O Liberal: jornal da amazônia. Edição n° 22.567. Quinta - feira, 01 de fevereiro de 1990.

-------------==--=-:~~--7 l,º de fevereiro de 1990 g IS O QUINTA-FEIRA 1) poeta paraense J • estar6 lançand ºªº de Castro O 'j.ERI' AIDS em Co O seu novo livro das 17 horas rde/, _ho;e, a partir Recife (PEJ. A ' 0 b;aLtaria Livro, · com O apoio d º' publicada r'f) nr- 0(1)"0 . . Preservação d Ra Sociedade de ~~ . f /C,-f ,: . . .· • atr;v;su~:~:o1ªo~m~:~~: ~~~~~t -====-=~~~~_:_-~~=======~------------------------------- og,sta Camilo Viana.' Berllm Oriental participa da Iniciativa depois de quase 30 anos Duas Alemanhas no Festival º ~ü~~~::cri:l:fee d;~ ma de Berlim poderá ser assisti– do dos dois lados do muro. O festival será realizado de 9a 20 ~e ~:s~~á :pr~~i~ro~: ~:s ~t , nemas de Berlim Orienta!. Espera-se também ocompareci– mento de atores e diretores nas sessões em ambos os lados do 'muro. Não será novidade, no en– tanto, a aprese?tação de f~es ocidentais em cmemas de Berlim Oriental. Isso já vem acontecen– do há alguns anos, com a apre– sentação de filmes americanos e de outros países na capital da i\lemanha Oriental. Ofamos_o cine ''Kosmos': exi– be 'atualmente "Platoon", de Oli– ver Stone, um dos maiores 6ucessos comerciais do cinema americano.Ironicamente, de um lado, se encontram vietnamitas pelas ruas de Berlim Oriental e, do outi:o, soldados americanos em Berlim Ocidental,onde ainda estão presentes tropas de ocupa– ção. Além do cine Kosmos, onde serão realizadas as principais projeções do lado oriental,outros •cinemas como o ''Astra" exibem "Oúltimo Imperador", um gran– de sucesso de Hollywood e o fil– me ''Era Uma Vez na América" que está em cartaz no _cine 1/T, Os cinemas de Berlim Orien– tal não deixam nada a desejar aos cinemas das pequenas cida– des brasileiras. São velhos, com móveis antiquados,e parecem es– tacionados no tempo. Ao contrá– rio do que acontece no Ocidente, eles não projetam come.reiais ª!1- tes das sessões. Aprópna seleçao de filmes, que antes provinha da própria Alemanha Oriental, está agora bastante diversüicada.Se– gundo Peter Schumann, um dos organizadores do Festival de Ber– lim, esta diversificação ajudou a superar a falta de espectadores, nos últimos anos. Um dos grandes méritos do festival deste ano foi incluir fil– mes que foram censurados no pe– ríodo de 1965/66. Apesar de toda essa abertura, dez dos 60 filmes que serão apresentados no ''Fo– rum Internacional de Cinema Jo– vem", uma das seções do Festival, foram censurados. E não foram mais, segundo Schu- ha~~f3~~}~á~:~:: Educação artística hoje Esteve recentemente em Be– lém ~ra participar da banca examinadora de um concurso pú– blico promovido pela FAES (Fa– culdade de Educação do Pará), o professorReynúncio Napoleão de Lima, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista <Unesp). Reynúncio é professor da disciplina ''Formas de Expres– são nas Artes Cênicas" na Unesp, além de ser doutorado pela USP. O_concurso realizado há poucos dias na FAES, órgão da FEP (Fundação Educacional do Pa– rá), foi para professor de Expres– são Corporal, e já está na fase final de avaliação por parte dos professores examinadores. Na opinião de Reynúncio, o ensino de Educaçãó Artística, que engloba todo o campo artís- }~d~~~~~,~~r~~~i~~à~ad! ~i~ção, evolução e educação do _mdivlduo. AEducação Artística, -segundo Reynúncio,ajuda o indi– ó víduo a buscar a sua identidade ·:'~~~n~8:-~!!32i~t~:~~·tu~ ral tipicamente brasileira. Seminário .em g~ra~ :~~:vf~s:od~~e~~~ ;,,~~:~J:~1º It:~fJ:J~\C!Pcn!