Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1950

Narciso E G-oldmund ERMANN Heme fico,.1 s?.rmonia entrar em casa com n ome conhecido em to- a fuga de sua mãe. A ima– do o mundo com a pu- i:em materna ficou -lhe no sub- -- FRANCI SCO IGU SIAS gência, do :raciocinio, da Jó– gjca, das claridades solares. Ao apr esentar a dualidade como a OllOsição entre n ~s– pírifü matemo e o espiritQ paterno, o debate de Narciso e Goldmund nos leva ao c11- ma de discu..s.são da filosofia romântica n a sua caracteriza– ção mais especificamente gP.r– mãn ica . O livro de Hennann Hesse é. em gran de 1,1arte, a realização desse clima . to artlst.ico do autor completa. o quadro. b' ir açâ o de .. O Lobo da Este- consclente, recalcada por vã- 1,:• ·• . Con;iecim~n to restrito a nos fatores que o abafam, p ~cme.:1 os gn1pos, é verd ade, impedindo-lhe o de~.envolvi– P'>is a sua li teratura dif1cil - menlo nat ural e lncapacitan– m"nte pode atingir o grande do-o para t udo. públi co ; em todos os lugares. Goldmund deveria , portan– p crér.1. te·;e e tem o círculo to, seguir o próprio caminho: rl~ leitores e mesmo de devo- nã o abafar a personalidade, to-. Por fi m, o prémio Nobel mas ser ele mesmo sem qual– fü ~ gl\r::m tiu o respei to o!i- quer temor . Na ciência, no e a! e a consideração dos bem- estudo, no pensamento racio– p ~;,.,::.ntes. n al não se encontraria jamais, De seu, livros, para a lln- mas na arte, em um munda gu;i. portngne~a, ao que nos mais livre, de sensibilidade e r:rmsta. só •· o Lobo da Este- de força instintiva . Gold– JJ~" foi tr a:lu:,ido; em espa- mund se assusta e não tarda 11h 0 1 e em francês existem a des.cobrir por conta própr!a ,·árias n ovelas . Ainda agora que assim deve ser e, atraido t Pmos a v;sta a edição fran - por casual contacto com mu– c: Psa de ''. Narciso e Goldmund,. J-her que lhe revela um mun– e r::alman-Lévy Êditeurs. Pa- do que nem ~equer suspeita, r: , , 1948) , em que o novelista. abandona o convento e inicia alemão p:·os~egue na mesma o destino de nomadismo e de lir.ha de obras anteriore5 . liberdade absoluta . J\s pai- está bem, se elas o atraem e ele as fascina, se passa de uma a outra, é que pr ocura em cada uma qualquer sinal de plenitude. Lise, Lídia, Le– na, Rebecca, Agnes e muitas outras sentem a atração de Goldmund não só pela bele– za mas também por " esta ingenuidade infantil, esta [.,assi'vidade, esta. inocência cheia de curi~idade na con– cupiscência, este consenti– unento a, tudo que uma mulher podia desejar dele ''. E através de suas aventuras com elas vai compondo a imagem perfeita que não ch e– gará a realizar n unca . Para ele, só o amor e a volupt uo– sidade dão calor ·e preço à vida . dade de indepe 1 1dência, o no– madismo". E ' que Narciso o via como ar tista : " em tt, Goldmund, a n atureza e o pensamento, o mundo cons– cien te e o mundo dos sonhos são separados por um abis– mo. . . As naturezas do 11;êne– ro da tua, os homens dotados de sentidos delicados.. . . são superiores a nós, em que do– mina a inteligência . Estás, por tua origem, do lado matem,,. Vives na plenitude do sêr. A força do amor, a capacidade de viver inte!l.iamen te as coi– sas é a tua parte. Nós, ho - mens do intelecto, se bem te– nhamos sempre o ar de di– rigir e governar, não vivemQS na in tegridade do sêr, vive– mos nas abstrações,.. Se Goldmund busca a obra de arte, é que a arte é para ele "a fusão do mundo pa– ternal e do mundo maternal, do espírito e do sangue". Goldmun d pensa que "a oi-1- gem de toda arte e sem dúvi– da de todo pensamen to é o medo da mor tP.". No desejo de muitas experiências, em sua realização e abandono, perrebe que o tempo passa, que caminha para a mor~e : na ânsia de sobrevivência. é que