Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1950
... FOLHA DO NORTE ·oomingo, 9 ele Julho éle T9Sb 3.o Pc»gir.'a --;;;;-1-e_m_p_lo_ll__ d_e__ se_lt_a.. -b-u-di-.ll!-.-----.....--.. ~ ·-0---.---c--o---N---T--O------.D--A-'.-.- ---S--E--M---A--N---E.--,------~---·---=-1:'.:'s"'.,t::r:::::~::s~f=o;:::;=~::r::'!s:m:-e:dm:e:-s-:t~:i:ca=-;=-a-:l~::~:=io l(Ue fala ó pall - Idioma de uma • saíram da terra, os Dewas que parte da lndia Meridional do Cel- · habitam . os .ares submeteram-se ·lão; do Sião e da Blrmania - às m inhas ordens para irem à .encontram-se, em sala "peclal, o R E o M u KJ D o tµa procura e trazerem-te on- ,ou ao pé dos &µares, longo& co- · 1 D · de · est u. Agora, diz - e : não ,:ires . ou armarlos em forma de ' plramide iruncada, de madeira. 1 p ensas ql.te eu sou mais poderoso l.preta laqueada, com douradura.!! do que tu? r,!Ãc~~ _::"f~e,:Cr:!!~~6:u!; J ' - j balbu~fo~ d~~~ªdd~~~fesso-oM;; sagrados, redigidos em pall. quem és tu, que podes imperar têm' como assunto, quue lnva• (Conto Pa i) até sobre os deuses da Nature- - ":riavelmente, a vida de Buda. .za, , um· deles contem a ~toria se• Tradução de AURELIO BUARQUE DE HOLLANDA - Eu sou Siddhar th ª Gauta- gv.We, que esfá incluida, com. - - - -- _. ma, ·a quem os homens chamam :mais· outras quatro, no volume .. · · fi ! o Buda. Não sou Rei, pofs a- G rande prazer seria tam- trelados seis maravilhosos cava- se abriram silenciosamente e co- do num trono de uar m n• bandonei, para conqn;star a Sa- ' ~contH Pahlila (H, Piasza, Pa- b - d ., · l t d d pedras pr~ ~ l ~rls,• 19251 , versão do dr. Jean em para mim, ecerto, conh.,. los, espumantes, a escarvar o os- mo por si mesmas. No imiar, um crus a o .e our o e ~- beqoria, um reino que Geveria Martlne, da qual 118 utilizou O cer o Senhor Siddhartha; mas lo. ·homem de grande po•te, aspecto ciosas. Duas fileiras de gua rd as, pertencer-me; não sou rico, pois , tradutor brulleiro. Do mesmo um soberano da minha especie Então os moços convidaram o nobre e austero, vestido de pesa- de talhes gigantescos , e st e nd iam• proibi aos monges mendigos, os • llvro 11G tirou O material desta não costuma · mcomodar-se para Rei e as pessoas por est e designa- do tecido de our o. adiantou-se se-lhe à direita e à esque rd a, filhos de meu coração e de meu , ln!1'0dução • du notu. A. vi sitar outro príncipe, pois este, das a tomar em assento nessas car- para acolher o principe. Ime- Deslumbrado com tantas r iqte• espírito, possuírem jamais a me- B, de H. por -mais poderoso que seja, nã;, ruagens· e novamente o chefe dos diatamente este se prosternou, zas, o Rei de Keshran: pros er• nor soma de dinheiro, e devo- pode ultrapassã-lo em poder. mensageiros tirou de seu apito de dizendo: nou-se outra vez, muito certo, lhes dar o exemplo. Cont udo, .- Oh, Senhor - respondeu o ouro três sons prolongados. Uma - Nobu Siddhartha, cumpre• agGra,. de essa personagem co- não te menti, e sou em verdade ·E f!1ensageiro - rogo-te que des- nuvem semelhante à primeira me reconhecer que és mais ri- berta de pedrarias n ão podia ser o maior Rei do mundo, pois a ~ NCONTP.AM- SE, As vezes, - 1 b t - · S 'ddhar l . especialment e no .Siâo e na cu pes· a li erdade da nossa pareceu elevar-se da terra e, co e m ais poderoso do que eu... ou ro senao o proprio 1 • . minha vontade .