Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1950

UM PROFETA ''B O BOS S E" URGIO MILLIET RAYMOND LYOH e-. PAULO :tiê-se pouco · -- :J: - mance foi ganho este aoo pelo PARIS, "Bobosse", es- voltar1~ Têrmina o primeiro tação que ocorreria. n-0 dia se- o poeta Henri Micbaux. Sur- Do immor - Düs' René Ber- escritor inédito Antonio Olavo tranho titulo, é igualmente o aro, :Ucand·o Bobosse sozinho guinte. En~e um ato e outro re~lls\a com influencias de telé: "·O humor, · que, como o Pereira. A livraria José Olim- nome, ou antes, o sobrenome em cena, juntamente com Tony é abandonado pela mu– Lautréaroont, independente ãcido, tudo pode destruir, des- pio deverá edltllJ:' ainda este a- da principal personagem d.e uma pequena companheira de lher, faz a experiencia da sua. : porém, e nã-0 arregimentado troi por vezes quem o mane- no essa -obra aguardada com uma exceiente comedia de atelier, e os espectadores fa- personagem, e chega a desco- 1 ao grupo que fez escandalo ja". Poupe-se o humor, por- muita curiool.dade yorquanto André Roussin, à qual acabo cilmente adivinham que esta f>rir que tal personagem é em Paris, esse poeta tem pa- tanto, para qu,e não Vire a- sobrepujou, na opiniao do jurl, de assistir, para os meus lel.- surgirá no segundo · ato por falsa e inverossímil. Levado, J ginas de uma espantosa acui- margura. livros como "Memorias de meu tores, no teatro da Michodiére. sua vez como companheira de em sua vida particular, às , dade .sobre os tempos presen- -- :j: -- ti Gonzaga", de Luis Jardim, Tem assim Andrf Roussin a Bobosse. mesmas circunstancias de Bo- tes: E' de seu primeiro livro, Premio Fabio Prado um dos grande s romances de rara felicidade de ver três, de Ora, não é o que se dá. O bosse, absolutamente_ I1ão rea- ;publioado em 1925, que -re- O premjo Fabio J;'rado de ro- nossa literatura . suas peças apresentadas simul- jog-0 que Bobosse dese-nvolve ge como este. De modo que se produzo um trecho caracterls- A N · A AM taneamente em Paris: "La no primeiro ato, adivinhando mostra incapaz de representar. tico, õir-se-ia escrito para o . 1 D H ' L.ET ,· Petite Hutte", no "Nouveau- tudo o que os outros vão di- o segundo ato, tal como o au- mômento atual: "Não haverá . ,tés", "Nina" n-0 "Bouffes Pa- ·zer ou fazer, e confundindo- toro imaginara. Por outro la.- tanta escolha assim. Não se- rilliens", e "Bobosse". Virtuo- os sempre, o autor, André do, tendo, para supórtar a fu- rá necessarlo mostrar car- se do grande estilo teatral, e- Roussin, adota-o . no segundo ga da mulher, bebido um pou- tões de visita nem ,, diplomas. (Conclusão da 1a. pãgina) ximio criador de passagens co- ato, relativamente aos espec'.;a- co demais, entra em cena em- Cada qual se há . de colocar para qualquer ator. Ora, con- lembrar de - colocar · a Intell- micas, o feliz autor co:::isegue dores. Leva-nos para casa do brhélgado, e a embriaguez ven– e;ozinho e rapidamente no seu forme o· conselho de G. B. genC'ia no centro de uma ,._ sair-se melhor do que nin- ator Tony, que desempenha ·o ce os últimos escrúpulos que .grupo, já impaciehte à espe- Shaw, "é preciso dizer as ção dramatica. Devemos a· es- gtiem, com ,três horas de riso, papel de _Boposse. Casa dele, .poderiam levá-lo a respeitar . ra.' E ai de quem quiser avi- verdades de maneira irritan- se impulso