O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.570. Domingo, 04 de fevereiro de 1990.

O UBERAL Belém, domingo. li de fevereiro de 199Ó 22 ARTIGOS A Inflação e a Imprevisão Roland Raad Massoud A doutrina e jurlsprudênc1as domlnanlf;S são prali- os contratos de trato sucessivo ~u 8 term~ que se camente unlssonas 80 prescreverem que o míla~ao não perfazem através de p"'51aÇões sucessivas econtinuadas é, nem nunca poderia ser um fato lmprevlsl-0, pois é ele- ao longodo tempo. ovinculoobrigatórioentende-sesubor- mento existente há décadas e que convive diariamente dinado 4 continuação daquele eslado de fato, vigente ao com aeconomia do mwtdo inteiro (Nestesentido: Orlando tempoda estipulação <contractu qul habent tractum sue- Gomes, Othon Sidou, Arnaldo Rlzzardol. Aqui, hum,lde- ce lvum et depentlam de íuturo rebus slc stantibu Jn- mente. pedimos vlnla para discordar. lelllgunturl. O Contrato é Lei. lei entre as partes. Tem Tomemos como exemplo um Conlralo de Locação de torç.a vinculante e obriga os contratantes ãs suas cláusu- [móvel para fins residenciais, firmado an~ de 1979~~in- las ~:~~: ~~c~~o u~~ r;:;!~)~o se vislumbra :.:i,;~~~~~~~\~::.~U:ds':."~~á~~ 1 ~~ :1j~~~ªé mais a continuação do estado de falo havido. 4 época da a~ual, por não se permitir na época reajustes em prazo leitura do Contrato. Aexpressão da autonomia da vonla- in!erior. Ora, por força do disposto no Arl. 48 da Lei su- :1:~~nq~,!"~~ ~~::r,d~v=~~u!~~~~~ ~u~~d~ d~ pracitada,os Contratos para fins "'5idenciais, obrigalo- 'rato ~Mdo â época da celebração do pacto obngacloi:iat t:n~i~~ rf~~~:i!~~~~~n~af~~n:~~e:ça~ fr,aoexiste mais, ou foi alterado, porcircunstãocl~ al!te,as do, tend<H;e por nãoescrita qualquercláusula prete,ndendo â vontade dos contratantes. Conseqüente e logicamente sua limitação em um ano, ou dois, por exemplo..•umca i~t~~t~t;:.~ ~= ~j~:d:a~'I'da"'::~~:.;'~ liberalidadeque se permiteéa revisão quinqüenal do Con- !fato fez desaparecer a vontade contratual em11lda â épo- tratt ~~~';:t~ ~~::'::'i"~~r=;ã~"c~nei'~~:L obri- ca, que por ~ert°' _não seria mais 3 mesma ante 8 nova gatória decorreu da po~fti~a intervencionista ~º- Estado situação fálica existente. . . . na economia e que O o 1 re 1 to consagrou e adm1llu sob a Para amenizar tal situaçffo, pordemais IDJUSIII, adou- denominação de "Dirigismo Contratual", onde o Estado trina dominanteegrande pa'1eda jurisp rud ê ncia de nos- se investede pode"'5supremos eabsolutos, intervindo nos ,sos 'lnbunais, vêm adotando, por analogia a outras contratos entre partícula= para ame~ desequilibri~ ! legislações, a "Teoria da Imprevisão" ou "Clâusula Re- existentes, sobrepondo o interesse coletivo sobre o parll- bu lc tantlbu " que permite a rescisão contratual, ou cular, eassim,dando ao contraio uma funçãosocial. Po- asua alteração, na hipótese de sobrevi"':r ao Co~tratoori- rém também é indiscullvel que nunca, em momento ginãrio fato imprevisto. impeditivoou difi~ultativo ao seu algu'm,se previu que a infi~ção alcançaria os patamares ~~~i:::,e~~::::n~:;n::,a;..~::~;;n:;::,ra'."' um,~u assustado"'5 de hoje: praticamente 60% ao mês... sendo : o atual Código Civil Brasileiro, que rege a matéria ~~ ~:Udi:::'fn~~:,:e"J.~:,:::c;~~lu~ás ~:~u ! ~~~: = ~~:~~! .i::u!.