Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949

2. a pág. FOLHA DO :NORTE Domingo. 26 de Junho de 1949 :.__:_ .;;;;;;;;:;;;:;;:;;.;:;;;;;,;.;;;,;;,::.:._ ~.--'-·------- -----..-,.-------------"-------- DIRETOR PAULO MARANHÃO e::=1 SUPLEMENTO l_:ER<TURA 1 ORIENTACAO DE • HAROLDO MARANHÃO COLABORADORES DE BELf:M: - Âlonso Rocha, Benedito Nunes Bruno de Menezes, Cauby Cruz, Cécil Meira, Cté~ Bernardo, Daniel Coelho de Sousa, F. Paulo Men– des, GàrtbaldJ Brasil, Haroldo ~laranhão, Levi · Hall de Moura, Mario Couto, Mario Faustino, Max Martins, Natalicio Norberto, Nunes Pereira; Orlando Bitar, Otavio Mendonça, Paulo Plinio Abreu, R. de Sousa Moura, Ribamar de Moura, Rui Guilher– me Barata, Rui Coutinho e Sultana Levy Rossem– blatt. DO RIO: - Alvaro Lins, Augusto Frederico Sch– midt, .aurello Buarque de Holanda, Carlos Drum– mond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecilia Mei– reles, Cyro dos Anjos, Fernando Sabino, Fernando Ferreira de Loanda, Gilberto Freyre, José Llns do Rego, Jorge de Lima, Lêdo Ivo, Lucla Miguel Pe- . reira, Maria da Saudade Cortesão, Marques Rebelo, Manuel Bandeira, Maria Julieta Drummond, Murl- - lo Mendes. Otto Maria Carpeaux. Paulo Rónal e Rachel de Queiroz. OE S PAULO: - Domingos Carvalho da Sil– va, Edgar Cavalheiro, Roger Bastide e Sérgio Milliet. , DE BELO HORIZONTE: - Alphonsus de GuJ– maraens Filho e Bueno de Rivera. DE CURITIBA: - Dalton Trevlsan e Wilson Martins. - DE PORTO ALEGRE: - Wilson Chagas. DE FORTALEZA: - Antonio Girão Barroso, Alulslo Medeiros. Braga Montenegro, João Climaco_ Bezerra e José Stenio -Lopes. M 1 J l , SIC A Con.io de Machado de Assis (O mundo de contos de Machado de Assis ainda não está devidamente explofado. Além das obras-primas reunidas em volume pelo próprio mestre, existem muitos outros espalhado s nas revistas da época, onde Lúcia Miguel Pereira e outros estudiosos iam descobri-los. O público ainda -não está porém familiarizado com êsses contos dos quais transcrevemos um · dos mel hóres) D E REPENTE Honório olhou para o chão e viu uma sabe, mas antes com uma expressão irônica de censura. Podia carteira . Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra lançar mão do dinheiro, e ir pagar com éle a dívida? Eis 0 de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não podia, que que estava ã porta de uma loja, e que, sem o conhe- ,t..,ia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depres- cer, lhe disse rindo: sa acabava de lhe di~er isto, vinham os apuros da ocasião, o - Olhe, se não dá por ela, perdia-a de uma ve:.. puxavam por êle, e convidavam-no a ir pagar a cocheira. Che- - E' verdade, concordou Honório envergonhado. gava mesmo a dizer-lhe que, se fôsse êle que a tivesse perdido, Para avaliar a oportunidade desta carteira, ê preciso saber ninguém hta entregar-lh'a; insinuação que lhe deu ânimo., que Honório tem de pagar amanhã uma divida, quatrocentos e Tudo iEIJ antes de abrir a carteira , Tirou-a do bolso. finat– ta-ntos mil réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A divida mente, mas com medo, quase às escondidas; abriu-a, e ficou não parece grande para um homem da posiçã.o de Honório, que trêmulo. Tinha dinheiro, multo - dinheiro; não contou, mas advoga; mas tôdas as quantias são grandes ou pequenas, se- viu duas .:J.otas de duzentos mil réis, algumas de cineoenta e gundo as circunstâncias, e as dêle não · podiam ser piores. vinte; ealcJlou un~ setecentos mil réis ou mais; quando me– Gastos de familia excessivos, a princípio por servir a parentes, nos sei:icentos. Era