as profundezas- aplicando as ma.is tradicionais ator, e nao casa dela, persa- as intenções do autor, em que sar a esposa. Ai de quem ti- te" e dizer que o prablema poéticas que se desenvolvem. receitas do "metier". Justo é nagem. Por um requinte de não mais acredita. E eis que ver de ir à. feira. nã:o está dentro da peça: a significativamente, não inte- consignar ,,ue " Bobosse" a- perversidade, o cenario é O Tefaz a persoqagem o seu mo- Haverá a~neias de inf-0r- propria peça é problematica. gradas na ação mas em monõ- cresce.nta às refereridàs recei- mesmo do primeiro ato, com o do, modifica às respostas, de– mações, de. explicações ... ca- Outro dia., um observador logos, isolaveis como peças de. tas o picante ·um ·recurso pelo mobiliario, inclusive, e ficamos sorienta os comparsas, fa– ntinhareis· de ouvidos surdos a braslletro das coisas !iterarias declamaçã-0. Devemos ao mes- proprio ·autor .. denominado - sabendo que o decorador do zendo-se necessario baixar o tuldo O que não for O vosso da Inglaterra admirou-se da mo impulso cenas de pungen, através .das palaviias de um.a quarto em que Tony desem- artificio, porque se ouve bai- 1im, 0 de andar, e andar... franqueza com que leitores e te intensidade dr~~tica, as das personàgens - ''.pirande- penha o . papel. de Bobosse xar um pano, que .!::.>Jtinua. Qu:em se voltar há de quebrar ariUcos, resporui'endo ao tn,. do espectro, a do teatro ·no lismo ·bastardo". _ penham papeis diferentes, pa- levantado, e finalmenti! ouvi- 4ls··ossos e cair no passado. E querlto de uma revista, fala- teatro, a loucura e morte de Bobosse é um celebre carl- ra fiK'F"ar '? atelier de Bobos- mos a livre palestra en~ os quem se arr-epender, mais se ram a respeito de nomes e Ofélia - basta enumerá-las caturista que outrora caindo, se.. Nao sei se me faço bem atores, por detrás do sui:i-:to arrependerá ainda de desobe- tltulos consagrados. No Bra- para reconhecer-.se que não fez um .. galo" ("bosse") na entender. Em todo o caso,.pos- pano. A inter-penetração de deter ,. aU, acrescentou, certo "terro.· Pes 0 tãdeº-se~;!ftnrte~eei;!teHamlligeat~as 0 • cabeça. Disso tirou O sobreno- ~ ~firm!l-r '!~e se produz .no atores e personagens tornar- Essà.' · profecia realizou-se r.lsm.o" literario tornava im- uu,,:; ,.. me e um extra01dinario dom Michodiére . uma rapida se-ia inextrincavel, se a espo- com efeito. os tempos chega-- possivel isso. Mas é possiyel. que já se dizia .das sonatas de dl . to . So be colifusão no meio do segundo sa de Tony não voltasse.: sua. l!'am. E Cichaux que os anun- 01:1 então deveria. ser possivel Chopin: cada um dos movi- vma ri~. u . que ma ato, e que não é sem algum fuga não 1>assava de simulação ciava se pôs a escrever então afU'Dlar que: f:!hakespeare é o m-entos é magnifico, mas O :mp~nh~I.I'aá ~gi_na rreten- choque que o autor faz admi- A força de ver :. sua frente 5 obre O passado, porque em maior dramaturgo de ,t~os os conjunto não é uma .sonata. , ª ª an on - 0 aque ª mes- tir em suma. que o primeiro o mar.ido interpretando um verdade nada mais importava tempos e, com e:x;c-eçao de A peça ,tambe~ ~ compo!ta de r:. tar~~· t~ocapô-nd ~-o lºr ou- at~ não passava de simples papel tão pusilânime e frouxo; senão . aquela realidade tre- ·oante, o maior poeta de \o- palavras magnificas - wor- · r ' ª. un e ª prova. ficção· faz-nos admitir agora desejara tirar a prova, v.e1ifl:– D1mda. com sarcasmo e tragi- d<_?s. ~8 tempos m~ "Hamlet" ds, words, words" - mas o anuncia-lhe · imediatamente que o; mesmos atores desem- car se identicas circunstancias cidade ele passou a n::~.rrar O nao_e sua obra,..prima. conjunto é problematico. que convi~ara alguns amigos penham papeis diferentes pa- ocorreria~ na vida - r-eal à. , que Vira, afim de deixar re- Nao estamos na lnglateTrn. Foi neste último sentido · para fe st eJar seu .casamento peis que não sã<> papeis 'mas personagem, ou se esta se mos- gistrada para os homens do Serà ~venl~nte, em todo que E. M. W. Tillyard, no seu e~~ ela, pois, de repente, de- a viqa real. Natura~ente traria mais viril. Assim, tuldó ·iu.turo a historia de uma insa- caso, entrmJhe1rar-se atrâs u~ recente livro "Shakespear's" cidira-se despo.sâ -la. Ela dei- pensamos ~m Pirandelo. Jus~ se arranja. nla coletiva: citação de autor indubitavel- Problem Plays" (Chatto & xa-o, toda~ia, sob O pretexto tamente n-0 momento em que Raramente me estendi tanto "As idéias oomo bodes mente consagrado: T. S. Eliot, Windus, 1950), estutla "Ham- de um indlsp~~savel encontro . constatamos til! evidencia é sobre o entrecho de uma co– chocavam-se ~mas contra a~ na pagina 1~~ ~os seu~~ "Se- let" ao lado de "MeasUl'e of com a . fam.il :1a, incumbindo que uma personagem diz a média. E' que no caso, outra outras. O . ódio assumia · um Iected Essays , diz que . Ham- Measure", All's Well That Edgar, 1ie1 aDllg,o de Bobosse, Tliny: "Temos o ar de quem coisa .não. há senão peripécias let longe de ser obra pruna·de Ends Well" e "Troilus & de explicar !1- e st e a natureza faz piranddismo abastard _ o · aspecto sanitario. A velhice , • Cresslda". Para Tillyard, pro- de sua p~ida. um excelente do". Assim en:i caso a· l mª que se entrelaçam. mespera– provocava• o r iso e à criança Shakespeare, é certamente um blem play" não si~ª'ca uma efeito cônnco resu_lta das hesi- nos deix·a An' dr11 Rouss;M agusa- do das réplicas provoca o. ensl M~u-se a morder. O mun- fracasso artis_tico_" <_most cer- tsULU ta - e .... r·so de 1·nstante a in·stan do ;;_ só de bandeiras. tainly an_ artistic !~ilure). peça que nos coloca em 1ace çoes e_ subterfug1os de Edgar, 'tisfação de uma desooberta, e /e • e esse riso dur~• Havia outrora homens que O sentido em que se d~ve de um probl~ma - todas as, o qual 1gnora •9Uí Bo~sse J_á ,em momento algum a peça três horas. A sa;lda põe-se descansavam que tran4uil-a.- interpretar a frase 4'.1-e Ehot de Shakespeare fazem isso .;... sabe .que Regina nao mais se desenrola- pela forma por a gente longamente a dis– mente punb~m lenha a quei- <e os e!ros que .QOSSivelmen- mas peça em que O proprio Mounet-Sully; ·a tradição pre- nós prevista. cutir a tese do autor. Percebe– mar nas velhas lareiras, que te inclw)_ só s~ rever~, pela Shakespeare não resolveu romantica, de, Gap-ick; e a Mas afina! que se p2,ssa no se então que não há. tese al– Jlàm · deliciosos romances em oomparaçaa !le Hamlet com con;pletame~te O problema romantica, de · Kemble e Ke- segundo ató? S1mplesmente guma. Há apenas um conjun- • que os .outros é que sofrem. 