~•:i~~:'~ Se por um lado o Estado protege os desvalidos, a co- jelo do novo Código Civil, em tramite no Congresso letividade, por outro, não deve esquecer o locador,o usu- Nacional traz em seu bojo, com O caráter de inovação, frutuário ou beneficiário a qualquer titulo, comoéocaso, a ''Teori; da Imprevisão", dispondo no Arl. 478, "in ver- r.~=:~li<,~~~to~~afi':i,~n~~';;!:e[i~~l~';\'t~~ãd: :e ;~:::in:,:,,d~~~º:'~:S"::C:.=;: Na verdade, embora tardiamente, oEstado não os es- te onerosa,com extrema vantag~ ~ra a_outra, !m v~r• queceu.Tonto não esqueceu que permitiu aos novos con· Lude de acontecimentos extraordmános e ,mprev,slve1s, tratos a mudança da cláusula de reajuste de anual para poderá O devedor pedir a "'5olução do Contrato...". E ar- semestral, e hoje, quadrimestral. remata adiante, 00 Art. 479 , "A"'5olução poderá ser evi- Aquestão se =lringe tão somente aos contratos de tada oferecendo-se O Réu a modificarequitativamenteas reajustes anuais, onde oõnus do contratante-l"?'dor é ln- condições do Contrato". calculável,mormenteconsiderandoque os lnd,ces corre- Note-se, portanto, que a Imprevisão funda-se em dois ~º':::~.Governo não atuailzam, nem de longe, o valor l'r::~~:~ª!'/o~: 0:'::::~~~::~: ~ ~~:: Ocaso é nitidamente de imprevislbUidade absoluta. llbrio contratual. Tui rigidez se faz necessária para coi- A Inflação advinda à hipótese presente é totalmente im- bir excessos e oportunismos. Por isso, a Imprevisão só prevista eexcessivamente Ol\erosa aoContratante-locador. decorre ou de caso fortuito, ou força maior, ou de falo do Enseja aocaso a aplicação da "Cláusula Rebus Slc Slan- prlnclpe. o caso fortuito ea força maiorsãoaconteclmen- 1lbu1", no mlnlmo, por eqWdade; e mals: trata-se "ln ca- los imprevistos advindos da ação humana ou da nature- su" não mais de força maiorou caso fortuito - regra geral za que oneram a prestaçãooriginal; Já o falo do prlnclpe da Imprevisão - mas sim de falo do principe, pois o ad- é O adventode Lei nova que, peloseuconteúdo, tornou ine- vento de Lei nova, a Lei 6.649 e 1979, tornou inexeqUivei xeqülvel o Contraio pactuado. . o contrato inicial. o segundo pilar essencial em que se funda a lmpre- Uma solução satisfatória,ao nosso ver, para evitar a visão, eque reputamos O mail; importante, é a excessiva =cisãoseria a mudança da cláusula de reajuste de anual onerosidade surgida em conseqüência do advento de s,- para quadrimestral, ou pelo menos, semestral. Entretanto, luação ou fato novo imprevistos. Ocontratante não pode tal solução esbarraria no entendimento da doutrina do- mais arcar com O õnus de continuar obrigado, sob pena minante que não admite a aplicação da "Teoria da Im- de Incidir em grave sacriflcio ecoaõmico. Alguns Auto"'5 previsão" para abrandar os efeitos infiacionários. falam até mesmo em falência do contratante. Oobjetivo da presente tese, ora defendida, é ameni- Feitas estasconsiderações iniciais,adentramos no po- zar os rigores da aplicação da "Teoria da Imprevisão" lêmico tema: AinOação podeou não servirde fundamento quanto à questão inflacionária nos Contratos de Locação à rescisãooualteraçãodo Contrato? Ainflaçãoé fato im- para fins ,residenciais, abandonando o seu caráter abso- previsto? Seria passivei invocar a "Cláusula Rl!bus Slc luto, gerale imutável para trazê.loao campoobjetivo; dei- tanUbu • para modificar um Contratoque achaca do pro- xandoao livreconvencimentodo magistrado a aplicação blema inflacionário? 