Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949

·" A«. , repórter que. aind,!L_ 11' o·,..,..,,.. -, "' PN' • ·1 ) t -::x~~~i::c~Ji~~ _ ·. ró . \_L)}re.i 5_.· ·' · .· Efr iios, "como Euclides' cSá' Wnhà .. • • • ~e "alfarrabista" . · : Cacête com o sentido de "maçada, ·impertinência",•·: é · · bras~hiS!llS) que, periso, não existe fora d-o- Dicionário.· Que eu saiba, · Cacete · aó se refere ao·:indivíduo; 'a coisa. ·é cace- e Monteiro Lobato",· o ioman~ rirui, pessoas •de vãrias outras clsta de An~tiii respondeu ç~sses -=-' ;náq.' será, talv~z •m,e– áfirmá.tivamenie ·acresce~fan- . n:or :o lnterí!sse .pelo dicioná~ cto : rio. ;'E' . cieis.tes ;que me vem - "Dicionãrfo. para mim, ..:.. par~da ·de São Paulo, :do nunca foi'a.penas livro·de con- .Rio qrarid~ 'do .Sul, do Rio sulta. Costumo ler e. estudar. 9-Tantie do ' N:o:rlle, e princi– dicionarios, Como escritor, sou· paimente daqui ·inesmo ~ a o},lrigado a jogar ·com pai.avl'.as, mais ·,numer06a êolà.boração. Logo, · preciso conhecer o seu ~Dfailte ·de tudo Isso,· ·acré– valor exato". ·. . . · cllt.ó' · que o assunto •:dicioná- ~osso depõr, no caso, como rio" . não seja. ·doa mais te– testemunha : surpreendi, ~is ·diosos ào leitor que ·aprovei– de uma vez o escntor, na eia:.- ta o domingo vadto para cor:.: boração daquele seu romance, 11er a ·vtsta ,·pelos suplémen- àa voltas com os dois ·volumes ,tos .ij~erãtios. . . . . , . . a definição compl~ta. tio Pe- .A°O'RÉLIO BUAR.QUE I?~ HO~A .. ~et~ 1 ;:.i~:.~ileiro . .. . , . .· ou ..'mµito '·~e engan_o, ·ou Cl ... ou"-'dos ·, de "lguém".· ..d·e~nl- ··não · ex.ta ~ •branca- branqui- 1940 · da ·Aca:diem1a ·de cn• n .. .u. nha., sinõ nüno' de cacha9&. elas de Lisboa. . · cão que, em sua -segunda par- · Já fiz pesquisas ·de que re- Também · se .conserva, cui- . te, não convém ao exemplo ·sultou ·o arrolamento de ·-mais dadosamente, o · agradar · de- citado 'pelo ·.dictona-rista: "tan- de 1.20 sfu&nimos dessa. •pe.la– fhiido -- como··prorfominal - tas· cousas me ala.nzoou, 'que vra _ e sei · que há, entre •'da. · seguiri~ maneira: · "Que ·o parvo de mim chegou a . êles, bráilca e branqaiDJià; sente· prazer. · Que se com- convencer-se"• 1 A ·definição porém ·osr dois irmana.dos em praz". · em lugar de "Sentir romaria jeito com "e.buzina- . üm · ·substª°'tivo comp,õsto, prazer. ·comprazer-se".:... co- do" ·por ,uabuzinar'' • Não é· só Lstó é nôvfdade séria. Novt- mo se se tratasse · de adjeti- · Isso: ne1a, "a.buzinar" está dade : llUie· se há •de ter ori• vo, é' não ·de verbo; . usacio transitivamente ;_ e o ginad.o assim: na lista. de al– . •Castilho é ·tnvoc)ldo ·para a Dicionário o dá como úitran- gum info,r~anté, ou em ai– apadrinhar ·o substantivo fe- sitiyo. •, gum glossãrio, 0 sr. Daupiás · do Aulete, '.já por ·aquêle ·:té~- Convido-o, aslm, a acom– ·po - há coisa de quinze anos panhar-me numas poucas ob– -bem cast_igados· dó .in~n- ·servaç9.e& . da,s muitas que. ~ . t.e manuseio; 'jã impregnados no meu trabalho permanen– d.esse a.r de envelhecida dlg;. .te · para ·. o Pequeno · Dicioná– i:údàde dos livros que· reà.liza~ ·. no· -, . tive ocasião de fazer . Jam por inteiro -a sua .