Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949
S U PL-E ME o ARTE LITERATURA Pará-Belém SEUM - Domingo, 7 de Agosto de 1949 NUM. 130 i -------------------------------------------------------------------------------· O Escritor E A N ossa· Epoca Vivemos numa época em ra pesada. Naturalmente isso força do amor que !hes foi defend~r o direito à solidão de que _os homens, compelidos não é novidade. A história ALDERT CAMUS r oubada . Eis ai porque eles cada um que jamais seremos por ideologias ferozes e me- oficial foi sempr,e a h:.stória - lJ - t êm vergonha, na realidade . solitarios . Teremos pressa, não diocres, acostumam-se a ter dos grandes assassinos. Não E é bem justo que os artis- podemos trabalhar sozinhos. vergonha de tudo. Vergonha é de hoje que Caim matou chega a sorrir, daquele a quem cortar as próprias raizes que tas partici1nm dessa vergo- Tolstoi pode escrever, sobre deles próprios, vergonha de Abel. Mas é de hoje que insulto. Quase cegos em vir- prendem o homem à vida,__ e à nha, pois contribuiram r.-ara uma guerra que ele :ião fez, ser felizes, de amar, de criar. Caim mata Abel em nome da .tude da polêmica, não vive- natureza. E não é por acaso ela. Mas que ao menos sai- o maior romance de todas as Uma época na qual Racine lógica e reclama em seguida mos mais entre homens, mas qu,e não se encon tram pa,i- bam dizer que têm vergonha literaturas. · Nossas !(\]erras coraria por causa de '·Bere- a Legião de Honra. Darei um num mundo de sombras, sagens na grande literatura deles mesmos e não de sua não nos permitiram escrever nices", e Rembrandt se peni- exemplo para me fazer com- Não há vida sem per.sua- em-opéia depois de Dostoievs- profissão. sobt·e outra coisa a não ser tenciaria de ter pintado ''A preender melhor. são. E a história de ~1oje só ki. Não ·é por acaso que os sobre elas, enquanto que. si- Ronda Noturna". Os escri- Dui·ante as grandes grev,es conhece a intimidaç-ão. Os livros m.ais significativos de -- multaneamente, matavam Pé- tores e os artistas d-e hoje de novembro de 1947, os jor- homens vivem e só podem vi- hoje, em lugar de se interes~ Porque tudo o que taz a guy e milhares de jevens poe- têm, portanto, a consciência na.is anunciaram que o car- ver com a idéia de que têm sarem pela-s nuanoos do cor!- dignldawe da arte se opõe a tas. Esta a razão por qmt inquieta e é moda entre nós rasco de Paris cessa;ia iam- qu.alquer coisa em comum na ção e pelas verdades do amor, um tal mundo, 1,e,pelindo-0. acho, apesar de nossas dife– :tazer com que seja desculpa- bém o seu trabalho. Não foi qual podem sempre se reen- se apaixonam apenas pelos A obra de arte, pelo ,;.imples rença-s que podem ser gran– da a nossa p,rofissão. Na devidamente ressaltada, a centrar. Mas nós descobri- juízes, processos e mecaruca fato de existir, nega as con- des, que a reunião desses ho– _vei'dade, somos ajudados nis- meu ver, esta decisão do nos-· mos isto: há homens a quem · das acusações, que em lugar quisias da ideologia. Um dos mens tem um sentido. Além ·aso com wn certo empenho. so compa,triota. Suas reivin- não se pode persuadir. Ei·a e de abrir as janelas sobre a sentidos da história de ama- das fronteiras, muitas veze.t De t-Odos os lados da nossa dicações eram claras. Pedia, é.impossível a uma. vitima de beleza. d-o mtm.do , fecham-nas nhã. é a luta, já começada, sem o saber, eles executam isocieda.d-e politica, um grande naturalm~nte, uma gratifica- campo de concentração ex- com cuidado sobre a angústia entre os conquistadores · os jmltos as mil faces de uma Cito se eleva em nossa di- ção para cada execução, o plicar àqueles que a avilta- dos solitários, Não é por aca- artistas. Ambos