Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949

2.ª página\ . ' FOLHA .DO NORTE \· Diz-se · ..:. e ·assim ocorreu· ef.etiv,amente - que com o chamado periodo aureo da borr!lcha - a ilusão do Ia- 1 D,iiigõ, 22 ~e . Ma~õ d8 194~ DIRETOR PAULO MARANHÃO ,_P.R----TE I SUPLEMENTO j ORIENTAÇÃO DE HAROLDO MARANHÃO COL!\.BORADORES LITERATURA ' DE BELEM: - Alonso Rocha, Benedito Nunes, Bruno de Menezes, Cauby Cruz, CéciJ Meira, Cléo Bernardo, Daniel Coelho de Sousa, F. Paulo Men– des, GaribaldJ Brasil, Haroldo Maranhão. Levi Hall de Moura, J\,lario .Couto, J\,lario Faustino, l\1ax l\'la.-tins, Natalicio Norberto, Nunes Pereira, Orlando Bitar, Otavio Mendonça, Paulo Plinio Abreu, R. de Sousa Moura, Ribamar de Moura, Rui Guilher– Jne Ba.i;ata, Rui Coutinho e Sultana Levy· Rossem- . blatt. DO RIO: - Alva.ro Lins, Augusto Fred11rlco Sch• midt, Aurelio Buarque· de Holanda, Carlos ,Drum. mond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecilla Mel• reles, Cyro dos Anjos, Fernando Sabi,no, Fernando Ferreira de Loanda, Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Jorge de Lima, Lêdo Ivo, Lucla Miguel Pe– reira, Maria da Saudade Cortesão, Marques Rebelo, Manuel Bandeira, Maria Julieta Drummond, Murt– lo Mendes, Otto Maria Carpeaux. Paulo Rónai e Rachel de Queiroz. DE 8. PAULO: - Domingos Carvalho da Sil– va, Edgar Cavalheiro, Roger Bastlde.- Sergio· Buar• que de Holanda e Sergio MilUet. DE BELO "HORIZONTE: - Alphonsus de Gui· maraens Filho e Bueno de Rivera. DE CURITIBA: - Dalton Trevisan e Wilson Martins. DE PORTO AL~GRE: - Wilson Chagas. DE FORTALEZA: - Antonio Girão Barroso, Aluísio Med,eiros. Braj!'a Montenegro, João Climaeo .Bezerra e .Jo~é Stenio Lopes. . tex ! - ·tivemos oportunida– de de .assistir ào que havia de melhor na Europa em ar– ,.~- diretamente conduzido até nós. A reabertura do Tea– tro da ·Paz, depois da refor– ma que ,ofreu em 1905 (em ,190~ procedeu-se à pavimen– taçao que o circ:mda) a rea– bertura do Teatro da Paz dá– nos noticia .de. uma Compa– nhia Lirica Italiana. Mas desdE\ , as ,última..s dé'cr.das do século XIX que o espetáculo lirico, e não !:iÓ o lirico, as melhores representações '.e.:– trais eram-no,; proporciona– das. Entretanto, · não "avulta– ra.m entre nós as aptidões li– terárias" . observava .em 1909 o c"ri:tico .Osorio Duque ~s– trada, e· em sua "Históri.- da Literatura Brasileira" o pa– raense .Tosé Veríssimo não ci– tava a literatura paraense por despr2zive1.· Está visto que não nos fol possível aproveitar, enrique– cer a nossa experiência com as luzes do desenvolvimento arti·stico que nos er,.:11 ofe– recidos, por causa s,2gura– mente do espantoso atraso de nossa existência ma.teri– a! . Treis anos depois ·da fa– mosa· reabertura do Teatro da Paz, Juvenal Tavares, como vimos, morda na miséria, deixando · a familia na indi– genciã·.