Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1950

IJ;RETOR– PAULO .MARANHAO 13 SURlEMEtttO J OC!ABOLWOREB LETRAS.· i O~ UL&M1 ~ &.IPIIMI Kueb11, BenedUo Nana, Bruno 4• Meoe~ Cautit Crm., C6dJ Melra. Clée ' ~raardo, óarueJ Coclb11 dJ · Soua. r. Palllo lleo– deà Garlba1dJ 6rUU. llaroldu . Uaranbia. Levt HaU IS~ Uo!Uà, 14.àrau Couw, Mar1o Faustino, Max MarUoa. Na&aUclo ,-lorberk>, _Nanei Pereira. Orlando Bita,, Otavt• Uendoóça. Paul, Pllnl11 &breu. n. 4e tioua Molll'II, IUbamar de Moura, RUI Gullher• m• &rala. &tú CoaUDh'o e Sultana Ln, &oaem• bla&I . oo RIO; - AJvaro um. Aaru.io Frederteo Scb• mJdt,, &urello Boarqae de Holanda, Carloa Oram. mood de &odrade. Cualano Rleardo, Ceellla ~• retea. One doa Anjoe. remando ~ablno. Fernando Fen~ de U.nda. GDbertG Freyre, ,oat LIIU do 8eJo, lorse de Lima. · !Ado IYO. l,ncta MJruel Pe. reira, Marta da 3auclidit Cortmo. MarquN· Rebelo, Manuel Baodetra, Maria lullela Dnnnmood. Morl– to Mendea. OUo Màrta: Car1)8aas. Paulo B6nal e llachel de Queiras. . OB s· PAULO:. - .Oomlnros Carvalho da sn– q, Edgar Ca\llllhetro, RoJer Baatlde e SérJlo MlWet. OB BELO HORIZONTE: - A.lpboDl1U de 0111· maraem Filho e Bueno - de Rivera. · OB OUlllTIBA: - Dalton TreYlaD e WU.Oa llartl111. . DE PORTO ALEGU: - Wilson Cha,as. , OB FORTALEZA: - Antonio Girão Barroeo, A.lalalo,.Medelr09, Brap Montenecro. Joio Cllmaco Beserra e JON B~nlo ~114!!· Poesia De Sa-n+ri Tere 'zinha• i • 1 • .............. .... ~ -·~~ ........ x:vJ,ann. uv nv.n.u:. - .:OTELO PAÜL VA:LÉRY ••• 1 (Conclusão da 1a. 1Jãgina1 era negro, surge a questão Je- ligµity". A malignidade _se!ll cconcln~iio dr ta. ol~-) · · vantada pelo critico de teatro, motivo como uma expressao Valery encarou-me, oomo fa:- Preservava-se, mais frequente- l:Ierbert Farjeon, quando, em inldefin'ível do ódio absoluto. zia por vezes ·e inclinando up,. menfe - ainda, - dê dàr a e!rnes seus comentários sobre a re- Em suma, o ma~ pelo mal, -pouco a cabeça, pediu-me pa~ · exames o que se eh~ u~a. pr-esentação em Londres ·de servido-por um racioclnio agu- exp11car: · conclusão. Felos doutrm~nos, Paul Robeson, afirmou que, do e inexorável. Quer, porém, -Alguém - retornei - de- --&uaisaüer ·que · fossem, tmp.a. . este, apesar de possuir "the H. Graig que a céleb~e Jras~ clarava a p·essoas, já C'Onquis- um afá<vel desdem. M,as podia– trick Hps" (lábios grossos), de coleridge tem preJudica~o tada.s com antecedê\1cia, que ;nos .nos ditigir Sj:!mpre a ele, atribuídos pelo dramaturgo a grandemente a interpret~çao você é um grande - poeta;. quando se tratava de um as– Otelo, estivera aquém do pa- . dramática de lago. Com Nicoll "Grande poeta. respondi, . dfl. sllllt!