é todo-poderosa jlnguagem; mas, em ver dade, envolvendo os carros e os men- - Enganas-te, Senhor - in- tha; mas o desconhecido, defxan- sobre os homens, os ;:mlmais e B irmania, eS t atuas que repre- nenhum soberano pode igualar sageiros, perdeu-se no ar puro. terrompeu o homem vestfdo de do · o seu trono, levantou-o e até sobre os seres inanimados. ' sentam O Buda reveS ti do dos posso Mestre, que é o mafor rei Ao mesmo tempo, o Rei e os ouro, - inclinando-se modesta,. di..qse-lhe gravemente. Conforme t!á! disse, foi pela for- ihabitos reais usados naqueles ao mundo · e cujas possessões seus cortesãos havfam desapa• mente perante Vayuddha. - Eu - Eu sou O chefe dos Guar• ça desta ~vontade que .eu criei !Paises, cpm os braços meio •do• nunca ·puderam ser delimitadas, recido, com grande espanto das não sou o grande Rei, mas ape- das do palacio. Vem comigo e este palacio, que eu vesti os õr~os; as duas mãoi; erguidas e pois se e~tendem . ao infinito; testemunhas desta cena , que a- n as· o m ais humilde dos seus eu te levarei aos pés do Mes- meus monges de babitos m agni- estendidas, com as palmas para 1 1 tr :a . f rente. 0 viaJ·ante espanta-.se lnca cu aveis são as suas rique- creditavam despertar .de algum ser:vos, o porteiro de sua. mor a- e. . ficos, trl!nsformando-os assim ~as, e sua virtude excede .a de sonho fabuloso. da p ara te •servir , se acaso qul- Depois, conduziu Vayuddha, em cortesãos, e tais • :>mo n~ · de : vê-las, pojs em geral · outro qualquer. Os propri os De- seres acompanhar-me ao i nte- cada vez mais espantado, cada nhum princiP.e jamais 0 ~ tevé. imagina - de aco rd0 com as was (3) são seus vassalos, como • ·v~i;id~~ · "âii~~~- · i~;ii,i{t~;: · 'ás i:io11 deste palacio, onde. o nosso v~z' mais desconcertado, e fê-lo Como tudo o que nos cerca, isso llii st0 rias i nd ianas do Buda - poderás verificar se te dignares quatro carruagens, depois de i:a- Mestre te espera·. - perietrar em sua companhia nu- n ão passa de i!Ílsões, cria_ções do quê e st e, desde O dia em que de .atender-lhe ao desejo. pida viagem no azulado espaço Desconcertado com o seu e- ma nova sala do palacio, a qual esplrito, .que, só ele, é real, mas ' dei)Cou O · palacio de sua moei• ·Vayuddha ficou silencioso; por dos céus, paravam diante de um lentamente, seguido pelos men- se avantajava em beleza a tudo incessantemente muda e se mo- · da<;le ·até à morte, nã o trazia um instante, pensou em mandar imenso palacio ·· de marmore s ageiros e cortesã os, os cinquen- o que o espírito humano pode- difica. Acresiita-me, VaYl!ddha; ·rs~r:. v:st~aj:'.1!~:;ê~ •1J'eºní0:' ::t~fátn~()Í:~fes a~~=l~:Ja~~: ~rt~1~i '!foe ~~e6l!~~va, solitario, ~i:u~:~aàse~'fr!à~b~s:~a~~;i~ c.on- cr;: . c~~~~~!ro:.m· iesus :;!~tJii~~- ~~~~ºo, t~nse:en~~~o~º~~~ ~: dos os bhikkus (l) ine nd igos. A pois estava bem certo Que n~ . O Rei .Vayuddha foi .convida• Ao atfngir as portas de ouro •multicores jorravam ao longo ultrapasso . largamente em sa– '.lelfda _seguinte explica a exis- nhum so1>érano podia ultrapas- do a apear-se e a penetrar no que fechavam essa entrada, elas das. paredes .de marmore branco. ber e em poder, tambem nã ' ~errcia dessas éS t atuetas, exclusi- sá-lo em coisa alguma ... · mas palacio, onde, segundo lhe dis- quivoco, Vayuddha, sem uma formando m!