- Teria esse ddSgraça– do frequentado alguma , vez o Teatro da Paz? Seu ·pra– zer era fazer vers()s e filhos. E' o que observamos através do :iúmero que deb::ou de uns e de outros. Que afinal não sabemos se Juvenal Tavares e outros es– .critores que temos citado, podem ser . reputados como tais, pois são tão · desconhe– cidos que correm o risco de o,s srs. Afonso Arinos .de Me, lo . Franco e outros que subs- creveram certo manifesto, des– Esquema Da Evolução Da Sociedade Paraense XL LEVI HALL DE MOUHA (Especial para a FOLHA DO NORTE, neste . Estado). pirito no contacto continuo ião, · de guarda chuva e ga– das representações, Juvindo lochà; por que chovia em Pa– grandes orquestras_ dirigidas ris • ou Lisbôa. por verdadeiras notabiHda- N' "O Homem da, Sere– des. Conheceram o convi~o natas", de Pa,ulino de Brito, dos artistas dos grandes elen- o artista pobre recalca, por cos que em épocas melhores mero capricho, o amor, que visitaram Belém". sabia correspondido. pela her- Jl:poc3.5 :nelhores, mas para deira rica, e morre tubercu– a camada média da socieda- loso, num exilio voluntario, de a que pertenciam os I.r- sem nenhuma .necessidade, mãos Nobre. E, todavia, a mas à velha maneira roman– camada média tia sociedade a tica. !. . . A novela, conquanto que pertenciam Helena e U- bem escrita, não tem qual– lisses foi também atingida pe- quer cor local. Podia passar– la crise. A miséria dos pe- se ·em Belém, como em Lis– quenos centros progrediu até ··boa, ou no planeta Venus. atingir, no seu proc~sso as- que é onde possivelmente censional, os grandes cen- ainda se morre de amor ... tros e a crise se tornou ge- "Por causa de uma loucu– ra!. A prosperidade dos gran- ra", de Teodor~co Magno é des centros era aparente, pois uma -Odisséia indigena, com assentava, já o dissemos, no um Ulisses de roças e igara– constante est.ado de crise· das pés, sem Penelope e sem sor– mais humildes camadas da te, com ouvidos abertos a to– popUlação. E os dois manos ·das ao circês, que acaba en– geniais, que tanto honram a contrando a sua melancolica cultura artística do Pará, vi- !taca nu.m convento, como um vem hoje numa pobreza., que bom heroi do romanfümo. nos deveria envergonha:r, mas Quanto aós romances rea- que não é capaz de envergo- listas, é outra tristeza. nhar aos traidores que · nos . :E:' · o mesmo homem das desgovernam, traidores do p<Í- galocllas. vo que esfomeiam; tapeiam . João Marques de Carl.'alho e violentam, traidores da pa, poderia ter fe.ito um · rriagni– tria, cujas· riquezas malhara- ;fico romance de costumes tam e entregam. · · · paraenses com sua "Horten• A prova porém .:mais deci- eia". siva de que não ncis foi 'pos- · Hortencia, a personagem sível abeberar até. à sacieda- que dá nome ao volume, é de a .· nossa necessidade de uma conterranea pobre, jo– cultura artística nas fontes vem, sem instrução, ardente do desenvolvimento európeu e ·inquieta. Uma dessa..s mó– _que eram .trazidos .até .nós:. ças das nossas classes mais essa prova encontrá-la-emos humildes, completamente de– nas obras de ·ficção, nos ro-. samparada.s, "cheias · de .'priva·- fica dos nossos 1ares " cole– gios. Morava na Cidade Ve– lha junto ao Guajará. Ve– mô-la triste diante do mar .. Trata-se de uma das grandes páginas do romance. Não fu– gimos ao prazer de transcre~ vê-la. "Entretanto, a noite subia sobre o rio, afog_ando nas tre– vas o cinzento pr.rfil das ma– tas da Ilha das Onças ·em fren~e à rapariga. Uma es– trela cíntilava de vez erri: qua,·.do 'no firmamento escu– ro, ao tempo que pequeninos faróis alumiarvam-se nos mas– tros dalgwnas canoas, ao · longe, para o lado do Ver-o– Peso. O silencio afogava. magestosamente o vasto edi– fício. Onde Hortencia se a– chava não sentia nenhum ruido denunciador de exis– tência humana. A seus pés, lambendo a praia. pedregosa; o Guajará, invisivel quase, gluglutava na força da va– sante, como a goela enorme de um sedento mastodonte )culto, a saciar-se longamen– ;e". . li,gando~se d!!, ABDE. os con– .sid-erarem elementos estra- 1'\P.Os à . categoria .