen– der. Garyse juntou com um grupode maníacos, cuja missão é livrar a América do declinio moral e é uma ~ção atormentada por velhos temores e .As ~=d~8~~~C:~J:~~ por uma solução e geralmente terminam com sangue. lá e~~a~:i i~;:a~~t:;J~. 1 ii!~1at~in~ 1'Ja ~~t:/~~i;,i:i'~;a~'rc=l!~ ~~d~~;~ rismo para proteger sua verdadeira identidade e ava– liar a culpa do homem que ama. E, quando as coisas se com_plicam, ela terá que escolher e se definir en– tre trair seus ideais ou o homem que ama... Há 3 anos o produtor lrwin Wink.ler e o diretor Costa-Gavras, que já nos deu verdadeiras obras– primas cinematográficas, como "Z", "Estado de si– tio" e "Desaparecido", conceberam uma idéia para um _drama psicológi<:?co_m_tomadas políticas que po– deria se tornar o mais dinãrmco e importante filme desta década. Seu titulo é ''Atraiçoados" (Betrayed) uma produçãoSundown Productions Ltd. J>8l<! a um'. ted Arlists, contando a história dramática de uma mulher em conflitocom seu dever,seus ideais e o ho– mem que ama, num ambiente que inclui racismo terrorismo e traição. ' deu ~u~~~o~rJ,\'.l:ir,;re;;~f~~.s:,iy:s~~~ i~~i~~;1~~i~md!ºWf~~/ie!°c~':,';~Pad~~!tr~~~ :~~~1:~ºPhl~~~~ g~fi~~'i!°'c~~~ât dua;\~~a~:1tc~~;.~~~•~t>e~~~~:J: que vive uma policial que _se mete numa missãÓ ultra-secreta e acaba se apa1Xonando pelo principal suspeito de um crime polilico. Como esse homem um ex-herói do Vietnam, temos o ótimo Tom Beren'. ger, que vem de 3sucessos recentes· "Platoon" "Pe– rigo na noite" e ''Atirando para mata.r". Ao lado deles J~.f~~8j~~ ~~~o~f!1~:ani~~ ~i de suspense, pelas mãos do consagrado Costa– Gavras, será outro drama que dará mmto oque falar. Debra Wlnger e Tom Berenger doos probigonlstas do novo filme de Costa Gravras, "Atraiçoados", um dos lançamentos dHta semana. Sylvester Stallone como presidiário no filme "Condenação Brutal" de John Flynn, que já está na sua terceira semana. "0 URSCr' de~~ Cegos, surdos e loucos A música de um ex-police O compositor musi– cal Stewart Copeland é provavelmente mais co– nhecido por seu trabalho no Police, banda que ele formou em 1978. Tendo ~~~~~iin:,~~b s~~~l: derança, o Police tornou-se o conjunto que deu o primeiro passo, ex– perimentando raggae e ritmos não convencio– nais, muito tempo antes que isto estivesse na mo– da. A banda prosseguiu com grande sucesso de crítica e de público, gra– vando cinco álbuns que se tornaram platina e uma seqüência de LPs avulsos de grande suces– so, ultimamente venden– do mais de 30 milhões de discos pelo mundo. Desde a dissolução do Police, Copeland tem estado envolvido em vá- rios projetos diferentes, refletindo assim os seus lalentos especiais. Ele se aventurou pela primeira vez na instrumentaliza-. ção de filmes em 1983, compondo a trilha sono– ra para "Rumble Fish". Suas composições foram amplamente elogiadas; ~J~J::i~•c~';,g~';Íj Street", "She's Having a Baby" e ''Talk Radio". Ele também escreveu a ~~<t~~~~ni ºcf~ are Easy". Seus traba– lhos para a televisão in- ~~~~ o~~a!/ s1i\~ ''Ewoks" de George Lu– cas, o piloto para o ''TV 101" e o lema e a trilha sonora para a série ''The Equelizer", durante sua primeira temporada. Outros projetos re-, centes de Copeland in– cluíram a música para a versão do Rei Lear do San Francisco Ballet e um documentário sobre :kar~g.r;:~~1:r~~: 3: ~~~~:i~~~ entilulados "The Rhylhmatist". Atualmente Cope– land eslá completando sua i:>rimeira ópera, enti– tulada ''Holy Blood & Crescent Moon", patroci– nada pelo The Cleveland ?u~c1~~~~~~mbé~ f:a~ef~~~~~o d~ •~~ p~~~~l" d:;d;~~ lice, o álbum de uma banda que ele formou ~~m~~~:k".Clarke : ARTE/ESPETÁCULOS - CADERNO OOIS 5 CONDENAÇÃO BRUTAL Mais um personagem para Stallone De acordo com o diretor John Flynn· ''Stallone desejava fazer um fil– me coin emoção. O acontecimen~o.E,S– pecial em "Rocky 1", na minha oemiao, não foi a ação, mas s,m a emoça(? que vocês sentiram devido ao relac,ona- men~!