> .miste;-1oso . e conf_uso, pel. apresentando um Otelo de. e· outros, a critica moderna certo, mas, maior e.scritor que para obtermos rápidas cl~r 1 aa– primido. talvez por efeito do procura antes surpreender na- poeta e maior espírito do que des, fulgurantes esclarecim!l~– complexo àe inferioridade de quela terrível malignidade uma escritor". Valery refletiu um tos. Com tais dons era. um oti– sua raça. o ponto de vista en- perversa ~ fria l!lªni~estação se-gunâb- e· esboçou- um -sorriso. nio el~merito para. os trabal~?s fim de Farjeon é que Shakes- da filosofia maquia:véhca, fa- - Vou - disse ele - guar- do dicionário. ~~ ~he subme ia. . peare escreveu aquele papel vorecida pelo desenfreado es- dar isso na. memória, ao lado-.. i;empre as deflmçoes que c~n- para se:- desempenhado por um pirita de conquista. e a,rrivismo -- do ·que·disse-Bergson. - ta-va· -apresen~t' aos · sufrágios branco. . . Se prevalecer a teo- social e político; imanente à - Que disse Bergson ? dos companheiros. ria. anterior de Frank Harris, época do Renj!.scimento, Ep- , - c"ompôs um alexay,drino. , . Qua ,p.do eu .me emb~raça-v'a o homem Shakespeare é o mund O Bastardo, é outro Disse: "Ce qu'a fa1t Valery diante de qua~quei; probl_ema. branco que está na pele do exemplo disto na galeria .dos devait être tenté". relativo. à me~ieina e à biolo- 1 h l i O ni. E logo seu devaneio partiu "'ia. gostava sempre de cons~- genera mouro. . . tipos s a ~espear anos. - .. t Afinal, por isso mesmo. é o hilismo de lago. representado pelo espaço afóra. ~nha ele tá.,-lo. •Em sua. respos a quase dramaturgo que tem sempre por 1 ,m ódio calculádamente ·uma maneira perquiridora de sempre instantânea,. Val~ry razão. contra os dislates e in• individual, e implaç:ável e!ll sêgulr sua própria idéia, de punha muita sabedoria.. muito coerênc_ias que já se cometE'• se~s horríveis desígnios, nao abandoná-la: retomá-la; mudar- da.9uilo que Pirscal chama· 6 !:' ram sobre as suas criações. estava dissociado de .uma dou- de · pista, esgueirar-se. Falava pirito de finura, bem mais. do Aqui está um exemplo: ·G.· trina filosófica desumana e c-1- sempre muito baixo: fa'lava no que o .que Bergson ·denomina Wilson Knight, em seu famoso -nica. segundo a qual o fim bigode - dir-se-ia. Tinha uma intuição. estudo "The Othelo Music ". justifica. os meios. Dela. o riêa memÕl'ia. .e longa prática - Aêa.bo de citar i :asc.al e.-en– mediante o exame das imagens oportunismo jamais abriu mão da sociedade. mas gostava de treta.nto, V-a,lery nao viveu no da peça, chega à conclusão de completamente. . interrogar. mais ainda do que trato de Pttscal. O tor~e.nto que aquele energúmeno obtém ·· Por amor à. síntese. é comum o vasto universo. sua surnreen- de Pascal espantava-o,. irnti!'" •uma das suas principais con- qualificar-se o "Otelo" como dente inteligência: Eu lhe di- •va-o, mesmo, sem jamais fa~"'. quistas, surrupiantlo algo do a tragédia do ciume~as, foi zia por vezes· "Cinco minutos · lo curvar-se. .Bem S!!l que hli estilo àe Otelo e usando-o -para Otelo deveras um homem ciu- do mundo e '..,ocê terá o ba.s- uma metafisi?