Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1950
-'oomingo, 13 dé AgostD de 1950 ·FOLHA DO NORTE 3a. pfig-;, --------====;;;,:-._;;;.;;....;__ ,~-=-~------------- q~ando à oena do convento, . liara, pôr a-0 serviço da patrla poe na boca de Hamlet estas T d ,_ 0. sua lira ? Por qu,e modo ha- palavras: "De que serve ca- r a. u e o e· s veria de concorrer, com a sua • • • maradas, como eu, andarem de • • • potesia , P~ra /;evi~ora.r o ãca- • rojo entre o céu e- a terra? r a er nac10na._. J a Ma_galh es Nós somos todos uns chapados íConclusão da _,... paà>,.._ abrira o caminho aos r-0man- .Cristo Parou (Conclusão da 1a. página) gat unos, não te fies em ne- ticos, derramando na alma do da o homem. Não o diziam ceµi com as que aqui em cer- n hum de nós. Vai direitinha Data de 1887 a traduçã o de ráfrase, não a sacrificou Moll• povo aquele " balsamo sagra- como manifestação de uma a- tos meios se pratic"am. - t ,. N- f · 3osé Antonio de Freitas. Tra - te·gut·. " ... il puisse verifier do " - a Religião que, além l . . . - d para um ·conven o• •• ao . 0 1 · · de ter formado o espir1··to ""a- t I tu d e antlre 1g10sa, mas · Até a cena da apreensJo e a unica vez em que Bulhão ta-se de um maranhense que que nos yeux n'ont point "'' ao contrario, como uma quei~ uma cabra principal bem de Pat o recorreu a. diminutivos, emigrou cedo para Portugal, men ti. .. " Tristão da Cunha, cional, fez ainda, pela ação xa, como quem se sente exclui~ uma familia miserav-el, pelo a- 1 d t ar t onde faleceu em 1931 d•eixando sempre preciso, manteve a i- maior surpresa, fomos encon- d b segu n· o na -ur men e uma. · t t r·6 -la n a Bib11·oteca Pública "e d o de tudo, despreza o, a an- gente do fisco, admiravelmen- i·nc1m·aça- 0 por tuguesa mas em testamento a sua bib.lio e- magem·. " : . .possa ele conflr- ~ " b i é G 1 b - ' h - • Nova Iorque, enfeixada num donado. Terra som r a a- te narrada, me em rou o ca- oom prejuizG da . compostura ca ao Estado do Maran ao. mar ·os nossos olhos/'. O r epa- gliano, em nada semelhante às so que ouvi contar da destrui- dramatica. da cena. Sua tradu- Antes do " Hamlet ", traduzira ro poderá parecer rigoroso, volume de miscelanias h ispa– aldeias ita-linas, ressoantes de ção, em vir tude de já não sei ção tem ~ontudo- um merito. 0 ".Otelo", mas foi a tradução mas a verdade é que pequi:- no-americanas. Trata-se de can tigas, alegres como o vi- que lei do Estado Novo, de to- inegavel: 0 de poder atrair •o daquela peça, destinada a E- nos deslises; como esse. oontri- uma edição ordinai"ia, em pa.. nbo espumante, que nos hao!- (la a rapadura produzida num interesse do leitor ou do es- duardo Brazão que lhe deu re- buem para' desfigur ar a lingua - pel de jornal, já se dilaceran– t uamos a ouvir celebrar, " .ter- pequeno engenho do Nordeste. pectador comum para uma pe- nome, Isso porque o nosso pa- gero poética- de Shakespea~e do ao contacto dos dedos, feita, r a sem pecado e sem reden- Lã com<:> aqui, o mesmo det-a- ça· que, por ser longa. e extre- tricio não se limitou a tra- eliminando os efeitos ctramat1- em Lisboa, em 1889. Uma par– ção, onde o mal