88 obras-pnmas enconte st a- (Eliot eS ta ~ df: aco rd º). O an, engenhosamente intelee- que toda a companhia se reu- to de convenções previamente Esses tempos passaram. As das do teatro universàl, como probl~ma fpi maior do que O tulizado aquele, vulcanicamen- ne depóis õo espetaculo na estabelecidas pelo autor, de si, poltronas,·'Ilesteseculo, se con- '"Macbe th ", "Lear", "O t bel- _propno Shakespeare. Por is- te apaixonad<>i ,estariam para casa de Tony, para animar- para consigo, graças a que sumiram e a satisfação dos ri- lo". Por mais cheio de belezas 50 mesmo, ª huma nid ad.e - exempll11car ó famoso "Pa- lhe a festa E sucede que a nos confunde. Mas nos con– e-os, ásperamente protegida, poéticas e dramáticait que enqu~to bouv4:r homens, e radoxe sur le ' Comedien", de mulher de Tony escolhe Justa- funde alegre e agradavelmen- .:não mais se pôde defender. "Hamlet" e st eja - Ju sta men- que saibam sentl.l' e pensar - Direto. Qúem terja-razã-0? Po- mente essa ocasião para fugir te. Quem se lamentaria? O frio foi para todos naque- te. aquilo 9ue as platéias ad- _nunca desiS tir á das tentat1- de-se ter }azão onde o proprio do domicili9 ci:>njugaL Eis To-. No papel prlncl:pal da inter- le ano. Foi o primeiro inverno miram mais - 0 pensamen• vas resolvê-lo. · Shak.espeáre não O conseguiu? ny colocado· na vida real exa-- pretação, François Périer in– t<>Lal. to fllosofico . do príncipe não Mas oomo resolver .o proble- Mas não a teria conseguido tamente nà situação ~ que .-carna um Tony e um Bobosse está artisticamente integrado ma "Ham. 1.et" ? . ''S?bre ne- realmente? "Hamlet" nã-0 se- a fantasia de, um autor o co- estuantes de naturalidade• • . . . •• . . . •.• ••• •••.••.• ••.•. ·• assim como naquelas tragedias nhum ~mem que viveu real- ria, porventura, a peça que loca 'todas · as noites, no tea- Bernard Lajarrige é o fiel e 1 Ocorre, nesta altura, a dúvi- mente Já se tem escrito tan- nos coloca, de proposito, em tro , Há apenas uma diferen- desajeitado amigo. Os papeis da d,e leitores, atores ~ õo pro- to como sobre o prjncipe. da face do problema do teatro ça •E1 que na vida real, Tony femininos não são tão bons, prio autor quando à idade de Dina~~rca que nao viveu "sans phrase"? Certas pala- na.da . ad.ivil'J.lia do que se vai mas cumpre asinalar ~he-. Hamlei: estudante ou homem nunca_· Ma_s tO<\as as inter- vras do príncipe dei:iram en- passar e ê totalmente despro~ le Monty, que desempenha. de 30 . anos? O caso _lembra .os pretaçoes literarias d-a. obra trever essa solução, e em to- vido da calma divertida e da papel secundario, mas i:;resen– adol,escentes que gostam de fraca~saram (Goetcbe e Brad~ do caso será bom deixar a- poética, indillgencia· que carac- te, da peque.na. companheira s~ dar 0 por mai! velhos do _Qfle ley 5 8'. 0 apenas os exemplos berta essa porta· dos fundos terizaui a personagem de Bo- Anne-Marie. Eis que chegou a época du– !l'a, mais õUl'a, que a dura ron– dição do homem--. · Assin1, aquiio que disse um critico para definir a poesia de hoje como uma recusa em aceitar o mundo na sua rea– lidade, se evidencia · exato. Os iromanticos ainda encontravam um consolo na natureza. o "mar, belo ~r selvagem", de Vicente de e..., valho, é um d-e– sejo de identificação com o natUl'al. O "Lago" de La– martine é am apêlo à com– J)l'eensão dos atores pelo ce– nario, há• nesses poetas uma ilusão, uma esperança. Mas nos modernos nada mais res– ta senão a