à ''valeryan~''.: os seus fins. Com o mesmo ·mento ? li: tão precisa a cori- tante para refletir e inventar é ela .intermJtente. negativa., processo. o crítico russo Mo- ·testação do dr. Flatter a essa durante toda. a eternidade". ·• tranquilamente desesperada · 8 ro: r.ov tirou ilação absoluta- idéia· ligada à tradição da -peça Na verdade eJe contemolava . não bastante expressa. para ser . mente oposta,. mostrando que que vale a pena segui-lo, pala- pouco a natureza. O espetácu- de!=:esperadora. um dos sinais ãa ascendência. vra por palavra. nesta· passa- lo que descobria Pm si mesmo Focalizemos. pelo menos em de lago sobre o espírito de gem de seu importante estu- interessava-o muito mais do algumas pal_avras. ~sse po~r Otelo é que este passa a pen- ' do : "Como foi possível des- que todos os que a vida lhe esclarecedor do gêmo .valer.!a– sar com as imagens daquela crever Qtelo como ciumento é apresentava.. · '· no.. Em 1938, os · cirurgioes diabólica personagem. · coisa que serr.pre me deixou Certo dia, na Hungria, por franceses ofereceram _a ValerY · Quem tem razão ? Shakes- · perplexo: Não aodemos chamar onde viaja.vamos .iuntos, con- a presidência de !1°nra de seu k · · · · • düziram-nos ao · alto de uma congresso anual. Valery, que peare. o mesmo Sha espeare tie ciumento um homem genm- nolina ilustre de onde se des- ·não possuia., nenhuma expe- que, ao passo em que leva ·Otê- · namente convencido da infide- ~ortinava O ~ale do Danubio. r\~cia cirúrgica, compôs so– lo a se dizer rude no falar, · !idade de sua esposa, .esteja Vale·rv não teve senão um bre- bre a "ar'te da mão" ulna. revela a poesia de sua natureza sua convicção baseada em ·fac. 1h d primitiva, fazendo · escorrer de - tos ou ·não. Poderá concordar ·· ve olhar para. esse panorama arenga_m~ravi osa, capaz~ 8 · seus lábios grosseiros as nobres em ser enganado ou poderá ser famoso. Voltou-se, de. repente, servir de modelo às _geraçoes e extraordinárias palavras do · levado a cometer um c't'ime; e disse.-tomando-me pero bra- futuras.- No • último invei:no, t Ç o : · . quando se celebrou a glória de famoso discurso, perante o Se- - mas, de - um modo <iu dou ro, ._ "Meu caro, não adia~ta Voltaire. ..na ,França livre. Va- nado de Veneza, sobre a.-oon- ele agirá sob a convicç~o. e não ni'aja.r, mostram-.nos por toda lery nos ~ez. O\!Vir um discu_rso quista de ·Desdemona. lí: como sob o ciume. Um marido --ciu- • d d d eu me um J·orro de pedras preciosas mento é aquele .cuja natureza parte a mesma paisagem". em tu 0 • igno os s s - á · Dessa inteligência prodigiosa lhOTJ!S dias. . saindo dos bordos speros da o leva a suspeitar de ·sua mu- de aue ele conhecia melh_or do "Caro Valery _ disse-lhe terra... lher; um homem que imagina ê dá m 11, Há uma realidade shakes- coisas e ~ue, por" isso, está sem. 1 que· ninguém as virtuddes. Va- então - voe corage . (Conclusão da útuma pãglna) . é od t d , lt . ., _ n ery se preservava. e- fazer nós qul! o seg.uimos de perto; ainda