O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.568. sexta - feira, 02 de fevereiro de 1990.

O LIBERAL POLÍTICA 17 Belém, sexta-feira. 2 de fevereiro de 1990 Hélio desconfia de convênios da Previdência Seº ministro da do d~~ir~e~i;~·~ta também_ª.? j?r- ~To111es de novas escolas ho111enageia111 Previdência quer na! do ministro da Prev1denc1a, 1 ~ l continuar . ~~~~ºr~~~~á~Eflovel~n~e~ju~t~~~~ • 1 a ( d d ,distribuindo verbas, dtz passagens _de õn~us pai:a NC_z$ 7iiup1assu e - mes ra O governa or . o governador, que o 3,60, a partir de hoJe, G~eir~s d1s- ..L 1 faça median_te convênios :::!i~;~e~ t:i~i:t:riA~~°ãso~W~f~ assinados dtrl;tamente ueriam NCz$ 5,00, e menos_do que com as prefeituras, dei é impossível porque eu nao con- sem a inter'!1ediação cjo :~~ ~~;n:sçfnºctj~~:~~~~d~fa~~~ Estado. Hélw desconfta dos mas eu não quero nem saber. mesmo é que o Pa~a os táxis e para qualquer <?u- dinheiro que o ministro tra ':º(~am vai ser o índice da m- distribui não chegará flaçao · aos destinatários. emp~is~~ºJeªg~fb~!~~~~~~!:e~ O governador HéHo Gueiros disse ontem, após inaugu– rar duas escolas de primei– ro grau que suas declarações n_o seu programa "Conve~a com He– Ho Gueiros", às 7 h:.1 w_zendo_que o ministro da Prevjdenc1a Social de– veria fazer convênios dire~mente com as Prefeituras, sem a interme– diação do Estado, fora~_ma_is uma reação ao título da noticia divulga- ~~ e;: ::a,o~n~~~fcli~i~ s~~~r; repassado NCz$ 56 milhões ao_g~– verno do Estado, quando a noticia. dizia o contrário. ''Eu disse que é engraçado. Pa– ra Prefeitura de Marabá, o minis– tro repassou NCz$ 90 milhões diretamente. Por que então não re– passa da mesma forma p~a as ou– tras Prefeituras? Dá direto, por que não dá direto para Capitão.Po– ço se o Estado não tem capac1da– dé de fazer projeto - quem tem é Xiriteteua'. O que eu fico desconfia– do é porque este dinheiro não vai :~~ 1~ G~vct;;~ d~~~J~iirr! não haver dúvida, me tira o Esta- ~i/~~~11~:r1i~~~~iii:x1or~: ~~ifus~~~~:·aft~~i~r~a~ct!;ºre1i rar os expressos, ficando só os co– muns, inclusive para Marituba. Ele explicou que está queren– do passar toda a €jUestão do trans– porte coletivo para a Prefeitura de Belém, mas não o fez ainda porque o prefeito Sahid Xerfan ainda não está em condiçõs de asumir o pro– blema. "Não quero estabelecer o caos, não sou irresponsável, mas na hora que o Xerfan, que já criou a Secretaria de Transportes, disser que está pronto, passo tudo para ele no mesmo rua". 1 Devido a presença de Xerfan nas inaugurações, perguntou-se a Gueiros se aquilo era inicio de uma campanha sem candidato à suces~– sãc estadual, ao que ele respondeu fe~~~:i!r~;ipv:ef!lt~~?~~e ~:::~o<;:i,: ~i~1c~1~r!jt;, gi!n1J1oeé~o~it3!c1!. As escolas são do interesse do _m.~- r;~f~~ ~ec:~~t~•íd~b~~fo ªl~~~~ do Estado". , 1 1 Escolas em nives iguais! O prefeito de Belém, Sahid Xerfan, nios começar o ano letivo corri oito , prometeu, ontem, nivelar as escolas esc?las e at~ o final do ano s_erão'cons- municipais às estaduais, na medida em trwdas mais 18, entre Belem ~ Ana- ,t ~j~~~; J~~;~f~e~q=3;~ ~ 0 ~s~ ru nd ;~~~n fez questão de fris~r que _. sar a concorrer com a rede privada. suas conversas com Gueiros têm sido, D~e que e~te ano o municípi<? vai ad- fundamentalmente, voltadas aos pro- " ~trar 01to_novas escolas, ~mco das blemas administra~ivos, embo~a sur- :;• :d~~~~o:~~!l:;~~i!::a e as i;~:2ujs~r~ci~t ~~~~e:~~~~~~~~~c;~ Ele expH<;ou que esta in_tegração prefeito, que conversam semp~ con- na educa~o Já está se manifes~n~o versem sobre poHtica e sobre suces- desde opnmell'Omomento de adminis- são" disse. , tração. "Estamos revertendo um qua- b prefeíto disse gue não está cre- dro que era desastroso, pelo fato de denciado pela Cohgação Popular Belém só ter 37 escolas. Mas este an<?, (PTB-PFL-PDS) para negociaGcandi- o_govei:_no do Estado e ogoverno muni- daturas, porque a questão partidária c1pa] vao dar uma grande resposta. Va- ainda não foi colocada. i -Trata-se de uin relacionamen– to sério e res~itoso,além de profun– do qµanto aos mteresses nacionais _ declarou Itamar. tico ~~~ê~=~~ ;~:i:~f°~: berao ~ce-presidenteeleito, masque na prática está sendo desempenhada pelos senadores Carlos Chiarelli e Afonso Camargo e pelo futuro minis– tro da Justiça,Bernardo Cabral Ita- ~:~qJi~~nco afirmou que 'está - Não me si~to inibido pela ação destes_ companherros - garantiuele, anunciando que dentro de mais al- fü~ ~~sc~~;~~!