chicotada no uni– verso ou o escarneo desespera– do. sao. Hamlet é, relativa- ma.Is. ilu str es>. , • .. .,, para escapar, citando-se ma.is b.osse, por ele interpretada. Iniciou-se a. ,Estação da Pri• ment;e, obra da mocidade de Afinal de contas, Hamlet T s o terceiro·· ato nos conduz · mavera, como todos os anos, Shak~speare. c,~m os recursos é peça de teatro. Hanpet, é u~ vti · ·aEllot: "Sobre. ao suposto teatl'o em que Tony pela "Gala" da União dos Ar– propnos J)ara. Romeo e Ju- personagem de palco. E O a- re;p!are O nf~ª~e~~:;:~ ~~~ l;lesempenha ·o·, papel de Bo~ tistas. Sob a lona do Circo d'– llet" compreendeu o d•r!l-m~- tor que tem a l?ª~vra. - vavelmente nunca sttber a bosse. Supõe-sé airida terem Hiver, dUl'ante toda a noite, tl!l'godreallzar ª trdagedilnat liJá tesTa~~c!asa•:~s ~~:;::ft: verdade; · e se não poderemos decorrido v.liite e quatro horas as gran_des vedettes do téatro nao . 0 amor mas a e - • . 1 "' nunca saber a verdade será após o primeiro, Isto é, somos e . do cinema se mostram ao genc1a. Daf, aliás, a incompa- da, se~1a esta. de escreve! uma , melhor modificar de vez em nós, os espeotaderes, que su- público, com trajes caracte- ravel .a~a poéti~ ~~ enro:- ~!~f1f das ~~pr!ta~~iJ! quando, nossa m~eira de er- pomos assistir a este segundo ristic_os e espad_úas ºuas, em ve 0 6 pnnci~d- ad n º•d .a - 1 ,._.., e 00 d P Be'tte ton àté rar" · ato do desenrolar da represen- papeis bem diferentes das vez s a moei e se pu esse e ...,.,,,cai · e · r · • suas habituais . interpretações, DISCOGRAFIA DE ' O humo.r, o sarcasmo a iro- nia sã-O as armas da luta tio Q advento do tlisco fez ra- EURICO NOGUEIRA FRANÇA moços, viovs e mortos ,a.i estão !t>oeta contra o mundo. Mas pidamente entesourarem- representados.. Certo ,algumas 1'1~ momentos de exaustão. lIA s,e multiplas expressões de cul- ris, de discoo de cantores ce- direção de Armand Panigel, d-i..s gravações mais antigas, de horas em que a consciencta tura da música, trazendo-lhes lebres da ·época, em cofres que com Introduçã-0 e Notas de maior interesse historico, soa– da µisignificancia do resulta- acessibilidade universal. Essa será<> oportunamente abertos, Marcel Beaufils, abrindo uma rão hoje precariamente. Mas d'o se torna mais aguda e ir- riqueza, entretanto, para se para que, a despeito da defici- coletanea que compr-eende três os aperfeiçoamentos técnicos reprimlvel. Michaux exclama: tornar m O b i 1i z ave 1 em encia de técnica dos primiti- Eeries: A - Musica Ocidental. permitem que a Historia da ·. "Neiks! Noites! ~tas su~s proporções integrais vos processos de gravar, as B - Musica Orien¼L Cori- Música P-elo disco (já em ca- ~oites para uma ao ma--..., exige boje um esforço suas vozes ressurjam. Mais to- Música Etnografica e Folcl - minho àliás, de ser suplanta- . E uma manhã que não ê sério de pesquiza. Os discos cante do que exumar Tamag- -ca. Nas tres series,anunciam-se do por outros prooessos oo .,~prenuncio de um dia radio- constituem já uma preocupa- no dos subterralle06 da. Opera r e·s P e e ti V ame n te, os ke- gravar) se torne de agora em so, mas apenas um minuto de ção fascinante para o oolecio• entreta.nto, é a ingenuidaõe . guintes volumes: A - A ob.ra diante válida para o futuro. i.tltervalo entre duas longas nador que, se não busca o me- dos respeitaveis cavalheiros de J. S. Bach. A obra de W. A. 