botão. recebia a vida do intuitivo sentimento da glo1 4 Jo 4 transfiguração. poética, contra tecer; pisso - c?nc~ui.o crftiC'<I _uu: uC:nsfri:f d! sl~temas •e" envelhecer". _ · - ·· - pear1ana, que pr u o -e a a pre rece1 so uo que possa a.co • i t e nte Não era ·vendo-o per!mos O medo de divino oPva.lho - o leite de sa. realidade. O que signifie11,: · a - q\lal a lógica dos criticoii, - na.o há o mais ligeiro traço I t t t d a di'zer. fe- ªcei•ava el os l!}uvorj!s com \itarta. · sob à forma de conhecimentq riatda pode, salvo criar ou rei\- ·no caráter de Otelo. Pelo con-· - s n o-me en ª 0 · • fa -o d~spr'éndimento encant~- místico e ~poético. ·' vivar -problemas, às .vezes, trário 1 Shakesp_eare m_ostrava- l~m1nte_l Dtsp::ir:;;to d:o~:Oso· . =· co~cia-lhes ,be~ 0 va- . "Mon 'Bien-Aimé, mon di- Em todos os quarenta e pou- tnextrfricáveis. · se eyidentemente anli1oso por e O ull!-moso I t f . • lor .já os recebera muitos. ri trt F é • cos .poemas que Terezinha noq · Apesar disto, o estudo metó- exibir seu herol justamente ·O?f: sabia. no m nu O prop C'io. ' · " d u f 1 n pe r re, ·d'eixou é este fenômeno ·sin"u- · dico d'a' linguagem e das·.ima- ·• como o o·po·sto ·do homem ciu- di,:udr para. certos. pontos. ou Dava. ª lmores.&..o e · 0 Y ·. ~s En ton iegârd je vois tout 5 Ih obre certos problemas . por alt.o..-não ~.tom.ando, jam1us l'avenir; . · • · · lar que sempre se \'eri-fir..a. ' gens· de· Shakespeare, embora · mento !" · · .,. • - me or, s ·· · a. atitude de· homem que_ esP.l!-. Bi\mtõt pour moi tu quitte- Correndo-os com os olhos, um . extrertl.amente peculiares. •· é · Acreditam alguns críticos . ra outr.os. Distribula-os . tam- tas fa M-ére; . . a um, surpreendemo-nos ·da ainda O caminho indicado para· que Otelo se deixara eneanar, vélico lago. P~la te31e do ~.r. _b~m. com muita p,arcimonia',. e _ Dejá l'amour te presse · de ·dénsidade. da permahêncfa ., c ·. eluci:dação· do pens~mento, ~as p<,>rque · De:,d~I!lomL_ 11~~ era · Flatter, ele nao agiu sob • as 11.uando·elogiava. nunca o 1a.zi11, .souffrir ! da. constância dessa vivêncll\ idéias e da téC?lica do drama- casta, mesmo antes 'de corret' vagas. apai:ênc_ias__que .o ciu- sem circun,loqµios. _E_ncar2-va:- Mats·sur la. croix,' o Fle.ur . misti_êa, que sempre tran.sbord~ · turgo t"sabelino, através de suas -para os seus 'br"aços; . aba·ndi,.:. menta PS}de criar. em sua f_an- : me. por vezes-, com af~iça.ç, e ·. ~panouie 1 .. • . • ' '" em expressão adequada; embo. • peças: ,. '' · ·· · · · naudo o pai. ·Há_siiíiações_ e tasia. d~lirirnt~ .para justifu:ar dizia-me.o ·,que era o .seu modo Je reconnais ton parfum ra_alheia. à . qualquer pesquisa Sabendo-se que tais estudos l\lusões, na · l)eça, qúe favore.:• uma dúvida ·1atente e· prot5re~- de rqanifestar esµme,: , . · . matinal; . ·,, •. ·· .,., , de t!tmos virgens ·e-formas elC• podem orlginar.:-se . de mi~~· c~m . es.te ~ e outros:j>o~tos ·. ~~-: siva. Por esse aspecto, nao é · , _ •~você, meu _amil!