O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.569. Sábado, 03 de fevereiro de 1990.

INll ,~rJt,rior J/ lv Belém. sôboda 3 de fevereiro e 1990 O LIBERAL , . Africa do Sul decreta fim do apartheid Mandela, símbolo da Juta por um ideal J() nn burgo ( ~ P l O hdl'r rwc1onahsla negro el– son Mandela, 71 anos, cuia ,mm ·nte hberlação 'sem condi– ' foi anllllClada ontem p<!lu pn.,,1d••nte da Ar rica do Sul, .erik de Klerk. simboliza l'm todo o mundo, com malS de '1:7 anos passados na pn ·'o a luta rnnlra o apartheid e a. fuvor da digrudad humana Aevolução polillca na Afnca do .·uJ foi tamanha nes- ~~~~ há bem ~c!~~~~ 1 ::'..;.~~~Ja~~~ para Inúmeros brancoscomoa umca esperança de uma so– lução pacifica para o coníl1to ui africano os bairros negros ondt• ,, , nemdo. ·ua pnsaoo trans– formou em uma lenda e um mito íaLl'ndo d •I ao mesmo tempo o 'pai da naç.io ' e um · hador Lm homem que se ilua além das d1v1 que caractf 'ri1.am a poht1ca negra e o único qu pode d mpenhar um papel unificador, ape- sar de r historicamente o hder do Congresso acional ~r:is~ ~~u;Ja~':f:pailam~~~~·~~m~~onaltSla negro Mandela, condenadoa pn to perpetua em 1964 por sa– botagem e complôd tul.'.ldoa d._.rrut,;,da do regam é. Jun– tam nle com d Klerk. 69 an, ·, u111 de homen,; de quem o desuno d ·nulh il•• c,,mpatnolaS, brancos, me tico e negros Devidoa um ataque dr lubt•rl·ul que e1ug1u sua hos- pitalização em agosto de 19e8. tandrla Coa ull>taladoem uma cômoda moradia d ntro da pri aodtc Paarl I pert.oda Cida– de do bol, onde seus guard.1. t•r,arn prallcamenteempre– gados que ocharllavam (k,. ar La, l·omocheí da oposição, recebe hvrem nte uma legião de pt>r.;onahdad ra ir~Té ~~~~:~~;~t~•; 1 ;°iu~nh~ 0 ~ ~~ ':;'~ ~~ fe'~fo'.1~ cod'a ~m:iih:f~do rtado, P1~b,:.otha, · · nfinamen- dedoCa– forçados, dos na pri- búrbios da ais famoso undo,p m estes concede ças públ · . sua hom nag m. Tudo em honra a um homem 11uese sacrificou um ide Foi isu.lu qu ap ntou o jov m 1andela aos Ud res do ANC, então uma simpl associação de notáveis · ncia e sua respo aabUi lante: membro ~mi ~~e~!a~f:a junto > nove meses de pri– condicional e fica pro ção pública duran- tes da por nove anos). mbo (atuai presi- den em Fort Hare) um escrito advogados negros do pals. ua reputação cresce rapadam nle. Mandela Lein (ama de orador apaixonado e rd nte. Os outros advoga– dos vão escutá-lo. O pubhco negro o ovaciona. Em 1956, acusado por traição juntamente com outros 155 oposl e divorciou de sua primeira em junho de 1958 com Nom quem teve quatro filhos, dois ho a da~ filhas mor- reu ainda criança o ftlho maior morreu em um acidente. Em abril d 1960, o poder prolbe a existência do A C ~~~\t 0 tão conven- Coloca passa para a cland c 'um.k- ~~e~ 9 oi!esÍa pela Johann burgo ( FPl - O presi– d nle f'rederik de Klerk surpreendeu a Africa do u.l ao anunciar ontem. an– te o parlamento. uma rie de medidas 11ue s1gmf1cam. em resumo, o íam do Aparthe1d e a reconciliação entre o po– der branco e a oposição negra Ao comunicar a sU!>pensao 1moooa Africano 1. t Pi l' cJc i. •u riv;il, o ('on la da pro1b1ção do A •. e outra s·ri · g so l'an Africano IPAC'1 de medida para "normalizar o p :~.li~co.K~~~rr~i~u~"tir: %i campo da organização anil aparthe1d, d tacaram os observadores 'l'ral..l s' de uma cone sao mawr porqUC' n ·nhumu d · »t.is lrc,, organ11a Ç(){'S cumpriu a uni ·11 cond,çao 1mp<r, la pelo poder pam . ua I gal11.açao comprom •l r se a trul>alhar p11r.i A libertação "sem condições" de Ochef do ladosul-africanorea- "uma . olução pacifa a" 'elson fandela acontecer.i "em bre- lcrou em u discurso que "o l mpo d ,-e", quando o problema de sua seguran- discussoes Já chegou" ça for solucionado. ' alguém bu!.ca prel los qu O Congresso acional Africano na' rdad não tem vontade de d1. cu 1A e,. cuJO chefe h.islórico o próprio llr", dL..s numa aparent alusão ao 1andela. 71 anos dos quais TI passados A C na prisão. foi legahzado de imediato. Lembrou que O obJell\'O da n 0 1 lo onlmrio, o A • re,l rou no 111· pa doan .