a divida paga; eram menos algumas des– e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; pesas urgentes. R"ónório teve tentação de fechar os olhos baile daqui, j~ntar dali, chapéus, leques, tanta coisa mas correr à cocheira, pagar, e. depois de paga a dívida, adeus; re– que não havia remédio se não ir descontando o futuro, Indi- conciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira com medo de a. vidou-se. Começou pelas contas de lojas e armazens; passou perder, tornou a guardá-la. Mas daí a pouco tirou-a outra. aos empréstimos, duzentõs a um, trezentos a outro, quinhentos ,rez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar para. a outro, é tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os janta- que ? era dele ? Afinal venceu-se e contou; eram setecentos e res a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma voragem. trinta mil 1:éii,, Hor..ório teve um calafrio. Ninguém viu, nin- -Tu agora vàis bem, não? dizia-lhe últimamente o Gus- guém soube; podia ser um _lance d_a fortuna, a sua boa sorte, tavo C... , advogado e familiar da casa, um anjo . . . Honório teve pena de nã.o crer nos anjos . .. Mali Agora é que ia -mal. Poucas causas, de pequena monta; por que não havia de crer neles? E voltava' ao dinheiro, olha– e constituintes remissos; por desgraça perdera --últimamente um va, passava-o pelas mãos; depois resolvia o contrário, não usar processo, em que fundara grandes esperanças. Níi.o só rece- do achado, restitui-lo. Restitui-lo a quem? Tratou de ver beu pouco, mas até parece que ele tirou alguma coisa à repu- se havia na carteira algum sinal. tação jurídica; em todo caso, andavam mofinas nos jornais. - Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso D. Amélia não sabia nada; êle não contava nada à mulher, utilizar-me do dinheiro, pensou êle, · bons ou inaus negócios. Não contava nada a ninguém. Fin- Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que gia-se tão alegre como se nadasse num mar de prosperida- não abriu, bilhetinhos dobrados, que não leu, e por fim um des. Quando o Gustavo, que ia tôdas as noites à casa dele, di- cartão de visitas; leu o nome; era do Gustavo. Mas entãt) a. zia uma ou duas pilhérias, êle respondia com três ou quatro; carteira ': ... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetitra.men- ; e depois ia ouvir os trechos de música alemã, que D. Amélia te do .amigo. Voltou ao interior, achou mais dois cartões, : tocava muito bem ao piano, e que o Gustavo escutava com.in - mai~ três, mais cinco. Não havia duvidas era dele. A des– dizível prazer, ou jogavam ·cartas, ou simplesmente falavam de coberta entristeceu-o .. Não podia ficar com o dinheiro. sem política . Um dia a mulher foi achá-lo dando muitos beijos à : praticar um ato ilícito, e, naquele caso, doloroso ao seu cora.– filha, criança de quatro anos, e viu-lhe os olhos molhados.; fi- çã.o; porque era um dâno de um amigo. Todo o castelo leva.n- cou espantada, e perguntou-lhe o que era.. ,tado esboroou-se como se fôsse de cartas, Bebeu a últini~ - Nada, nada. gota do café, sem reparar que estava frio. Saiu, e só então Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da mi- reparou que era quase noite. Caminhou para casa . Parece ~éria. Mas -as esperanças voltavam com facilidade . A- idéia que a necessidade ainda lhe deu UDS dois empuri;ões, mu de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe confõrto para êle resistiu. a luta. Estava com trinta e quatro anos; era o _princípio _da -.Paciência, disse éle consigo; verei amanhã. o que