1 , OU.nã! ),~ta espécie de imprevisãoemcada caso concreto. ·x ·"·jíolícia 'civil, seus .. empenhos e as injustiças A medida quea cidade cresce, os controles informais vão desaparecendo.Afamilia,a religião, o clube, os vi– zinhos,as escolas.Todas essas instituições de fiscaliza– ção moderada. vão .en!.raquecendo o seu sIBtema e ~s infrações pena15, as il1c1tudes conlravenc,onais edemais ilegalidades crescem assustadoramente. Por isso, sobrepõe-se, a cada dia, a necessidade de ~fd~~~~n~:~d~·~"f.1;rf;~a"d~:~c~i~f1i~i~ licial não consegue acompanhar. Mormente, como se encontra desassisUdo hojeopolicial civil, sujeitoao tra– balho mal remunerado, sem condições minimas de con– forto, com falta de pessoal e de material, tendo que permanecer 24 horas de planlào nas suas unidades de serviço, sem receber,sequer, diária de alimentação que lhe permita, pelo menos, fazer suas refeições habituais e necessárias á nutrição de seu organismo. e impressionante como o contingente de crimino- sos vem aumentando hodiernamente e, para a Policia , Civil poder combater de frente, com denodo e eficiên– . cia essa situação, terá que ser melhororganizada e, prin– . cipaJmente, melhor assistida. Precisa a Policia Civil serdotada de maiores recur– ; sos. Ampliar os Distritos Policiais,contratar novos efe– . tivos, possibilitar condições mais dimensionadas para . que se procedam detidamente as investigações, se ela- borem os inquéritos e se lavrem os autos de prisão em . ~i~.:;;~~~'::tom~~~•~fi! ~;a:~:t!tf;.dições de Ninguém ignora,certamente, que,a falta de melhor estruluramento não se verifica apenas na Policia. Nu– merosos serviços públicos, a Magistratura e a Educa- , ~":trc:~e:g/~J'a':5t!!:t~r:én:~:;~i~~c~~e°:~ nanceira, as quais impedem a &::mação de uma orga- ' ~i/'fi~~~J'.:"J,~\:~~sc~:~~;j!ª ;.~1~:,: áf!~:. :'r~=~~~~e~~~Íed~r1~\1~e~'.º~ªéo~~ os quesão responsáveis pela delesa social. - Oque há, com efeito, de mais imperioso do que a proteção dos bens e, principalmente, da vida de cada um de nós? Mas, assim mesmo, o policial civil, num verdade!- ~ ~ri~ºn:':d~d~~~~; fa~ ~~~~~:~~~~º~!~~~ em regime de plantações de 24 horas, todos os dias, in- 1 clusive sábados, domingos e feriados, de 1• de íaneiro a 31 de dezembro,a cada ano. - Seu labor é ininterrup– to econtinuo, sem nunca parar. E,comoos costumes es– tão sedeteriorando. as familias desaparecendo, o vicio ~~U:~~~,~~!~d~ ~~P::~sg=~~;O:.mf1i~":i~: !idade, a marginalidade vem piorandoa todo o Instante e, com Isso, se agrava a situaçãoda policia eos seus afa– zeres proílssionais se avolumam. , Todos esses fatores ne~at1vos ao bem estar das co- munidades reclamam providências maiores e mais cons- STERILAIR/YASH ICA Esterilizador de ar co– munica aos revendedores do Pará o enderece de seu repr,esentante autorizado. Rua João Alfredo, 77, sa– la 306, Belém/PA. CEP 66.020, "Contraleger". Tel.: 241-3909. Otacilio Motta lantes de policiamento repressivo e, por conseguinte, trabalho mais exaustivo. Conquanto isso, há que se ter salário diferenciado das demais Secretarias do Estado, que exercem seus em– penhos em único expediente por dia e apenas de segun– da a sexta-feira. ver!'/:: :U~ f,.j~d!:1~:~~i~~r:,~ãc~c~~ ~;i,'l,~!: ção dos direitos. e preciso mudar osistema retrihuilório da Policia Civil para fazer-lhe justiça, considerando a sua dilicil e desgastante tareia de mantenedora da segurança pública. pelaEPo~fc~::' ~ ~:!;';~~1~!~~ni'!