Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949

Domingo, ~ ae ábiil .<fe 1949 \ ~ -0~....,d..,ad,..o_s_b..,l,..og_r_ãf.....,.i~-o-s_d.,.;-. ~,--,-,,-,,r-i-.a.-.-d-a.,.-.~-.. º-~-. ,-~-,p-in_to_r 1 -~.,. - ~.,.o_s_e_u--------,-. - ,-------------------r-e_a_Uza_r__ su_a_f __ ls-lo_n_o_~-1--·a""'1-p-ró-.. --r-e_a_ll_d_a_d_e_~_l_âs- tica mais al~ e artista sempré hão de ter ln- ,oficio; :Entretl',n,to, t11.ço_ son- :. o·. \/ 'J-·. ºA:.•,. 1 . ·,N .· · I R Ai·_.: p~ia, •pre~isa de. c eftos ~~- mala torte coin~ço11 a &ie fa, . 1 ~ress.e para a 'exegese' da~sua dqens em épocas mais re- . _ , m~ntos de ; cultura._.· g.ue se~ão- . zer se,;Ltlr. ~ Est(lria 11:qqi~ada ,.Rbra-. Creio que· não será 1n. ·motas, estou informa.d<>- de ' muitas :vezes até (estranhos. a pintora. Djanira t Seria ma.is · '(üteI1ente saber que Djani.ra que desde a meninice o _maior ou mesmo 'nocivos ·a outros. -wn,.,caso de blssex.~ da pia. iiasceu na cidade de Avaré, ·prazer · de ºDjanira consistia , , . . ,. . ·'-~ Na, tradição legada. pelo pas• iura-, ·coai.o tantos outros que 'Estado de São Paulo, que é em comprar. tubos de tlnt.a.s, sasto, oomo na tmdlçll.o que o vão terminar nos leiloeiros ou ceta de 1ndio brasileiro, sendo · (}lle. empregava em cobrir té-- · iespirito ~a sua época vai for.. nas coleções de três ou quatro :o pai dentista e· ·fàrmâcêutl• · cidos, mesas; brinquedos e ou. f,IURILO MENDES -Jndo, o artista pesquisa o excêntricos, · Não. Djanir11, 1,i:o. Pelo lado materno DJa- tros objetos. Aaterial que é necessario à conclula ,11uas provas vestibl.t◄ 1 t_siira descende da Europa, de 0 - grande Ma.reler sujei- (Copyright E, S . 1., com exclusividade para a r·oLBA DO . sua . construção, lançando ra1- lares, embaroara para os Es"" familia burguesa, tendo sido tou-a .a severa disciplina, de NORTE, ne1t«; Estado). zes no seu ambie te. Els por tados Unidos, e lá recebia $ ,.li?~ · avó alemã, pintora, mu- que ela' se tem beneficiado de que não se pode criticar neai choque dos museus, de uma : i,1cJsta. e poliglota, falando, - resto em toda sua carreira. -aucedeti ao meu querido aml- Todos nós já ouvimos- falar julgar. nenhum artista desll- senslvel parte da pintura eu• '[.,entre outras linguas, o chi- Durante meses e •meses Dja- go Cícero Dias; cuja . lln'tla na incultura de Portinarl. gado da sua época. e das con- ropéla que - 1 'héla.s" r _ 0 n ês e o japonês. Djarilra nlra estudou, sob o olha.r ln• evolutiva . pude aoomp9,nhar, Entretanto, os censores se es- di,çêies . de cultura que esta ouro americano conseguiu im- ,chegou a conhecer desenhos qúisldor do ·mestre romano, passo- a passo, durante meio quecem da Imensa cultura de lpe pode oferecer. Lemos na portar. ' Í-Eeus, em que - -.diga-se de que - detalhe digno de re- :tempo: lembràndo-me, sem• Portlnari em as5untos de pin• biografia .de . Cézanne, que - ! passagem - não se reconhe.;. gistro- rião lhe m<>strava ál-, pre, dM dlscUS.SÕl'S que sus- tura, isto é, no assunto do seu ·~1e _admirava . Bouguereau. O mais carioso ê que, na ~ia a nota popular, mas sim buns de reproduções. Djani- tentei pelos anos 30 com- pin• _-oficio _ não se fe.lando na C<>mo poderia; · o revolucionã- volta, houve, ·também, decep– ' er_udita, · Sua ;mie era aus- ra revelou-se, entrietanto, à tores, escritores e · criticos de sua cultura viva, na suá sa• rto Cézanne, admirar o "pom- ção. A pintora ganhara eCll 1 ~naca.. O avô materno, tam.