O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.568. sexta - feira, 02 de fevereiro de 1990.

Belém, sexta-feira, 2 de fevereiro de 1990 Jornal dos Bairros O LIBERAL 5 Benjamin ~(!.gTé ganha auxílio jovel!J_,_ A Frente Jovem Benjamim Sodré, criada há duas semanas, pretende trabalhar ativamente para trazer benfeitorias para o conjunto habitacional Benjamim Sodré, localizado na rodovia Au– gusto Montenegro. Anova entida– de comunitária possui um crono– grama de trabalho que deverá ser desenvolvido no decorrerdes– te ano. A população do conjunto terá grande participação no de– senvolvimento das atividades, assim como os órgãos públicos municipais, cuja contribuição de– verá relacionar-se à prestação de serviços necessários à área. Asi– tuação de abandono do Benja– mim Sodré, aliada ao abasteci– mento irregular de água, foram alguns dos principais motivos pa– ra o surgimento da Frente Jovem. Segundo Rilkim Tavares Ro– drigues, membro da comissão que dirige a Frente e sindico em exercício, há seis meses o conjun– to está com problemas de falta de água e essa dificuldade tende a aumentar. É somente durante à noite - quando a água vem com maior pressão - que os morado– res conseguem se abastecer. Até há duas semanas, além da falta do liquido, os residentes no Ben– jamim Sodré enfrentavam tam– bém a má qualidade da água, sempre enferrujada. O maio que Invade as passarelas é um dos problemas que a Frente Jovem pretende eliminar Ultimamente a água voltou à sua coloração normal, mas per– duram os períodos de uestio" , que, segundo Rilkim Tavares, não são facilmente explicáveis, uma vez que o abastecimento do conjunto é feito por uma estação própria, administrada pela Co– sanpa. "Só poderia faltar água se faltasse luz elétrica", comentou, informando que vários documen- Equipes da Celpa continuam com "Operação Caça-gatos" Visando solucionar os problemas de desvios no consumo de energia elétrica - os chamados "gatos", responsáveis por muitos prejuízos - a Centrais Elétricas do Pará S/A (Celpa) iniciou, há cerca de dois meses, a operação "caça gato". Para isso, segundo o diretor-interino de Distri– buição da empresa, Liderval Araújo, uma equi– pe de cem técnicos foi devidamente treinada. A eles foram mostrados todos os tipos de fraudes que podem ocorrer e como detectá-las. Ametade dessa equipe já está em ação e a operação está sendo desenvolvida em áreas de ação determina– das pela Celpa. De acordo com Liderval, os téc– nicos estão atuando inicialmente nas áreas co– merciais e residenciais localizadas no centro da cidade. Com a operação implantada, já se tem urna constatação: a maioria dos 11 gatos" foi de• teclada em casas de classe média alta. O "gato", na V/!rdade, é um furto de energia elétrica e, segundo explicou Liderval, pode ser realizado de várias maneiras. Uma delas é ligar um fio elétrico ao cabo distribuidor de energia em um ponto antes do medidor. " Esse é o tipo de gato mais comum'', salientou ele, acrescentando que o mecanismo é bastante utilizado por consu– midores que possuem, por exemplo, aparelhos de ar-condicionado. Para detectar a fraude, dis– se Liderval, basta desligar a rede geral da resi– dência, pois, assim, oaparelho que estiver ligado ao " gato " continuará funcionando normafmente. "Varrer a cidade" Após a confirmação da fraude, o proprietá– rio do imóvel é imediatamente acionado pela Celpa, através de um comunicado pedindo que compareça a seu Departamento Comercial, a fim de tomar ciência da multa que lerá que pa– gar. Como não há como determinar o período de tempo de desvio do consumo de energia, a Celpa estipula a multa tomando por base um desvio de dois anos. Ovalor a ser pago é debitado na próxi– ma conta do consumidor e pode ser parcelado, dependendo de acordo limitado feito com a em– presa. "Se o consumidor não pagar a multa, o fornecimento de energia de sua residência será cortado' ', disse Liderval. Oreligamento só acon– tecerá, após