·profissional que representam; ist-0 é, não os considerarem escritores de verdade, pois pelo visto -são aquele .altos senhores que passam' diploma _de escrito- mances da época. . . ções, e .além do mais de com- . Os nossos romances rom.an - plexos, de- temores, ·de boba– ticos •. lembram cavalheiro.~ gens, oriundo.s dessa' é:efei– .que andassem 'em . Belém; no · tuosissimà ~dlJca.ção · religiosa, lllP..s de outubro, em pleno· ve- clerical, absurdá, · :,nli-cieuti• Vemos ainda Hortenc.ia a– prontando-se para procurar empr,ego na Santa Casa. Seu corpo jovem e nú emerge das roupas. E' apenas um pre• texto para ·unia págtua rea. lista-. Ma.s tudo está muito bem. B.ela página. Tudo val ·muit-0 bem. Trata-se de un1a. pobre moça que qu-er empre– g-ar-se, que ,precisa empre– gar-se para se sustentar, e despe-se e veste-se em seu quarto ·como qualquer moça, quando é surpreendida ~l() olho realista do autor. Nada mais razoavel. Mas, eis en– tão que Marques de Carva– lho nos surg,e. com o impre– visto,. cóm o impossivel, com. o absurdo. Surge-nos nada. menos que com um incesto. Sim, senhores, . com um in• cesto, com todas as letras, que irrompe como um incen– dio. Hortencia · entrega-se a~ irmão . . O roma:Qce vira "O~ Maias" ·do Eça em edição li• , mita.aa para os .leitores do, · Ver-o-Peso. Fura macaquea◄ . ção;· Conclusão sur,preenden• te, extrava·gante, falsa. inve.;. róssimil, pueril, cretina. FI LANT.ROPl·A - (CONCLUSÃO DA 3a. PAG.J sa~ef!l o.que fàzer com o ·homem e a mulher·: Deram O nome res a nós outros, pobres es- do senhor c->mo sendo o de ·um amigo. cribas. . . .. · Deus níeu ! · . Mas, prosseguindo no que ' -_ Sim, senhor, E o proprietário· da hospedaria diz qu~ nos ocupa, já observamos que eles nao parecem saber para o·nde, vão. um ou outro artista teria cer– '_ •- .Céus! - disse Ivor. Mas levantou-se, vestiu o sobre- tamerite aproveit11do da ma-· :tudo, e saiu. ré montante de arte q-ue nos ·A_ porta il?111inada da hospedaria ·estava o pÍ·oprietário . . · inundou naqueles idos, e se ., Smto ter mcomodado o senhor, ·mas, ria verdade, eu não benefic~ado da caudal. coq:io sei col,llo tl'atar ·estes seus ·amigos. . · das fecundas aguas de um 1 • Ivor franziu o sobrecenho, contrariado. · . Nilo. Seriarri porém. artisfas · . . - Eu só os vi esta tarde, pela primeira vez e· dei-lhes vindos pelo nasciménto · das algum dinhei_ro para irem a Londres. Estão emb~iagados? camadas medias. ou ·que ne·- . Embnagados! - respondeu o hospedeiro. _ Se eu las tivessem tido acesso: A soubessJ q~.e_o homem já, havia bebido quando entrou, de herdeira rica d' . "O Homem certo nao tena ... Quanto a mulher está sentada e sorri Não das Serenatas", de ·Paulino .de tenho meio de fazê-los andar é está se aproximando a· hora Brito possuía cultura artística de fechar a casa. . acima da craveh'à proviricia~ . - Bem - resmungou Ivor. Vamos .vê-los. E acampa- na. Mas não. precisamos 're– nhou .o hospedei-ro. .. . · montar às oôrâ..s· de ficção. Bas- · · Num assento ao pé de uma janela da sala da 'hospedaria fa lembrar os Irmãos Nobre. lá se ach_11,vam. os dois com as canecas de lado e O cão ador~ Vinham da camada mediá da m~cido aos pés da mulher, .cujos lábios se abriam num ,sor- ·sociedade. "bésde crianças ·_ ri.