úb1fc! doef~~~:~';'n~ ~~=~fc~t~c~:~~~:~ü~ee s~e;l\ci~l~c~~~ ele são submetidos. Estudos foram realizados por laboratórios interna– cionais a respeito das alterações dos ritmos biológicos de quem trabalha â noite. Assim, passamos a citar oque dizem os cientistas: "Consegue-se sobreviver mais tempo sem alimento do que sem sono. Certos experimentos têm demonstra– do que, no homem,a falta desonoocasiona, rapidamente, transtornos, tais como: "stress", perturbações e altera– ções doeletrocardiograma". METZ, SIIAFF & GIUVEL, 1950 :,S'e;.:f:·nolumo pode levara situaçãode "stress" e realmente tornar-se causa de acidentes do trabalho - FLOREZ LOZANO J.A. (aspectos psicoflsiol6gicos da fadJga). "A não adaptação a hor4rlos noturnos de trabalho, pode levar a uma insatlsfaçlo geral que posteriormen– le conduza a estados m6rbldos", DESOILLE, li, el ai. - Prévios de médicine du travail, "Não há dúvida que cerca de 30% das pessoas não são capazes de se adaptarem ao trabalho noturno. São totalmente propensas a apresentarem queixas digesti– vas edoenças nervosas". THIIS-EVENSEN, R - Shilt Work and Health. ingeZ~":.;~:sfv~: ~~;~~1/'~~l~~t~º;C:i: c~~ !é e o álcool. Assim como o uso abusivo do tabaco e de medicamentos tranqOilizantes e hipnóticos, que concor- rem f:!/'ia" d~~jn~~~n~!r'!':;i~~::':; humor inras- civel, criando grandes dificuldades para os cuidados com a educação e a saúde dos filhos. - Além, do desequlli– brio financeiro provocado pela duplicidadede despesas de alimentação que é obrigado a fazer em casa e no plantão. Ainda, a titulo de ilustração sobre os horários de atendimentodo policial civil, vejamos oque diz o Dr.Jor– ge Miguel, Delegado de Policia, Diretor do Degran de São Paulo. • "0 JUIZ DO POBRE É O DELEGADO DE POLI– CIA. A justiça do pobre está nas delegacias. Os Distri– tos Policiais ainda são os únicos lugares onde a =~i~s~~~r::t:~!!·~t!:~n;':.':~ ~~~~- t~ fJ.°r,"p~e;~~~~i;::r~dn\~ 1 :'é~~~:~o":i~ '~ta";:: tes vermelhos ' das salas dos Juizes e Desembargadores. Aliás, as autoridades do Judiciário nem os recebem sem audiência marcada". Essas palavras do Dr.Jorge Mijiuel encerram uma ~f~~1: ~~g~~ i ~sa1s"!:c~~r::i~"'ci~eg:;:s~i~1fci~i civil e o seu trabalho nAo é reconhecido, sequer pecu– niariamente. e imprescindível que essa dedicaçãoexclusiva ediu– turna seja recompensada. Para que oPolicial Civil exer- r ~~'::'u~Y!~;,°~tov~~~~I::r:J::~i~!~: ~~~:~ servir ao Estado e, consequentemente, à sociedade, O autor t delegado de policia, Cl11ae "0" A Síndrome do Caos - 1 Os jovens e opovoem ge~al~ulocan· sadai de tanta teoria, ideologia,discussões estereis que nada propõem, nada. resol· vem. Querem ação, soluções v1~ve1s para os problemas mais sérios: medidas prál1• ~ e~b!li:=~~la: :o~'~uud~ n\:Cf: sofisticada; usando altas especializações tecnológicas. t.odas míormatizadas, não resolverão o problema brasileiro. Muito menos promessas e conchavos de bas• tidores. Agora é a vez da unidode Lodos os ci- :::ict1: %'J1~~t;:::~: ~u~t~:; tais admitem soluçoes ao nosso alcan~~· sem paternalismodoEstado edos polil1- cos, semburocracia,semcomplicações e sem delongas. Exemplosdesucessodessa alternativa são inúmeros Afalta de verbas não justifica a falta de idéias. Procura-se analisar a situação brasi– leira à luz da evoluçãoeconômica tentan– do fazer uma autocrítica revisionista do comportamento eda mentalidade das eli• tes, culminando com a sugestão de algu– mas propostas viáveis. Acriseéampla,mullifacetária,inler· disciplinar eabrange todos os setores da vida econômica,social,polilica ecullural da nação. As origens remontam aos pri– mórdios da colonizaçãoque determinoua eslrulura do poder,exploraçãoeconômica ~er~:!