o pagamento do débito. Em caso de imóveis alugados, quando a empresa não tem co– mo determinar o autor do "gato" (se o proprietá– rio ou o inquilino) , o primeiro é acionado, pois a conta está em seu nome. Se ele não for o respon– sável pelo contrato de locação, deverá acionar o inquilino. Mas este é um problema fora da alça– da da Celpa. Segundo disse Liderval, a operação está sen– do desenvolvida em todas as casas da área deter– minada para tal e os técnicos da empresa não têm encontrado resistência por parte dos mora– dores. "As ~soas resistentes, em geral, são aquelas que tem gatos em suas casas" ressal– tou. Ele disse, ainda, que a operação "caça ga– lo" será intensa este ano e se prolongará nos anos vindouros, visando controlar as fraudes ho– je situadas na faixa de 15% do consumo de e~er– !lia da empresa. " Pretendemos varrer a cidade inteira", afirmou. Para Liderval, os constantes aumentos das tarifas de energia elétrica deter– minam o alto número de desvios, bastante acen– tuado atualmente. O lixo obstruiu valas e boa parte das ruas alagou Rliklm Tayares tos já foram enviados à empresa solicitando a imediata resolução do problema, mas até agora ne– nhuma medida foi tomada. Ação judicial Entre as várias propostas da Frente Jovem consta uma atitu– de mais enérgica no sentido de melhorar o abastecimento de água no local. "Pretendemos mo– ver uma ação judicial contra a Cosanpa", afirmou Rilkim. Outro problema apontado pelo síndico foi a destruição da área interna do conjunto por empresas que es– tão erguendo obras de construção civil nas laterais do Benjamim Sodré. "Essas construções com– prometem a manutenção e o meio ambiente do conjunto. Toda a sujeira que foi retirada após os serviços de limpeza do terreno la– teral foi depositada em frente ao centro recreativo, que é o nosso único espaço de lazer", disse Rilkim. Odepósito de lixo naquele lu– gar obstruiu valas e o canal que passa pelo interior do Benjamim Sodré, resultando em inundações que afetaram todo o conjunto e invadiram as residências. Rilkim disse que a via principal está em estado "deplorável", devido ao tráfego de veículos pesados em direção às construções. "Não so– mos contra as construções dos conjuntos habitacionais, mas en– tendemos que as construtoras de– veriam fazer a manutenção das ruas que utilizam", observou. Diante do _problema, a Frente Jo– vem tenciona mover uma ação judicial contra a empresa construtora. Limites Aindefinição de limites entre Belém e Anamndeua é um proble– ma vivido há muito tempo pela população que mora à margem da rodovia Augusto Montenegro. Rilkim disse que é comum os mo– radores receberem carnês de im– postos das duas prefeituras, "em– bora nenhuma mostre serviço no conjunto". "A única que ainda realiza alguma coisa é a Prefeitu– ra Municipal de Ananindeua, que faz a coleta do lixo doméstico", disse. A criação da Frente Jovem Benjamin Sodré obedeceu à ne– cessidade sentida pelos morado– res de serem representados por uma entidade que pudesse reivin– dicar solução para os inúmeros problemas que atingem o conjun– to. Uma das primeiras tarefas a serem executadas é a realização de um levantamento geral da si– tuação em que se encontra o con– junto. Depois disso, a comissão pretende contactar com o prefei– to de Ananindeua, Fernando Cor– rea, para verificar a possibilida– de de conseguír operários que possam executar um serviço emergencial no local, como lim– peza de ruas e esgotos. Também está incluído no programa de trabalho da Frente Jovem a fiscalização severa no centro recreativo, para que so-. mente os moradores freqüentem aquele espaço de lazer.' Outra proposta da entidade é a elimina– ção da taxa de condomínio cobra– da atualmente. No lugar desta se– rá criada uma outra medida eue servirá para a •manutenção do conjunto. Flscallzaçõo severa na centro recreativo é uma das propostas da entldc ;e

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