>saicos respll: nd en- o tenho. A vfda daguele que não rvamente birmanes e siamesas, - cbmo se poderia mentir com serem, . o esperava Siddhartha. palavra, seguiu o i;:orteiro. En• tes sob os pes do i:eal visitante. atingiu a · sabedoriâ é semelhan– do · B.ucia em v~ st es i:eais, , · úm•·olhar tão puro e tão claro, Jã surpreendido com as di• trarani -numa sala maravilhosa- Mal ousando erguer os olhos, es- te a uma escada .prodigiqsamen~ No tempo em q1,1e Nosso Se- uma voz tão segura e, ào ~es-· n\.ensões da :maràvilfíosa resi- mente decorada; a uma das ex- ~lê viu u'!'a person:igem trajada te longa, cujos inumeraveis de· nh~r O B~da prega,va_. a Dpµ- • mo· tempo, tão módes·ta? E se dencia dez vezes ·mais conside; tremidades- ~ achava um home~ am.da mais esplendidamente que graus são as paixões, - as Qmbi- .. ,,:rtna, V~ddha i9ra :t:.;,-' ge ~esh-.cfosse" verdade o qu·e diziam a- ' ra1el ·que ·a s4a, que e'le' supu- cujas vestes conste1adas de bri- Q cap. dos Guardas e que vi~a ções, os desejos do homem; mas ., : ª!"' na ,rman_ a. m ora seu. queles· ltomens, então a corsa nhá ·a m·aior do mundo inteiro, ~lhantes e rubis lançavam mil ao seu encontro,. com as maos é tambem uma escada magiéa, i.iremo fosse ~u,to pequeno, Va- valia a pena de ser vista. Que · o pr.incipe de Keshram subiu reflexos resplandecentes, senta- levantadas em sinal de acolhi- poill o ser que a sobe se per- . ~dha possuido _de um orgulh_o arriscava ele em acompanhã- · · · · mento. Os traços desse homem suade sempre de havi:r atingi- ~nsensato e :1cred1tava-se o ma,s . los? ·se. como ainda queria ·crer, e ' .... D ·N. eram tão belos, tão majestosos , do . o ,penultjmo I d,egrau. poderoso rei..d.a Terra. Apesar o tal Siddllartha não passava de . a· .ne·(],_,·o . e· 1 nar e. ao mesmo tempo, tão doces, "Mais um, passo - ,diz consigo . dessa esquis,~ic_e, · 0 'l'.~ th ~g_ata um vil,impostor, ele saberia cas- ··. · . . · . . .' · . . .· ' tão indulgentes, que · Vayudqha mesmo ~ . e chagarei: ao cj_mo, • , conheçeu.- por ' seguros ,md,cios, ,tigá-lo devid:imente, pilhando 0 n,ão .lhe viu o i,spleitdor dl!_S ves- todas as minhas paixões serão -a q1,1e \l.m dia Va~ddha se pm• lhe o pais e anexando êsse no• · _;a · tiduras não viu nada nao i:e- fi 1 ti f lt 'd ver~ena. à fé ·. bJJ.di9ta. e •se tor• vo domi.nio ao réino ·4e ·xesh- - 1 ._: =~ · '-.::=======?. fletiu, 'sequer, sobre, se desta • m~~s ~ªes:j~s as~t~P!:Ogfçõ: ! nana uma santa .personagem, ram · · - v~ 1lnha diante de si o nobre corQ.acjas de êxito. .A . feliçidatie d,;sde, porém, . 'que lhe ..to.sse .'. _ S1ddhartha. QU _alguma outra será mjnha.. . .. E 0 _homell\ SP!ie. corc.edido um au;,cilio supen,or,.. , - Seja! ·consinto· em visitar ., \ pi:rsqnagem, ":laQ: . Vayuddha, com maior ou menor dificuld.a- . . Visto q_ue~Vayud,dha. é o,:gu- . o VOSSÓ Rei'. Vou ;dar ordens pa- s1·M. 'Ao e . BITA.a . destroçado, . intimidado, ~fusca- .. de, . maior ou menor pressa. o ll\o,so - disse o Mestre -::- é Jµs• ra que se ·prepare uma carava• , ~· do de. tod~, aquele l~:" esma• deg,a.,u supremo; mas• . 00 mo- t:fa~!e :i>Or es.