n ão é um fa- lhe revoltante: crianças mal mamente complexa; não é na- duzir bem a peça; quis igual-· cos que ela produz constante- ticularidade · a daquela data .to- de ordem moral, mas umlã, nutridas contemplando, choro- d · ·1 1 d t mênte resgatar seu tributo à mente. estar emendada à mão para . te a assmu ave e · ou ra ma- 1890. O autor fez inser1·r na dõr terrestre". So m u 1 ma sas, o desaparecimento do cme neira pelo público. E' portanto interpretação do fenom 1 eno outra tradução portugut;sa, folha de •·osto os seus titulo•: rua, em ladeira,. que se .a ar• ll:J:~s matava, mal e mal, a fo- compreensível que dela exista Hamlet escrevendo um a. en- que nenhuma das nossa~ prm- • " ga num rolnusculo planalto, me. unia edição brasileira. popular, tado estudo de introdução em cipais bibliotecas possui, é a Médico, Engenheiro Civil, A– formando uma especie. de pra- Terminei o livro . de CarJ.os publicada pela Llvr ari1', · João que classifica de histerico o de João Felix Pereira. Com a gron_omo, antigo professor da ça- onde se reunem, à noitinha, Levi com ·uma pergunta : não do Rto, em 1925. Teve, assim principe de Elsinor. No ardor da mesma escola, sem exce- Escola de Comercio de Lisboa os- homens impor tantes; úm será, em boa parte. o regiona- em nosso ·pais, a moldura que com que defende sua tese, a- cão de Araujo Porto ~legre. e Professor jubilado do Liceu c;u outro propriet ario rural que lismo, uma criação !iteraria?_· merece... cha José Antonio de Freitas Não consiste O sentimento Nacional da mesma cidade ..,. não conseguiu emigrar pa:ra O que nos parece tiplco de Camilo Castelo Branco, que que Shakespeare escreveu a romântico da natureza, como Apesar dessa mixordi,i, de ti– Roma ou Napoles, o médico; o uma zona não será. sobretµdo, não tinha O elogio facil ; --viu segunda versão do "Hamlet" vu\garmente se Pf:n~a. em lhe tulos, desempenhou ele razo~– farmaceutico, o delegado aos tlplco de uma condição? Bem em -D. Luis I -um tradut-0r -vl- para t.Qrnar mais impressivo_ admirar os prodigios e lhe velµ:iente bem sua tarefa, es– quais se agregaria tambem um sei que subsistem diferenças, . goroso e fiel de Shakespeare. cunho , daquela neurose. Era cantar as belezas . . . Esse do- corado em comentadores e e– pa;dre, se, naquel~ mome,: i.to , peculiaridades . locais, menos As. traduções do rei têm jus.ta - um .excesso de sua part'!, ce,- profundo . sentimento, , a xegetas .de autoridade,-· àque– não fosse vigario um pobre marca.das e importantes, con- mente os defeitos dessa quali- mas que não invalida o princi- que na Europa se chamou la época. hQmem in1,1tilizado pela em- tudo. do que as ·semelhanças dade, pois, não é traduzindo li• pio, quase pacificamente ácei- panteísmo alemão, é · repre- A tradµção de .Tristão da. briaguez. São os galantuomini, Os costumes são, afinal; o re- ter.almente que se pode man. to em nossos tempos, de que sentado; nas origens do Ro- Cunha, editada por Sclln!idt que mantém à distancia os sultado da adaptação. a deter- ter O climax dramatico de .uma Hamlet foi ilevéras um histé- mantismo, pela alma humana em ·1933, é um capricho de