~~!~ ªeº ~o::~~ ~~e~:~i~~i~l; moldaram a forma deaproveitamenlodas terras em grandes extensões. Oescravis– mo colonial proporcionou aexploraçãode mão-de-obra abundanteeindispensãvelao ~~e;~bit:f~: 1 :~ a~t!n~~i!rá: recursos naturaisede mão-de-obra não es– pecializada. Uma classe média de produtores ru– rais - proprietários médlosexercendoa li– vre inlciativa 1 assumindo riscos - não aílorou aqui como nos E.U.A.Aformação de recursos humanos capacitados para o desafio da administração e da liderança aulênlica à frente das respectivas épocas ~cais fu~~~~~d:~1:0~:d~dad:e~~~~ mercianles e funcionários pú~os depen– dentes das benesses do Eslado. Essa ausência de verdadeira elite pensante e execuliva sempre constifüiu o ''n6-górdio", o''pontode-estrangulamento"que tolhia o nosso progresso. A dependência econômica externa sempre iníluenciou profundamente a vida brasileira desde aépoca colonial. Mesmo as tentativas para superá-la a partir de 1930 não foram suficientes para viabilizar uma opçãonacionalem prol de um desen– volvimento maisautõnom0i maisautosus• Lentado.Entende-se pordependência uma situação econômica, social e polltica em que a estrutura nacional está condiciona• da pelas necessidades,ações e interesses ' 'dos áUlroS>pélses t/ou complexos globais que exercem o seu domínio. Os investimentos,nos diversos setores e atividades são determinados exógena– mente, isto é, fora do pais.Ocaráter,aes– trutura eointer-relacionamentodas forças internasexplicam, em parle, esta submis• são. As anestesiadas classes dominantes internas (elites)egolsticamenlese benefi– ciam dessa situação: constituem a mina-. ria privilegiada que continua a cultivar interesse, hábitos de vida'e de consumo alienfgenos que, âs vezes, pouco - quase nada - lêm a ver com a realidade nacio– nal. Muito ao conlràrio, quase sempre apresentam objetivos, condutas e forçam Lrajelórias,diretrizesemetasinteiramente contrárias aos interesses e objetivos da grande maioria da população. Devidoao longo processode dependên– ciaeconômicaexterna,criou-se, paralela• Miranda Neto mente uma soc1t>dadc dcpcndtmlc loc.la uma ideologia é propalada para jw,t1f1car também a nossa dependénc1a tc<:nológica, pollt1cacculturalquc~rn-c1u,c.1c-oroláno da dependência econômica financeira Mais importanteque a dot.a\·âo de ca• pital ede recur.;os nalura1s i! a capac1da• de do pais de gerar ídé1u, nuH,, a rim de vencero subdcsenvolv1mento Par.1 isso, torna•SC ind1~pcn~vcl inves– tir em alimentação. sobrcludo para a m– fãncia, cmeducação, inclus1ve em cursos práticos proíissíonaliz.anles., llpo a1,rcndcr ~t~~i ~ e;~~~~~~~n~t~!ei1r:~,: malalimentados esem oestimulo neces– sário do aprendizado moderno e critico nunca poderão tornar-se mentes sadias e aptasase transformarem em propulsaras de novos temei':; Só lideres descompromis- ~~ :mg~anf~~~~:.nduzirãoopais Precisamos combater o desânimo, a desesperança eodescrédito. Nosso futuro ainda depende, em grande parle, de nós proprios.Cabe-nosescolherentre ocomo– dismo fatalista e o dinamismo, a ação pragmática eresponsável,semideologias ultrapassadas, semfanatismos irracionais, sem 6diosdeslruidoresesuicidas. Para se compreender os problemas queoBrasil enfrenta torna-se.nec~r:io caracterizaromodo de produçao cap1tahs– ta naatual rase, a forma como a nação se articula comasdemaisesobretudocom os grandes complexos globais e emp"'535 ;~~~~oc~~~f!s~oiu,; ~~~f~!