se propõem, mes;ma obra que se projetará ra_ção, que nos impele a es- que f.az paite das normas ue vam que não deveriam fazer so que o filósofo, que lnspi- portanto, o mesmo fim. A diante da criação totalitária. isa desculpa. E' preciso que qualquer negócio. Mas, so- isso. E' que estes últimos não ra hoje todo o pensamento ação politica e a criação são Todos juntos e, com eles, es• nos desculpemos de sermos bretudo, reclamava com vio- representam mais os homens, europeu é o mesmo que es- as duas faces de- uma mesma i,es milhares de homens que inúwis, e de servu-, pela nos- lência o cargo de chefe de mas sim uma idéia elevada à creveu que só a cidade mo- revolta contra. as desordens do tentam erguer as formas si– sa mesma inutilidade, a ca-u- secção. Queria, realmente, re- temperatura da mais inflexi- derna permite ao espírito ad- mundo. Nos dois casos, tra.- lenciosas de suas criações no ea.s indignas. E quando res- ceber do Estado, ao qual ti- vel das vontades. Aquele que quirir conscie-ncia de si pró- ta-se de dar ao mundo sua tumulto da cidade. E, com 1>ondemos que é bem dificü nha consciência de bem ser- quer donúnar é surdo . Dian- prio e que chegou a. dizer que unidade. E durante muito eles, 0& que não estão aqui e nos livrarmos de acusações vir, a única honra. l.angivel te dele, é preciso bater-se ou a natureza. é abstrata e que tempo a causa do artista e que J)t'la !orta daa coisas juu– tão contraditórias, não falta que uma nação moderna po- moiTer. Isso porque os ho.. só a razão é concreta. E' o a do inovador politlco foram tar-se-ão a nós um dia. E ea– quem nos diga que não é de ofereqer aos seus boos ser- mens de hOje vivem mergu- ponto de vista de Hegel, r.om confundidas. A ambição de ses outi·os também, que ~ - l)Ossivel justificarmo-nos aos -vidorea, quer dizer, uma posi• lhados no terror. No ''Livro efeito, e é o ponto de parti- Bona.parte é 1dênUca à de ditam peder trabalhar para a olhos de todos, mas que po- ção administratl • Extin- doa Mortos••, lê-ae que o jus- da ~ uma ~ avtntllra Goethe, Mas Bmlaparte dei• .ldeolajla totalitaria através~ demos obter o 1ener0119» per- guia-ae, Mlllm. sob e pêso da. to l!Cipcio para merecer per.. da 1ntellcencla, aquele que xou-nm o tamt,ór nos llCl!m sua .ce, enqUanto r.o pr6- dão de alluna. tomando. o b1sc6rla, uma elas noaaa ítl• dio deveria poder dizer-: "lllio acabou de ma&ar md~ ~ coi• e -Goétbe • '"Eléglaa aoma- prlo atlo de ... obra o pa,. seu partido, ,iue, .,.ra quem timu IJl'l)fiaões ..... Moa ~ medo a nineuém". Neseas •· Ne sraw e,pegac1a10 da nas"". Depois que as ideolo- der da arte faz Dlt1r a propa• acredita 'Jl~ 1 o 6nlco •~ teDIP.QII bãrlJaloe.... 11u.reo- éõ!D.diçõe9, • DOl!IS08 tran4es nat~- ..eaei eaplrltos em• gias da eficacta apoiadas na ganda, reivindica a unidade da.deiro. SI!: .,... UP.id • de la ·1ar1ve1 maitUàba- o car- eontemporineos serio procu- brtagadoilí s6 vêem eles pró- técnica intervieram, depoia da qual eles são os verdadel• ar,umento a.lL ·ra1zei, _ainda raaco l!BCODdido do :n~. rados em vão, no dia do jul- prios. E' a última cegueira. que por um sutil movimento o ros servidores. E os apontam. ee dl.t ao art!