e– " c.afoni ". a ralé, composta minadas contingenc!as, cuja peça. D. Luis , de . B.raganç.a, rico." Não haveria exagero em a 'unir-se ,e . como que a se rudito, e fino erudito, empe- - de, campônios e pequenos art.e- variação é llmitada, do espiri- que converteu sem meios..ter- quálificar - sua tr~dução como col).fundir éom a propria na- nhado em dar-lhe o sabor <le sãos. Com . estes se entendeu ·to . humano,. que , é O mesmo, mos em vernaculos . ·algmnas • a inélhor ·e mais honesta das tureza... Na balada, de Go!!- um vernacuio equivalente · ii. logo melhor o -"confinato, isto essencialmente, em toda a passa!l"ens eªcabrosas do "Ote-: tra_duçõe_s_feitas em Portugal. . the, já por mim cit,da, , linguagem da peça. Sabor ~s- é, .o inter nado político. que os parte. Sem duvida, aos espe- .lo", não teve a mesma bra.vu . Ev~de~tem_ente, com o . .tJ!m~o Der Fiscelu: que A M:ae d A- tranho e · mesmo intoleravel homens · importantes, fascist_as clallstas, parecerão do maior ra em sl).0, traçlução do "Ham-- .de<?!:!rrid(l !!_ as 1;1ovas mve,sti- . guâ, , de . Go;nçalves Dias, ~os para o piiladar das platéias do por convicção,.interesse ou,te- int-eresse detalhes que -a n◊s · let!', talvez - por ·t.er adotado gaçoes dos. textos . sp.~k:espea- • lembra e que; entre os alemaes nosso tempo, mas • que não - • mQr, tratava.tn forçosamente outros se apresentam como in- . alguma edição çensuraqa. da rean~•.está · ?- reclamar uma exprime O • panteísmo, d~pa~a.- impediu o êxito de sua repre– com ce~t11, · desconfiança. Aos significantes: conhecer é dis- · tragedia. 0 fato .é que certa re_visao . ~eticu~osa. PaEa se-nos O .homem, indifei;:_ente ·sentação pelo Teatro da Casa f>Ollr!!S, i)ão se.lhes dava.de po- tinguir. Que, por exemplo, as frase de Hamlet. dirigida a .O- nos _brasileiros es~a rev~ao aos~rumores da vida ll).undana, "do Estudante. Segundo o de– litica. e inspirava simpatia. o nossas mulheres · tra<;am sem- félia, nó . .ato da representa- deveria est-en~ei:-se à lm- a desaparécer ilo sélo das a- poimento de Augusto -Frederi- . rapaz soUtário·. Se, sofria, era pre descobertas as cabeças. ~- ção do "Dumb-Show", e que gua~em, _subshtmndo-lhe ex- guas atraido pela voz de uma co Schimidt, Tristão da CunhlL um dos seus. ".Essa fratemi~- quanto as. camponesas italia- tem sentido indecoroso, não a~ P:esoes marcadament~ · lu- serei~. que •lhe fala do.s. en- traduziu.- o •"Hamlet" para o dade passiva; essa comunhão nas as . envolvem em chales parece na tradução ·do. rei. -A- &';.tanas, talvez fora de _cu-cula- cantos da vida no fuhdo do · português seiscent-istt>. ditando n ~ dôr, essã . paciencia resig- pretos, talvez. lhes expliquem liás, quem cotejar essl\- ttadu- . çao _até ~m P.ortugal. Al'._ ~ra- niar.,. il. datilografa sem recorrer ao's nada, solidaria e secular é o .algumas poucas divergencias ção com O texto inglês, verá duçoes na? fogem à · fatal~da- Halb zogsie. ihn,. l!alb sank dicionarios. De ce"rto, já havia sentim!!ntô _proiúndo que une , de conduta entrç.. umas e ou- que ela não · prima •absoluta- •de da. ·velhice ou da decrep1tu- Unil ward nicht mehr·ge~ehn. assimilado perfeitamente a ºI!.