~~t~f~=~ economia do mundo. Aorientação do processo de industria– lização por essas mega-empresas signifi– ca o transplante de formas de viver de paisescomnível maisalto de acumulação, oque Implicaem considerável desperdício. Ocorre com freqüência,nos paises subde– senvolvidos, odesviode recursos escassos para a produção do supérfluo,cujo consu– mo é artificialmente estimulado subver– tendo os valores culturais e invertendo a relevância do que é imporlanle para o bem-estarda população, que confunde con– sumismo, ostentaçãoedesperdíciode bens materiais com reaHzaçilo pessoal. OMito do Progresso um !rroi'i~:~~!~: r.i::,~f~~~~~~~ lorde produção. As inovações exigem,na maioria dasvezes, especializaçãoda mão– de-obra,acarretando atividades tão subdi– vididas que exigem dos operârios um mi– olmo de destreza, não lhes despertando, po,tanlo,oinleresseouacriatividade.As– sim,omito do progresso vai sendocoloca· do, em grande parte, na expansão das empresas globais edocapitalismooligopo– lista, provocando o empobrecimento da mai'!J!ª v~~i:t:f~~ empresas transfe- rem para os países subdesenvolvidos a tec– nologia do mundo industrializado sem se interessarem em solucionaros problemas sociais. A principal caraclerislica da alta tecnologia empresarial - queproduzcon– seqüênciasdevasladorasnos países pobres - éade destruir empregos.Porser inten– siva em capital e economizadora em tra– balho, produz efeito adverso sobre a distribuiçãode renda convertendo, nos pai– ses não-industrializados, em passivos so– ciais os recursos humanos - na verdade, seu maior patrimônio. IJma nova ordem internacional come– çouaserdelineadaa partirda OPEPede alguns cartéis que se formaram em tomo de minerais estratégicos extraídos dos pai– ses subdesenvolvidos.Seu peso político co– meça a se fazer sentir reestruturando a relação de forças entre os tradicionais grandes complexos globais eos países do Terceiro Mundo. *a&\O futuro depende principalmc_ntc de nós Aaluaicrise é sohrctudo de 1/M,as Dai nãose poder forçar uma conclusãode fim catastróf,cobaseado nos dadosalua,,. 1esmo a evolução d.a tendência verifica• da nos indicadores ~,ais, C.'<.-Onõm1co.\ e polit1cos aléo presente não ju'itiíic.a C!\Sé.i vcrdadc1rJ Slndrunw du r,w,. bem i:o~=pa~~!ªe.m;,i~li~~.hl~:-~ naquahficaçáodos recursos humanos. Li– deres. idéias, decisões e soluções para as cnses, s6 poderllo brotar de populações bem alimentadas, sadias ecom formação e motivação à altura do desenvolvimento global, necessário e indispensável dad: =~:,:\i,ilc'~i,~qªuJ:J'.::!: cientistasque não sabem como enfrentar os problemasquese agravam.Omais cu– rioso éque poucos seaperecl>cmque todos esses sintomas - nos maisdiversos cam– pos - representam váriosaspectos uma >li grandecrise.Oque nos falta é uma nova percepçãoque enfatizeavisão IM>listica pa– ra mellM>r compreenderas interdependên– cias dos fenômenos - causas e conseqüências. Hâcarência de cérebros e talentoscom idéiascriativaspara apontar novos rumos esoluções para os problemas a partir do estudo interdisciplinar da rea– lidade. No tecido econ6mico, a