~e orglJlho .q_ue eu na e, dentro de alguns dias, par- · ·• gador, só via agora d1ant~ ~e ~I mento em que .lhe _põe O pé, Je are, Vayudêlha à, humilda,de •tiremos; cavalgando elefantes. 1l.!" homein que. el~ senti~ mf1- t1er,cébe, aterrgrizado, que .cu- :anta qos meu~ Bhikkus. Com1;- , - - Não é pr,eciso caravana; mtamente 'Compassivo, um ho• . tro degrau acaba de apar ec.er .ça, em todo_s. os, lµgar~s q ca;r'(U- Senhor - ,responde.u 8.9U!!le gue . - Roxa.de.frio a aurora desliza, mein q'!e lhe compreendia o no ci'mo da . escada · e que, ape- 1 nh_o qu~ _col)duz ªºf :t' firv.in ~,.( 2 ), ,parecia . ser o chefe •dos mensa- • . • , , r pensarflen~o. um homem que o sar,, do novo avanço, 0 degrau Ao sab10 . cumpre. o~qar . v1sJvel geiros: -,Não vos disse eu que se resume • · • • , r amava comb ele nunca fora a- onde ele põe os , p~s - ainda não eslle cam!nfio. guardo ele se · º nosso Mestre .imper.a .não so- soAbr· e a·· ·fac• e do· m· eu f1'1ho. m_ado .. . \! .atir?u-~«:-lhe ª<?s pés, é senão o penufümo. ~im. dé - acha d1ss1mulado peio abundan- mente sobre os homens, mas n~ . como _um v1~1tante diante esforço em esforçp, de avanço te. _cres.c1mento da~ ervas e gas .tambem sobre ·os Dewas de dl- do hO'Spede1ro, mas Cf>m?. uma em avané,o, a criatura. transpõe mo 1 t as d a :floresta • ferentes reinos e particularmen- M f'lh , crfança a chorar de fehc1dade os • in~eraveis pat11,tOares da • Nessas e'!' .v.as ~- nessas moi_!as . te sobre os genios .do ar? p 0• eu 1 , O sorri agor~ aos pés do pai de •quem estava exlstencia material . e, sempce, o :tyrestre simbolizava as palxoes dereis simple~mente, Senhor, separado desde •muito. E um~ desgraçada, , espera sempre a fe- do homem ._.. , , . . dignar-vos dizer fl.Uantas pessoas Lábios di.zem preces voz grav~. quenti; e doce falou. llcidade proxlma. . . _D1:is depois, ~ a p~quena mµlti- desejais ·1evar conosco? . - Aqm est~s. ·fma!Jnente. meu , "A's vezes sucede que um ho- dao ,de cava1eiro_s apresenfou-s~ Depois de haver o 'Rei respon- na ángustià de pedir côre; filho Vayu~dha. EJ te· ~gradeç? mem sobe . a . escada com os dlame do. pal~cio onde o r~ dtdo a esta pergunta, pediu-lhe - t lh o teres vmdo. Nao qms hum,- olhos veQdad!>S ., e • por alguns V~u5idha· · 1la1>1tava· durante a .o mensageiro•que ele 0. aco.mpa- e· nao er O . OS ., -· lhai::-te. podes crer, mostrando- instantes acredita haver chegado es\açao calm~sa. Os . ca~alos J· nhasse. até a. soleira do palacio. _te as minhas riquezas, mas so- ao .tõpo, porque não •percebe . 0 ral]l esple nd1 dos animais,,· tao ·seguir am-nos em . cortejo todos .. . . -Meu filhó não sorrí ag· ora. . n,,ente fazer-te compreender que ·aegrau superior• . Tu er1s um ·<frescos e · repousados como se os circunstantes, e uma vez ·ali / tudo quant<_?, I?ass51u ~ode_ ser <iesses, Vayuddha; eu retirei-te voJtassem, após um bre":'e p_a~- éh~gados, 0_ .ch~!e d.os . mo- · igualado e . ultrapassado. Nao o a venda -dôs olhos. Ff-lo para selo, de a_Iguma coudelana ':'1Zl• ços vestidos de seda amare- No . silencio da .noite, •. recoo,heces? . - mostrar-te que a felicidade que nh;i. C.oboam-lhes . o doi;~o. I:lCOS la levou à boca um apito ae ou- a· inúsica do riso . . y.ayudd)la .nclinou a cabeça desfruta'vas não era, a como to- esl?