- camp?n~~s,,. ~lo natural, e tras, àquelas maii; palradeiras mente pela · fidelidade. o prl- de; esta.- porém, _ envelheceu· - - ~ • · [er biia, peça para n traduzir de ma– nao r ellgios~ .· •. e comunicativas, estas retrai- meiro exemplo .disto , é , o · da relativamente ~ouco. E o _-que · o lirismo panteísta ·que, neira tão. ~espachada. Obse!- ~e a_lgul!l modo .a4otad? P?r .das e um pouco misteriosas. pergunta ,de•Bernardo inic!an- é de lamentar e que a editora com Lamai;ti~e, crioú profun- va-se,, altas, nessa traduçao e~e,s. _çoi:i~e9!u-lhes a ~1se!'~ª _Mas nem..por -Isso. as irmana do a cena: "Who's thei:e~-•~. ali _ portuguesa, resP.onsavel p_ela · das raízes na Fiança, imp~le talv,ez po~ !!feito daquela teme– f1s,ca ~ .IAº;"?,l,.• '.'- !P,alar~a ,que menos o fatalismo, o fetichis traduzida por "Quem :vem· lá:?- •difusão das p~ças de Sll:akes- o poeta rdm'antico a engolfar • r~oa fac;ltdade, certa tendên– os .d~r~e19:, ~-viçioso ~gi1!1e e- . mo e ,mais do que tudo a a- viva ·quem". .Este apendice •.é .peare . em,.ver1;1aculo tivesse a alma "como- aquele ingenuo c1a, à par~frase, embora sem– cot1,omico qu~ J §._ e~c,ra}'.~~- ª . cejtação da pobreza, a ausen- -!njustaficavel,- uma·-vez que so- cleixado de parte. uma traã;u- pescaão~ · d& ... balada de Goe-·• P;&- oom ª !Ilelhor- -comp!een– quem _lhes ~rn~ce_dmhe1ro ou . eia -de. ambição. O aue. as faz mente em sua fala .seguinte é ção . dessa va;Iia pa;a c,9nf~ar thê, nas harmonias e nos mis- sao do esp1_J:1t? da. ~ra~ed1a. v1v~res n<;>~ m,terval~s d~s _co- mais _diversas das ,brasileiras que , Bernardo emite a senha: tá~ grll,\re..tarefa a ~ -dr l;>o- terios · dá' na-tureza, para que . O sr. Phve1ra.; R1be1ro Neto lh~1ta_s,. a ~ua: ign~r~nc1ai .as_ é a ,·ctl'.cunstáncia de viverem "Vjva O Rei!". Minucias co- mmgo~ .Ramos, cUJl;I absolµta ·se.. pos'sâ compreender a si . fez_ sua traduçao, publ~cada . cr~ndt9es__e .s_uperst1çoes que n~m pais onde os -, homens só mo esta poderiam ,ser---aponta- t:al~~ .de h,oi:iestjda.4e .pode .~er meí,mo ·' E' essé aliás um: dos em_·l9i8, ao que dele afirma– os_.faz.~m V!Ver 1:)cU!ll m~9-do 11ao emigram ,quando , to- das em outros lugares da -tra- aqmlati;!da _rn~d1ante 1:m SU:!1- traços .distlnt.Qs dos ronfa.nti- ram, "ob_sex:va~do, as _elucida– nusf_e1:1oso povoado de espmt?s. do .não . 0 pode1!1 fazer. A mi-_ dução. Publicada; sem men- 1>le!3 cotejo d~ _- ~ua traduçao cos ingleses. Nem sequer By- ções das pesqU1S!13 mais recen– ma,.leficos~ Jmquanto os man- . ragem da Amenca - dos Esta:. ção do .: · nome do . autor, em com a de:.Em~lu? MonJ;égut. •·ron se iserttou da sua influen- tes. e - ~uma lu;iguagem que, doii_ t ra:balli~ya:m na_ terra,_as dos Unidos.....:. é a unica aue 1880 , dela existe na l3iblioteca , -:~i:a~uzir, in~les.,:. do. frp.~- da: , -- se~ trai~ o texto sh~kesperea– m~lheres · cmd~vam ?º:i ~or- empolga os habit antes de Ga- Nacional o exemplar . que,.D. ces 1 naq é. co~<:,a , rara, aqaj _ e I love not man the lesse, .but reano tr~ux~se um sabor n,o-, º<>l!• ~a_s .c~bras, _e d11s cnan- gllano, wnde O autor deste · li- Luis o.