&ta: "Vê a mi• Era ele que, por profllisio, gamento final, na fila do., P ara que Ir maia lo11ge ? revoluctonario tornou-se con- à nossa fraternidade forçada. llé!"i.a do mundo. Que fazes atentava contra o mi&tério da bem-aventurados. Aqueles que conhecem as ci- quistador, as duas conentes ao mesmo tempo que à 1escon- cootra Isso?" O art.Lsta po- vida e da carne. Era, e sabia Como é surpreendente que dad.es destruidas da Jl:uropa, de pensamento divergiram. fiança dos que os empregam deria rMPOnder a essa "cí- que · era, um objeto de ho:r- essas sombras, quase surdu e sabem de que estou falando . POt'que o que o conqui.stad.or provisoriamente , ;nica cllantage": "A miséria ror. E est. .hOrror consagrava. c~as, at.eiTorizada.s, alime-nta- Elas oferecem a imagem desse de direita ou de esquerda pro- Os verdadeiros artistas não do mundo? Em nada contri- ao mesmo tempo o preço da das como "tickets", e euja vi- mundo discarnado, seco de cura não é a unidade, que constituem bons vencedores buo para ela. Qual de vós vida-humana. Hoje ele é ape- da inteira se resume em uma orgulllo, onde, no dec0rrer de é antes de tudo a harmonia políticos. porque são incapa– pod~rá dizer o me~o ?" MM nas um objeto d-e vergonha. :ficha de politica, possam ser um mortótono apocalipse, os dos oontrãrios, mas a total!- zes de aceitar sup,erficialmen• não é menos verdadeiro qu& "Nessa-s condições acho que ele em seguida tratadas como abs- fantasmas erram à procura de da.de que é o esmagamento te ~ morte do adversa.rio. Es– ncohum de nós, por menos. tem razão de não mais dese- traçõe.s anónimas. E' iule- uma amizade perdida, com a das diferenças. O artista se- tão do lado da. vida, não do exigente, pode ficar alheio a:> jar ser o parente p bre que é ressante coru,tatar que os re- natm·eza e com os sêres. O para onde o ·conquistador ai- lado da morte. São as teste– apêlo que parte de uma hu- escondido na cozinha porque gimes que são consequencias grande drama do homem do vela. O artista que viveu e munhas da carne, não as da manidade de.9espera-da. E ' não tem as unhas limpas. dessas ideologias, são precisa- ocidente é que, entre ele e criou no nível da carne e da lei. Por sua vocação, estão preciso então sentir-se cul- Numa civilização. em gue o mente aqueles que, por sis- seu futuro histórico, não se paixão sabe que nada é sim.. -eon<lenados à compreensão pado à força. Eis-nos condu- assassina.to ' e a violência já te.Iria, procedem a.o desloca- interpõem mais nem as for- ples e que o outro existe. O ~o daquilo que lhies é z.idos ao confessionário laico, são doutrinas e estão em via mento das populações, fazen- ça.s da natureza., nem as da conquistador quer que o ou, contrario. Isso não quer di.. o pior de todos. de se tornar instituições, os do-as errar pela superfície da amizade. Com suas raízes tro não exista, seu mundo é zer que eles sejam incapazes E uo entanto isso não é tão carrascos têm o direito de Europa como simbolos exan• cortadas e seus braços disse- .un mundo dêamos e de e.sera- de julgar o 1bem e o mal. simples. A escolha _que nos entrar nos quadros adminis- gues, que só têm .uma vidõ cados, ele se confunde com vos, esse mesmo em que vive- Mas, 110 pior criminoso, sua. pedem para fazer na~ se r.e- trativos. Na verdade, nós, i1l'isória na cifra das esta.tis- as forças que lhe são prome- mos. Omundo do artista é o da aptidão de viver - a. vida de solve por si mesma; e deter- franceses, estamos um pouco ticas. Depois que essas belas tidas. Mas pelo menos, che- controvérsia viva e o da com- outro permite-lhe reconhecer minada por outras escolhas, atrasados. Em vários lugares filosofias entraram na histó- gado a esse cúmulo de delírio, preensão. Não conheço uma a constante jusUficação dos feit.a s anteriormente. E a prl- do mundo os executores já se ria, enormes massas de ho - na d a nos deve impedir única obra que tenha sido homens, que é a dm·. Eis o meil·a atitude_ Cj_ue toma um instalaram nas poltronas mi- mens que, antigamente, ti• de denunciar a burla deste construida. apenas sobre o que nos impedirá sempre de artista é, precisamente, ser um nisteriais. Apenas substitui- nham sua maneira particular século que faz menção de ódio muito embora conheça- emitir um julgamento abso– artista._ E se, !'