$0 idiota.. · Ivor olhoü para O homem; sua face estava "láli- informam-nos, na falta de da,: !Jeatifica.. ·.Especimes de ' u!I\. mundo doloroso e depi1!ssi- melhor, ·os programas de. seus :vo, eles. parecJam agora quase venturosos. concertos - caldearam p es:. · : -f- · Senho1· Ivor, ·disse o homem, parece que n·ão estou• -. _ Você já penso.u no que . bem. · vai fazer com a sua formida• .,,... Sim, disse Ivor, mas eu pensava que o senhor queria vel coleção? mesmo ir pai·à. Londres. A estação fica a menos de meia mi• Era na esquina da. rua Mar- lhâ daqui. · coni com Barão de Itapeti-· - De .certo: eu vou para Londres . ninga. Vínhamos .da famosa - Muito bem; nóa podemos caminhar, se o senhor me Lopes Chaves, 546, ·onde Má- compreende. rio de Andrade fizera inveja A Nova 1-greja-.- TRls VEZES NEGAR O PASSADO ECONSTITUIR-SE EM TEMPLO DE UM NOVO CULTO . 'A VOZ· INTERIOR, DESLIGADA DO TEMPO · E DA ETERNIDADE. · . . E VIVER ·.E SONHAI( O. PRESENTE, AVARAMENTE; O RITMO DO RELOGIO MANTENDO-NOS ALERTAS. PARA. A VIDA E DEIXAR QUE AS ONDAS DO AR E DO MAR CONTINUEM -FIRMES, AVANCANDO . PARA O FUTURO. . .: - DESTRUINDO NOS_.DESÉRl'OS, E Ni-S fRAIA$ OS SINAIS OE NOSSA PROPRIA MARCHA . PARA. A MORTE,. . ANTONIO RANGEL BANDEIRA Af rn:en oque Paulo··Arma_ndo O homem levantou-se e também o cão e a mulher. E os ao visitante, lhe exibindo ··as três saira-m de maneira -vacilante. O homem caminhava· à frente' em Segui.da a • mulher e apo's, o .ca-o, n1-0vend· o-s· e no preciosidades . da sua própria . d d . to ·t coleção, entre os quais o ori-_ Xavier de Toledo, cercado• de enca ea as JUI). ao . pei o, escuro nevoeiro. Ivor os següia, pedindo a Deus que éie5 não .. ginal q.as "Três Mai·ias", d·? rapazes, entre os qÚais O cri- . cp~o s1: ~~asse uma crian– enccintrassem 011.tro . bar ·no caminho. A voz do homem qúe: Raquel de Queiroz, que O gi- tico- Ciro Mendes,. que devia ça 1magmana: . brou o silencio à frente. · · ga·nte paulista mostrara aper- andar pelo seu octagésirrio - Também eu não posso - -Henry Ivor ! ·-tando amorosamente contra o chope,. Mário de Andradie· co-· ·ficar ·embalando esta úlce- 1r Ivor ocultou-se, nervosamente. peito. · mentmi na suá. .forma .carac- ríi.· ! E, enquanto as mãos iam - Henry Ivor ! Vejo que estou· falando só. · Por o~de é Mário e João Condé almo- teristica de censurar suave- e vinham, oompletou: E mes- q1;1e eles andam? Eu o vejo, se me compreende. Ela e boa çariam num• restaurante da mente: mo eu só tenho mais quatro para ... Henry Ivor... apenas escritor de livros. Não é me: cidade com Schmidt e Ma- = Hoje eu fiquei inquieto anos de vida.,. · · lbor .do que eu não! Nem é bom,. se me compreende ..Eµ. se1 nuel Bandeira (1). Eu almo- COJil O Condé . E, depois de · 'Houve _ protestos; _risos de