(ereceu, numa dedicato- nou.tras · banq.as .. ~as, a _desfa- [Natur~ .more, vo, · ennq_u~cido . pelas n~a.n."'. .. ça~. t<?das p~lidas, ml!,gras, vro . viu, em auase todas as ria -concisa, a D. Pedro II.. Com çatez daguele_fa~so. erud~_to ,vai Fr~.n the,e our interviews, -~n ce~ que u id1om~ P,Ort'!,guês ~- • co~ grandes. olhos I_?-egros e casas. ·ao lado de uma imagem ·essa tradução é ·que, abre O .se> mtµ~o 11,lé~. . VeJa-se, a ultima_ -· [wh1ch .1 stea.l qu1_i::m no l3r!\~1l . Nao sendo . . trl_stes n2.~: ro§_to~ de cera, _ven- . da Madona, a fotografia.. re- gundo. volume da edição _brli- . ed,i_Qa_o _dat3d~, em 194~: ;de_ sua From ali ·1 •ma.y : be, ·or bave •aq~1 o lugar mdicado para a. .. tr~s i.-~~cidos !! pa~dos como cortada de alguma. revista~ do sileira de algumas peças -de. tradµçaó do Ha-~let _.. La es- [been before, analis_e ~esse ·trabalho, vamos ., ta.!fibores. :iobre pe;;11nhas toi::- presidente . Roosev~lt. Talvez Shakespeare .lançada em 1942 ,- t~. : repro_duzida nmgu~~ sabe To m.ingle with the univtrse, nos CU]gir a duas ou tr~s ob---- t~ e-. muito finas . A descri- seja esta a .ma.for diferença sob a direção qe José Perez, qua~ta~ v~,zes, uma . f.dve5- · > Jand feel servaçoes. Quanj;o à lingua'- · _ça_o, l~ID:i>~t?-do ~ertos garotos . que rev~l9: de· qualquer povoa- pela empresa "Edições·_cultu- . tenc1a'_, a_ tt~ulo de introduçao Wh:i.t I caJi ne' er exP.ress yet- gero, o tratamento que lhe dá de Po_rtmar1,. foi que me fez do brasileiro. ra" de São Paulo : que constittii suculento estudo · [cannot ali ~itticeal. o t_r~dutor _brasileiro é P?r ve- d~ -re.pente,-_compreender a sen- · ' · · de Jnterpretação critica a en- E' perfeita, no caritpr dos zes 1mprec1So e d~scmdado. sação. de já. ter l.ido. tudo aq).li- · cher nada menos de 33 -paiii: , Timbiras, a intuiçã-0 do senti- U~ exemplo, dentre mwneros, lo~ de _estã.~1.-descontadas algu~ o "B o l o·,, ·E .· o· ''p,··. e· 1· Q-.! _!_' nas em tipo reduzido, ' Não há inentó parlteisfa, . 'de que na do ~eu estilo, n~ma fala de~~- mjls_' d~f-eren.cas de ·pormenor-es, . . '-'.L . . ali -indicação alguma do autor, Eutopa sé' impregnou· a poe- racio a propos1to d~ apanç_ao- .. assistindo- a evocaçá.9 dé uma · .. • seguindo-se · que ·este seja o sia •romaiitica. E mais talvez do espectro: "Mas nao ·me deu p~isagem. ntllÍlana muito fa- · . •, · ·. .- .. (Conclusão da 1 a. · pãglna) . • _ . próprio tradutor: Pois, perten- do que quaridq· diz .- - r ~sposta: .apesa_r de · eu ter .m,1llàr. .· .. . E.mais .amda: se é _v-erdade-que O espírito é O ser verdadeiro que . ce ·a Emile Montégut. ·desde o cantor das selvas, entre bra- tido a impressao de que eJe !3e f.alasse em matutos em o _.compreende_ todo_em si mesmo, é preciso dizer •que O belo titulo "Àvertissemen", impro- ·· · · [vas matas. ergueu a cabeça e fez mençaG vez de ' camponeses, em a.r- nao é_ver!d __adeiramente belo, sendo quando partic_ipa do -espiri- priamente traduzido em lugar Aspero troné·o da palmeira es- de .falar". Há imagens e me– ráial, em · vez. de aldeia, em to é 11 de prefacio õu intro-du"ção, até · • · • · · . [colho, · táforas, no "Hamle_t•~. que não · cultura -da cana ou .do · café · e cria O por eS te - A beleza da natureza não aparece senão· as últimas linhas. Não -se ·sabe Unido a ele soltarei meu canto podem sofrer a mm~}lla alte– -efn ·vez:. da dé. ol~veira,_ o livrq coino um :i:eflexo da beleza do" espírito éomo uma bele:i.11 porq 4 e o tr~dutor ''. pr-0f~teur" Enguanto O vento nos palma- r~ção_devido a. terem, poi: as– d~ Carlos Le'vi se poderia pas- lmpérfeita.". • somente desprezou as oito ·u-~ ·· , •.• ' [rês zune sim dizer, uma chancela imu– sar no Brasil. A nossa -gente As premissas ·que a. natureza oferece e o "•feio" na obra nhas finais. ,Os come?tarios e • Rugindo os longos encontra.dos táv~l ,de universalidade. E'. o rtjestlça , desceI1dente de lusós de _arte l?Ó são colllple~amente (!Uperados e resolyidos qú\\ndo 0 · notas criticas, da pagma 253 a · [leques - que acontece com a conhecida. il;>értcos, .d~ negros. africanos . arttSta transforma-os em elementos formais, assuntos <l-e pu- ·306, são quase• todos ·tambem• ,mostra · Gonçalves · Dias- Sen• frase: . ".Algu!lla coisa está po– e de índios selvagens, muito . ras _ab~trações .formais, as quais_ premi~'sa e ·- b!lle~ai -:-. ela. de Montégut, com a ligeira tir ·a natureza, à nioda _ro- dré no reino da Dinamarca". pouco difere, afinal, desses reshtw, por sua vez, d_espidos de _•~aa a: li,teratúra, de .toda a. atenuante de que o escamo- mãntica, qúando, - como · barao O ·sr. Oliveira Ribeiro ·Neto h·erdeiros ·de· antigos romanos. """ teador as faz preceder~o es- da· solidão, é atraido pelo si- entendeu de asseair o texto Nem os mitos de que povoam · de~en~encia com O mµ nd0 exterior dos' sentimen,fus , gerados clart1'cimento geral de qlie fo- lencio do deserto, pela imen; propondo em vez daquilo: "AI- .a .sua solldã,o s~ mostram di- pela exper_iencia da nossa vida _quotidiana. e sensual. , ram "coligidas dos principais sidade do oceano... guma coisa está errada no ret- v.erSQs. Por Jã taµibem ronda O "belo", por sµa. v~z, .só o. é verdadeiramente quando re- comentadores". o nome de Se queres saber o meio no da ;Dinamarca". Em mate- o lobishoqi.e~, em que s.e trans- ~ulta da pedeita caerencia estilística, isto é, quando nascé das Montégut, porém, apenas é Por que às vezes me arrebata ria · de interpretação. comete o fprmam nos dias ,aziágos os relações constantes existentes entre os detalhes que compõ_em mencionado acidentalmente de Nas asas do -pensamento tradutor varios lapsos incom- 1\omens àm._arelos, por las.e di- uma obra de arte. o conceito arraigado da concordancia, en- mistura com outros, como ·A poesia tão grata; . preensiveis, como a de uma ex- v.er.t~. à custa das criaturas tre a beleza fisiea e a beleza da alma, assim como O da imnns. • sempre acontece eeyi. casos des Por que vejo ·nos meus sonhos pressão de Hamlet, quando humanàs o sacf-pererê, com o ºb"lid d ,..,. ta · natur-eza. Será preciso a- Tantos anjinhos ·dos céus; • em· conversa com Rosencran– nome · de "moriachichio", ·si i _ ª e da "deformação" na obra; de arte, vêm <lo erroIÍ.eo crescentar que a tradução por- Vem comigo, ó doce ama.da, . tz ·e Guildenstern: "Mas, n!) b_ranco, natural~ente, e provi- principio do progresso da arte. Acham muitos qi.ie. a arte - tuguesa. do "Hamlet" foi cal- Que eu te •direi os caminhos. caminho batido da amizade, ~o d~ duas. pernas. Mas faz não a técnica - modificou-se é progrediu com o deoorrer dos cada sobre- a do erudito fran- Donde se enxergam anjinhos, · que fazeis vós em Elsirlore?" as mesma~ artes, com .a mes~ séculó_s. Por, isso rele$am · um piano secundario à. arte dos cês? - Tradução de tradução Donde se trata com Deus. Esse "nonsense" resulta de ma malicla e a mesma agili- primitivos, a arte bisantina, a arte pré-helênica enfim todas nunca será coisa irrepreensi,- Fujamos longe das vilas, · uma. tradução ao pé da letra dade, usa o mesmo barrete as manifestações que antecederam ao Ren-a.scim'ento italiano . vel mas ai:rimado a um tradu- Das cidades populosas, da expressá-O: • "But, in the verip.elho, graças ao qual - tido por eles como ápice e O ideal de todas as artes. 0 que ha~ tor escrupuloso como ·-Monté- Do vegetar entre as vagas beaten way of friendsbip", disso sabem toidos os leitores via anterior a Giotto, e Giotto mesmo, têm pra eles um inte- gut, reconhecidamente dos Destas côrtes enganosas que é como se dissessemos, di- :le Monteiro Lobato - é pos- - mais capazes que Shakespea- Fujamos longe, bem longe, rigindo-nos em tom. irônico a ;.ivel prendê-lo. resse qua nd0 muito arqueologico e hi sto rico, especie de prepa- re já encontrou entre os lati• Deste viver cortesão! uni falso amigo: "Mas, como Os cangaceiros nordestinos ração para O Renascimento que ·iria surgir. nos o dr. Domingos -Ramos te- Tambem o sentimento pa- velhos amigos . .. " Assim o ex- encontram lá a s_ua réplica, em · O verdadeiro valor das obras de arte antigas só foi conheci~ ria prestado relativamente me- triotico, o poeta maranhense plicam exegetas como A. w. bandidos com sua ponta de ge- d.o quando- o movimento moderno estabeleceu a primazia ab- lhor serviço _do que certos tra- o expandiu dominado pelo es- Vanity e J . Dower Wilson. nerosidade, capazes de darem soluta da forma sobre o conteudo. Foi então que Cimabue, dutores diretos. Lastimavel- pirito romantica. Na Alema- Concluindo, é pena que nã<> aos pobres um pouco do que Lucas Cranach, El Grecco e tantos outros e maravilhosos ar- mente, porém, sua tradução a- nha, onde, com o -Romantismo, tenhamos uma traduçá-0 fun– tiram dos ricos, cujas faça- tistas ganharam O seu lugar ao lado de Rafael e muito aci- fasta-se de vez em quando da- se tinha em vista levantar a ciollal tão honesta e segura nhas compensam de algum ma de Guido Reni e de Carracci. Ao ver as irreais e livres de- quele modelo, deixando ver o alma debilitada da nação, o a- como o é de Tristão da Cunha modo da sua submissão os la- que seria o trabalho se realiza- ~or da patr1a, se traduzia, em no plano de obra, antes para vradores curvados não só so- formações daqueles artistas, seus belos modelos inconformes do exclu..