_seu gabinete po- Os nomes dados às duas escolas de 1 º grau inauguradas ontem, pelo governador Hélio Gueiros, foram escolhidos por razões se1ü1- mentais embora cima de ludo esleJa o ménlo de cada' um. O professor Amílcar Tupiassu, além de amigo do governador foi secretário de Planejamento no aluai governo, lendo dese,:n– penhado difíceis missões que lhe foram confia– das por Gueiros. Aprofessora Palmira de Car– valho, presbiteriana, foi a primeira professora do governador e muito amiga da familia Gueiros. Ao prestar sua homenagem a Palmira de Carvalho, Gueiros disse que estava infringindo uma lei, que proíbe que se dê nome de pessoas ainda vivas a prédios e logradouros públicos. Mas o fazia na certeza de que era a primeira vez que estava infringindo a ~ l lei porque a ho– menageada foi uma das mais eflc1enles servi– doras do Estado na área de educação. "Eu fui ·aluno do Grupo Escolar do Rio Branco, estu– dando com ela, que foi depois para oGrupo Vi– lhena Alves e eu fui comela,só voltando ao Ba– rão do Rio Branco quando ela voltou", recor– dou Gueiros,que era um menino muito chorão, segundo contou a própria professora Palmira a seus familiares. Ogovernador admitiu que se sentia prote– gido pela professora, a ponto de ser escolhido, de vez em quando, orador oficial da turma. Mas numa dessas vezes, para homenagear o in– terventor federal Joaquim Cardoso de Maga– lhães Barata, no Teatro da Paz,oentão menino Hélio Gueiros não conseguiu decorar odiscurso que seu pai escrevera e teve que ler o texto, o que não era mui\o usual na época. J?e _"impro– viso" só conseguiu dizer: "Excelenllss11110 ma; jor Joaquim Cardoso de Magalhães Barata, ln– Cli-To interventor federal do Estado". Naquele tempo, Gueiros disse que as crian– ças do curso primário estudavam até um pouco · de francês. E quando ele foi ao Japão e visitou uma escola pública,constatou que ométodo ja– ponês de ensino, exceto a informática, é igual– zinho ao que se praticava antes no Pará. "O que houve no Brasil foi uma decadência do en– sino, foi uma degradação, pois ensino no Japão, considerado um dos melhores do mundo, era o ensino que tive no Grupo Barão do Rio Branco. Então, acho que se houvesse determinação po– lítica seria fácil restaurar qualidade do ensino no Pará e no Brasil. Não é fazer coisa nova, é Xerfan: escolas públicas devem ser tão boas quanto as particulares. voltar ao que era, adequado a era da intormáli– ca, que nós, no nosso governo, graç~s a profes– .sora Therezinha Gueiros, estamos implantan– do para o aluno da escola pública". da p~!f:s~~~ ~;::~~• ~~eJ:r 1:!1~~l~~is:~~~ muitos homens importantes, que hoje estão servindo ao Estado, como o senador Jarbas Passarinho,odeputado federal Manoel Ribeiro e o secretário municipal de Educação, Jussiê Gonçalves, além do próximo go_vernador. Gueiros recomendou que seia colocado nas duas escolas um retrato dos homenageados, juntamente com uma pequena biografia, para que os alunos se sintam orgulhosos dos dois professores, cujos nomes foram dados aos estabelecimentos. Ahomenagem a Amílcar Tupiassu foi ini-· ciada pela secretária de Educação,Therezínha Gueiros, que enfatizou o brilho intelectual do professor, sua inquietação diante da vida, seu aguçado espírito crítico e sua enorme disposi– ção para viajar por lodo opais, resolvendo pro– blemas do Estado. Lembrou que a última-con– versa que teve com Tupiassu foi acerca da Uni– versidade Estadual, que ela não queria mais um elefante branco ou mais uma fábrica de di– ploma,mas sim um local gerador de debate, de discussão libertária, enfim, uma nova proposta que viesse ao encontro do inler,esse da população. Mesmo assim, Gueiros não