(o, você • Je reconnais les perles de ·· cepciop.ais. · · · •· · elas, aparentemente desprezi. V1St~a, em d-esa~rdo ~otri a tr_li.- nenhum absm:do _sustentar qur, não ~ um. roma>1cista. "•T ·· . . Marie : . · _· ·.• · ·· · , · · "Tua · bl:leza, · que sâbes ve- veis, não h~ como estràn'har_ diç 1 ao ro 1 1,11Dâhtlea .?ª.. térahir~&;, .. não teve·•ciume o general Mous · Óhegando· à . cúlininância tt11. Too ·saor dirin c'est Ie lait 1,arD.-es·c;obre~me···t.o·_-d·· 0 • seu --•sté- que o do dr. Flatter Rohre o pe ,a qua. !!S<!-emGna .. av1ua_ .ro.. : J~ di~a. al_i~. Wal\er _.Ra- _ ,gfória, JtJlgªva-se · a. si ·Jnes1_?l<t ~ Vir~aàl i _ i · .... . móvel- do 6?,io m_dnstruoso de. _oon:,.o um, . cr~atura ,arqf1!-an: . tei•lfh, em sua admirivel obra e isso sem !l menor a.fetll_çao, rio" · •· • · • · · · · · · · · lago tenha partido de uma. gehca. juntamente com Miran._ soore Shakespeare editada em co·m extraordinário _desprendi- . ,.,. - • : · . diz ela nô "Cântico à Santa sin:iples conjunção: ",,And", a· daep?rdélla. ' ~- _ ·' ., 19o,7. qµe, s_e as· sus'pei~a~ de mén_to. . , . . _ . ·Considerai que é uma tµenl:- Facé". E estes dois versos, de · CUJO e:s:a.:tne dedica todo um ca- Mas, não_~seria no ·inte{'P.sse Otelo ci:escessem de modo not- ' Nenhum traco de ,romaqtis- . na de :vinte anos incompletos r- tãó simples êo'iltexturà", são.,su- · pítulo de sua .obra'.. · , · . de. aumen,tar;- aquf e ~_ali; o. _-mal. e fossem alim~ntagl!,s pelo .. mo Jlesse_ ,esiJirifo adii_J.Jià.l;~l:- . que escreve'.esses· versos e_at(n,_ ficjêntês· a. limça.r~nôs ·na.:- mais ' · Que tremendo motivo seria efeito draiµ~t1co, qu~ . Sp.akes-.~. ciume. hão :seri:t a. _,peça uma ..m.!lnte e_ql.!iU.brado. .t\contecra~, . tal na ·profurldidad,e_de ' visão· perdid-a meditação' dõ ni.istérlo O de lago,--parj. ele destr:ul,r de pea._re _oo]ocou_ __D!~aetnona , em traitédia, e sim · uma . outra me . dizer-lhe_: · •~yd,cê-- con- · ·teológica:niística que -neles· se do 'llomem-Di:us e· -de ·sua di• maneira tão cruel ·e fl,Jltµinan- : · sltuaçoe~ cap!lzes · de PfOVôé\r · "Wiriter's. Tale", · . .- _- · dúziu · 0 · barcó 4e . M~llarmé · · cé;véia.· · · . · · '. · · vina missão ·no mundo. te. .a felicidáde de Otelo e Des~ alguma. ·.desconfia~çà. ·soJ?ro ª, · Exclulda a idéia con_veucl_o- · para ·0 meto da coi;-te~teza. Re-. · Defà.to.amenina.corilpreen- · A Santà Face de Jesus - demona? - Vingançá, · por ·ter sua. castid_ad~? Pot9ueo d~s-. nal ' de '_que ot_elQ. foi __cegado conci.J,iou · 0 .simbolisme ·_ cq~ dii o problema da Virge_m Mã~, -· tenho 'diãntê •iie mim a· repro- sido prP.terido em, sull ·promo- fe_cho da. t~ag~clia não · deixa pelo ciume, (jevido a uma ten- Racine. ·,i;: um benf~itÇ>r da_s; ._ ' -e os. motivos do · culto de hi- áução ·em gràvura..-li.e um qua- ção? Ciume, _pelas · relações duvida sob_re a _pure~a ~1:,-~ua: q.