íos bo_rdadc;,s de qui;o,, e, so- · i:o, preso · ao · pescoço pQr longa af1rmativamen\e. das as coisas terrestres, mais do br~ as altas selas de couro ,tra• • cadeia, e dele tirou .dois ou três amadurece para os soluços; · - Pois bem. este pala~o-. es- que uma ilusão sem valor 1 uma b ~l,!J.ado,; jovens senhores mag, , sons harmoniosos. Ainda· ressoa- tas vestes, estas pedrarias, sa- criação de . Maya .. ," . . nifjcament_e alhesbeltos 1 apruma- • vam as dertadeiras notas desse .At · , d t Al . • , .bes como pude obtê-los e por• Enquanto .. falava O Mestre e va'!' seus t es esbe tos. _Em . chamamento; quando uma nu- raves as e::; re as, .anJOS qµe eles ul,_trapassam de tal ~a- Vayuddha, sentado a seus p~s. nu1T1ero d<: sete, os çavaleiros, vem de branco vapor pareceu· Ih · f ' lh · nelra tudo o qul!' pudeste çr1ar O escutava respeitosamente, 0 .no d_e~al;>rochiµ: da , ju_yent4d,e, baixar do céu azul onde acaba- O am meu 1 _O. para ti? Vou dizer-te; é que cenario em torno deles pouçn a fª{ec~a!Jl•Se CO?JO irmao~. .~o- · va de se condensar, e se·espalhou todo o luxo de que te ?rgµlqas pouco se _transmudara: ·as pare- re os s~us traio~,. da mais .fm_a sobre a praça do palacio,· envol- . . Meu filho dorme agora, foi pago com o ouro e criado P~ des esplendidas do palacio seus s~a amarela: brilhavam _cade1- vendo todos os presentes em um lo trabalho penbso dos homens, preciosos mosaicos, as colÚnas a as · de bu; o 1ncrus_ta\ias de pe- novoeiro opaco. Dissfpada essa . ao passo que t:udo o que v_ês um tempo vigoroso e finas que .dr as pr~s10~as. T1~am trijços nuvem, 0 Rei e os seus col'tesãõs ~- em ta.rn ~ .ge mim é unica~~n- sustentavam . 0 alt~eiro teto, nolfres e í mos, cheios de uma tiveram a su~presa extrema de t~. ~ ~r1açao do meu esp1r1to. tudo isso se evaporara como leve grav e e precoce m_ajestape. A- ver, no meio da · praça, quatro L1m1te1-'!'e- a querer e, pela ~or- fumaça no •ar puro: pe~ a~ d1_ante da porta d? . pa- carruagens maravilhosamente or- --·--·~ ça da ·minha vontade; os hab1tos Quando O Mestre se calou, lacro onde os cr~ados do rei vie- :namentadas. a cadii uma qelas. a· . __ ---,- _ . dos monges - que me ...._cercavam Vayuddha ergueu .os . olhos. 0 ram presssurosos ao encontro · . deles, pois t inham ordem de dar prmcipe Siddhartha, vestido em ~~:, a~caºl:~~:sse!ºsnoisrt;a~;;~!:;[ E ~ TA. .R p ' ~ R. A . ·F ···o·. R A'. .. ~~~fd:e~::is ·s~~itúg!~.h~uda~~~;: Um dos cavaleiros declarou ·. - .._) - . • . . •. . . . .. / . 6 . . . . . • tBeudmaajeensvtooslov'1·doe nmoa1h·s btiatlvezm. o· q_Úfl os seus companheiros e ele • · · \ • a O a !l- h b • d t · relo dos monges, com o ombro vin am, em em aixa a, razer · · · · ~ e o bra"o . direitos descoberto•, ao .rei Vayuddha uma mensagem y • do - grande Siddharth,i, o mais . sorria docemente, em sua subll- poderoso soberano do mund.o. RIO ..,... Os di;s de ponto facul- L"d I ipàra os· abisinos, •estava o segre- me simplicidade. A sala mara- Solicitavam audiencia . do Prin- tativo nas repartições públicas e O . VO do do veraneio. Admirou as be• Vilhosa era apenas a corte sem cipe de Keshram, afim de -lhe . s,ã.o os ferial!)S .mais sólidos. las casas dos outros, e os ria• vrnamentos