o que é que ele está pensando: "Como poderei me livrar de-· çaria com um amigo em ou- _rela.lar O fato, acrescentou, descréditos., · ele .1·iu também, les·?" -Onde esliã o cão? Traze aqui o cão para molhar os pés tro restirnrante . . Pescêramos naquele tom pesso·a.i de su- sorvendo o chcipe gostosainen– pele. · . . do bonde . naquela· e.squina, blinhar as palavras: - Iss·o não t.i, ..os outros :O· inatarà.m, . de:– .. A mulher parou, insegura, apanhou ci cão e os dois pros- onde, antes de nos separar- é here_ditário, -meu. Deus do poü; de que a conversa 00 segúiram cie novo. Ivor caminhava a um lado, carr!',ncudo e mos, ouvi a pergunta de Má- céu! Então. eu deixava tudo P.erdeu por novos caminhos e apreensiv0. Afinal, o homem' parecia ter caido em si. · rio .ao colecionador. . pros meus sobrinhos, que são - eµ .fiquei sem .saber ª razão Vê-se, porém, desde logo, qu•e é apenas . resultado da. má edúcação artística· do au– tor," por · força das péssimas condições materiais da soc:ie• dade em que viveu. · Por força exatamente do atraso economico · da socieda– de em que vi véu,' é que não pôde descrever-lhe ' a penti• . ria. com inteira profundida- . le como lhe cumpria. não pô– ie escrever o brutal roman• ce de sua miseria. Os próprios , responsaveis por esse atraso e por es~11 tniseria, os que se locupleta– vam deles, ti.nham interesse em que o autor pintasse, des- · crevesse afé os · incestos in• verossímeis, menos a · miseri11 real. .. .É.ssa. é que é a verdade nú,a, tal como Hort-encia nos aparece na página a que fí~ zemos alu<ião. · ' Escritores, que f-oram também os ultimos dias · de janeiro, e.. permaneceram naquela <:idade ·· alem do seu ·encerramento. Lem-, bro-me bem d.e quando Manuel Bandeira chegou, no meio du.• 1 :rfta sessão plenaria, e de como.• tendo avisado a Mario de Andra- ' d'e daqüefa surpreza, o vi le- • vantar-se num verdadeiro pul<> para ir ao encontro do amigo. do Manu que tanta amava. · -- . (2) . Posteriormente, J'oá<Á Con:dé declarou, na sua secçã<J . de "Letras e Artes", que se re. 1 solvera a deixar♦. os seus ·arqui• · vos para uni.a instituição ·que sa · interessasse por êles e se com•: prometesse a m·antê-los. Maa. ultimamente, segundo me .cons.... ; ta de font:. ·autorizada, .o cóle• 1 cionador · afirma . qµe na hipo-. tese de seu filho não vir a se· ·:nteressar, ele pretende levá loil consigo no caixão, nem que• te– nha de ser·duplo, ou então, quei• má-los intêiramentw{ ·· - Senhor Ivor, disse ele. Veja, eu não estou nie se_!ltinda .• ·A resposta demorou a vir e as .. criaturas .que eu mais daquele prazo enunciado com bem; Não posso dizer melhor do que isso, posso? ;Na<o. sou , quando v.eio, veio hesitante, quero · neste mundo ... ·. Mas tão firme confiéção. · · (3) - us três encantadores s~ esci•itor de livros; como o senhor, nem plulocxata, se me COlp• arra.s_tada., como se o dono ·dos isso não é hereditário.? (3l'. · · Só vim a ·sàbê-la · mais tar- brinhos · de Mario; filhos· de sua preelide. Queró perguntar-lhe uma coisa: "Que é que o se- Arquivos Implacáveis .· pela; Foi. nessa mesma ·noite, nes- de; .depois de sua .morte. Um irmã Dona · Maria de Lourdes. nhor faria se fosse eu?", ·. ·. . · . ,prime~a · vez.se ·depai:as.se · com · se. ·mesm9t mesa, onde eJe dos seus mais ·antigos compa-. ·eram realmente o maior obje-- . Houve µm silencio, apenas interrompido pelo chap.