·funçíl,o: à marg,ein do Novo ·l)icioóâ- minino ..,1deana;··.Com infell- Eis. a prime~a acepção <;ie _ a coisa ·ã nova, · do tempo :·cidade; poréII1, : ~bor11 ·a p·a- · autêntico segundo a · a.• --edi- d inte · ã · Di i lavra seja também · sul:istan- ção: "Tornar . certo pôr . tes- · , .sua · d rve,ç t° no. t,ôc 0 • tlvó, 'Câstiihôs, · no .. lugar in- temunho solene". Esse · tornar nano · - _iiver er.t_v1& as E se "estudar dicionários", rio de .Cândido de Figueire– J coisa de · que . poucos, pelo do. révtsfo .. e ampliiw.o por nenos entre nós, se podem Jorge Daupiás desde a 7." edi– cabar, muitos -~rão ·_aq,uêies, ção. . . . . · ... 1ue volta e meia os consul- As · anotações foram feitas :am, no desejo da significáção à e.• e penso que · a última ia uma palavra obscura, ou dêsse .livro, que hoje está le cértós matizes raros e sii- . custando ós ilhos da cara. '1s de termos ·correhtios. . Com.o se verá,• várias das Pelas êõntrlbuições q_ue · te~ fa.ltas apon_tadail .vêm .de ' hã · Ilho recebido para o J:".eq1;,1eno · w;ât:o tempo, · de antes da ln• Dicionário :Brasileiro da' Lín- t#1enção ·do .. sr. Daupiás, rua Portuguesa, pi>S$O oompró- talvez ainda· da ·primeira tl;. rar o quanto·nos ,chamos lon- .ragem. <;{a ·obra; outras foram Je· daquele tempo em que Jor- introduzidas por este lexicó- nalistas e até escritores costu- grafo. . mavam fazer ,praça àe não Curioso: · enganos corrigidos !lbrirem jamais semelha_ntes li- na err.ate. : ciá. 4." eqição con– vros . · . tinuam tranquilamente na Correndo o +isco de omitir tiltlma, .tão .. trabalhada já, e Uguns nomes, citarei aqui, en- · de preço tão ·dilatado. ad 1 N . Dº • . • • em v· ez de 'to-_- .. - o não· vem· duas palavn.s escn as co~ 'dic o pe o ovo· 1c1onano,· •.._. · t ·ã - · d · dj ti · do tempo de Fi'guei·redo. · um ravess O mmgua O a se- usou-a como a e vo, . pará-las. ·'O sr. Daupiás con- , Aridàr é ·coisa . que não . Vamos . ao ·· , banho-m~ria fundiu o travessão 'com)xm bi- existe. '· i!:rro •da ·4,•. edição :.....; "vasilha coni · água, · colocada fen, e . d~ à .. b~ilca~branqul– talvez de · algUma." anterior: · sôbré ·o lume", etc .. · Ora,· nha. Salvo melhor ,julzó, . · ·está · em vez ·de aricar. A B.• banho-maria 'absolutamenbe • Não há'.: boi-bamba: · é boi- dá esta última forma, " defi.; não é · a "vasilha" ·mas o . · , t "- õ · ê t " d ·"proo~s=",· 0 ",.n.rocesso de · bumba A acen uaç"" .err • ·n1ndo-a com ac r o, · arar e · - "" ,.. · · dê · ·b ·1 · · · leve para ·tirar as ervas ·da- aquecer ·qualquer.. substância nea sse rasi emsmo •vem ninhas'', conserva, no ·enta.n- · mergulhada em água ferven;. ·do · ~empo_ de'. 'Figueiredo,- . · < ·1h > • Os "indi$enas da Luanda, to, a primeira, com · definição te o vaso ou a vasi a que l\ em A11&'ola" são J,angalas ~::ar ~~bef:;:,e;~;~ · !