tenta a obra de arte. A ternura ou o pavor de mu– L'leres que possuiu foi um instante apenas que lhe des– fez: a exnressão terna ou a– pavorada que fixou em suas estátuas, porém, atravessaria o temiJo. Várias constantes do romnn– tismo alemão aparecem ao longo da obra: a mudança. permanente, a fragilidade e ó incompleto das criaturas e das coisas em geral, a ação im– placàvel do tempo . Goldmund está bem sob a ação "daque– le grande impulso retrógrado para o reino da noite, da. E.antldade prlmltlva. do pre– consc!en te e da vida para o ventre materno de mito, h is– tória e fan tasia" de que fala. Thomas Mann . Se não D rea– liza inteiramente é, entre ou– t ros motivos, pela ação de Narc!so, que o conduz ao equi– líbrio. Aqui, como em outr as obras de Herma.nn Hesse, .een timos um clima romântico que uão é absoluto: o clássico domjna, mals e tem a palavra final . _ Hesse n ão é um primitivo. · preso às formas do caos da. alma germânica, pois tem o culto da perfeição, da harmo- · nia e a'o equilibrio que Fão fnitos da inteligência: n ão é um wagneriano, está salvo p ela compreensão do clássico e pelo amor às suas formas. Pode-se dizer de Hesse o que .lá. se disse de Nietzsch e: qua 1 vé na orientação para o que n ão é alemão o sinal de su– perleridade em todo alemão~ Quem conh ece a vida e as Idéias do novelista sabe o quanto é exata esta afir ma – tiva . " Narciso e Goldmund ·•. em xões se sucedem, lnvoluntà– sentido exa to, é o que os fran- riamente é obrigado a matar. ceses chamam "récit ". Não é Cada sêr humano de que se f icdio pura n eru é meditação aproxima, sobretudo quando fil <Jsófica sobre certos temas. mulher, deixa marca em seu E ' a narrativa de uma vida, espírito e lhe dá algo de no– de longa e rica experiência vo. Goldmund s.e prepara com h umana : \'emos assim o de- os olhos no que há de fazer senrolar d:t viela de Goldmund. ainda . A vocacão de artista C'lmo el e não é criatura sim- plástico, que Narciso denun– ples, mas é também arti.c:.ta ciara, realiza-se na escultura . torturado com os problemas De aprendiz de um mestre, de sua arte e da existência. torna-se logo mestre tam– a nar rativa é enriquecida com bém,. capaz de realizar obras debates que lhe dão mais uma magnificas que têm caráter, dimer.são, a do valor ideoló- força interior que ilumina o gico . bem acabado da forma . A- E foi Narciso, o sábio q11a– se santo que o levou a pensar assim, " que lhe mostrara que não era potado para ser sá– bio... em lugar da ciênci,1,, da vida monástica , da virtude, as forças elementares de sn::t natureza é que tomaram pos– se dele : a sensualirlade, o a – mor das mulheres, a n ecessi- Narciso em seus debates a – presenta a dualidade ar tista– pensador, donúnios do sonho e domínios da aná lise, da al– ma e da Inteligência das ima– gens e dos conceitos . Um é o mundo obscuro, de forças prin1itivas, de elementos em confusão, de aspecto noturno; outro é o mundo da inteli- SONETO· Na busca de realização lle uma estâtua de Eva que fos– se não apen as a su a mile, mas a Mãe de todos h o- mens, no desejo de f a imagem da mulher, é os A trama é bastante sim- bandona o oficio, volta à vida ples: Goldmund,. jovem ainda, livre até que, condenado à. en tra para o convento de Ma- n.orte por aven turas amoro– rianbronn ; o menino tem di- sas, é libertado por um padre ficaldades para enfren tar t u- que é o velho amigo Narciso, cio. mais ainda o mundo do única parte de seu passado colégio, em convivência com que o acompanhou em todos os outros; salva-o o encontro os momentos. Retorna ao àe Narciso. jovem professor convento, agora como hóspe– que o aj uda nos primeiros de, trabalha como escultori, pa~sos. Apesar da diferença ten ta trocar de novo a orpem