~~~~ ~~~~~ge~utor de "Condenação Brutal" june;menle com o seu irmão, Charles, acrescenla : "Stallone tem uma posição de vi lima. O público o adora não apenas porque ele triunfa, mas porque ele merece triunfar". Um dos mais interessantes aspec– tos do drama de ação é que ele foi fil– mado por várias semanas em uma penitenciária em atividade - Easl Jer– sey State Prison, melhor conhecida co- ~~~~~ ~r~n~~i/)~i~~lâ~~1iFm':- gens. De volta para filmarem na peni– fenciária no meio de uns 1500 criminosos convictos, os diretores da produção doaram fundos.para a _cons– trução de um oul-door de md1caçao pa- ra a instituição. _ . "Rahway tem uma aparenc,a ameaçadora e dá a impressao de que seria impossível reproduzi-la em qual– quer outro lugar", explica Charles Gor– don. "Eu também acho que a tensão de se trabalhar em uma penitenciária em ~~c~~~T;~t~e~fa~~i~::'r~~\°m~~.~ Silvesler Stallone acrescenla : " 6s ~e!1te queríamos a par~icipa– ção dos pns1one1ros para que nos pu– déssemos obter os detalhes corretamente. Eles fariam comentá– rios sobre a autenticidade da produção, a começar pelo número na minha camisa''. Rahway já abrigou outros filmes e produções_para a tefevisão, incluindo o ilocumentário "Scared Slraighl", e sua série que foi posta no ar pela televisão alguns anos atrás. Flynn, Lawrence Gordon e Charles Gordon estão ansiosos para ressaltar como os funcionários da penitenciária foram cooperadores na ulilização de várias locações no interior do presidio. Um elaborado sistema de segurança foi organizado para permitir que o r~~ i eira ,~•~i;io l~~c~~~r~ adicionais foram acrescentados para escoltar os atores e os membros da equipe para irem e voltarem das loca– ções dentro dos muros da prisão. Descrevendo o filme, :SLallone co– menta: ''Eu sou uma pessoa neutra reagindo a uma força contra mim. Eu estouapenas tentando saltar fora e so– breviver. Rambo é quem basicamente toma a iniciativa. Agora, eu apenas reajo. Eu sou uma vitima de tudo isso. Todos à minha volta são mais podero– sos... os muros. o guardas, a auto– ridade". "E como sobrevive um homem contra este bloco de poder? Eu acredi– to que a máquina mais forte no mundo é a mente do homem, pois foi basica– mente ele que criou seus próprios pro– blemas. Por fim. ele tem que curar a s ' m:5~~lha de Donald Sutherland para o pal_>el de Drumgoole foi sugeri– da pelo proprio Stallone, de acordo com F'lynn. "Sendo que Donald é um dos me– lhores atores do mundo e tem aquela certa aura em torno de si, me pareceu ser uma dupla interessante de adver- tu~~. ~~~u§:~i~;t~saª~~iiciaex~ ~~7;~~·.tacli~~l%~.mos fizemos a ence- Lawrence Gordon acrescenta : "Nós decidimos utilizar ambos terror psicólico e intimidação íisica no filme, assim a natureza ardilosa de Sulher– land funciona bem para atingir esta harmonia". ter~~e;J>r:;i~n~g :et~~kª~nt ~: tá Darlanne Fluegel, vista em "Runnin~ Scared';._ "'lo L,ve and Die in L.A." e 'Touch 1.,uys" entre outros filmes. "Você nunca sabe como a química romântica vai funcionar no filme, mas Stallone e Darlanne estiveram elétri– cos em suas cenas', menciona Charles Gordon. Outros atores em papéis-<!haves in– cluem John Amos como Meissner, ca- ~~i~r ~~Jn~Pcl'e~J~ceo~~~ nheiros de prisão que se torna um alia– do de Leone; Sonny Land Hamham como osarcástico e perigoso prisionei- ffaTT~~ ~~~ci~~º ~~:~fi~ªc~ ne; e Larry Romano como primeira ~f~a~J,º;~:ifr~t~~~-iro que Leone ''Este filme é tão intimo de "Ram– bo I" quanto eu tenho sido em anos", ex– plica Stallone. ''É um grande elenco e eu estou confiante. Eu não sou o todo, mas sim parte dele. Se uma engrena– gem não eslá girando, então o relógio não funciona com facilidade". "Co:d~i~~ªl~J:x1~i~:eadJ~i~i~ ~1!n:feTJ;.