~~:~: co~~1:::· isto : "Bad~ga, adj. , (paró~itõ1).o) 'e ~ã:? ãaiplas. car ervas danfuhas". 'Difícil• Braschul. Muito grande: la- . Vê:-~e no Dici~ .no, c0 ;n.io mente compreensível que. ·o ranjas badegas; ·pratos bade• 2rasileirlsmo~.. borras-bota~~ sr. · Daupiãs . não tenha · dàdo ps. dois .'êrros aqui: é ba- ·•. 0 mesmo que borra.botas • pelo · engano, •das duas for- dejo· com j, e com o no mas- Disparate. · bo À f mas só existe ·o aricar, verbo culino; tem badeja, · E ainda- • . C•boco ~- _ca . ~ro n . 0 . 1• frequentativo ..,. como beberi- lllais; é têrmo ·popular; ' mas .. gu~am, c,.om,,g formas popula: car e tanoos outros; ·onde apa.- "chulo" não. i!:rros antigos res. ·E .em .... ;v~ rd ade • O são. rece ·o sufixo icar derivado de no Dicionário. nenhum!' pe~a . culta escre- arar, i!:sse étimo, conservou•, Não há angú e sim bangüê, ve ·o1,1 di~ sen)lo cabo~l~. teaÇâo. . -·· • . Q,,bra-cle-chifre, · ou cabra- de-chifref · Leia-se: -Corpo-fechado,. nt. Bras,' Aquêle qúe, por rezag ou ·benzeduras, se julga .imune contra feitiçQs, · mordeduras venenosas, etc.: "Contra . faca, bala e cobra, eu tenho o cor– po-fecliado''. 'Afr. Peixoto, Trovas. 183" . Niem a. , abona.- ~ ção, tão • $imples, tão clara, .. aJüdou o dicion!l!:lsta a. fugir da. crassa. : impropriedade . da. _de.finiçã.o. COl').JO•fechaclo não é, como tio fàcilmente se nota, o individúo qÜe se julga lmi,i– ne oontrà feltlços ~ por meio 4e benié:!f ~s· ou de +ezas; mas sim essa imunização; só·se us11 geraln\e_nte, como no exerriP.lO citadot na expressão ter: o cor– po fecnado, isto é, "estar imu- te". ·etc.. . Em Diogo cita-se, ·de . Leo– nardo Mota, um livro Canta– dores do ·Norte, · que não exis– te: ·o nome é ·simplesmente Cantadores. · Aquêle titUlo · a• cusa um curioso ·· ·crnzamento deste último com Violeiros cio Norte, nome de outra obra do autor cearense. Dobradinha está como "O mesmo que dobrada". Mas ·n_. sua última acepção·; "ordulà• ção de terreno quebrada-''; do– brada não é o sinônimo de do– bradinha., Defeitos dessa na 7 tureza são bem graves do que lre os mais atentos_ e· ,devota- Comecemos por eles. · !os dêsses colaboradores : Pau-. Numa citação de Càmilo, no Daupiás para o aridar; mas coin e fechado. Outra coisa: . C~ rd,~nllho e~~á definido .as- esqueceu-se dele justamente está muito incompleto o ver- Slill. Ve rd et.e •. Proc~a.~e . para o aricar . Note-se que o bete verd~te, e ._ve~ifica-se qye, parecem à primeira vista. Na última acepção em que · lo Ronai, Guimarães Rosa, Ra- artigo · agrosseirado, ainda se q!!el d.e ~uei~oz, Dieg!-'es Ju:- vê "homem agrosseirado", no mor, Helio Viana, Jose L. d? singular, e não no plural, co– Rêgo, .Valdemar Cavalcant1, . mo Indica · a errata. Américo Lacombre, Ernani· Em adjetivar · lê-se: "aper– Fomari, e mesmo Graclliano f.eiçoar", que a . errata já Ramos. Achegas, menos am-· mandava converter em "afei– pla tem-II1;e dado Gilberto .