de posic;ão, têm quase a mes- pela aventura mas tem que ma idade e se fazem amigos . desistir : já está cansado e re- 0 aux!lio ele Narciso é pro- grt ssa para morrer . (Atr ,buido A SANTA TERESA DE AVILA) Não me instigo, meu Deus, para odorar-Te, o céu, que é nosso reino prometido, a expressão do " etern ll- úno" que tenta captar que certo aspecto de sua natureza e de seu modo de ser. E' um caso já. bastante estudado e com certeza detur pado pela psicanálise: está entre as forças criadoras de mitologia multo comum entre os nór d1- cos . Literariamente, "Narciso e Goldmund" se afirma pelo modo de tratar o tema e pe– la excelência do estilo. sen– sível mesrr,o em tradução . o ca.rá.ter de narrativa, embora. a extensão da obra, não che– i a a ficar cansativo . A psi– cologia. das duas personagens principais e seus debates dão nem me atemora o averno tão temido, paro, com tol receio, melindrar-Te. Tu me moves, meu Deus, ma is por olhar~Tr · pregado nessa c ruz e escarnecido; Hã um fundo religioso n2' narrativa . Um protagonista é padre, o outro também es– teve em seminário. O catoli– cismo de "Narciso e Gold– mu.nll", porém, são é muito ortodoxo: se tem traços pro– testantes, pela feição r omân– tica, é o que se poderia cha– .rnar de catolicls.rno estético. " O panteísmo é a rellgião ooulta da Alemanha", afir– mou Heine. Se ao panteísmo acrescentarmos o espirita pro– testante, temos que é perfei– tamente explicável a religio– sidade do Uvro . O sent!men- move-me ver Teu corpo tão ferido: e minha intenso angústia ao ver pena r-Te . o valor do pensamento; certas passagens (o encontro da pri– meira mulher no campo, o tdflio com Lídia ou com Ag– nes, as populações devastad:;.s pela peste, o desespero de Re– becca) só um artista JJoderia. escrever . EmlJora inferior co– mo orlg!nalldade e como rea – lização a " O lobo óa este– pe", a.inda é livro que fasci– n a e que alguma editora bra– .sileira. faria bem em tradu– zir . fondo, J1ois faz o amigo per- Comn se vê, a trama é sim– ceber a própria natureza. p!es e quase sem interesse . E' Narciso mostra a Goldmund que o interesse está na preo– que o seu lugar não é o clá.us - cupação de Goldmund atra– tro, o seu domínio não é o do ,·és das estradas, à procur a de pen~nmento; com visão da uma realidade que vive em ea realidade alheia, mostra ao a- interior . Preocupa-o a ldéJa Move-me enfim o amor, de tal maneiro, sem alcançar o céu, mais eu Te amaro, e, por temer o inferno, eu Te temera. migo que ele oculta uma par - de realizar a imagem de Eva. te de sua própria vida, a fase - a mãe de todos os homens. eh ii1fã.ncia em que viu a de- Se só entre as mulheres é que Moda há que me dor por que Te queira; se tudo quanto a lmeio me faltara, jama is o amor que sinto amortecera. M. VIOTTI - Traduziu RETÓRICA E POESIA UM JORNAL LITERÁRIO - SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA - - - RACHEL DE QUEIROZ -- prec.-J<ie 2r- Parnasl::ln!srno. mãos sacrilega:!I não se peja- A S tenta tivas para se in– terpretar e explicar a di– . fículdade especifica da moderna poesia; os esforços para a organização dos seus diferentes aspectos num qua– dl'o h armonioso e amplo; a ambição, enfim, de se desven– dar em, como parte desses es– forço.e:,, certos prin~ios pere– n emente vá lidos, capazes de fornecerem os elementos bá– sicos de alguma doutrinação metódica, representam alguns dos traços nítidos do atual momento literário. A :ingcm de, se t,: \•, •J cons- vam de misturar democrati– tan! e panre roloc,n- ise em camen te ao "sermo humilis", reafülac1~. a crença. o.ue h er- apropria.do, este, ao dis.curso· damo:,; ;nsensivelment.i: das zn- vulgar e à sátira, não à ge– tigas c:-n·~~, uções r etórkas, na nuina poesia . 