inílação galo– pante, o desemprego estrutural e conjun– tura 1, a distribuição extremamente desigual da renda afetam osistema:Para agravaroquadro, os recursos naturaiseas fontes energéticas estão se exaurindo. Outro aspecto importante éoda e\'0- luçãodinâmica da economia e num ritmo bemmais rápidodoqueodasdemaisciên– cias. Os sistemas econômicos estão em continua mudança, interagindo com os também dinâmicos sistemas ecológicos. so– ciais e polilicos. Para entendê-los, neces• sitamos de uma estrUtura conceituai que ~~ta~~~~rn~:~~n~~n~~~~u;;~~a:~ Infelizmente, a rigida teoria t:eonóll\ica e osimuláveisconceitoscartesianosestaose distanciando cada vez mais da realidade, Os sistemas de valores também mudam com o tempo. Novos padrões de evolução cultural acabam emergindo. Há que reavaliar com urgência toda a baseconceituaie reformular os modelos e teorias fundamentais do sistema económi– co.Aaluai crise s6 será superada se esti– vermosdispostosaparticiparda mudança deparadigma em todosossetores.Asubs• liluição de cartesianismo por uma visão holistica eecológica será maiscompalivel com a nova ciência. Apesarde Lodosos esforços para asua superação, constala-seque adependência em seu sentido amplo persiste - sob ou– tras formas outros enfoques e direciona– mentos - e constitui uma das priocipais característicasdo nosso desenvovlimento. Adependência ocorre agora em relação aos grandes complexos globais, verdadei– ros cartéis transnacionais,que, na realida– de, comandam dir;eta ou indiretamente a polilicaeconômica mundial,demonstran• do queaseconomiasnacionais,mesmoas mais desenvolvidas,são débeis perante a esses gigantes econômicos - insidiosos, ocultos.dissimulados, mas atuantes. Oprogresso armado,ocrescimento a todo custo, precisam desde jásersubstituí– dos por uma proposta mais global,social- ;~~11:J::o~~~~!::ueen~~r.:5/;~a~ lilica da pressão, popular. consciente de suas legitimase reais aspiraçõese neces– sidades. Empresas, instituiçõesecomunidades deverão se mobilizar em seu proprio in– teresse. Eu acreditava na prece poderosa OI. Após ter escrito várias vezes neste jornal "0 Li– beral" sobrea História do Cristianismo, quero re!alar uma experiência de um leitorque fez queslàode participardes– ta campanha deesclarecimentos,e para nãodeturparsuas ll:[~~~~~~:,":\f v'~!~~~iaE 1 :r:~~;~eescreveu e que 02. "Eu tenho 26 anos, sou casado, tenho dois filhos, sou funcionário público e !ui membro da Igreja do Evan– gelho Quadrangular. Hoje sou católico, estou muito feliz ::P~~~-1!.mJ~~~f~~d:r~~~~~;~~~~~~~!ªt::eJfDi~ tólica, da Virgem Maria e dos dogmas católicos. f':las mi– nhas pregações difamei, hostilizei echeguei atéa caluniar em nome de Jesus a minha Igreja Mãe, Peço aos meus irm~~~Jo~;~~~'::a~l;':n':;o~~~'r'::~apazque le- vava uma medalha, uma medalha pregada por um bro– che no bolso da camisa. Eu era protestante e tinha um verdadeiro ódio a Virgem Maria e aos católicos; não po– dia ver um padre ou uma !reira: via neles falsos profe– tas, e achava que a Virgem Maria conduzia os católicos para o inferno.Também foi issoque me ensinaram desde pequeno. Então, diante do rapaz que me olhava para vender-me o jornal,comecei a bater papocheiode ironia, no Intuito de combater o que pensava eu ser uma idola– tria, e conduzi-lo à minha Igreja. Seus olhos brilharam quando lhe perguntei oque significava aqueleobjeto. ''Pa– ra mim - respondeu - é a imagem de Nossa Senhora. É uma imagem milagrosa porque !oi por Ela quecheguei a Cristo". E depois continuou a falar-me da sua vida,que linha sido um menino de rua, e que agora se achava nu– ma casa acolhedora, graças... aos padres e às... !reiras. Por fim, diante daquele testemunho de vida fiquei com uma "perturbação" na cabeça e cada vezsentia-me con– fuso. Orapazse chamava Antônio Marcos e me convidou a visitá-lo na sua casa num fim de semana. Topei, e dai p'ra !rente comecei a observar os católicos praticantes: não eram aquilo que eu pensava e dizia! Na casa de An– tônio Marcos eu entendi que não havia só pessoas deste mundo, mas duas de outro mundo: exatamente o Jesus que salva e Maria que "mandava para o inferno". Ali rei– nava oamor reciproco, me senti bem e fiquei hospedado :::ii~~:elª:a:ti~i~~~d~o~~~:g~~~:~:i:Jo 1 ! ·p~ 1 ~~~~ duon:,ru~ui 0 ~~i~rj~nawud~r ~~i~~ 1 Ff ~~~iie~~~ta'to 1 com a humildadedaquele servo de Deus e agora estou es– tudando com ele o catecismo. Quando os irmãos protes– tantes souberam que eu tinha tornado-mecatólico e minha esposa também, começaram a nos perseguir. Foi ai en– lào que eu comecei a ver o erro em que vivi mergulhado durante tanto tempo, apesar da prece poderosa. O<I. Hoje eu posso dizer que o meu Jesus, o meu Sal. vador não é uma ideologia, pois uma ideologia não tem mãe. Omeu Salvador é aquele que os Católicos chamal'(l "nosso Salvador", um ser divino que é Deus e Homem ê que tem uma Mãe, e por isso somos irmãos e precisamos caminhar unidos. Ainda devo aprender muita coisa e es– tou preparando-me para a Primeira Comunhão e à Cris'– ma. Aprendi a rezar o terço contemplando os mistérios da nossa Redenção, e !ui esclarecido que o terço é uma oraçãobiblica que nos leva ao seio do SS. Trindade, e por isso muito agrada a Mnria.Se este testemunho for publr– cado, no Cavaleiro da Imaculada ou em jornal, peço ads leitores que nunca deixem a Igreja Católica por nenhu– ma oulra, pois só ela é uma em Cristo, eé a única que tem por Fundador o verdadeiro FIiho de Deu e de Maria. El é a única em que Cristo se faz presente pela Eucaristia, a única que, à semelhança de Jesus, nosso irmão, honr• a Virgem l\·larla e a LerÍI cOmo Mãe". 05. Após um testemunho desses, eu fiquei muito edi– ficado. Isso sirva de estimulo aos não poucos crentes }ti arrependidos de ter deixadoa velha Mãe Igreja para cól'– rer atrás de falsas doutrinas, falsos profetas <Cf. Ml 7,151. Não é uma desonra saber voltar atrás de uma ideologia quando se percebe a sua lalsidad Isto estão lnzendo os comunistas do Leste Europeu. Isto se deve fazer quando se percebe que da própria religião se fez uma ideologià, alegando que religi o não salvo a ninguém. e verdadê: ~e~~~~~t~et~F~~~Ae':;~i;d~ ;:~:isu! t~~ªnt~~~ santa Igreja Católica. José Busato Einstein e Intuição José de Paiva Nello acoisa se produziu.Comimpressionante precisllo, diante de seus olhos espirituais, delineou-se o imagem perleila do Uni,-erso, com ~~a":amlc:~m~\~'.u~à~~irh~t ~ ~,:r;~f~~n:: i::: monstro do cosmo. Apartir desse momento. disse ele. readquiri f m':ra"iac~~~i~ç~~~r~~i::n~~er:,~~~~~~:n~~= ~f~:· ea seguir organizei mapas onde desenhei com a máxima exali: dão todas as fi~uras astronômica em suas dile·enles movimen– tações, de maneira a que qualquer pessoa pudesse tudo compreender.'

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