• altura das exlgênclas do ter- arte, pois nunca pude -eonsi- bedoria que vem do bom sen- pler" Bouguereau, sie não fos- técnica, mas perdera em poe- 1 ~ém, austriaco, _foi profess<>r rivel professor: foi uma. aluna derar Cícero um "primitivo", 80 de filho de c.a.mponeses, se ao menos por contraste? sia. Confesso.... que, a princt- · ,~e matemática num .institu- militante e ambiciosa,, porta- pelo simples fato de abolir a portadores de antiquisstma Se Cézanne o admirou, é que pio, estive mesmo inclinaâo a. .!!!_ correcional de Viena. Es·· dora .. da· lntul'Ção de que um perspectivâ. Muitas aquarelas tradição. 0 outro ·lhe trazia, direta - ôu também pensar assim. En- r.es avós vieram ao Brasil, dia desvelaria os segredos da e muitos gauches .de Cicero indirétàniente, uma contribui- tretanto, uma meditação mais inor espírito de cu_riosidade·, 'pintura, ela, simples do'na de ac· usa•""'m um se-= ª"'Udo da Há poucos dias neste mes- ção q·ualq·uer à ·sua cultura profunda, sobre o seu caso,. :;;rimetro vielo a avó com a e~, ·~a.séida em Avaré, espo- coni.p~ição e f;tes -preocu• mo· recinto, ouvi 'njanira fa- · · · · alterou os dados do- conceito. • iinãe da pintora; levàram •seis 11a de ·um marinheiro . anôni- _pações · de cor, embora O as- lar sobre pintores da · sua xx Penso que Djanira· fez uma [rne&es na viagem. Mais tar- mo I Na sua fage heróica, to éti - b • predileção. Falava com "âr- revisão total dos elementos de, veio o avô, que chegando pintava, pela noite a dentro, ~ olh~~ ~ 1:fgo~~P~~~;; rebatamiento e entusiasmo. Na exposição - rea.lizada em de que ·dispunha: confronto1t a São Paulo, procurava 11· mu- plntava na. cozinha, para. não qualidadJes. A consulta, que Alguém . ao nosso lado per- 1943, na A. B. 1., e, ma1s 1 seu arsena.l poético com seu !lher, sem achá-la, até · que, lnco:irio.dar os outros. Segundo · fiz recentemente, no Recife, a. guntou~nos-,- ir o n 1 e ame n.. tarde, no Institto dos Arqu • arsenal plástico, e mudou os eonhecendo a lingua italiana, a mitologia grega, o nome de obras de Cícero das primei• te · se ela ·era ,s.einpre as- tetos, em 1945, . predominava, têrmos da operacão, procu– põs um anuncio no "Fanful- Djanir·a indica uma mulher ras fases, c_onflrmou ,de manei- sim q u a. n do falava de ainda, em Djanlra â nota J.ns. ra.ndo um equilíbrio que tal– 'lla" , reunindo-se, e.final, a crédula. Om, Djanira, contra ra definitiva esta minha an- .pintura-. "Sempre assim, re- tlntlva. Havia o encanto das vez ainda não tenha atingido original familla. Um dos tios todas as sombras e todos os ttga impressão. truquel, e é _ natural _que o cores lançadas d_isplicentemen• plenamente, mas de que °já <l,e Djaii.ira, até antes da últi- fantasmas que se lhe opunham Mas é que. 0 desenvolvi- .seja. Esse entusiasmo vem do t-e em grandes espaços vazios, ·percebemos alguns resultados ma guerra mundial, era bis:.. e sobrepunham, acreditou na. mento - da intuição produz conhecimento do objeto que verdes e vermelhos dispensa- positivos. · ipo de Trieste. De um lado, pintura. E venceu a áspera. d • á . se admira, no ca.so o da pin- dos-·com generosidade: e- sem A nota- dominante dos. seus . :!Pois, vem Djanira do indio• luta, porque de fato, se tornou - uma cultura que po er vir tura" . Hã uma série de .ele- espü-ito de construção, a.teliers quadros consiste, a meu ver, P-rasileiro; do outro lado vem uma pintora diante da. qual fnt!