- adad·d "1nt·n aíacar" a luta armada Tombem foram legahzados seu caações será "uma constituição nova principal ahado, o Partido omunlSla democrállca", que garanta ''O d1re1to de h 'ui-Africano 1SACP> e u adversário, voto" para todos e "a prol ao da ma o Congresso Pan-Africano IPAC> nona " 1 o entanto, ao anun ,ar qu todas Dem~r':i~~ç~~";~~~. !1J;';t~~ arr1C::!r:r.:~~ ~~ ?./g°' 1 ~~:~~ na do A C, e outras 32 orgamzaç· a firme d isão de liberar m condJ an11- parthe1d. assam como 374 opos1- ção" hom m d 71 an . condena tores. foram suspensas do em 1 a prisão perpélu, por sabotag m e cor1Sp1ração parn derru bar o reg1m Todas as pessoa presas por per– tencerem a uma ou outra d • orga– m.tações ser,10 postas em hberdad execuç· capitais fordm suspensa O estado de emergência aanda prossegue, mas rá também suspenso "logo qu as carcunstãneias o permitam". A liber– dade de imprensa, no entanto. foi tot.al– mente reimplantada O eh fe do lado sul-africano - qu aíarmou, em s u histórico discur– so de abertura do parlamento na ida– de do abo, qu "o ac nto, agora, d ve r posto na n gociação" - anunciou medidas qu correspond m a várias ~~ c~~~furn cJ°' saªd~:~~~ pa- O gov rno d 1d1rá " m breve" a data da aada da pri · o d 1andela, mas "um curto lapso supl mentar m vilavel", dtSSe o chefe do Estado " uero ,. rdad arament olu 10 nar e problema logo", ac e ntou d Klerk perasseu o p iclen odos os a me a África anunciar a legalização do acional Africano, d s u aliado, o Parlado omu as dellda r perleneera um ou outra d sa. orga111za . . rão d ,_ ada m hberdad , d Kll'rk não foi tao longe <'orno queria o A 'IC, Jll qu a pe;,soas ndenada por ale d viol n aa < "a anato, 1errori~mo e ,n ( n dao nmlllO!,O l não wo a tangada. por La medida Tum pouco nbohu o tad d cmer g·ncaa ' 1 .er.í u.speni-o "um, ,cz que a, 1rcunslânc1as o rm1l1rem", d,s..e d klerk O('~ a h moape n •nl'l11 do A pa. do.~ 10\\ KI r o Negros comemoram nas ruas anúncios de iminente libertação de Mandela írica do ui ( P) - Milhares d negros su.lafricanos foram para as ruas comemorar a decisão do governo de Klerk de legalizar o Congresso acio– nal Africano, movimento guerrilheiro fundado por elson Mandela, que du– rante anos combateu o regime de mi– noria branca do país. Mais de 5 mil manifestantes negros cercaram o conjunto de ediíicios do Parlamento, durante o discurso de ~~eé~f~lad~d;~,ús~~~i;r':~r~~!~ ruas da capital, pedindo a imediata li– bertação do líder negro Nelson Mande– la. O arcebispo da igreja anglicana, Desmon Tutu, Prêmio obel da Paz manifestou em entrevista a imprensà sua alegria com oanúncio do presiden– te sulafricano: - "foi um dia incrível. Escutar o que ele (de Klerk) disse, foi verdadeiramente incrível. Estamos à beira da euforia, porque a vida pollti– ca enfim se normalizou no nosso país disse o bispo. ' nie ~ae~~a~ ~fe~~li~~~:r:g~~::~ dos grupos poií licos proscritos "é sim• plesmenleuma receita para novos pro- Balanço da sua empre a publicado em O Liberal dá lucro. Lucro em circulação, lucro em qualidade, lucro em credibilidade. E e o balanço ocupar mais de um quarto de página, dá direito a bonificações: 25 exemplare do jornal e 25 reproduções em papel branco. Contabilize tudo no próximo balanço. O LIBERAL JUUL DA HAZhll blema's, a m nos qu e rntroduzam mudanças adicionais". Mas o'd taca– do ativista anti-aparlheid, Popo 1ole– fe, declarou que de Klerk, com sua decisão, "se lrar1Sformou no mais valio– so de lodos os governantes branc do pai ". O discurso do presid nt foi rec - bido com complacencia por dirig ntes brancos, gruposdefer1Sores d direitos humanos, políticos liberais e mpresá– rios. a bolsa de valores de Johánn - burg, as aç- atingiram grand alta Entre os grupos a serem legaliza– dos, além do C A, estão movimento guerrilheiro Congresso Panafricanista o Partido Comunista Sulafricano e ~ Frente Democrática Unida. Além dis– so, serão libertaõs 374 ativistas de opo– sição e suspensa toda a e nsura nos meios de cor,nunicação do pais, fican– do ainda lim1tado a seis mes o perlo– do de detenção de qualquer pessoa, em caso de estado de emergência. "Incrível", "as ombroso", "aond vamos?", eram algumas da primeira reações de rua dos sul-africanos entre– vistados pela AFP, enquanto assistiam a transm1 ·oao l\'Ododascu~od De Klerk ant o Parlamento Aopinião publica negra, principal– mente, não estava preparada. a vés– pera, a UDF afirmara que o ch.eíe de Estado e limitaria a algumas "g n rahdad " e expr arw 'ai •un bon: nt1m nto" A extrema-direita ainda nao rea {i~d.!rsª ·,~~: e do Part nto . culava om cla- reza qu Lira:cf:S~ . da dir ~ cu , a vol gun nenl obje liluição que elimine a discriminação racial a socie a maioria negra ao o vemo Kl rk sala r z a 1m, a anuao– ria das condições colocadas pelo A C pa.ra a ab rtura des e diálogo

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