1 NICIARAM os m anos Condé, conheceu o nosso tealrn de hâ t dando um dos seus ótimos já faz. m ais de sele meses, alguns anos, o público boje apoia ~n~~!) fazendo com a autorl• um mensário de arte e litc- com m a.is carinho uma peça lie ~ade c~stumeira uma secção de r atara, por nome " Jornal de Ll;!- alto c~hbr~, do que aquelas de teatros. E outros muitos, pessoal tras ", que estã agora no seu se- " rir, rir, rir " que eram outrora todo de primeira, que ocuparia timo número - quer diz.er : sete a sua atração máxima . E, ape- 0 quadr o de honra de qualq uer m eses, sete números, regularlda- s ar de toêa a crise editorial tllo r edação de de r elógio, éontrariando de falada, ainda há - ou antes, já Colab~radores - falemos em saída a todos os m aldizentes. existe um público que compr a li- primeiro lugar do Conselho . Fls- Não é apenas no Brasil que encontramos hoje a acentua– d a preocupação com os pi'o– blPmas da poesia " herméti– ca", por exemplo, ou com os da técnica do verso, e princi– palmente a espectativa de 11ma -literatura onde se espe– lJ:em vivamente tais preocupa– ções. O que entre nós acon– tece, mais talvez do que em tenas de cultura intelectual muito assentada, é que costu.: mamos abraçar idt\l as na a• parência prestigiosas, não di– rei com o fervor, mas com o ciume intransigente dos n eó– fit.os . Ciume que não impede, por s.ua vez, uma atitude de clo~llidade inette em face des– ~as 1.:!fias, tais -::~-no se apre• sentam ao prímeir~ relance. e que nasce, não raro, de uma imper feita compreensão da– qui'.lo que elas singificam . Bem expressiva de seme– lhante a titude é a ·,r!lntade in– sistente, embfJra n em s.empre co1úc,;.-,a:itl. entre muitos poe– tas e teóricos atuais, de ultra– pas~arem !is form&s !ite?·árias mais grntralie:adas na geração que os pr ecedeu, não tànto por um at::i de superação ~ue seria cerL::.mm1te desejâvel, c•,mo, no iun,:'.c. por um 1·et ·0 11i·;s? a torr.~,li; transactas . t~eu tri– u.afo n:i:> r.t>ria, em 3uma. cm– tra -,(lj~a Plém do f.riu,1fo dt"s– sa ?..,..,(;~: ~ de punasian ismo ]atente que, sob aparências exteriore·s diversas, tem pre– ,n lecldo constantemente em !\ l!CJÇ~i-ªt me~iuo it Qlle existê;1c·a, rte do•s tip.Js d!l es- A posição dos que aspiram til•> ruv<1~•n e-r.ta (m,•n~e d:s- àquela integridade e intangi– ti1,tcs, e que não ~e Pl e, m bilidade parece reforçar-se an– con f:.111Jlr s!lh pen.\ de :11, rte. te a atualidade aparente de Se u.;;: J e. •s Fe a!!, •: ta às f.,r- certos debates acerca do ca– mas apuradas ou insignes, à rá ter peculiar do moderno tragédia. à poesia épica ou li- "idioma" poético. Moderno, ric ., (: Ic,uçã a nr,:,•·.,, i ex • isto é, como vem sendo pra– pressão patética; o outro tem ticado desde o século passado seu t~rr.>no de eleíç:i c> e·.1· ma- e sobretudo depois que os nifestações mais rudes e vul- poetas, na expr essão de um gare;, r. '.! con~édia, r.!l !-f,tiJ a, deles, pretenderam manifestar n :i d<!s ~.l.;ão re:.llsta, nn rrco- o inexprimível por meio de um cupa,fl.~. rlt1 1J1 rm-11,or conr.re - " imenso e metódico desregra– to O.J sim:,lCJ,mF1:~e g:otc~co. mento de todos os sentidos ". Ambos são explicáveis segun- Mas o que na realidade de– do suas diferentes aplicações, paramos nesse Idioma, com ou segundo os sentimentos e suas fratura• sintãxicas. sua temas que os suscitam, a~im abolição dos elementos ha.lli – como é explicável e até ne- tuais de transição prosódica, cessária. numa sociedade bem suas metáforas inesperadas e composta, segundo os pacil-ões violentas é o contrario de uma ancestrais, a presença de elas- depuração ou sublimição re– ses divers.as, segregadas, po- tórica: é um esforço de in– rém, u.mas das outras, e orga- clusão crescente, que