-cbap a idéia ·cte q· úe algum ·dia contàra O incidente ant-ei'ior, nheir6s me contou que já na tivo do "amor de solteirão, a< • · época da Semana de Arte mor derramado" que ·o gigante-. dos pés d.a mulher que vinha ati:as. - . . · teria que dar um· destino à . que alguém observou a Má- M d M . . d A d d espalhava por· sobre seres e coi-• . - Não me culpe, disse o homem cuja fala ia se tornan_do sua .coleção: • . · . rio que o congrésso ,.. tiriha O erna, ario e n ra e . sas. Era... de ver-se a paciencia-l Cerr·ada. - O_ senhor não pode deixar de se.r um _plutocr_ata. - . Sabe, Ma'rio,· o meu f "t- ª~abado e no elltanto e1" con- co 5t umava afirmar que vive- t M · · · • · · l - te "":' - • rla somente 56 anos, .. 55 , e e er_nura com que ario curva~/ -~ -o senhor _desejara ~lg~ma "coisa em re açao a .mim, senao o lho m cinsa· anos, viu, mas . tinuava bebendo -,(isto porque . um de lambu,ia.. . " Ora, na- va os seus 1 metro e 86 para·ou• esquecimento, é ou nao e? . acho que ele tem. jeito pra dl.\l'ante . o congresso JM:ario . vir e conversar com aqueles \ · .Um clarão luziu iJ1!iecis11,mente em meio do nevoeiro E: o cóisa. E' justo que eu deixe . cqntornàra a proibição médi- quele ano de 1945 que apenas pedacinhos ·de gente. · edifício.. da estação· surgiu de repente, a poucos I?assos. Ivor . pra ele, não é? (2). . c;1, .al~gando ,que não poQia, ~om-eçava, Maria- de A nd ra- -c 4 J _ Mario sofria duma ui-, dirigiu-se pi.ra lá. · · · · -· Mário de Andrade não dls- · êle tinha que beber!). A ob- de, completaria. 52 ano's de cera no duodeno, por causa dl!i - Toca para Londres - disse o homem. Está~direito .. E- . sê nadá no primeiro tnomen- servaçíi,o .era justà. · e vinha lima gra nd e vida. Completa-· qual se&l,lia um regime alimefl,-, deu uma guinada em direção ã pl)rta onde havia luz; segmdo to, ~ c.omo ·começasse a · se acompanhaçla . d2 uma séria rt-a, se ª tocaia da morte ,não tar, com :varias abstenções que. ·da mulher e do·cão. Ivor os viu movimen~arem-se através da .: dirigir pro· lado dá :bom Jo• . advertência: . . . · ~:.tir-t:: ftt!~erit!rªo d;:: eram verdadeiros castig9s ·pará' ientl'ada e, dando volta, reentrou correndo no nevoeiro. · . sé de· Barros e ·eu tivesse que. . Olha a sua úlcera... o "gourmet" que ele era. N<> . "Perfeitamente· ex·ato '·" - pensava ele enquanto corria, . d_eixá-lo, não pude sab.er se (4) . , , .. luntari-0 prazo antigo, entantó a morte não lhe viria dat , • lllcera mas sim do coração, com,· - "Pérfeitament-e:·exato!". Por que· os ·'tinha auxiliado'? O ·roncordava ·ou não com o · Mas.o gigante explodiu num '. (l) ...; Os dois poetas apare• um ataque de angina pec.toris, . 41µ~ ,o.p*ei:>cu•p~rà çlurante, tod~ o . tempo.. fô,a tnesmi:> si,,far-st . p_ern.ambucà'no, . de . seus foesperado,s .repente§. ceram ·.em . São Paulo· nos ulti- na noite de. domingo, ;IS de feve-- tlo homem, da .mulher e. do C!lO !.' · ' · · ' · · · · '.M:às de noite, num bar da balançand~ a:. • longas mãos rp.os dias do 1.• Congresso de ·reiro de 1945.

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