'O pianista brasileirc, que noites. lhor documento musical, pro- barbudos que sepultaram cu!- .Mozart. B - Mwiica da Indla. mais gravou Chopin, segundo ' Em 1941, na França de vt- cura. a gravaçã-0 mais rara, e a dad06amente esse discos, prote- M4sica -da China. C - Cole- se verifica por essa d.lscogra– chy, André Giõe quis fa:oer mais antiga. Mas os discos a- gendo-os contra as deforma- ção da Fonoteca Nacional. Co- fia da Urtesco, é Arnaldo Es– iup1a conferencia sobre Mi- briram tambem um novo ca- ções ou a humidade, em um leção do Musée de l'Bomme trena: quarta Balada, ..Im– clhaux. A legião Ó-OS par.tida.-- t>itulo da musicologia. Estão 1 ra.sgo de lirismo cuja capaci- (Paris) . promptu" em dó sustenido J"los do marechal impedlu..;o a. rigor, e6Crevendo uma nova dade, ao que parece, perdemos. Não creio . possível encarar- menor, sete Mazurkas, e No– de talar. Um poeta w:lessa for- . Historia da Música, filtrada por maiores que sejam os J)l'O- se esse precioso t_!abalh~, de. turD<> em mi bemol maior - ~a e dessa clarivldencla não. através, é, certo, da sensil>ili- dlgios acumulados pela cien- dlcado às gravaçoes de Cho- discos, todos, de "Chant du devia ser divulgado. Junto às dade do nosso tempo, mas que eia. · pin, como um frio catalogo. A' Monde". Guiomar Novais gra. massas domestícadas. Era.o ln- s proJ·eta no futuro como bis- Traz-nos a ciehcla a voz dos margem mesmo dos admira- vou a terceira Balada para a Cl>nformlsmo, a revolta. Era o t!r1a viva dos estilos interpre• mortos, a sua corporificaçã-0 velmente bem escritos e pre- "Columbia''. e uma das Ma– tragico-alfátema capaz de per- tatlvos atuais, além de preser- vocal ou instrumental, --e dir- cisos · comentarj.os de :Beaufils, zurkaa para a "Victor''· A ú– turblir todo o trabalhe de con- VIU' a melhor p~ tla cria- se-ia que nos traz a propria de analise estética de .cada nita fabrica brasileira de dis– dlclonamento das consc1eJiclaa ção musical contemporane~, e presença no que têm de mais grupo de obrai; do mestre, não cos que contrlbui parA esse pa– fiUe se vinha reall1.ando. Glde qUe já noe traz, m,_esmo, no es- profundo; porém ao mesmo o·olharemos como um simples norama ê a "Continental", 111ã:o fez a conferendia, mas paço de melo seculo, mutações tempo explica · com tão singela ficha.rio, sem que multiplas com a pianista ~aria Apareci– publicou um folheto e toi a curiosas na maneira de conce• ela.reza como as vibrações so- sugestões aflorem, em suma.. A da: Estudos em dó sustenido primeira consagração do poe- ber a música, pois recebe os noras ·se fixam e se reprodu- mais prestigiosa Historia do menor e em fá maior, op. 10. ~- . derradeiros 1nnux-0s do ro- zem que toda sensação de mis- piano, depois d~ Liszt, se re- Estàn;ios em face, pode-se . 'l'ris formu para 11111a s6 mantismo e se inscreve, hoje, terlo se evapora. Nossa atltu- flete nas suas paginas. Vemos, admitir, de um discografia in– tmacem .