po.sso carreira; todos ·os princípios são difíceis , E toca a trabalhar, fazer - Chegando a casa, já alí ach-:»u -Gustavo, um pouctl r li DIRIGIDA a esperar, a gastar, a pedir. fiado ou emprestado, para _.pagar, . preocupado, e a própria D. Amélia o parecia também. En– / / mal, e -a más horas. A dívida urgente de hoje são uns mal- wou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava ~lguma. coisa, • · ditos quatrocentos e tantos mil réis de carros. Nunca demo- _ - -Nada . (Concluaio da ult, pagina~ 1lD1 sistema fechado, estabele- . item: ·mas em que a música 'cido de uma:- vez por tôdas . vocal, as óperas, os oratórios, Parta o ataque dos empresários as cantatas, os côros são mais ·•americanos, óu do Conselho de aptos do que outras formas_ !Estado da URSS, verifica-se musicais para evitar o extre– 'que a causa é a tendência à mo subjetivismo e exprimir 1 petrificação, que constitui o uma cultura naclonal ? ~aior obstáculo ao desenvol- Se a "tendência ao extremo. 'timento de uma. verdadeira. subjetivismo" _tosse tão gene~ atfvi\iade artística. ralizada como indica o ma.ni – i Quanto aos conselhos que o festa .e se constituisse um pe– manifesto dá aos músicos, Lei- rigo · sério, .não sericl. por êsse _bowltz ·a~ha-os .mero palavrq~ modo que ·os compasitores. ha– ,:-to, vazio de sentido. A única viam de evitá-la, conclui Lei– í>ropóst~ _cohcretÍ\ està Il() 3. 0 _ bqwitz. rou tanto a conta, nem ela cresceu ta_nto, como _agora; a rigor, - Nada'!' o credor não l'•e punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje - Por que? uma palavra at}da, com um gesto mau, e Honório quer pagar- . -Mete a mão no bolso; não te falta nada? lhé hoje mesmO', Eram cinco horas da tarde. · Tinha selem- -Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mã@ brado de ir a \Jm agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. no bolso. Sabes se alguém achou? Ao enfiar pela rua da Assembléia é que viu a carteira no chã?, Achei-a eu, disse Honóri? _entregando-lh'a. . _ . apanhou-a, meteu-a no bolso, e foi andando. Durante os pr1- Gusta:vo pegou dela prec~p1tadamen~~ e olllou d_esconf1ado melros minutos Honório não pensou nada; foi andan_do, an- para o amigo. Esse olhar fm para Honono como um golpe -de dando. andand~, até o largo da Carioca. No largo parou ai- estilête; depois de tanta luta com a necessidade, era uni triste guns instantes, - enfiou depois pela rua da · Carioca, mas prêmio. S_orriu amargamente; e, c~mo _o outro !he pergunt~– voltou logo, e entrou na rua Uruguaiana. Sem saber cpmo, 11e onde a achara, deu-lhe as expbcaçoes precisas. achou-se daí a. pouco no largo de São Francisco de Paula; _e - Mas conheceste-a? ainda sem saber como entrou em um café. Pediu alguma co•~ -Não; achei os teus "bilhetes de visi;;a, sa e ~ncostou-se à p~re_de, olhando· para fora. Tinha ~~do Honório deu duas voltas e foi mudàr_de toil~tte Pª!ª G de abrir a carteira; -podia_não achar nada, apenas_ papeis e jántar. Então. Gustavo sacou novamente a cartell'a, abrIU:a. _sem valor para êle . foi a .um dos bolsos tirou um dos bilhetlnh11~•-que o outr? na.o .A mesmo tempo, e esta era ·a causa principal das· refie- quís, abrir m;m ler, e estendeu-o a D. A~ella que, anc1osa e xões, , a consciência perguntava-lhe se podia utilisar-se· do. di~ trêmula, rasgou-o ein trinta mil pedaços; era um l,ilhetinho nhéiro que achara, Não lhe perguntava com ar de quem nict , de amor. · · · pensador profundo, não foi re- Certa vez um escritor ob- H E · d • • almeute grande na ficção. Seu .