çoar" - emenda ·que, pelo Freyre, , ~nto Broca, Maga- sentido claramente se im- lhães Juruor. . põe. . ~to para. s? falar da colabo- Bastio comparece, até· hoje, raçao espontanea. . . ·como "provincianismo por- Vocabulário da Academia de Ta'mbém não existe · bede- dentre as muitas acepço~s Ciências de Lisboa, de .· 1940, ela ma bedegü b diesse têrmo, ~6 uma é si- registra "a.riç•ar" (!) e "a.ri- ~ . ' • s . e a. , nônima de eardeuilho dar"). Bozo. Bras. do Norte, Jog~, O Dicionário dá cacofatoma- que se faz com uma. bola , nia (a. revisão, diga-se, dei– Recuemos para alanzo.ar . Com uma ~~la? Bozó, que me . xou .um 8 · em lugar de a de– Como transitivo está defini- conste, é Jogo ~e da~o~.• e pois d.o p·rimeiro c), e manda do "dizer à toa, abuzinar os somente de dados, pode--se ver ver Rui Barbosa, Réplica, sem P o·· E M A -FLORIANO JAYME Vi-me sem mundo na mina dos de,q,reocupados armando_ torres de lágrimas;: Acordei com· a vinila· do mundo da.r . a ,página. Podje ser - faltou-me pachorra para ti– rar o caso a limpo - que Rui · tenha .úsado aquela forma., aliás excelente; mas a que vejo à pag, 74 do seu famo– so livro é cacofatonomania, ti– ràda . de cacófaton, com n, ·a ' unica forma por ele emprega– da, Descuido antigo, s,e real– mi' é descuido. r:a intervenção do sr. . Dau- r;il>ás ::-esultou um duvidosíssi– o dobrar figura como transi– tivo, a de "proceder .a dobra– ção, na ilha. de Marajó'.', êle ·é, na realidade, intransitivo; e,, vice-versa, ·no sentido de "dar voltas a (tim sino)", é transi– ,tivo, est~ndo no Dicionário• er– radamente como intransitivo: Figura como intransitiyo, sig– nificando "Soar (o sino)'', na qualidade de· brasileirismo; mas não o é; o uso não pode ser estranho a Portugal, como se vê dêstés PS.SW dos Sinos · de Antonio Nobrlr: "Os sinos dobram por anjinho, Lá no Minho! Os sinos dobram, lá no· Minlrn, Por anjinho 1 - De outros escritores. fora tuguês", contra a indicação · desse 11.mâvel mundo de vo- de ·Figueiredo. · · IUntários, sei que são freque1;1- · o adjetivar - diga"'.se ·de tadoi·es de quanto Morais, passagem - está como ver– Bluteau ou Figueiredo exis- bete único, com 2 definições: tem. Jaime Adour da Clma.- "a.jeitá.r, aperfeiçoar" (em vez ra é um deles: c_onfesso;u- de "afeiçoar", como se viu), me ser a sua bibliobéca raris- e "O mesmo que adejetivar", sima ,.em léxicos, aos quais l!:rro. evidente: deviam . ser n_lf.o da trégua. outro é Amé- dois verb__etes, pois, na segun– r1co Facó, autor dessa .admt- da acepçao, a-. palavrã é úma rãvel Sinfonia. Negra, ·de que forma alterada, antiga, de ad– tão escassamente se falou e jetivar, e na primeira é wn &e fala . provincianismo que se há de · os meios de iocomoção eram anjos viajei nas e,g,eriências da Vida }.)ara· entrevistar anjos lllO capitoto, · com o mesmo ientido de Capiroto, isto é Diaba. · o Diabo vem-me in-· . E os sinos dobram a defuntos, ~essa.ndo · multo, já de há Tôdos ju~tos ! Pelo cuidado da forma, pelo prender a · ajeitar: seguro da escrita, cuido não Inaceitável a permanência. dormindo · nas miragens do infinito muito _ quànto a sinonímia; E os sinos dobram, todos jun– lllas nunca li nem ouvi a nin- i-tos, dispensarão o convívio dês- do avecla:, "caminho estreito, • ru,ém aquele equivalente com . A: <lefuI).tos ! ses veneráyeis :i,:epositórios de azinhaga" (arcaísmo,) por Mas gua rd ei segredos sa~oria impressa um M-a- "aveela", ·que Morais, entre a voz do anjo é silencio nuet Bandeira '"".' que tem o outros, registra, remetendo há da Vida apenas siual seu nome enti·é os autores do para viela, 'Es'ta forma. produ- nos seg~dos que vivem sem mistUl'll os· dois tt. Certa.mente descuido de re- visão: .. canela-de-graça, em vez de canela-de-garça, e can– sanção, cansação. , Este úl- timo já vem de longe. Pequeno Dicionário. - _um ciu aveela, como fàcilmente se Cados Drummond, de Andrade, vê : e de um cochilo do re– um Augusto Meyer, um Ciro .visor é, que nasceu a me– ~os Anjos. :ionha avecla, tão obstinada- Deixei o silêncio·· dos anjos em viagens neguei o cora9áo ã desumanidade Por que· cabeça-chata como brasileirismo do Maranhão? E' usa.do em todo o Brasil. Entre os não escritores - lllente conserva.da até hoje, e magistrados, advogados, mé- transportada., tal e qual, ·para dl.oos, estudant~ comerciá- ;1 Vocabulário Ortográfico de e despertei antes do ,.i,eu mistério para enviar mensagens ao etemo hóspedes viajantes sem :mundo. Caca-sebo, penso que · não silê.,,cio · existe;oa,ta-sebo, sim, nome de · ave~"ou sinônimo regiop.al E os sinos dobram a defuntos, Dlin! dlang! dling! dlongl E os sinos dobram, todos jun- . [tos, Dlong! dlin! dlingl dlong! E não. vamos, ·por enquanto, além da. letra D. · 'Cheiro de Pó de arroz. O rosto . qu~ ~~- acha à'o lado do G<>stp de nicotina. na. boca . Cheiro de pó de arroz e lo- meu,· é um rosto •de_· menina. e tem uma delicadeza que lem- N o · N · ção bara.ta ; · bra aquela boneca -de louça, que vi na vitrine, um ·dia, ·pe- ·_J . .· ... ·T .. U' ..R·_ I . o·.,·. Faço um esforço enorme para a.panha.r um cigarro- na gando na mão magra de tia Cecllia. penteadeira, ao lado, Risco um · fósforo. Felizmente, Norma - Compre tia, aquela boneca para 'mim:·.. não à.éordóú, ap·enas se mexeu, lânguida, num espreguiça.- - Você quebra. _- • . . mento qu·e me deu inveja •. Os seios arfam cansados e um Mas ·o rosto que está •diante de mim, não •é o. rosto da longo suspiro exalou-se, como se ela estivesse se afogando. bOneca •de louça e sim um rosto de mulher infantu; ·1em- A',' brisa· lembra a.a madruga.das daqueles tempos. Os galos brando ,essas meninas bem enfeita.dlnlias, que vão à ma- . .