~ ~~~0-~~~r~:~!.. ~ª~~~~~ _ que foi apresentada uma mostra de filmes Latino-Americanos, o professor Reynúncio apresentou o trabalho denominado,"O Filme como Estímulo ao Jogo Dramá– tico", que, segundo ele, reflete a sua prática dentro da sala de au– la utilizando filmes brasileiros para estimular os alunos a refle– tir sobre a realidade latino– americana. paíto~~if~s:~; ~~t~~1fc~~ hospedado na Escola Internacio– nal de Cinema e Televisão, de San Antônio de Los Baos, chamada de Escola dos Três Mundos, por re– ceber alunos da Amér ica Latina, Asia e Africa. Essa escola é sub– vencionada pela Fundação do No– vo Cinema Latino Americano, que tem como presidenteoescri– tor Gabriel Garcia Marquez. Es– sa entidade, segundo Reynúncio, visa a formação técnica, huma– nista e ideológica do "teleci– neasta". Cuba Como resultado dessa expe– riência, Reynúncio pôde fazer uma avaliação do que vem se de– senvolvendo em termos de educa– ção artística naquele país e oque ainda falta aprimorar,em termos de Brasil. A instauração da Lei 5692/71,que estabelecia noseu §7~ a obrigatoriedade da disciplina Educação Artística no ensino de segundo grau, representou, na opinião de Reynúncio, um grande foram proibidos.Agora, de~is de 25 anos depois da interdição, é que esses filmes estão sendo acabados Fes~v!i~~~~~ru~.~ i:~t~d~ !~ tercâmbio cultural entre os dois países, o que parecia quase im– possível há alguns meses atrás. Isso não é motivo de alegria só para os cineastas, mas principal– mente para a população dE: B~r– lim Oriental (cerca de 1,2 milhoes de habitantes, contra aproxima– damente um milhão do lado oci– dental).Após a abertura do muro, houve uma verdadeira invasão de Alemãs-orientais na parte oci– dental da cidade. Não só para fa– zer compras mas também par/l freqüentar cinemas, concertos, shows etc. Até hoje, as lojas e os ''fast-foods" ficam lotados nos fins-<le-semanas, bem como os ci– nemas, onde há filas de jovens querendo assistir aos filmes. Afüferença cambial entre as duas Alemanhas torna proibitivo para os Alemãs-orientais os pre– ços praticados em Berlim Oci– dental. A relação entre as duas moedas, que antes era mantida artificialmente em 1:1, hoje che– ga a 7:1 ( há cambistas em qual– quer rua importante dos dois ~~d;rt~~~)~f:;~~i~des~~~ tos aos habitantes do outro lado do muro. Assim, os Alemãs– orientais pagam somente a meta– de do praço nos cinemas de Be– lim Ocidental ( DM 5 contra o preço normal DM 10). Atualmen– te, a atração para os ''visitantes" são os cines "Pornõs", que não existem do outro lado. Segundo Schumann, da orga– nização da "Berlinale", como o avanço em termos de Legislação. ''Este foi um primeiro passo.En– tretanto, na sua execução, a dis– ciplina não evoluiu muito. Hoje, uma nova geração de professores deseja aprimorar o ensino de Educação Artística. Em Cuba, não há Legislação que obrigue o ensino dessa disciplina,entretan– to, existe uma consciência críti– ca que revisa o conceito e a importância da sua existência", afirmou. A vantagem de Cuba em re– lação ao Bra.sil,continuou, "é que os educadores cubanos cumpri– ram os seus obejtivos . Todos em Cuba, crianças, adolescentes e adultos têm escola garantida. Não há anallabetismo nem misé– ria.Entetanto, há insatisfações,o povo aspira por progresso e mu– danças.Através de ''Las Casas de º Festival Internacional de Cinema de Berlim tem cinco seções dife– rentes.Amais tradicional é a "Competição.Oficial", que apresentará 26 film1:5 e P:e– miará os melhores, mclum- do o melhor diretor e me– lhor ator principal. O júri deste ano ainda não