~i:e::S.n!~9;~!~e~~ ce Gordon. Ele acrescentou que era ne– cessário um diretor veterano para trabalhar com um ator do calitire e com a experiência de Stallone. rorç~ cfe~ff1g{~ ~~?~~10~~~ experiente escritor-diretor, e o elogiou por seu trabalho. ''Stallone é muito bom. Ele cria li– nhas no cenário e elas são muilo boas. Ele conhece a câmera e a iluminação. Sua experiência não representa uma ameaça... ela é um auxilio". ne.J~Meº&~~~{~~: :~~ centemente assinou um contrato de produção com a Carolco Pictures, que por sua vez é distribuída pela Tri-Slar Pictures. hom~e:ift'f:t~q~eºi~~~~~ opressores", diz Stallone. ''Esta é uma ~~hrg~~/f\?~l~~c;;;i~t:à/,ois eu "Jornada nas Estrelas 5": A ÚLTIMA FRONTEIRA" de WIIOam Shatner, Í-- tréla na próxima quinta-feira no Clne Palácio.. ~! Jean-Jacques Annaud Um cineasta em busca da perfeição Jean-Jacques An– naud nasceu em Dravei– le aos 7 anos recebeu ~~e~!"~t~;d~ ~/clc:~ Mouse ejunto um calálo– go de cameras que sua mãe fez assinatura. Ele imaginava que aqueles objetos eram o responsá– veis pelos filmes que lhe davam tanto prazer nas tardes de domingo. Re– solveu que queria usar aquelas máquinas para dar a mesma emoção a outras pessoas. Ele co– meçou colecionando ve– lhas câmeras. Depois de se formar em Vaugirard School, na especialidade de técni– cas cinematográficas, ~ed:n~ros1?n~~~~ gráficos, onde se graduou aos 20 anos. Ao mesmo tempo, se formou pela Sorbonne na cadei– ra de Literatura. Annaud prestou ser– viço militar na África aos 23 anos. A África o r'l"14 :i.ÍO .. ", .. r. mente. 1bdas as suas idéias mudaram, todos os seus preconceitos lhe pareceram errados. Ele· s~pre diz gue "África e cinema sao suas 2 paixões''. De volta a França, um mercado estava aberto para joveris dire– tores com o crescimento dos comerciais de TV. Annaud dirigia uma mé– dia de 80 comerciais ao ano. Em cinco anos, ele se tornou um dos maio– res diretores de comer– ciais na Europa. Um dia, Jean- Jacques viu que não era tr:~~u~i :~~r suas emoções pessoais. Ele lembrou da África e escreveu o roteiro de ''Preto e Branco em Co– res". O filme estreou em 1976 com excelentes cri– ticas mas com baixo pú– blico nos cinemas, con– vencendo Jean-Jacques que talvez ele devesse voltar aos comerciais. " · '1cr~is, " íil– me 101 lançado nos Esta- dos Unidos, recebeu o ~ ~r·tiig~e:f!ºrk~d; : mia de Hollywood. A despeito das ofer– tas americanas, Annaud sentiu que deveria obter mais experiência na Eu- ~ -r~t~~~~~rr:; de Francis Weber, foi lan– çado em 1979 e teve su– cesso. Entretanto, havia outros pensamentos na cabeça do diretor. "A Guerra do Fogo" eslava em desenvolvimento já há um ano. O filme era uma façanha física e téc– nica. Seu apelo interna– cional foi, sobretudo, baseado na completa no– vidade, Annaud recebeu 2 prêmios Cesar em 1962 - de Melhor Diretor e ::: ·~i!~~~ t go': ele se reuniu com o roteirista Gerard Brach ~ filme "0 Urso". nto trabalhava em rso", Annaud desco– briu o livro ·•o orne da Rosa': de Umberto Eco.
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