regaleou pala– vras elogiosas a Tupiassu, cujos familiares es– tavam presentes. Disse que ele era um homem crítico, dinâmico e que honrava oPará nas pre– leções que fazia fora do E'stado. "Era uma tranqüilidade para mim, inclusive nas relações com todas essas entidades nacionais, nunca me fez vergonha". Gueiros afirmou que não teve condições de falar no dia que Amílcar Tupiassu morreu,por– que estava "liquidado", emocíonalmenle. E lembrou que o seu ex-secretário era um ho– mem tão honrado, que apesar de lidar com or– çamento de milhões de cruzados e milhões de dólares, morreu sem sequer regularizar a si– tuação da modesta casa em que vivia com a mulher, Ivone, e seus três filhos. "Foi uma bênção para oPará, foi uma bên– ção para o meu governo, a presença de Amíl– car Alves Tupiassu, que deve ter-se sacrificado nesta atividade intensa e dinâmica, um homem que honrou a sua passagem na terra,dignificou sua missão de mestre. Era um homem público austero, virtuoso e honrado, de mãos limpas" concluiu. Co~promisso com a escola pública Ogovernador HélioGueiros apresentou mais uma razão para não aceitar que seu sucessor, a partir do próximo ano, tenha um perfil muito di– ferente do seu: o compromisso em resgatar ·o prestígio e a eficiência da escola ,pública. Guei– ros tem repelido que oseu sucessor deve ter aus– teridade, honradez, densidade eleitoral e apego às tradições paraenses. Mas,ontem, ao inaugu– rar mais duas grandes e bonitas escolas, ele t?;;i~ui:::tl~ir:ie~eta:x;r;:-~ ~:~i~~ que vai apoiar no processo sucessório. "Eu sou fruto do ensino na escola pública, que veio sendo dilapidada nos últimos anos e, agora, está na hora de resgatar o seu prestígio e a sua eficiêncía", disse ogovernador, acrescen– tando que uma das suas preocupações com re– lação ao futuro governador é justamente esta. "Para mim, seria doloroso, cruel, que tudo o quanto a gente está preparando com tanto tra– balho, com tanta dedicação, tanto amor, possa serdesmantelado, escangalhando com uma má escolha da minha sucessão. Esta é a preocupa– ção fundamental do nosso governo e da minha expectativa quanto à sucessão". Gueiros quer que as coisas boas do seu go– verno tenham continuidade. Ele cita a educação como uma das coisas boas que estão sendo fei– tas,a começar pela ampliação da rede física,au– mentando em 17% o número de vagas. Mas também a Secretaria de Educação vem desen– volvendo um programa pedagógicocapaz de su– peraroestrangulamentono ensino fundamental, além de oferecer melhores condições salariais aos professores, técnicos e diretores. Asecretária de Educação,Therezinha Guei– ros. mulherdo governador, lembrouque em mea- dos deste ano será entregueo Instituto Superior de Educação,ondeos professores do pré-escolar e do'l? grau poderão cursar o 3? grau, devida– mente dispensados da sala de aula, mas com o compromisso de, após concluir a graduação, tra– balhar quatro anos para o Estado. "Isso não deixa muitas placas,monumentos, muita marca, mas é um trabalho com muita se– riedade e faço votos que o meu sucessor cuide com omesmocarinhoe dedicação da Educação, cmno o.rlosso g11verno está fazi:ndo',eiúalitÓu o governador, que não quis, mais uma vez, fixar– se em nomes e nem excluir ninguém do proces– sosucessório por causa dos critérios que impõe para apoiar um candidato. ''.Agente lem que fa– zer uma seleção, ver primeiro oelenco dos can– didatáveis, dos governamentáveis, para se ter uma idéia de quem é mais adaptável,mais afei– çoável àquele processo que nós estamos ~ratan– do. i:; um problema para a gente verificar na hora, mas espero que haja muitas opções boas para a minha sucessão.Peço a Deus,que ele nos ilumine, nos esclareça e nos inspire, para lermos boas opções na minha sucessão", acrescentou. NCz$ 3.757.672,00 vão estudar 700 crianças, nú– mero idênticoque será abrigado na outra unida– de. As duas escolas, construídas dentro dos padrões definidos pela Secretaria de Educação, com forte influência da arquitetura Amazônica. Gueiros estava acompanhado de todos os !