- Aproxima-se do sob o signo de tendencias néo- de, em face . dos discos, não por exemplo que Busoni, em tegral de Chopin. De resto, to- ' verso de Mario de Andrade: clas1cas. O disco, de fato, per- deixará, afinal, de ser pratica: 1920, gravava para a "Co- das as obras de Chopin, mes– "eu sou trezentos e cinquen- tence ao seculo XX, mas ele qual é a obra, qual o interpre- lumbia", o Estudo em mi me- mo aquelas não gravad~, até ta,. este de Henri Micbaux: retrocede, 11-0 que concerne à te, onde foi gravada, como e nor, op. 26 n. 5, além de outras as praticamente desconheddas, "os que eu fui me falam". No personalidaide de interpretes, quando o foi. Asssim procede paginas, quatro an&s depois. mas que dei~em margem ra– fundo, com as evidentes e 1- p!enamente ao seculo XIX. a Unesco, obediente a uma re- Que Eugéne d,Albert, de 1922 z;iavel de segurança, quanto à nevitave1s modiflcaç6es de com os grandes virtuoses que. solução de sua Conferencia, a 2• gravou para a "Polydor" autenticidade. nas.,versões O• forma - apenas mais ousa- ll-0 fim da vida, talvez ainda realizada no Méxioo, ha 3 anos algumas obras, a começar pe- riginais, e em transcrições, a– do e obedeeend& antes à me• · espantados diante da maravi• onde se dec:ldlu preparar um la Berceuse. Rachmaninofl, brem tltulos no catalogo da ltãrera pela. identificação do lha, efetuaram gravações, há catalogo da música ld.lndi'al HoUmanl'!, Horowitz, Pade- Unesoo e suscitam comentarios que à an11logfa - é a mesma trinta ou quarenta anos e gravada. Intitula-se o primei- rewsky, Rosenthal, Casadesus, de Beaufils. Esse criterio a- 1dêia de Vitor Hugo do "eco mesmo antes. No primeiro lus- ro volume - L'Oeuvre de Fré- Rubinstein, Cortot, Brailows- cresce sem ~ 0 mérito 15 onoro" para as mil vozes do tro do seculo, aliás, houve uma dérie Chopin ("Ed.ltion de la ky, Bachkans, Arrau Iturbi do livro coa:J, prodigo instru– mundo ~~ ~e cerimonia de iDumação, nos R.evue Disques" - 1949). dis- Godowsky Myra Hess ,entre mento da mUBicol~ia choP.i• ..· ~ _ ~U'lPjtl • .~~ ~• 1loSl',:!1,fi ~;a:pJ!_~.JQ)I mJütid~~ i-e~ -~ , ~- - .·- . os comediantes e os tragicos de ambos os sexoo esmeram– se em numeros de circo, nos quais, de qualquer forma, al– cançam grande êxito. Os lu– cros da "Gala" revertem em beneficio da União dos Artis– tas. Por seu turno, a Academia Charles Cros, pela quarta ,·ez depois da libertação, distri– buiu os Grandes Premios de Disco. Não disponho agora de espaço para mencionar os dis– cos vencedores. Jean-Louis Barrault conseguiu o Grande Premio de dicção com um texto de Arthur R!mbaud.. Entre as grav~s premiadas· que compreendem este ano mais de trinta 'discos, três gnmdes obras se distinguem pela importancia e excepcio– nais resultados alcançados; a gravação integral de "La Pas– si-On selon Saint-Mathieu", de Jean-Sebast.ian Bach. a "Sinfonia Fantastica" de Hector Berlioz, e um assom– broso .. filme sem imagens,. mólltagem sono.a de docu– mentos radiofonlcos autenticos que reproduzen_ a epopéia da. -Segunda Divisão Blindada. comandada pelo ·Gene-ral Le– clerc, durante a guerra contra a Alemanha e a Italia. O con– junto dos oito discos denomi– na-se "Leclerc, Históire de la. 2o. D. B." ~uvem-se as vozes de Hitler, Churchill, Roose– velt, Pétain, De Gai:lle e do proprio Leclerc, além de certo número de emlssões da radio francesa durante a ocupação alemã. Os proprios ruldos dos combates, a entraja 1as tro– pas francesas em Paris sã6 fielmente reproduzidos. Creio que • tomarão especiais pro– videncias _para que tais g!'8#{ vações sejam difundi ,fjQfpAc::nuna,e., , ..................... _Qj

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