~;eh:t;ir::s~ aÍi::do~i~~ j e t' o' r •, as Y. ,t- r·a·o·.r ·1 na· r I ar s ;~~~~e~t.r~~ti;~e\ ~:n;:ufn!t: ' .ausência_do diretor foi guiado 1 ~ ) _ _ _ ~• ,, · -l · · · . • ~I .. · · ...__ Contudq, ~ diferente . As '.'His~ pela casa ·por outro senhor • -- tórias extràordinãrias" -têm al~ tmuito distinto, que lhe des~- go dos romances "gót1·co'" d• ., O RIA CARPEAUX nas du!!,_s espécies ·humildes . _, , "" creveu com profusão de ter- pa.do com os negócios de imó, , · QTT MA ~ ,ouro e prata·, fecha-o nt arte de Kafka, sugerindo aB i,nos psiquiátricos, as atitude_s veis da ·burguesia parisiense, tabern;iículó do séii cofré•for- leitor; o "f_rissom" do "déj:í ' - ~tranhas e às vez~s ridículas brígando com tabeliães e exe- _(Copyright E. s. 1,, com exçlusividade para a F~LHA DO te· que fica · assegurado ' pcir vu". Seria Hello, _cidadão de _ ~ dos . pobres ,alucinados. _.QUan- _C_l!_tores . de test~ento, ligago - . ,NORTE, neste Estado) . · 4.u_atio letras misteriosas, co- uma época "apocalíptica". pre- ; ao habitante do último c· u- a eles pela _Óbstinàção · de fl- c·ur or daquel ·g· ero kafka1·a · · · · · · · · mo se fosse fórmula ·litu·rglca, . s e en • 1 culó o' guia · ex'plicou·· ·. ' "Es.se car m, o_riarquista e católico,-na_- .,,ola. Construiràm-se igreJ·as mundo. Mas .os lu_nãticos cos- ·t· ·. d · · ' ' ,_, que _permitem abrir -a fecha- nq, 1p1co e nossa epoc11 , M 1 esgr_a ,.ado irilaain'a s· er -..e·su·s quela· épo· ca de transiç-'ão én- · em estilo pseudo::.gótico corno tu_roam ter infer __v_alÓs lúêidos. ·p 1· t· a? . p lo nos· su~ · ~ b• " dura e que apenas o ·sacerdo- ª oca 1 P ic · e me • - ·' _Crist-0, Filho de Deusj! ·Que tre_ à. quedá definitiva dos St . Vincent-de-Paul, perto da E em momento lúc-ido assim te ,_ ~aóe pro_ntinciar·. Quatro arte medio<::r~ e no entant~ -~ ,ar.rogáncia !-_ E ainda · ou·sa Bourbons e o estabelecimen- Gare du Nord, misturando-se escreveu Hello á rriais extra- · tmpre·ssi·onante perm1·te tirai!' · , _letras: e Ludovic escolheu, ·' e.f1rmã-lo diante .de · mim· que . to definitivo da República bur- os sons de órgão com o "can- ordinária das suas "Histórias · certas conclusões quanto a.os 1 t em .o dever1·a sa~r se· isso guesa - foi de 1828 ·a 1895 que can" de Offenba·ch - .e · evi- · extraordinárias", a novela · coi:no. clfra, ª palavra "Deus". t· ·· · · d ê · · - Mas_depois _ . esquece-se iles- mo 1vos soC1a1s o g nero. osse -verdade! Pois, eu sou f{ello viveu. militando sempre. dentemente. era doido quem "Ludovic". Sypher," ·num excelente es- Deus Pai!". · Ta,mbém militou ·em. pequenos não se cansou de denunciar Ludovic, homem riquissimo, ·sa palavra. Já não pode mais tudo sobre · 0 romance "góti• . Esse contraste ridiculo e ao jornais católicos, polemista essa confusão de apàrencia e .é no entanto asceta: em vez abrir O oofre~fort-e. Deses~ra- co" inglês do século XVIII, ! .rnesmo tempo sinistro entre a · furioso contra a moral dos verdade·. Ernest Hello que se de servir-se da sua . riqueza, do, medita e medita para lem- d r· · Ih h · brar-se da palavra salvadora, e m.1u- e os orrores acu- , ,llparencià e _ a verdadie ins- gol,pes de Estado e dos golpes julgava profeta, Em meio das serve a ela. Vendeu . o que - mulados corrió expressão das : ·tt · t d. · d B 1 t t festas ruido·sas_.da Expos1·ça-o he1·dara dos. avós·. campos, mas sem O ·conseguir. Quase · té j rou. os assun os e· quase a - o sa, con ra os cos umes . sem . 