não re– nizadas em rígida hierarquia. cua, se preciso, diante do pró- Os nossos chamados moder- prio trocadilho ou da piada. nistas de 22 tentaram reagir, Querer converter em bandei– muitas vezes desajeitadamen- r a de qualquer movimento re– te, contr a a concepção bie- novaqor, a campanha, não já rárquica dos temas. dos sen- contra os clichês moder nis– timent0$, das expressões lite- tas, o que seria admissível e rárias, introduzindo em _suas louvivel, mas contra o se1J compos1çoes o prosaismô vo- . " prosaísmo ", como ainda há 1untário. a ironia, a anedota pouco o fazia um dos arautos e mesmo - para recorrer · a dessa discutida " geracão de uma fórmula que se tornou 45". o poeta Domingos Carva– célebr c - a poesia piada. Mui- lho da Silva, é a.penas mais tos dos seus censores atuais, e uma transigência com o nosso em particular os censores des- latente parnasianismo. Seria se admtravel iweta que é Car- de todo aconselhável que os los Drummond de Andrade. o partidários desse ponto de aue efetivamente pretendem vista começassem por uma re– é a restaw·ação exclusivista definição precisa do que se– da linguagem poética, o mer- jam realment~ o poético e o gulho no que parecem ser as prosaico . puras fontes do lirismo, ca- De passagem, caberia lem– pazes de nos imunizar, enfim, br:u:-lhes como o prosaiwo con tra os contágios profanos. pode. em muitos casos, servir Em outras palavras. n as pa- para dar intensidade à lin– lavras da antiga retórica, de- guagem wética . E' o que o sejam, em sua integridade e demonstra largamen te - pa– intangfüilidade, a preeminên- ra citar apenas este exemplo ~ja, iio ".sermo .subllmis"• W1I · 1..WtnjinúJJ, u. za. ~li.1!3l ... Porque a r eação n_or_mal d_e "!os, q ue os lê e discute e q.,_e cal em massa já citado acima . quem ouve falar na pro,uma s ai• srnceramente se interessa por 11· 0 importantíssimo Mário Ped ro• da de uma revista literária, am- teratura. sa, professor à e arte e· estétic_a , biciosa com o " Jornal de Letras ", No s eu genero, pode-se dizer função essencial neste pais tao é diz.er : •· Não sai, qual I" , E de• que esse " J ornal das Letras' é carecido de ia! aprendizagem ; pois que ela s ai, o comentário práticamente perfeito. Material- Cornélio Pena ar rancado do seu. vem Jogo : • Saiu, mas 11ã 'l mente está com tudo: - papel r etiro para as 'pá ginas de um )oi-– dura, . . " ótim o, coisa que deixaramos de nal m ilagre de que só seria m. Sim, porque todo mundo s abe conhecer neste país. Aqui toda capazes mesmo aq ueles end ia l>ra• q ue a vida de tais publicações é, matéria Impressa vem à rua r o dos c ondé . E os demais grandes. em regra quase geral, bastant.. pior papel que jamais se pós em que como aquele cantor de r .i• efêmera. Começam com grandt! prelos, no mundo lute.iro. Livros dio ' "dispensam adjetivos" : Gtl~ Impulso, ótim o papel, ótima co- ou revistas, indistintamente, não berto F reyre, CyTo dos Anjos. la boração, g randes esperanças e se pode dizer qual é o pior. P a- Aníbal Machado, Gastão Cr u,ii. muitas vezes se desdobram até· pel bom só em p ublicação do go- Gracillano Ramos, Tr istão de em editoras . Mas ao cabo de al· verno, nas r evistas da "nossa so- Ataidl!!, Sérgio Müliet, Olív,c, guns meses ou mesmo algwu ciedade" (para que os clichês ela Mont 1, 1 egro, .Jorge de Lima, Dan– anos de a tividade, toda a fábr i.ca • café society • indígena em con- t e Milano os primos Sérgio • m elancõlicamente se dissolve pelo vívío íntimo com prlnclpes, con- Aurélio Buarque de Holanda (um motivo clássico: " dificuldades fi· des e duques possam sair bem do r amo paulista, outro do ran~., nanceiras • . O dono ou o r espon• nitldos) ; ou nas tiragens lim ita• alagoano), Cel!ilia Meireles, Lta