foi di- vulgado. . O "Fórum Internacio– nal de Cinema Jovem", cria– do em 1971, é uma seção dedicada a promover filmes inovadores tanto pela temá– tica quanto pela linguagem cinematográfica apresenta– das. Desde a sua criação, tem dado uma atenção es– pecial aos filmes do Tercei– ro Mundo e do Leste Eu– ropeu.Este ano, para come– morar os 40 anos do Festi– val, está sendo 01:ganizada uma mostra dos filmes que r::;:i:e~rati!:Pa~al ao Essa comemoração apresentará também filmes de cineastas que renovaram o cinema nos anos 60~ 70, como Alain 1ànner, da Suí– ça, Nagisa Oshima, do Ja– pão, Jean-Luc_ Godard, da França e Remer Werner Fassbinder, da Alemanha. A Fundação Cinemateca Alemã, uma das organiza– doras da mostra, está pre– parando uma retrospectiva especial que tem como te– ma "O Ano de 1945", que marca o fim da Segunda Guerra Mundial. A retros– pectiva inclui filmes realza– dos na Europa, Japão e Estados Unidos. Paralelamente ao Fes– tival, será apresentado o "Vfdeofest 90", uma mostra de vídeo que apresentará este ano cerca de 150 mil trabalhos de·todo o mundo, incluindo alguns realizados por brasileiros. Além disso, será apresentado o "Festi– val de Filmes Infantis",com obras de diversos países e com premiaçãopor júri que inclui crianças. Esta será a 13~ vez que esse Festival de Filmes Infantis é realizado em Berlim. Festival é conhecido no Brasil, a expectativa é para um público Tsai;~d~a1~: ~~ ~og~~nJ%~ em Berlim Oriental comportam juntas cerca de 2 mil pessoas. Ano passado,somente as salas de Berlim Ocidental receberam cer– ca de 150 mil espectadores. Outro fato importante é que os Alemães Orientais poderão assistir ao Fes– tival do lado Ocidental, bastando ~a~ap~:in~~~~s~~~~u~~~~~~~~: lário. O inverso também é possível, mas menos provável. Em Berlim Oriental os locais de exibição são relativamente dis– tantes, além da locomoção não ser tão fácil quanto do lado Oci– dental. Reyn6nclo Lima n■ FEP Cultura de La Comunidad", que direciona todo os trabalhos, são realizadas oficinas de artes plás– ticas, cênicas e clássicas em to– dos os bairros e surbúrbios de Havana. Contudo,oensino médio e regular,comparado ao brasilei– ro,é fraco,dentro do ponto de vis– ta das 'concepções de educação'. Mas do ponto de vista material, certamente eles são melhores", analisou. Em termos de Educação Ar– tística no Pará, diz o professor Reynúncio, a Fundação está fa– zendo um grande esforço para acompanhar o que está aconte– cendo a nível de Brasil. Contudo, ressalta, "é necessário que se va– lorizeos artistas pláticos,cênicos e músicos locais, pois são eles que d:~r~!uz:; ªa;~~;,~~~à·o! 1 ~eks universidades, ainda que não te– nham títulos formais. Teria-se apenas que estudar a forma des– sa participação". Para Lia Braga Vieira, coor– denadora da FAES, o apoio do professor Reynúncio é muito im– portante no sentido de que se pos– sa ter em 1991 o curso de "Habilitação em Artes Cênicas" na FAES, já que o próprio Rey– núncio tem uma proposta nesse sentido tramitando nas universi– .dades paulistas. Em Belém, o curso de Educação Artística fun– ciona há dois anos somente e to– das essas inovações certamente ainda ocorrerão. Carlos Eduardo Novaes Omensageiro das superpotências Nosso futuro presidente está em Moscou. Digo-o sem muita certeza: escrevo com antecedência e sei que nada impede de Mello, im– paciente como ele só,de ter– se i,rrltado com a confusão· do aeroporto de Tóquio e viajado à capital soviética num trem da Transi– beriana. De Mello leva uma car– ta do presidente Bush para opresidente