?le escolh~u ser ram o macha-do pelo cal'imbo. de apertar a mão, estão de- oorror atrás do império da ra- mos o império do ódio. Nu~ _luto e, • por consequencla, ra• o!n artista, foi en: considera- ~uaodo a morte se torna finiti\· amen.le sepultados sob zão, agora que ele só procu- ma época em que o conquis- tificar 9 castigo absoluto. No !;ao ao seu próprio eu e em objeto de estatísticas de ad- duas meras iniciais de pesso- ra as razões de amar que ele tador, pela própria lógica de mundo da condenação à mor– .virtude de um certQ. concer- ministração, é .uma prova de as deslocadas que um mundo pe1'deu. E nossos escritores sua atitude, se torna execu- oo que é o nosso, o artista ó to que ele tem da arte. Se qull as coisas do mundo não muito lógico inventeu para bem sabem que acabam todos tor e policial, o artista é for- o testemunho daquilo que esses motivos lhe pareceram andam bem. Mas se a mor- elas . reclamando contra essP suce- çado a ser refratário . Dian- dentro do homem se recusa a bastante bons para ju~t~ficar t,e se torna abstrata, é _por- Sim, tudo lsso é lógico. dâneo infeliz e descarnado do te da soci-edade -política con- morrer. Inimigo de ninguém, sua escolh_a, há probab1lidade que _a vida também ~ e. E Quando se quel' unificar o amor, que se chama moral. temporanea, a única atitude apenas dos carrascos! E isso - delas continuarem s~nd? bas- a vida _de cada um nao pode mundo inteiro em nome da Os homens de hoje podem coerente do artista é a recu• é o que os apontará se)Tlpre. tante boas para &Juda-lo a ser sena.o abstrata a partir do uma teoria não há outro ca.- talvez dominar tudo neles sa sem concessão. Ou então e-ternos Girondinos às amea.. .d~f!-r;ii~ sua posição dian_te da momento.em que se_ atrev~m minha senão tomar esse mun- próprios. e é essa sua gran- deve renunciar à arte . Ele ças e aos golpes 'dos ''Mon.. •tus ,ona. Pelo menos é ~sso o a subme.te- a a uma ideologia. do tão descarnado, -cego e deza. Mas há uma coisa que não pode sier, ainda que o tanheses" tte punhos de ren– que eu penso e gostaria ~e O mal e qu~ nós ~tamos ,no surdo, como a própria teoria. a maior parte deles não pode- q1.1>eira, cúmplice dos que em- da. Afinal de contas, (;!SSa má me deter mais um pouco, nao tempo de ideologias, e de Não há outro caill.Íl1ho senão rá jámais reencontrar é a pregam a linguagem ou os posição por sua própria difi- 60bre UI?ª consciência ~á, da ideoloip.as totalitárias, isto é! ' métodos das ideologias con- culdadé, faz sua grandeza. qual na.o tenh~ expe_nência, d~a~iadamente segur~s <'~ o;1 temparâneas. Dia virá em que todos O reco-- roas s~bre os _dois sent1mentqs pro;mas, de sua_--1·aza.o im- BALADA .a.A. PALMIRA Eis porque é vão e irrisó- nhece-rão e, res-peitosos· de que d1an~ e_ por ~ausa, vi~- becil ou de s~a llipitada ver- rio que nos peçam just!üca~ nossas divergencias, os mais mo da miséna do mundo ali- da<le, para nao ver a salva- ção e compromisso. Por sua capazes dentre nós cessarão men_to _ coi:n re~ação à_ n_ossa ção do mu_!ld<?, seilã~ através Finda a vida, que nos lica ? função mesmo, o artista. é a de se menosprezar, ' como fa- :Profissao, 1Sto e, a gratidao_ e do seu prop_no domm.i_o. E testemunha da liberãade. E zero agora. Reconhecerão que o orgulho. Jâ que é preciso queve'l.· domm.ar alguem ou esta é uma justificação ·,ela sua vocação mais profunda. 6 .