s sável m alor pela publicação aca- díssim as das edições de luxo, as- J ardim (desenhando tambe;n, ~ ba pagando do s eu próprio bojso sinadas pelo autor, dislribuldas e m als tantos, Paulo Renal hi– as dívidas m ais prementes e da só aos amigos mais do peito, e for mando coisas de Balzac com aventura ficam ilpena.s as co- mostradas pelos !eliz.ardos à ln- aquele brilho de sempre , B rito leções completas da revista, - veja da turba com grande argu-_ Broca, Humberto Bastos , Homero em geral encadernadas - e a lho. " .Tornai de Letras• é, por• Sena, Lufs Viana Filho. Dos m o– saudade na lembrança dos que tanto, nesse terreno, uma exce- ços, que també.m se pOdem d iz'<!r nela tomaram parte, Sinal evl- ção sensacional. " grandesº, lã temos entre o~- dente de que nem tudo foi percii• Clicberia multo boa, ilustra• tros : Franklin de Oliveir a. Odo- do, afinal de contas. ções idem; tem os bonecos ln· r ico Tavares, Raimundo de Sou• Contudo, ".Jornal das Letras• confun dlveis ,de Vão Gogo, tem sa Dantas, Her ber to Sales, Gera l– parece que está fadado a destino desenhos com as melhor es assi• do Freitas e Lúcio Rangel. aca– mals seguro. Primeir o porque os naturas, tais como Santa Rosa, tadisslma autoridade em samba irmãos Condé n.ã o são estr eantes Pancettl, Di Cavalcante. na cidade do Rio, fazendo u,n em empresas desse gênero; e P or dentro não s e pode negar precioso registro histórico. t écn.1- por serem excelentes homens de que MJom al de Letras • mobiliza co e sentimental a respeito do letras, não deixam ao mesmo o que hã de melhor na arfe de dito e dos seus m aiorais. E eu,. tempo de ser também homens esc1·ever deste pais. Citemos por tre as damas. para fechar esla práticos, que sabem governar a exem plo o seu Conselbo F iscal IJsta que Jã vai longe. emoora sua vida - dupJicid ade essa que - aliás, qual serão em verdade não esteja completa notemos a me _parece essencial para qual• as atribuições de um Conselho Cecfila falada acima, Diná Srl– q uer hom em de letras que aspire F iscal numa revista de letras ? veir a de Queiroz e SUl\ .Irm5' H e• o êxito m a terial no s eu otíclo. Que é que eles fiscalizam e por lena , que con ta coisas da provjn,,– Depois, o Bras.il de hoje não é que ? Mas sejam quals torem es• d a lite.rárta de São P aulo. Ligia m ais o Brasil de dantes. Com sas atrfbui ções, o. fato é que o Fagundes, e a suavlssima e 1m– todo o m al que se fal.e, - e que Conselho é impresslona!lte : .Al- por-tantíssima Maria J ulicl:,. multas vezes é justo.,.~ .a verda- varo Lins, .Augusto F rederico Folheio apenas alguns nümero•. de é que no Brasil j à há público Scbmldt, Carlos Drommond de onde ccilbo estes ncimes, que são par a porção de coisas lmportan- Andrade, José Lins do Rêgo, Ma- talvez os maia conhecidos e os tes. .Tá hã quem encomende o nuel Bandeira . Quanto ao f)essoa.l mais chamados. Mas a inda hã os Tir-adent es a Portlnarl, e o pague do balente, o da redação, tem gra ndes que n5.o aparecera m , & devidameu te, e o aprecie e o gente lâ da importância de um há os q ue, embora com m enos faça apr eciado n_a allura do Ledo Ivo, d.e um Willy Lew!n, cartaz, ne~ por isso lêm mênto seu imenso m erecunento ; já se aquele discreto Willy, tão sabe• m enor ; de-se te.mJ)O aci tem-.,o aguenta bem o novo teatro bns1• dor de coisas. tão inteligen te- e que eles hão de oeupar o lu,:a.r lelro, as chanchadas vão cedendo de um t;on,_ gosto tão segur o; que m erecem. 'l'odos s e irão ehe• !~ lls- peças de inteligêocia e, Acioli Neto {que por sínal anda g..ndo, por maís esquivos ou f, J• m.c.!Ull-'Btiae ntrwsa:; ,N?.a ~llf Dl a&ora m.ei9 •J.!reguiçoiio, .r:m,men- ..{Cantín-úa • ia. Jálillali-:-:-

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