O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.568. sexta - feira, 02 de fevereiro de 1990.

ª diversos conj untos habitacionais e in– asões que formam o bairro da Maram– aia enfrentam graves problemas de infra-estrutura. O transporte coletivo é pés– simo. grande parte das ruas não tem as[alto e os condomínios fechados, como o Con1unto Euclides Figueiredo, são alvo de assaltos e arrombamentos. Euclides Figueiredo sem limpeza há muito tempo Os problemas da Marambaia não se resu– mem a segurança públi– ca e transportes coletivos. No Conjunto Euclides Figueiredo, Osenilde Alves contou que "a Prefeitura nem passa para ver como es– tão as ruas, o mato cres– ce nas calçadas e o lixo está sendo jogado num terreno localizado às pro– ximidades". Ela disse que "o conjunto está abandonado, cheio de ni– nhos de rato e insetos". Já no Conjunto Médici II, a situação é a mesma de sempre. "As ruas não são asfaltadas, vivem cheias de buraco e quando cho– ve é um lamaçal", infor– mou Joana O'Arc Barra, que mora na rua Peixe– boi. Ela contou que a Prefeitura esteve capi– nando o mato e limpando as valas "mas isso não adianta porque quando chove ninguém pode sair de casa com a quantida– de de lama que fica nas ruas", completou. Joana informou , AJ casas do Euclides Figueiredo exigem grades em portos e Janelas Insegurança ameaça o Morar no conjunto Euclides Figuei– redo é conviver diariamente com o me– do e a ameaça constante de assaltos e arrombamentos. Foi o que contou para o Plantão nos Bairros a moradora Ose– nilde Tâmara Alves, que reside há oito anos no conjunto. "Meu filho de 9anos foi assaltado durante o dia por um pivete, que lhe roubou o relógio. Fiz queixa no PM-Bax localizado na entrada do conjun– to mas o policial nem ligou", disse Ose– nilde. Amoradora denunciou, ainda, que os moradores das casas situadas ao la– do do conjunto quebraram os muros de proteção do condomínio a fim de obterem uma via de acesso mais rápida. "Eles abriram passagem na marra. Refizemos o muro, eles tornaram a derrubar e ameaçam quebrar de novo se insistirmos em fechar", informou. Osenilde disse que, com isso, ninguém ·mais tem sossego. "O pessoal apedreja as casas, agride as crianças na rua, ninguém pode sair à noi– te por falta de segurança e os menores não podem sequer andar de bicicleta por– que os pivetes levam os brinquedos". mentl~éaªi:::itili~~de d~'i>~i~~ J:: quela àrea. "Oconjunto está abandonado, com marginais, maconheiros e pivetes agindo durante o dia, impunemente. Os moradores não podem fazer nada porque são ameaçados", completou Osenilde. Miguel Santos Maia, que mora na rua Santa Marta, ao lado do Euclides Figuei– redo, há 16 anos, tem outra versão sobre os muros. 11 Quem derrubou os muros foi a Prefeitura mesmo", contou.Ele, p:,rém, disse que a falta de segurança naquela àrea é um absurdo. "As esquinas servem de boca de fumo e o que há de arromba– mento de casas por aqui é uma calami– dade", contou. Miguel acredita que são pessoas do próprio bairro os autores dos assaltos. "Os policiais prendem os ladrões, mas re– cebem dinhe1ro e os soltam para agirem de novo", informou, dizendo que ºo PM– Box da rua Sintonia, na entrada do con– junto, não adianta nada". Para o mora– dor, "somente as rondas policiais poderiam resolver a situação'. também, que "quando os trabalhadores da Prefei– tura fazem a limpeza das ruas, os moradores pre– cisam lhes fornecer água e comida, pois os funcio– nários passam o dia in– teiro na rua sem nada para se alimentar e só ao final da tarde são apa– nhados pelo carro da PMB". Janete Guedes Leal, moradora da rua Ananindeua, disse que "todo o conjunto precisa de pavimentação". Ela disse também que ''a rua da Mata precisa ser re– feita com urgência por– que a Prefeitura só passa as máquinas superficial– mente, prometendo arru– mar mais tarde". Janete contou que está "cansada de ouvir promessas de candidatos" a respeito do asfaltamento daquela ar– téria : "Em éJ>OCll de e!ei– ção, os candidatos vem até aqui, prometem as– faltar e tudo mais. Quan– do são eleitos, entretanto, esquecem de tudo". Iluminação pública Outra queixa dos moradores do Médici refere-se à iluminação pública. "As lâmpadas passam muito tempo queimadas e ninguém vem trocar", revelou Joa– na D'Arc. Ela informou que "a avenida Santa– rém, às proximidades da rua Cafezal, está há vá– rios meses sem u.ma lâmpada sequer acesa. Naquele trecho fica uma parada de ônibus, onde muitos moradores já fo. ram