\eUS se– cretários,vários deputados e assessores.Mas se recebeu muitos agradecimentos das famílias dos homenageados e das comunidades beneficiadas diretamente pelas obras,perdeu nodiscurso para sua mulher cl Sec!letária de Edµc:4 ue por ter maior intimidade com os problemas da edu– cação, empolgou as platéias com seus pronun- ciamentos. - Gueiros fez estas declarações após inaugu– rar as escolas de 1?grau Professor AmílcarTu– piassú, na av. Fernando Guilhon (antiga rua Conceição), no bairroda Cremação, e a "Profes– sora Palmira de Carvalho", na rua dos Mundu– rucus, entre as travessas de Breves e Monte Alegre, no Jurunas.Ele estava muilo emociona– do,porestar prestando uma homenagem ao seu amigo eex-secretário do Planejamento,que mor– reu recentemente, e à sua pi:imeira professora, no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, e que ainda está viva, com 87 anos. Ela disse que nãoaceita mais odiscurso de que os professoresda rede estadual de ensino não trabalham porque ganham mal, e lembrou que nos países onde houve uma revolução se traba– lha até de graça e com muita eficiência. "Não quero que trabalhem de graça,até porque esta– mos fazendo o possível para melhorar os salá– rios dos trabalhadores na Educação, mas também não vamos disfarçar as questões.Vamos cobrar responsabilidade de todos, porque é só através de uma boa educação que se atinge a ci– dadania". Asecretária pediu que as comunidades e os alunos beneficiados protejam as escolas dos vân– dalos, que costumam destruir o patrimônio pú– blico e lembrou que a preservação dos prédios não deve ser feita pela polícia, mas pela convic– ção de todos de que os prédios públicos são pa– trimônio de todos. Na Escola Amílcar Tupiassú, que custou O prefeito de Belém, Sahid Xerfan, compa– receu às duas inaugurações, como convidado do governador. As duas escolas serão mesmo admi– nistradas pelo Estado. Brasllia (AJB) - O presi– dente José Sarney não quer receber pensão vitalícia de- i1~~~~~ ~e~~ª:gi/: 1 t~~~~ que se tratasse do assunto du– rante seu governo. Segundo o coi:is~ltor-geral da República, Clov1s Ferro Costa, que foi a Sarney levando a consulta do Gabine_tE: Militar - órgao que superv1S1ona o pagamento de vencimentos aos ex– presidentes Ernesto Geisel e João.Batista Figueiredo -, "o r;!s;foer~!~::te~eiii~~~ te:: ta questão", preocupado com o fato de vir a ser taxado de oportunista pela opinião pública. - Eu não quero tratar disto - disse secamente Sarney. Como o consultor insistis– se, alegando que "era matéria jurídica que merecia um pare– cer", o presidente mandou que ele desse um fecho eficaz ao tema. "A crise toda aconteceu P<?~q~e hol!v~ a publicação no D!ari~ O_f1c1al de segunda– f1:1ra, a mmha revelia e do pre– sidente, do parecer a respeito do assunto", contou Ferro Cos– ta, que remeteu a solução da questão ao Tribunal de Contas da União. Agora, é o TCU quem deverá decidir, após o recesso, se Sarney tem direi- to à pensão vitalícia corres– pondente ao salário de ministro do Supremo Tribunal Federal e hoje se encontra em torno de NCz$ 100 mil. Ferro Costa, entretanto, opinou pelo pagamento da pensão a Sarney. Os venci– mentos eram previstos pela legislação passada, inas fo– ram abolidos na nova Consti– tuição. O consultor geral entende que, como o presiden– te foi escolhido e na vigência da antiga Constituição, ele tem direito a vencimentos vi– talícios, de acordo com o arti– go 184. Só os presidentes eleitos sob os efeitos da Cons– tituição de 1988, como é o ca– so de Fernando Collor de Mello e sucessores, não ga– nharão nada dos cofres públi– cos, uma vez terminado o mandato. A Presidência da Repúbli– ca divulgou nota oficial expli– cando que a consulta feita a Ferro Costa, a partir de pedi– do do chefedo Departamento de Pessoal do Palácio, 'queria saber sobre a legalidade do pagamento aos ex– presidentes. Em nenhuma hi– pótese esteve em considera– ção o presidente Sarney, uma vez que ele não é ex-presidente e, sim, o presidente da Repú– blica", concluiu a nota.

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