·.Cont_o. De CA-R_' l.O_S R,OMERO, éântàm ô mesmo canto de sempre, trazendo a .pureza. daquelas tinà.I,' todos os domingos, para ver filmes engraçados. Dir-,, · manhãs orvalhadas. Vejo-me de calças curtas correndo. pe- se-ia um rosto puro, principalmente, agora, quando os olhos - •·•· - los campos, aspirando o cheiro -de terra molhada. ·A menina- estão ·cerrados. ., · cafa~estes ... eis o que sou". Depois disto; os braços me rece~· tia gnt~ndo na mitib.11, frente · e eu segurando a mão de Gra- Façamos .de conta que é a boneca. de louça· que .está· beràm, num gesto que me comoveu: . . .. . · .. '1!:iela, qué tinha. um rosto vermelho e uns lãbios com gosto .de ao meu lado. Os seios alteiam-se com· a respiração,· nuin -:-- Você par~.ce que não é como os outros. . amelxa. A .janela mostra-me um céu claro. Os galos cantam val-vem cansado-. A boca parece sorrir' num sorriso)ndefi- , f?.int9:- um gosto amargo de .nicotina, enquanto dos lábios com' saudád.es .d-eq:ninha infancla que-já val longe. Grazie,la nivel. O sorriso ·da ·Giocóndâ_. ·:o ·professor de, História fala- · .de Nor.ma me· vem . ~ hálito de cerveja , A .cena .do bar. · 'não. .corre, ínais' pelos campos molhados. Graziela é hoje ·uma n de uma Gioconda ·de sorriso indefinivel. ·• · Gente falando. aUo, a esp~ma. de cerveja . derramada. -numa . . mulher feia e magra, que faz compra na ·fe4"a, retira .de uma • 1 Cheiro de pó de -arroz. · Os braços· de Norma estão nús, · mesa, perto. Arrastar..de cadeiras e aquele homem musculo90, -:bolça '·velha notas velhas,' discute com o vendedor e só pensa entretanto, . eu · não sinto ·llenhum dese30 de acaricia-los ... . co~ cara de bandido de cinema, surgindo do fundo do bar;".. na' filharada e·•·nó· mar-ido. Sei que nunca mais verei a Gra- Se ·o fizesse; ela acordaria zangada e 'faria um muohocho 'de exibindo wn.a -pebéeira .. •Tudo isso me vem agora, numa con- . zfela de beijos doces e que lembravam· ameixas. menina mimada. Melhor é ficâr - olhandÓ esse ~ó_~t;o·: que fusão _qe sentimentos•. · . . , . . . _. . · , ,.. · . _ _. -: (ÓOO) ·:-:- . . çhelra a pó de arroz' _é'. loção.. barat_a . e. que, mo_maj,ito ,an-. , .77" ~~ - tenha ;medo, não. Aquele tipo é. covard_e .,. .• . Um· aut-omovel passa fazendo zoada, quebrando o silencio tes, estive a machucá-lo . com . o~ _meus ·-beijos embriagadoi. . . As palavras de Norma me deram confiança : Senti -a pa:- ·· ·da madrugada. ·· .. •:• • . Norma sentti(cócegas e me pediu que parasse com aquilo: . _ lidez do rosto e· um suor ftio correu:..me· pela testa/ Parecia · Norma se-agita. Abre os olhos. Finjo. dormir. Norma. vi- . ·.- Tenha modos. Assim não. ·, . , · _ . • · que havia dado uma carreira, pois - 0 coração' estava- a pon~ · rou~se na cama. Ficou agora ·olhando, par~ o lado da pare- . o cansaço me ·domina agora. Contemplo . o telhado sujo to· de sair. 1>'ela'' boca. · · · . , · · - ... · •. de. Não verei .mais o rosto . de criança. , do quarto,' onde teil!$. ·de àranha se ' agitam, lembrando _tra:. . . . '. ·--:: (ooo) :-··- .-·. . . . . .. . Dóre~. ~~ ~stoma.~o. GÓSt() de nicotina na boca . A fuma- pezios dé .cirço. Talvez <js ~pepos · de._quele drco a ,q~e ~a . · Desejo fumar; .porém, terµio ~edo de ·acordar Norma . O - ça é liyre, e ,Síii. pela 11'\.adrµgada. Os ga'los. c~tam ~º~- q'fl,rt- Cecllia me . levou, um :·dia. Jarriais .