êhcia _natural ·de 'suJ!. organi- letiâs franéêsàs". Réfle~U1. e\~ ·Jierd.úlia.· que lhe _devemó~, --~-e dro . pinta.do -nó _Ca.r!_llelo ' de suspeitas que existiriam enJ;re _ oonduta contugal. , · • · , za~~o _psiqu\c!'- _~u poi:. cS:US! ufu ..segutlg,o, .hesitava :r .1!~1,- .. ma;netta muito diversa. da ma- J:.,isieux. ,interpretando-a !!egun- 0 general mouro_e sua mu- Afir~and~ qu~ o,telo ;1:ao ~ra,•. . de seu pig1I1ento. ! çrit;9a mo- b_av.a por sqi;rl.r. , . . '~· -~, ·• . nelra .. de entender· de m_uitos do o santo Sl.ldárlo de 'l'urin, lher ? · • .... ~r .in<!_ole; .c\ull!-en~o e . que, .derná pôde fàcilmen}e admi- .. Estava ele pre!i_ente _·na A~- devotós de,.-'Maria em nõsoss • ; a .S~nt! Fac~· dt". Jesus, em . Procura_ o_dr. Flatter !!'b~ter _· PQr 1 0 sso. ,Ia~o__prec!~av_!I, ~ra~_a•.: 1.ir O que transpà'r~,çe ~ô te~to _, q.er: n_ia'_ri_o dl~ ~~ q1.1:1fcf!âl uma. cf\as. A .".sen.siQlerif' .român~:-._ Vj!rda,_de é !llII: e~_ma pr!)pos- a impressao.(Je qu~·~ss\l .1!,l:tl~a. 1!11,lr caµt"losan'i~!'-te pari!:. ~ da peça ,ao · derrad_e1ro , a.to. indiscrição nos manifeEit~trtos -e}\ que constitui 11, essêne;a do. -t9, na? à n!)SSª pobre sagaci-• hipótese se~· e]l:clusiva., c~ngm. -' e~nvencei:_" ··da fãl5id~i:le . d~ Isto . é. , que Otelo nao matou .sopre O üntrito de Monto1re_ e mnor à."Mãe de Deus em cen- · d_aq.e: mt,eleçt_µa\,; ~as· às_mais do-s~ rigorosamente ·à _c9ns-: sua n:,.ul_her.__ dr. _F:a.t~er n~o se: . D·esdemona ~r v~ngança, e a . compap.hi• . m.anif,llSt(!\l u~ .. tenas· de almàs é de· frágil .puras forças de pe11etraçao do · truçao da frase, em que lago mostra · estranho à. distinção · sim dominado-:por um senti- formal recusa Qe. adesao• . Va-.., -consislência. e nãÕ s.atisfaz às . divino •que '?entro de· nós" rési-1. desabafa os seus tancores com,- _ql!,e é n~cessã.fl.o fazer: sé·qua•n-' rr·,_;-to religioso· de.: jústiça. . . lery :~via, géraimehte,. desli~,- _ iaiões · supériores da mental~- ~l!m, · ~xprJme· e!a ~o um Rolderigo : · .. . , tõ .ao vocábulo" jealousy", p.e~ · ., t,or·isso: unia •conclusão gado de q_ilestões po}i~cas: Mas dàdé cri:;ti: Desdobrarmo~nos _- ·mundg d_!! ~ran_scendente •bele- · • . ._ • · sempre observada J)t'los ·tr"tu- \ól?iéa à do- dr. Flatter quand~ ·durant"j! e~ longa e hoE,rivel t{µi exclamações scntiméntalls- Z!'•, d~ atisoluta ~a'!J!doria e de "'l bate th!! ~~r.. ._ tores: - · · ~ • ·· ' •· • •· ·. ., assinala que.- ao_ 1>enetrar a .·· ayentur~.:- manteve-se fir1!1e: . ta:;· ao~ pés ·aa •. im~g'em •· da . misericórdia: infinita, •mas '$Ob And it · is thought abroad J!: -oportuno ,recordar _que, jã alcova "de· Desd~mona, uara mente-na su'g; rota e .soube -ev~- V1rgem; confiantes em ~q_l!~ ela_ tràços· · huma.ní: ssimos. .~que o · . cthat twixt .. my sheeti em 1919; · o ,crftioo · português matâ:la. Otelo . já não sentia tar ··as armadilhas q'ue· nos'·es:.. t1'ão . descuidárá..,. 