de um mosteiro, li- fazerem conh ecer o.. objetivo ·da . Quando ã emoção burocratica ~e pê. Seu prlMelro lmp,ulso foi: entraram por uma jàne:rtnhs, o -Ch?stquedcor>riam no fundo dos migr·tadda de tdodosb os lados por ,, visita. : • oferecem três clareiras sucess1- vai, liberta-te. E O segundo: e homem primeiro, depois ·as · ba• qum ais os outros, as fontes, ao es pare es rancas e nu~. ~ o ·ser em-lhe transmitidas es- vas de odio, somados a um do• que ·será de teu filho, e de ·teu gagens e por fim a mul!ler e as quaresmas vestidas do roxo, Acima das cabeças estendia-se· tas palavras, Vayuddha regozi- ~ngo proyidencial, ~ be[\eficiá- bra..o? . . . filho. Ficaram num desvão onde carregando todo o esplendor da O puro céu do Oriente: Sobre joli-se, pensando : - "Esse. Sid- rio de tudo isso !-ffiagma qce ~ai F;z-se •luz em seu espirita; ·e havia uma pia, e assim viajaram, Páscoa e as acácias varadas pelo bancos de pedra, Viam~se mon– dhãrtha, que se diz tão podero- subir v·ar~os degraus de tranqu1• 0 _anjo que protege os bons ,via- num desconíorto estupendo. du•· signo da Aleluia, · e tudo- quan• ges - entre os quais se acha- .so; envia mensagem certamente Jidade. Sao qu_atro dias na vid~. , jantes lhe sugeriu qlle atraves- r81lte horas, isto quando O -trem to se exibia à quilometragem vam os mensageiros de Siddhar-· pat a solicitar a minha aliança, e ta".ta é a riqueza acumulada, sass a bafa---e fosse pegar O trem se< resolvia a vençer quilometrQs, cardiaca da locomotiva. 1ha, vestidos, eles tambem, com que todos os soberanos disputam a f~rça arde?}.te das hort1s ~ro- na !stação de Niteroi. pois.havia espaços em que a com• Então o homem, pensando na• o babito amarelo - a meditar :à -porfia. Estou pronto, se ele metidas, que ele teme d1spe.sar No dia seguinte, 'hom a. mulher posição p aravá. diante de uma queles quatro dias de humilha- ou · conversar em voz baixa. o merece, a éonceder-lhe essa canhestramente e~se presente de , f 'lho e as bagàgens ei-lo paisagem alegada ou de uma es• ções e cansaços, decepções e Reinava nestes lugares uma paz honra". · um Acaso de gestos de nababo. ! 0 n;e horas cantando u'm taxÍ. t,ição de manobras. enqu?~to, angustias, foi · tomado pela d~ suprema. · · · 0 p ríncipe _reuniu .às pressas : A noit, depois do jantar. na n~ ~uarteirão: Na hora das par• para permitir à realidade a JUS- silusão das ferias extraídas do Pequeno · foi o espanto' de toda a sua corte na ·mais bela hora em que a casa d~ 1!.',11nem tidas, os taxis s~ somem: já des• taposiçã o de uni versinho de Au- cerne dos feriados. E foi na Vayuddha, pois ele havia com– s ala do p alacio. Depois de vestir ~- da mulher é um~ _y1to.ia A da ligados da casa e ainda não ln· den, 0 tempo saltava como coe• categoria de fiiho pródigo que preendido as palavras. do Mes– es . s·eus mais r icos trajas e or; =- ,da, e uma co~t~laçao no ..