Gorbachev, ra– zão pela qual os jornalistas europeus estão chamando-o de "o mensageiro das super– potências". A carta foi-lhe entregue durante um jantar na Casa Branca e para a as– sanhada imprensa tupini– quim revela a confiança de Bush no nosso presidente eleito. Para os mais realis– tas, no entanto, o governo ~f;~~mp~j;:~a il~eco~; das despesas públicas,está somente economizando selo. Seja como for, há uma curiosidade nacional em torno da carta, qual será o seu teor? Analistas interna- ~~si8~~táe~fe~~~~~do si~: exércitos que estiveram no Panamá para Gorby acabar com os conflitos no Azerbai– jão. Críticos do nosso presi– dente por sua vez, afirmam que se trata apenas de uma carta apresentação. "Meu caro Gorby, sirvo-me desta i!~~a~do 'êfoíi~;nJ:\leJ~; carteira de identidade n 9 899056, CPF 277789559/78, que recentemente foi eleito presidente do Brasil (Brasil você sabe onde fica? ). Trata-se de um bom rapaz, jovem, batalhador, boa fa– mília, que nos causou uma excelente impressão. Gosta– ria que você o recebesse com muita atenção e oaten– desse naquilo que for possí– vel. Aproveito o portador, para lhe enviar um abraço forte com os países capita– listas, do seu Bush. Bárba– ra esta mandando um beijo para Nubla". Posso assegurar, porém que a carta não e de apre– sentação (isso é intriga dos opositores), sei por fontes bem informadas (o garçon da Casa Branca e casado com uma brasileira, prima de minha ex-mulher) que de Mello não pediu nada a Bush, além de um trata– mento melhor para nossa divida externa. Foi Bush quem tomou a iniciativa de entregar a carta a de Mel– lo. Quase ao final do jantar quando os dois casais já es– tavam sem assunto Bush in– gadou, de Mello se, na sua viagem, passaria por Mos– cou. Diante da resposta afirmativa, Bush levantou- ~~rn~º~a~bf~v:!0~:d!~~ perguntou: - Será que você pode– ria mandar entregar -ao Gorbachev? - Claro, excia, eu mes– mo entrego. mod-;t~f !fu~!ª ~~~c°c; Kremlin, o número está no envelope, que Gorby manda buscar a carta no seu hotel. Antes que de Mello pu– desse dizer qualquer coisa,. Bush emendou: - Caso atenda a secre– tária eletrônica do Kremlin, não deixa recado. Os russos acabaram de instalar essas secretárias, não sabem di– reito como funcionam, elas vivem quebrando, você sa– becomo éa indústria sovié– tica. Além disso, algumas estão a serviço da KGB. De Mello informou a Bush que a carta não lhe daria ne– nhum trabalho: ele estaria ru5s~ª*:J:C~~~ ~~1X; que osoviético estava a es– pera da correspondência. Nosso presidente enfiou a carta no bolso e viajou ao Japão. Na monotona traves– sia do Pacifico, de Mello re– solveu saciar sua curiosi– dade. Chamou o assessor Cláudio Rosa e dlscreta- me~ ~~!~~-:e~~~~- Todo cuidado é pouco. Pode ser um segredo entre as su– perpotências. Cláudio esperou deso– cupar o banheiro (banhei– ros de avião estão sempre ocupados) e abriu a carta. Dentro do envelope, apenas um pedaço de papel onde se lia: "DD6-F8, RG7-F8.'2. BF4-H6+RF8-G8.'TE2E8' mate". O assessor ficou branco, ao ler a última pa– lavra, sentou-se ao lado do c~~~e 0 ~te e cochichou - :E: uma mensagem, chefe... em código. - Você não conseguiu decifrar nada? - Quase nada, chefe, mas o caso é grave. Posso lhe dizer que vai haver um assassinato em Moscou a mando de Bush. De Mello arregalou os olhos e passou pelo papel, que arrancou das mãos do assessor. em ~~~ ~~oétam.:_~t~ vejou o presidente - eles es!Ao jogando xadrez por correspondência. São lan– ces do jogo. Bush deu um xeque-mate em Gorby.

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