11el'll'ium de · sofrimel_!lo : ainda · deformou•._ · He has done m-j office". S, G?nçalVils Lisboa,- em ··~eu . o •dêsej~ •1ie vindictaF pess~~l: · t.enrje_rà~ QJ.(and'õ bS: alemã.és , ·· · nessas •mínimos e miseráveis"· Atra-vessar -esse véu de car~e, " '· · ~ · · apreeiável ·-livrinho ·"Shalées- "ele atuou como um ci.rur~rao. .depois . de havei:em . proscrito itllieresses, · é culto · que · não de -- contingtincia, · de mªténa, • (Cena··nr, ato I). • peare e a: ~ua ~Naturalização quando ésle, para s11,lvar uma a11tuns d.ôs mélis livros. ,decldl- -éorresponde à 'diçnidade ln- para atingir o sentido ·interior, . , . :Alemi-'',, ·,atila<kmente·,• reco- vfda... . extermina • um •cA.ncer ram-se ·a··fulminàl' com um irl- t'rinseca; ou melhor: 'ontológi-· o Í1úcleo substancial de- reall- ., · E_sse "a_nd", af, é realmente mend-ava ·· a · máxima_· atenção .. que,'em sua ·convicção. de ·o~-. -terdicto, a totjllidade d!\. minha . · ca, · da •que deu ·· sua·. carne dade divina. 'é tarefa para. elei- muito mB.1S ·importante ·do que • para· aquele vocábulo, frisando tro modo, corrom{)!!ria o -co- obra, Valerv me disse i,1mpl~- - pura, para•·que ·se tornllsse·-pós- . tos. Terezinha atz:.aves~a-o. Re- o supõem certos tradutores, 4:1ue. -·no inglês· shakespeariano; ração . da }!umaniqade''· As- mente:": "Eles estãp · Jhe j;pt- · síver a Redenção:· Efm face. de ·parai que ela nao diz: "tqa como, por exemplo, o duvidoso aliás; conforme; as · melhores sim, · o leitõ de Desdemonll ' nando a glória fácil. Se fosseJD Ma.ria Santíssima, nossa pos-· beleza me ·revela". · Mas, todo · dr. - Domingos Ramõs, -cuja autorid~des;··-.•~jealousy·· apro- transf.orma-se • num "áltar de ·dlabóllcos:, como se diz," pode- t'ura · àe alma • e • de esplrlto· sim·· "tu11i b"eleza descobre-me versão · P- a seguinte : • ,:imava~se ·· ma1s · de · "suspl~ sacr.iffcio. e não é sein utn -sen; ~riam · oob"rir-nos de suspeiçõés deve~ser. sem· dúvida, de ter- toda ·e seu mistério". Essa be- . • ··. . ·clous"- do · que --no ingl-ês mo- tido místico, •orhihdo 'de súas ·e · nãci' sribêrfamos on'de 'nos· nura. infinita. pois que Ela é,· Ieza, •Jesus sabe velá-la; mas "Detesto o Mouro. J!: vúz p'Õ.- derno.•• - .. - · · ,. ~-,. ,.., súperstições bárbaras, ·gue ·ote- ábrigár. Felizmente: sífo · estú~ -em vêrdàdê, nossa Mãe. ·Mas, Terezinha luci.damente a; ·per- blica ·que •ele ·faz .- as. minhas • E, com·o mais segurd crité- lo começa pôr -invocar o·~este.; l)idós". ·' · · · · ' sobretudo, 'deve ser ·de uma·in- c,ebe. E. tendo-a percebido, vezes, entre as cortinas do rio de- exégese ·critica; sobretua fuúhhõ ' das "castas estrelas". . · P'ór ocasião de uma das cert– finita ··conipreensãó do papel, interpreta-a, atinge.lhe a sig- meu leito". - do quanto- a Otelo, advertiu: No coração dilacerado do · ge-;. mõnias que precederam à. li• . oue ela desempenhou, de· Co- nificação ocultà, decifra o • Atento àquela sutile_za. da. "Os ingridientes · essenciais heral mouro, micr<>eosmo ·de bertação de Paris, en~ontramo'. Redêntõra, - - a ~criatura hu- enivma. Por isto c:anta em se- frase, José Antonio de Freitas que · entram na · formação · do um universo em convulsão: nos de PI!, lado a lado. ·enquan.;. mana.