~q,uecerei _a menina qu_e . rosto ·sereno, a ·boquinha ·de menina parece- sorrir.· Norma· tais com roupas estendidas em arame. No quarto de Norma se deslocava sobre uma b.arra de ferro, as coxinhas .de fora, , deve ter tido uma infancia ,fellz. Os .pais ricos . As palavras ·· não há mais penumbra.. Agora eu posso divisar melho~ o seu . os tambores,· o. silenc~o da .plateia, minha respiração ..pr~, · •não-me saem da cabeça: ."U~a m:oça orfã, sem dinheiro; sem corpo . A combinação de seda cor de rosa é curta e deixa,-me o coração bat!:!ndo com medo que ela se despencasse dali. · . prote~o, num mundo ·de cafagestes". Sim; mas agora · ela • ver as coxas.morenas. ·o silencio me angustia. A respiração . .. --: ·(ooo).· ~ . es_tá• 'feliz, sonha passeando com as amiguinhas, brinéando . · de Norma · é uma respiração cansada. -~•uma moça · orfã, s~m . . . '.l'alyez Notma esteja. _so~lU?,do ~ so~ho de criança . - pelas càlçâdas, cofr-endo do pâpa-flgo, pedindo dihhelro pára dinhelr'q', ·s1µn 'prot"eção, num mundo. de cafagestes, eis o. que Quem sabe,? _Ela ,m.~ d,is11e, _qu~ndo e11táv!l'ffios I'.!:º b~r: comprar bombom. . . . ..· . . . . . , sou"·. Tenho .pena de. Norma. Nada ·posso fazer ein s~u a~- - Meus pais eram ricos . Depois que eles. ,iµorrer-am ;v~lo . O sono não virã mais . 'Da -janela aberta a brisa traz a xllio. ··· Alguem está sorrindo de meus pensamentos. · Ouço a desgraça . .. Uma moça orfã; sem dinl!e.iro, sem proteçao, madrugada .-- Nonna ·- nesse instante,-· é uma criança." Tenho · uma• gargalhada satânica . Vejo-me perseguído por uma-mui- ·· · num mundo de cafagestes ... .eis ·o que..sQu. • _. - . • - . ~ vontade de fazer-lhe cócegas, cobri-la de beijos. •Ela ficliria tidão sorrindo . ·Estou perdido.• O sono não virá, enquanto a ,. O sorriso lndefiniveI · numa. boquinha. ,de menina. ·Os ci-. zangada e ·diria, cobrindo-se toda:. : '•• vida recomeça a àgitar;se lá. . fora. Os sinos da ·igreja estão · garras . Onde estão os meus cigarros? A ·penum'!)ra. do quar- - · vamos dormir . Você é• impossivel.·. • me dizendo que hoje é domingo: Sintó.-me ·puro e leve oorw, to só me 'deixa ver o rosto de Nomià; pórque da janela a.ber·- • ·vo~vo:· o· olhar para · à pequena· pe'nteadeira, onde Norma . a '\µ~ _que::e.~~Í:-~ no quJ,r~o, vit).d~ «!a _madrugada . ~nhas .,pal- t! .um pqµc~ de !,~a.r J;>/11!,hS.7lhe as, fi,.~eji , •. Q . ,céu P,ll!if~C/l q ..(ico,u _'ii,C v.~st.ido_d~ batle,· ·o~fr~ , pr('.!SO nos' lábi(.)S, é os; seios . ,pel;u;~s. .e~tão ,,doloridas e um cansaço de convalescente me C9tpQ de !'lo.i:.mp., 9J1e Qs. Jiome~ c;,o;ndUZ1J:J1,J;ll...Pª'fe...a .~/:'!i}.ç~<!,, • !\P~rece~do .,_ d9. ouµ-o lado .do cristal. -,Uepols salmos . .pa.ra . o . ,de!JGa inerte,:-parado, olhando o teto . -Fico assim, ouvin_do 81 "Uma moça orfã, sem- dinheiro, -se]Xl proteção, .numc mundo. de : baP, como . se. fossemos •dois -namorados . "': ,.. 'i,,. ·,, sinos,:·&,;auto dos valos~ ·.enqUll.nto, O· sono· não vem,

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