0 . cons·eguir. Quase en- contradições entre uma es - . odos os Contes extraordinai-· do ·"boulevard" - parecendo Universal de Pa-ris, em 1867, bosques, teri;enos, casas, para louquece. Grita, . constànte- tica aristocrática. ainda reinan- 1_ rea a Ernest Hello que era menos cruzado do que cão teve uma visão em qu_e pre- transformã-lo na forma es- t . a nova moral burguesa ' 1:ne_nte, "Deus! Deus!", não e e • • : ~ homem distinto, inteligente, ,:nordaz . Um produto normal · viu o 1ncendfo das Tuilleries e senctal -da riqueza - em di- . p-ercebendo : qúe está pronun- qi.te já ~rarisform_!lra os caste•.J Ulto e perfeitamente doido , da sua classe e . época deca- a revolução de . Comuna. - Es- nheir9. Faz so~rer fome à mu-. ciando a Palavra. E morre los medievais em casas de .es• 1 eu gra.nde talento ·de escri- dentes? Antes um caso anor- ereveu . cartas furiosas aos po- lher e aos filhos, assim como louco _ pectros. Mas O caso do_pseu• -t tor e pensador e sua doidi_ce ínal: de doidice . · derosos daquele mundo, pre- ele niesrno se ' mortifiéa, ajoe- Dá~ grandes obras de arte do-católic~ Ludovic, assim co•~ lªté estavam inextricàvelmen- Porq1,1e _os _outros, os que lhe -dizendo-lhes a catástrofe ime- lhado perante o altar do seu "Ludovic" tem pelo menos mo O do ' J~deu _descren~e :Ka".'. 1 .te :ligados, na cabeça _de um alugaram os serviços prõfis- diata, o "Gra,n.d Soir". Era· de~·!'-º qual adora com a de- . . _ fka é mais complexo. um& !Pequeno-burguês parisiense do sionais de advogado e jorna- tido como maluco. voçao de quem seguisse o cpn- uma qualidade: a atualidade religiiÍ.o !'esquecida"_v<;>lta ir-., sécUlo XIX assumindo ares lista, não eram doidos e sim Louco ele era, esse visioná- selho evangélico: "Deixa fora permanente,.. No século XX e . . t" 1 t figurando-se - !aristocráticos e feudais como sabidos. Veuillot, tido como rio místico ou pseudo-místi- tudo e segue-me a mim 1". ll: e_ntr~ nós_ outros_ ain~a. hã ~es.ge ~:e ~!~g~doa ao apóstata ~e fosse cruzado ou então -vas~ grande- .jornalist;a católico, ti- co, ad·epto de . ~eres!as que a ,um monge da religião do di- pessotas , 1 qu~'t· embora ~ge 1 ;ra- como demônio. A psícánális~, lsalo -leal do santo rei Luis -- nha. concluido · a aliança das Igreja· devia cop.denar," porque nheiro, e ·o seu --teólogo. Penl!a mell, e .. una 1cas, se JU bam · . . . todo esqueci4 . \;i°~feitiçado na casaca e _car: tra-dicionais classes conserva·- ele - como se .fosse persona- em abstrações da escolãstica port!'doras do "senso comum" :en~~s~n~Õis~~úênciã de não– ltÕla: ele· mesmo digno de fi. doras com os -arrivistas do se- ge_m de uma- das suas "His-. financeira na q1,1al _tudo' o realista, - ufanando-se da - pro- - ··. b · d - à: idéia que '5ar como personagem· em , gundo - I mpério. - Frequenta.;. tórias extraordillárias" - tam- que é -concreto - campos, bos- priedade." -de - casa e terrenos q_uexer-:;a _ei;-, · e_uTI?- 1 à -- · .. . das · suas "Histórias ex~ ·vam a Bolsa os ·p1.'0vedorés das pouc·o · sabia distingtúr - entre - ques, , gente, . _familia - se .como .' se i_s~o fo_sse -condiç~o ~~ê!~~!º~~~~:-r!~;eHeü!º:!: · _p.ordinár.ias!', - - • ,... irmandades, Iam à missa - os apa-rencia e verdage: entre vi- acha transformado em soml!ra da ve1·dadeira fe. ; Mas nao ' · · -·-- , · · · -· ' rijior fora era antes persima- . depra,•ados -habitantes .de ca- sães e -·-previsõe,s. _entre - o ·fim da _- verdadeira -·realidade ' "D!-- convém ·· e.xagerar as coisas.- (C,o~tinu~ na 3a; p~.) ,am a,e Balze.c:, advogado ocu• . :,as -:eomo ,, "Post-boUi1le" dt , do mundo e o _f_im do seu _nhefro"-. Adora o_ _ seu_ d ~us. Heiio, · exce_lente_,.polemista e

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0