O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.568. sexta - feira, 02 de fevereiro de 1990.

~---º~- "BERAL DOIS CIJP€f<(l}O . Livro mostra a história do sindicalismo belenense o historiador e mestrandoem museologia João Lúcio Mazzinni estará autografando logo mais, às llh30, na sala de ensa\os d,~ 'l'e!1t~o Margarida Schiwazzappa,oseu livro_ 'A ~stó– ria do Sindicalismo Belenense - a história do ~~~~;~ud~ag;:~~ºJe~;;~f~!:~ ~~~~g, ~~ ano de 1984, na Universidade Federal do P~r~. Nesse trabalho João Lúcio resgata a histo– ria do movimento operário em Belém, o que, para ele, estava escondido na memória ~e ~u– cos, já que "nada se fez em t~rmos de histor~o– grafia dos movimentos sociais de Belém,dai a grande importância do livro". Aabordagem do autor está centrada na Revolução de 30, com a ascensão de Getúlio Vargas e a posterior des- f:~~\~!\::it!~ c~~~:a~~n:, ~~:;:: ~~~;~ pelo mundo. Tutela o movimento sindical anterior aos anos 30 mostrava-se bastante autônomo em relação aos Estado.Apartir da Revolução, oEsi:3do pas_sa a tutelar os sindicatos. Em 1931, é criado oSm– dicato dos Trabalhadores do Livro e dos Jor– nais, dentro da estrutura sindical do estado fascista. Os fatos marcantes desta época tra– zem a diretoria pelega, no entender do autor, encabeçada por Paulo de Oliveira, tendo como secretário opoeta Bruno de Menezes, que logo se afasta da diretoria. Essa diretoria fez sérias restrições ao in- ''Há quem admire nossa fertilidade li– terária.Ela é onosso legítimo orgulho, a melhor arma que possuímos no certame cientifico, nacional e internacional" (Emílio Goeldi, em relatório de 1897, quando era, então, diretor do MPEG). Quase cem anos depois, as palavras do pesQUÍlyldor suíçoEmílio Goeldi ainda de– finem na medida exata o momento atual da Editoração do MPEG, que inicia os !f~~~~S~: ~!tfar~~ptebt~!:~~;~ nQJ& obras e uma r~~iio do álbum "Aves da Amazônia", série para você co– lorir. Além disso, durante a recente visi– ta do Ministro da Ciência e da Tecnologia, Décio Leal de Zagottis, o MPEG promo– veu olançamento de publicações inéditas, de grande importãncia para a pesquisa científica. Ahistória literária da múltipla insti– tuíção paraense começou a ser escrita em 1895, quando Emílio Goeldi lançou duas revistas especializadas em ciência - Bo– letim do Museu Paraense e Memórias do Museu Paraense -, que tornaram conhe– cido e respeitado o nome do MPEG no mundo acadêmico e, hoje, é uma referên– cia aos especialistas sobre os assuntos amazônicos. A série "Memórias..." exis– tiu apenas até 1905 (quando foi lançado o quarto e último número), mas o Boletim gresso de certos elementos no s~dic!ito. AGrá– fica Guajarina, na época a maior divulgado~a de obras populares, princ!palmente dos_cordé1_s nordestinos que aqui se mstalava, foi impedi– da de ser registrada no sindicato; as crianças que distribuíam jornais também o foram e por aí em diante. Aos poúcos, porém esta estrutura foi se rompendo cóm as constantes brigas intern~s, ocasionadas pela_s várias conc~pções que os si~– dicalistas tinham com o movimento. A oposi– ção maior era da dupla f:,a~fitti Barreto B'.asil eJoão Evangelista.Laffitt1 abandonou osmdi– cato,quando da visita do então_ministro do tra– b&lho Lindolfo Collor, ocasião em que o sindiéato fez todas as honras; ''Atitude já espe– rada, uma vez que er_am C?nstantes as ba~ali– dades feitas pela diretoria como orgamzar ~~áfi':,º iia1::á~s, !e~~!Ti~:cf:s~~S~º i~~r~~ atitudes". Em 1935, Laffitti se vê obrigado a sai~ do Pará, perseguido pela Intentona Co~u~is~, mas volta logo depois, a pedido d~s smd1cah- 1 zados e com o perdão de Magalhaes Barata. Mas esta é a hora - já pelo ano de 36 - em que estes fundam um outro sindicato, movltlos p_e– las circunstãncias, que, integrantes da Um~o dos Sindicatos Proletários Belen~~ses, da~ apoio mais tarde à greve dos maritimos, bri– gando por melhores salários. Neste período os jornais param de circular e a pesquisa de João Lúcio encerra. Xerox O trabalho de João Lúcio, a bem da verda– de, não é um livro como se entende. João en– trou em entendimentos na época da organização do TCC, com o sindicato dos grá– ficos, a fim de que eles imprimissem o traba– lho. Não aconteceu. Mas ele não desanimou, tirou várias xerox com a ajuda de amigos, tra– palhou vários envelopes e é desta maneira que MPEG: prova de saudável vitalidade MPEG publica cinco obras do Museu Paraense Emílio Goeldi, com algumas modificações que incluem a sua composição atual em quatro séries (An– tropologia, Zoologia, Botânica e Ciências da Terra), persiste como a principal pu– blicação do instituto e junto com as cole– ções Eduardo Galvão (Antropologia), Adolpho Ducke (Botânica),Emilie Sneth- \ !age (Zoologia) e Karl F. Katzer (Geolo– gia) e as publicações Avulsas (folhetos, guias, catálogos, relatórios e outros) for– mam a diversificada linha editorial de uma institUição que tem muito o que fa– lar sobre seu objeto de estudo: a Amzõ– nia - flora, fauna, terra, rios e sua gente. Obras Entre as pulicações lançadas recen– temente pelo Museu estão: Studies of Mydidae (diptera) IVb. Mydas and Allies in the Americas (Mydinae, Mydini) de au– toria de Joseph