<Jvamente à mercê de h~eratura, no apego às tradi- a leitura. do que para o tea– bre a enxada, como tambem com O ideal exterior de beleza e inadmissíveis ao gosto acade- suas interpretações. Escolhido çoes, no_ estudo e reprodução tro. E a falta de uma tradução sob o peso de uma longa ser- mico e pequeno-burguês, ni:o se cogitou indagar sobre a legi- auase ao acaso, aqui está um d~s sentimentos da Idade-Me- do . " Hamlet", que, ao contra– vj dão. E as feitiçarias de que timidade dos seus melo&de expresssão, -sobre a lógica absolu- flagrante característico de sua dia, em que tem os seus fun- rio daquela, transija até cer– usam as mulheres para atrair ta existente entre a forma visível e o contendo poético invisi infelicidade quando tenta a- damentos a cultura alemã. E- to ·ponto com a linguagem cor- os homens em tudo se pare- vel, mas sensivel, que emanava das suas telas. Mesmo de ar- panhar·· sozinho o pensamento ra uma rf\SSSur rreição do pas- r ente sem preju!zo do que e– * O romance " Margariada La Rocque", de Dinah Silveira de Queiroz, está sendo tradu– zido para o francês. " Deverá .al)arecer .dentn. de poucos dias o primeiro numero de " Literaria" , nova revista de arte · e literatura que obedecerá à direção de Paulo -Mendes Campos e Fer– nando Sabino. "Literaria" pu– Jwcarii as memorias de Ma-· nue'I Banêle&a. _ tistas, por todos r econhecidos, como um Miguel Angelo ou um de Shakespeare. Diz Marcelo, sado germanico. Foi num im- xiste de substancial em Sha– Donatello prefere-se a P ietá ao Moisés e O David à San ta ·Ma- em sua tradução. referindo-se pulso ~e rebeldia_ contra a in- kespeare, é ainda um proble– à d escrença de Horacio na a- fluencia estr~nge1ra que o au- ma para o nosso teatro. Ne- dalena. parição do espectro do rei: tor do Fausto, volvendo os nhuma das traduções existen- Na realidade, para o academico ou para o n ão in iciado, o " Foi por isso que lhe pedi que ol_h~s ~ara os seculos mais sig- t es está no caso de ser leva• ideal jã não reside em Miguel Angelo, em Rafael ou em Rem- estivesse _comnosco esta noite, mf1cativos ';la vida i:ustorica da à cena, sem algumas adap– brandt, mas em Nussonier ., Bouguerou. Admitem Giotto e El para venficar por seus pro- da sua patria, descobriu a be- tações nesse particular. ·e é por Grece-0 por simples respeite à tradição e ao Museu, amam-no, prios olhos, que n ão m enti- leza gótica, procl_a_mada bárba- Isso · que as traduções devem menos que a Sodoma e can,,va e sentem-se confusos e irrita- mos e pa ra servil·-nos de tes- ra, e teve o arroJo de enalte- ser feitas periodicamente co– dos, quando a pintura do sr. "X" que faz " um pôr do sol .tão temunho". cê-la num trabalho sobre a mo sucede aliás em outros' pai– igualzinho e tão bonito ", só merece O desprezo doil criticas, en- Dessa. maneira, resulta preju- arte da. construção alemã. ses, sobretudo a França. En- qicada uma expressão gravati- E como poderia o romanti- fim, cada geração precisa pa,. quanto as "-horriv,eis ma donas" de um Margaritone ainda vi- va: " . ,. h e may approve our co brasileiro, -de acordo oom o gar esse tributo a Shakesnea– ve ria historia da arte. eyeG,~,. " ;Embora usan.d.o --pa- espirito da. escola...a, que se fi- -t"e, • ► s; •
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