~~r::~eô ~;\:~~b~d! mentos de ºque o artista ºne_- esperando aparições arbitrá- em criar um clima de liber- da cidade eut:opéia - e que·· a critica, se tem inclinado. falta de cultura _. de certos cessita para O aprofundamen~ ria.s, janelas sobre jardins in- da.de na clcim.de moderna, o ~-idade ! ·viena, onde a clvf- xx , . Q d to da sua cultura. Um tns. cultos, oa.rrosséis vertiginosos. · qüe é também uma maneirl\ · r.uzação deu o máximo, se é A pintura- de Djanlra resul- pintores e musicos. uan ° tinto seguro O faz procurar Onde falta a técnica, sobre a de reclamar contra o clima de . r~ue -. civilização - quer dizer ta a meu ver de uma com- · Mozàr~ morreu, encontraradm esses elementos, ordenados poeaia, diziam os maliciosos. restrições policiais, que a ~cultura, humanlsmo e refina.; binação entre intuição e ar. ·no seµ gabinete de e st u 1 tº' pela sensibilidade e pela ln• Sem dúvida, com isto a. pin- nossa época respira , A at- 'mento de· costumes . tezaI1-ato. No principio _die sua apenas, ,uns quinze ou v nb e tellgAncia, produzem uma de- tora entrou na fase histórica, mosfera dos quadros de Dja- . t livros, em particular, so re " · d h ar de i é · 1 ·t dº t . xx · carreira, notava-se uma en- . teatro. Mozart fol Incrimina- termi«iada soma, conjugam-se_· e o que se po e e am n ra em gera. c1 a. ma: a - ' Conheci Djanira pelos Idos dência para incluí-la entre os do de biculto. Entretanto, ele ·então harmoniosamente, e a êxito literário fol grande. mosfera. · de praças . e jardins ~e 1944, num velho e simpá-· pintores Ingênuos, alfandegá- . d consciência do artista a.lcança Pouco a pouco, entretanto, CO• públicos, de _feiras e ca.rros– tlco casarão da ·rua Mauá, em rios e domingueiros, às vezes, mesmo se defie nd era, diulzen teº sua plenitude, podendo, ele, meçou-se a reoear pelo seu séis onde cada um procura Santa Teresa, do tempo em também, falsamente denomt- mais ou menos O seg nlst: de agora. em diante, compre- futuro. . O mestre Marcler prazeres simples e modestos, i:tue havia árvores, opulentas na.dos "primitivos",· Mas a rá- "Sou músico ·.e não lx e ender-se melhor, e compreen. dehmra o Rio,- seduzido pelos mas, repito, num ambiente de ~aq-ueiras e mangueiras. Ai . plda evolução das fases pro- nenhum músico .-das · poc:-9 der, também, melhor, o mun- ares barrocos de Minas. Esbo• liberdade e aba.ndono, Repa. d-e nós, ihomens do Rio de gressivas da sua pintura. lo~o passadas e da época. presen e, do que O cerça. Sim, por_qne tavam-se os artifícios poétl• rem nessa tela onde um anjo ifaneiro ! homens sem árvores mostrou que o seu c;aso era cuja obra eu não tenhf ª cf.