assaltados". Apesar das muitas solicitações dos moradores, as lâm– padas não foram trocadas. Miguel Sanlos Mala "Plantão nos Bairros" responde Na erução nº 615 do Jornal dos Bairros, o "Plantão nos Bairros" esteve visitando o conjunto habitacional Cidade Nova V, no bairro do Coqueiro, município de Ananindeua. Um dos P,rincipais problemas detectados refere-se à segu– rança publica. Os moradores da Cidade Nova V reclama– ram que a passarela que atravessa a rua SN-19 está toma– da pelo mato, facilitando a ação dos assaltantes que proli– feram no local. No período noturno, segundos os residen– tes no conjunto, os assaltantes escondem-se no matagal e aguardam a passagem das vflimas, geralmente mulhe- res, para não só roubá-los como também agredi-los. O major Roberto da Rocha Kós - chefe interino do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital - disse que vai enviar uma viatura do Patam (Patrulha– mento Tático Metropolitano) para amenizar os problemas da passarela na SN-19, enquanto não ficam prontas as ca– bines de PM-Box que serv,rão ao complexo Cidade Nova. Informou o major Kós que o término das obras está pre– visto para o final de fevereiro, coincidindo com o aumento do efetivo formado pelo Sefap e a volta da rádio-patrulha. No Médlcl li, a talla de llumlnaçõo é um problema que se ar– rasta hõ multo tempo Empresas de ônibus só ganham críticas dos passageiros O transporte coletivo do bairro da Marambaia é [eito pelas empresas Forte - que opera a li– nha Tuvares Bastos - e Belém Lisboa - respon– sável pela linha· Sacramenta-Nazaré. Pa– ra o moradores do con– junto Euclides Figueiredo, o coletivo mais próximo é o da li– nha Tuvares Bastos mas, segundo Miguel Santos Maia, "das 7 às 10 horas não dá para entrar no ônibus, de tão lotado". Osenilde Tâmara Alves também reclamou do ônibus. "Quando fizeram o conjunto, prometeram Joana D'Arc Bana que o ônibus entraria até o portão da rua Sintonia, antiga rua dos Correios, mas isso nunca aconteceu". Osenilde Alves queixou-se que "as paradas de ônibus ficam muito distantes e praticamente só a linha Tuvares Bastos atende todo o bairro, o que é muito pouco". Isso ge– ra muitos transtornos para os moradores, principalmente para as mulheres. ''.A gente tem que se sujeitar a andar num ônibus sempre lotado, pegando aperto de aproveitador", ob– servou Osenilde. Ela reclamou também que "quem quiser pegar o ônibus Sacramenta-Nazaré tem que andar ainda mais". Para Raquel Souza do Nascinnento, o problema, além da lotação excessiva dos ônibus, é o péssimo estado em que se encontram os veículos. "Os ônibus da linha Sacramenta-Nazaré vivem sujos, com as janelas quebradas e, quando chove, entra água até pelo teto do veículo", informou. Raquel disse ainda que "os motoristas não param ao sinal dos passageiros e que os co– bradores são muito mal-educados". Osenilde Alves, que tam– bém criticou a grosseria dos cobradores e condutores, sugere que ''a EMTU ppromova um curso de boas manei– ras" para aqueles profissionais. Médici também reclama Os moradores do Conjunto Médici li também reclama– ram da linha Sacramenta-Nazaré. "Os ônibus estão em pés– simo estado e vivem quebrando na rua. É uma aventura sair de ônibus com os filhos", contou Joana D'Arc Pompeu Barra, que reside há quatro anos no Médici II. Janete Gu– des Leal, moradora do Médici há 12 anos, disse que "os ôni– bus são muito velhos, não têm a menor segurança". Janete pede providências por parte da EMTU no sentido de fisca– lizar melhor aquela linha. ''Quem depende desse ônibus vive chegando atrasado porque os motoristas não param quan– do a gente faz sinal ou os veículos param no meio do cami– nho devido a problemas de manutenção", completou. Iluminação Outra solicitação dos moradores da Cidade Nova V refere-se ao péssimo sistema de iluminação nas ruas da– quele conjunto. Eles solicitaram instalação de h.1!"inárias principalmente na passarela que liga as demais ruas à travessa SN-19 que, por estar completamente às escuras, facilita a ação de assaltantes e agressores. A auxiliar do Departamento de Operações da Centrais Elétricas do Pa– rá (Celpa), Wilda Ribas, disse que, por enquanto, a em– presa ainda enfrenta o problema da falta de material, pro– metido desde ·o início de janeiro, mas até o momento ainda não entregue. O prazo mínimo previsto pela Celpa para a entrega do material em questão é, segundo Wilda Ribas, o dia 5 de fevereiro.

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