<justificar-nos, eu gostaria de alguma coisa, é desejar a es- Ficas t ú, pássaro contra qual ele ,chega a pagar caro. a de defender até o fim o di zer por que há uma. justi- terilidade, o silencio ou a C d li 'Por sua !Unção mesmo. ele direito de seus adversarias de :ticação em exercer, nos lim1- morte desse alguém. Para éu e exi ·o, castelhana está comprometido no mais ter uma o-pinião contraria. tes das nossas forças e dos constatá-lo, basta olhar em Campanada, rosa aflita, inextrincável emarannado da Proclamarão que mais vale noss0s talentos, uma profis- torno de nós . Não bá vida Fica O m,v-a debruçada • história, aquele que sufoca a se enganar, sem assassinar, são que, no meio de um mun- sem diálogo. E na maior parte - :r - própria. carne do homem. ninguém, deixando que os ou- do esgotado pelo ódio, permi- do mundo, o diálogo é subs- Na reprêsa do crepúsculo;, Quem quer que sejamos, es- tros falem, do que ter razlô te a cada um de nós c.:.zer tituido atualmente pela polê- tamos comprometidos, com o em meio ao silencio e aoa tranquilamenbe que não é ini- mica. O século XX é o sé- mundo, tal como é, somos por túmulos. Tentarão demonstrar migo mortal de ninguém. Mas çulo da polêmica e do insul- Ficas t ú, inadvertido natureza os inimigos dos ido- que, se as revoluções podem isso precisa ser explicado e to. A polêmica se mantém, Outono de céus e águas, los abstratos que nele triun- ser bem sucedidas pela vi,a- eu não posso fazê-lo a não entre as nações e os indivi- Rep' rimida revoada fam hoje, quer sejam nacio• lência, só se podem ma.nter ser faland_o um pouco do duos e no próprio nivel das nais ou partida.rios. Não e-m pelo diâlogo. Saberão, assim. -mundo. em q_ue vivemos,_ r do disciplinas outrora des~n~eres- Contra abóbadas de olvido nome da moral e da virtu- que esta singular vocação lhes qu e nos, ar tistas e escritores, sadas, no lugar tra-01c1onal- E O cravo branco e ainda l ica ~ de, como se tenta fazer crer cria a mais perturbadora das estamos dispostos a fazer de- mente conservado pelo diálogo por uma trapaça suplemen- fraternidades a doo comba- le . refletido. Milhares de vozes, tar. Não somos virtuosos, e tes duvidosos' e da.s grandezas dia e noite, prosseguindo ca- A sonata e a voz e O grito. vendo-se o ar antropométrico am~açadas, :::quela que, atra• O mundo em tôrno de nós está mergulhado na desgraça e nos pedem para fazer al– guma coisa capaz de modifi– cá-lo. Mas qual é essa des– graça ? A primeira vista, sua definição parece simples: ma– taram demais no mundo nes– iles últimos anos e alguns pre– \rê:!111 que ainda se matará. Um grande número d.e mortos acaba Por tomar a atmosfe.. da uma, de seu lado, um tu- que toma a virtude em nos- vés de todas as idades da in- multuoso monólogo, derramam Fica a palaYta não dit a sos reformadores, não hã por teligência, jamais cessou de sob1·e os povos uma torrente E suspensa do irreal que lamentá-los . E' em n.o-m-~ lutar para sustentar contra as de palavras mistificadoras, Fica· a sala de visitas, da paixão do homem pelo que abstra-<;ões da história aquil~ ataques, defesas, exa1tações. há de singular no homem que que supera toda a história, Mas qual é o mecanismo da Teu tremor, corça rendida recusaremos sempre esses co- que é a carne, quer seja go.. polêmica? Consiste em con• E tua mão surpreendida metimentos, os quais se co- fredora ou feliz. Toda a Eu.. siderar o adversaria como ini- brem do que há de mais ml-1 ropa de hoje, plantada na sua migo, simplificá-lo por oonse- E teu beijo e o vida lica. serável na razão . arrogância, grita-lhe que esta quência, e recusar vê-lo. Não Mas isso define ao mesmo empresa é ridicula e vã. :vras conheço mais a cor dos olhos , nARCY D A ,,. -'SCENO tempo nossa solidariedade, com nós estamos no mundo para nei,n a maneira de sorrir, so .« .Mll'U'I todos. E' porque nós temos a provar o oontráriQ..
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0