Wilcox, Nélson Papavero e Therezinha Pimentel (pesquisador As- sistente do MPEG) - que faz parte da co– leção Emilie Snethelage, trata da reclassificação das espécies de moscas gi– gantes (de até 60 milímetros) que ocor– rem nas Américas, anteriormente colocadas no gênero Mydas,como a tribo Mydini, que abrange dois gêneros, distri– buídos em três grupos de espécies. Adis– tribuição geográfica de muitas espécies se relaciona com o tipo de vegetação da região. Da obra pode-se concluir que al– gumas formas são ameaçadas de extin– ção pela remoção da cobertura florestal. A Coletânea das Publicações do Mu– seu Paraesne Emllio Goeldi 0894-1956) - Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira. Nesta obra, encontram-se indexados os sessenta primeiros anos de editoração científica do MPEG, graças ao trabalho meticuloso das bibliotecárias Ana Maria Oliveira, Francileila Silva e Olímpia Res– que.De seu índice pode-se começar a co– nhecer a história desta Instituíção,em sua omovimtnlo sindir,,I tSlava tse0ndido na mtm6ria dtpouws ele vai lançar seu trabalho e dedicar ao filho João Mateus, de três anos. João Lúcio já publicou artigo no jornal O LIBERAL, em parceria com Fábio Castro, in– titulado ''A imprensa operária", datado de 87, que também foi publicado no Resistência. Den– tro em breve estará concluindo seu mestrado, pelo Instituto de Museologia de São Paulo, cu- jo tema é "O positivismo enquanto forma de or- ~ ganização do conhecimento e a estrutura do · conhecimento do museu paraense". trajetória e de seu conteúdo inferir a quantidade e qualidade de sua produção científica nesses anos. Mas dois álbuns - Para você colorir - Série Infantil do Museu Goeldi estão à disposição do público - com textos da as– sistente de Pesquisa Maria Luiza Marce– liano e desenhos de Antônio Carlos Martins, e o volume 4, Brinquedos Indi– genas na AmAzônia, texto de Graça San– tai;ia (técnicii em Museologia) e ilustr~ções de ~ilda Vas~o e Guilhe~: de Colorir é a maneira pela qual oMPEG procura não apenas repassar conheci– mentos, mas sobretudo conscientizar crianças e jovens acerca da realidade da região e de seus primeiros habitantes, levando-os a respeitar e a valorizar a cul– tura indígena sobre a qual muito se deve .e se tem de aprender. Biologia e Ecologia Humana na AmAzônia: Avaliação e Per,spectivas - organizada por Walter Alves Neves, traz as contribuíções apresentadas no seminá– rio do mesmo nome, organizado pelo MPEG em 1987. Olivro já recebeu comen– tários elogiosos do professor José Reis (o r~~r~~t1~i~~J!;;iJ~egi~~~i!;daB~~ lha de São Paulo, e está dividido em nove capítulos, que abordam os aspectos bio– lógicos das populações humanas, à ade– quação meio-homem, análise da adaptação homem-meio, perspectivas dos estudos de biologia e ecologia dos prima– tas não-humanos e oensino da antropolo– gia biológica na Amazônia. O livro faz parte da coleção Eduardo Galvão. Talento e Atitude: Estudos Biográfi– cos do Museu Emllio Goeldi, I - obra lan– çada dentro da Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira, de autoria do pesqui– sador Oswaldo Cunha,que há vários anos vem se empenhando na investigação e no resgate de doze décadas de atuação da instituição paraense. Este primeiro volu– me traz as biografias de 14 personagens que contribuíram para a construção do MPEG e à ciência na região. A partir de um contrato de consignação assinado no ano passado, oMuseu em 90 passará a ter seus livros vendidos nas seguintes livra– rias da cidade: Jinkings, Nossa Livraria _de Belém, Marajó e Aeroporto. Política de tombamento em discussão A Secretaria da Cultura do Pará, através t~~fi~eréuo/t:~~~D~h:~t~n;~~~v1!s~:t~~ uma reunião com várias entidades ligadas à preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade, com oobjetivo de discutir a atual le– gislação eefetuar um mapa de tombamento pa– ra os prédios históricos da cidade. Entre as entidades convidadas participaram a Secreta– ria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio– nal (Sphan), a Secretaria de Urbanismo da Prefeitura de Belém (Seurb) e a Sociedade de Preservação do Meio Ambiente, entre outras. Presidida pelo Secretário de Cultura do Es– tado, João de Jesus Paes Loureiro, na reunião foram discutidos vários artigos da Constituição Estadual que se referem ao tombamento de prédios históricos da cidade. De acordo com Paes Loureiro, a política de tombamento não poderá ser eficaz se não fôr compatível com a área municipal,estadual e federal, incluindo a participação de associações ligadas à preser– vação e da sociedade civil como um todo que está diretamente envolvida com a questão. Segundo Pi es Loureiro, há também outras ~ormas ~e se presevar o patrimônio, como os mventár1os e os recursos da lei de uso do solo que é fundamental para o acervo histórico'. quantoª<! mape~mento dos prédios, osecretá– rio admitiu que Já existem alguns estudos fei– tos. Entretanto, só a partir dos resultados obtidos junto as entidades envolvidas, é que se- AstnlidadtS ligadasd prrsmaçllo do palrimOnio históricot cultural com o stertlório dt Cultura Jo,lodt Jtsu.s PatS l.Dumro

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