éu tegrados no sulco de evasão, os lho. · ~ aguardou, engulindo poeira e dis- tre· e percebia ·que esses monges na-r-se ãe ·suas mais preciosas n.?r,ro se torna v1.zmha do rcspi• três perambularam·. quase uma Com a bagatela de cinco horas sipando melancolia, que a esta- pobres mas sem desejos. tinham ~oi.as , ordenoú fossem · .introdu~ i:~r. de ~uma. crjn..nça: o íunc,o- hora. Fipalmehte, surgiu O car• de atrazo, chegaram à cidade de ção final, que era Niteroi •de por fim atingido o ultimo degrau zidos os estrangeiros. A entra- r,~r10 .conversou, ~ed1u e tempo i:o. Quinze minutos depois, es• veraneio, moidos. No dfa seguin- - novo. lhe surgisse ú frente para da escada magica e possuiam a . ~:.s~;lo p~o,,vo~~;a~fo tr::i ~: { ~~l>et;r~!~-°i~_=u~~1!,ci~:· n~~ tauadm 't~r~l~~ ~!~\~~:irae!~:- ,te, acordaram tarde, e às primei- ~fe"g~\~ê1: cte;~:a ;~s~::ho ~~ {~~ti ~~dede ;f~~ans~si!!~· ai~:~ primido, O aspecto daqueles jo- anos à sua manha, ora c-utor ga i:an ° ª . ns • i:as luzés que lhes'·feriram os. tigo, depois de longo e ten~ esténdia para essa felicidade as v=s era tão nobre, tão simples... um . segundo de s11a tarde e de•· em menos de uma hora, os tt a · • olhos _era'!l os parmos archotes broso inverno, demorou um pou- suas mãos ávidas. ~ · • · : 1 , A 1 ·. t portou para o outor lado da bafa. do meio ci1a Ao entardecer de• t d tr t M t 1 Suas vestes excepiam em rique- ,p01s r.eso v,.u. o se , e\far>. ar E N 't . fof faciC arrani·ar . · • ·· . • co por que, en o o em a ra- - es r e - disse e e. pros- .za· as - (ie todos os circunstantes d2 mesa, p mseu rosto ·ae esp~ m 1 eroi, pms de um ine_vitayel r!Jpouso, ~sado, só chegaram a Niteroi às trando-se novamente perante o e .as do pr<wrio . reí, mas tudo lhaya a ruga da evasr,-,. como no um taxi e ".ºªr para a e st ªção, sentir am .que dois d\aS de ponto- dez horas da noite e desta vez Buda - quero :renunciar ao meu neles era tao harmopiQSO, tão rostc dos contraba.mi .:~tas se P~- mas. qcem. diss_e que O chefe da facult_ativç, ~nJ:lall! ido ~mbora. os motoristas de taxl deveriam reino e tornar-me o mais hu– belo, que I1ão sé podia de mo- palma um vinco de quem•pensa famtlia simplific:.a O problema• No dia seguinte, 1_>assearam úm estar dormindo. Conseguiram milde dos teus monges. Condes– do illguJll n.ens)ilr ~ ter-lhes tn- .em zonas fronteiriças . Fizeram. Dir-se-la que todos os veranis• pouco, te nd0 0 cmdado de eco- encaixar as malas e maletas num cende, eu te rogo, em 2dmiti:t:– rveja. Os unicos pensamentos que homem e mulher, as contas de tas do mu nd0 ·tinham decidido nomizar .movimentos, para en• onibus, depois de horrendas dis- me entre eles. -eles poderiam -inspirar: eram •os :armazem e do açougue, pesaram. Viajar via Niter'oi. fren!ar a ~ol~a, que se de!,1 no cussões; esperaram quase uma O Mestre, sorrindo, espalmou ·11e religiosa admiração e de ln• mediram e contaram. E a crian• Na fila Imensa, diante l,lo olhar dom. 11 :igo, nao sem que O pai de hora por uma barca que atra• as m ã os sobre a cabeça de seu voluntario i:espeito. ça, que rondava perto, sentiu-se da mulher e do filho, ele ouviu fami)!a se· Po st ass_e bem cedo na vessou a bafa como se esta íos- novo discípulo e disse com a · Segundo o· costume da terra, bafejada pelo segtedo das via• as noticias de um pavoroso de• estaçao, numa fila jã crescida se longa como o Atlantico en• sua voz grave: ptosterna-i·am-se pel'ante . Vay• gens. sastre, com clnuenta mortos e que cautamen_te dl,sputava as tre dois continent es. No Rio, não - Que o refugio de meu amor, uddha e ficaram deitados so• saques, que talvez