- de· destino- único entre guida : -· · traduziu-a rigorosamente bem': caráter· de l'agó ·são a deseon• restltuido. à. primitividade, -- e to - uma orquestra· ' tocava <t as demais criaturas, da qual o Ta. Fa-ce est ma seule ri- "Odeio o . Mouro, e. diz-se fla.nça · e ·o ciume. Ao ·contrátto onde imperava de novo o- cáos hino das Nações Unidas."Va- Verbo não se· pôde dispensar chesse; - geralmente que ele fa.z as mi- do M?,?TO, que, · em toda a su_a ("Chaos ls come again"), não lêry· curvou-se' para mim. de no seu desígnio de dar aos ho- - Je ne demande rien de nhas vezes de!l,tro . dos meus exp-er1encia· do mundo. nunca havia a enchê-lo apenas- a repente, o olhar brilhante e roens a plenitude da Salvação: plus. . lençóis". ' · aprendeu a suspeitar de nin- mancha aviltànte de uma-trai disse-me à meia voz: · No poema· inaugural de Te-' En elle,, me cachànt sans Pelo que se pode depreender guém, lago ·em nada crê". · · ção conjugal, ·tnas o sentimen- • -Veja, meu c,aro, tudo acon. rezinha do Menino Jesus se cesse, . da frase original, não há dq• • Em· outras pàlavras, é o que to •cósmico de que a corrupção tece ! ' rontêm, como vimos, essá com. · Je te ressembleral, Jesus l vida que o ódio de lago C'Ontra. sustenta o dr.· Flatter quando de ne·sdemona afetava a pu. - Sim, tudo acontece. Mes- :>reensão total. -a: claro que Laisse en mo·, a. divine em- otelo não estava circ~crtt.o diz que Otelo atuoú; asfixia.n~ reza d.a humanidade · em ·suas mo a morte. Podemos me.ditar não sob a. forma de argumen-' preinte · · apenas a tim caso de tráição do Desdemona; sob ·a ,•firme essências mair secretas.· J!: .à sobre esse velho tema. Pois tação teológica. inacessível ao. · De tes traits remplis .de dou• ·conjugal.· Seria. · o ciume, · e convicção· da. infidelidade de tragédia. de uq,. grande eQPa oonttnuamos a durar neste, tempo à extrema juventude da ceurs, mais o despeito pela pi;omoçio sua· esp0sa: Não' importa que ção, feito de uma só peça e mundo miserável que com o que seria depois elevada aos Et bientõt je deviendral de Cássio em 11eu lugar? Cole. sua convicção ·estivesse funda 7 que, ~p~sando com a terra e d_esal)areclmento de Val~ry Si!! altar sob a fórma de ;aint, . - ridge enxergav, em· lago um da sobre as menti.tas I Jeitosa.;. os· asti'ós. acaba finalmente re. empobreceu e, ain~a mais, en- -wi -.1.:111,,,..;:.._..e profundo ·11 VerJ tot J'a.tti~railesooeursl" . .-filllômeno de "-motiveles,.:: ma,. mente lnstüadas ·peJ.o..,-aqúia.,, dimÍdo de s·eu erro• pelo amor. tenebrcceu. ' l .- ., ··• 1\. ' 1 • , , (I' 11 ,. ... 1. '· • • ,. ' • t ' • • • 1' \ H • • .. l j ,

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