torn:isse im• p,ssagens com direito a assen• foi difícil um t axl, após um de minha Lef e de minha comu• .b ; e as esteiras. que guarneci'am Na véspera, terminado o expe• praticável a viagem. Vagarosa• to. A's onze horas ;abriu-se o ajuste fora do taxímetro. f:n• nldade te seja doce, meu filho o . chão, esperanjlo ser interrp- diente e arranjado um dinheiro mente, a fila foi se mexendo até gYichê. à1, ,onze e meia o ho• fim, a familia chegou em casa, Vayuddha. g_ados. mas tinham tão nobre a• indispensavel à fuga, o homem jogã-lo, como · um náufrago, no mem foi atendido, e a alegria de r egresso do veraneio. A mu- (1) BHIKKU': monge men.tlgo, parencia que o rei lhes permi• se encaminhou para o guichê guichê salvador. Comprou três de ter consegui~o lugares foi lher do vizinho, à janela apesar (2) NIRVANA: e'lltado de" leH- CbI se levantassem e ficassem . la Leopoldina. Ingressando na passagens sem lugar marcado, su- tão grande qu e o fez esquecer - da hora, chamou a atenção do cidade suprema, multo mal ele pé diante dele, como se fos- fila suspeita, porque longe, não jeitou-se subjetlva~nte .'Is mais se de almoçar . Como o trem p ar- marido p3ra o esposo exemplar definido pelos autores bu- sem . pri11,cipes do seu sangue. se temorizou, imaginando que infames concessões ferroviarlas e tiria ponuco deJ?ols de uma hora, que, em existindo pontos facul- distas. Para uns, corres• .- Senhor - disse um dos as criaturas à sua frente não pr ojetou-se subjetivamente As n ã o quis mais voltar ao hotel, fi• tativos seriados, levava a familia ponde ao aniquilamento to- mensageiros nosso mestre • erain seus adversarios ãe vile- m ais infames concessões fer ro- cou esperando q,µ~ mulher e fi- para fora . E o heroi, já dentro tal; segundo outros, r-or- Sj ddhartha. soberano de um giaturas, mas candidatas a outr as viárias e projetou-se, com ~ sua lho surgissem ~m a bagagem. do elevador, queria sorrir. Seu responde • fusão da Cuna (inenso reino, ouviu de sua cor- estações dispersas ao longo da matalotagem, para uma densi• Veio o t rem. 1 que p artiu com relogio lhe dizia que os primei- individual com a .gr•nde te louvores à tua fama de prin- ferrovia. . Após uma demora dade humana à esper a da 'lbertu• atrazo. Subindo a serra, descen- ros minutos de segunda-feira es- Alma universal, com Bra- J :i.pe poder oso e -bom. Teria mui-.. exaustiva, que lhe serviu para i:a de um portão de .ferro. En• do a serra, a 1amilia contem• tavam subindo a ladeira do tem- ma . to prazer em ·.conhecer-te pes- meditar soble as diferenças entre ·fim, este se abriu, e os passa• piou o panorama de vertigens po. O pesadelo se fôra; ele era (S) DEWAS: 1!11plrlto.• da Matu- ~alJOente, e roga-te, por nosso a cidade e o campo, lá foi ele geiros se precipitaram sobr~ to- · lme9sas, a paisaqem bela como um 'homem livre e seus pés pi- reza, mais ln!ellge lntermedio; consintas em passar atendido. Não havia mala. luga• das as entradas de um comboio. o nascimento do mor, e descon• avam a soleira de sua ças, multo mais podv ~ tempo com ele. i:es dlsponiveis, passagen.s 116 em Os figurantes desta narrativa fiou que e.li, na 11121 que descla (ESl). · ....,,_ 11c1m...._ ~ - 0 ~
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