~- na verdade cada artista,. pa.ra . cos, e a necessidade de 1.1m11 preside ao tráfego, . reparem e sem mar: estão d,en-ubando diferente. Algo lie parecido ditado e 168t udado ª un ° · • nessas carruagens fa.bulosas as árvores e podando o ms.r ! que poderiam ser do tempo de A jovem senhora que me - o I s so N ET os . Dickens, nesse imenso banc9 abriu a porta desmanchava- D 1 - : onde todos são próximos e se num riso tranco e · descon- · - 1 · evidentemente membros de certante, com gestos desgover• - . _ ' _ . I - . . . .. · ! f 1 uma grande familia. Em ou- nados, num toni ant1-oonven- tra.a telas, reparem no~ ba-l_§es ci.ona.l, qualquer coisa que era. · ·· ·· - - · I I t"" - luminosos, nos patmadores ,wn pamdoxo, entre· misterio- J l I que desll:ll&m, :nas crianças so e popular. · . ·, : correndo, nos homens voado- . Perg_untei pel m_ eu amigo, ~ I "" -· · - ·.6 t · ' '. res, tão dif!er.ente, de resto, bé - . , .6 1 / Na estrada onna e nua onue, ou 'º'"' '· d Ch all t d ,, pintor Marcier que taro m .. Cada vez mais na morte te apto unuas.. , ::r 1 dos e ag , em o o es- morava naquela casa. H_avia 1 • •Lirios tremiam pelas margens verde_s_, - . ' se mundo, à · vontade, saido C,es,.es na morte e ,ie a te en1a11cas. 1 g1 ã d · él d ,algumas 'telas espalhadas pelo .. R. eina a desolarão, cresce o deserf~ ' ' . da ima na.ç o e o pmc e .chão, telas que, evidentemen• Dentro em pouco serás, na morte, antigo. . y oi l ! uma pintora qllle viu Breughel 'Jte, nã_o eram de Marcier. Mas E na~o mais ,·ov_e_m. ó morta que .choramos i; E quietude mortal a tudo env ve ·' e Bosch, e transcreveu certos íDjanira explicava-me logo r · motivos deles ájudada pela. 'que este lhe ensln!l,va a pin.. · - · · t lente de uma condessa de Sé- itura . Um àno antes Djanlra, Em breve sereis .ár,ore na morte Olho o que já passou. e escu o vozes : gur da. nossa épo_ca. ' Espa- 1!1.evada pnr ·um súbito impul-• f Que desmaiaram nes_se .:desalento; · . . lham-se os verdes, os azuls, so, matrlcularjl-se no Liceu E florirás distante e darás ruto Que laro aqui tão só, n11r __ que nao fuJO . · os amar,elos, os vermelhos: . Ide Artes e Oficias, onde se- E a tua imagem so11i1á apenas · :r ~- !li : lutando esse derrame . çle co- 'guia as aulas do professor t -,., Pelo caminFao atroz reino dos ventos '" · res com o aspecto construtivo :Adalberto Matos. - .. . . Integrada na ausência eternamen e. . .. : do quadro, em sol~ções que. J As aulas consistiam, nat!l• ' - • . . . ' ·---·, Tenho saudades mesmo da ago.nl , . 1às vezes. não se sentem como ralmente, e01 coplar, · ~ càr-: Em breve não doerás nos que te amaram ':-:-. 7 · t definitivas, e.inda. porq~e. a. ..,a- 0 , bustos e cabeças greco• L I s Do que fo,· soLressalto e' ""tenra e mêdo, ' •-a.glnação sôlta, às veres, ,.. · é E ·os t. e-us traro·s, tuas· ma•os, os teus caue O , · u • · "' :a- • •· 1 uuf t de enho na-o doma · :romanas. O curioso que_ o :r Do- tremor que minha alma sacud_.,a. : en ren a, o s - - fÍ>rofessor não apagava. seus Tud_ 0 0 que ~ste neste triste mundp. · ' do. Mas em outros trabalhos, 'desenhos, ·.. y,erlficando-se o ! como, por exemplo, nó retra- /~ntrário <:om todos os outros d d . os rTenho saudades "do. S pungentes. gritos, 1 .to da Senhora Luls ,dCosme. J;...lunos. Mas·_ a pobre e sim- E I b nra se ,•,a' -mu an o. aos pouc , · f d : encontramos a prova , e que .. m em ,a :,o . - . - Me ..mo desses lament~s do or, o_s . . t ~les Djanlrà. invejà.va os tos• , t temo • Djanira é capaz de con en- :cos desenhos dos colegas I E dormirás em nos euf" sonod e, t s - . .. De Raquel convocando os filhos mort~v, i ção, submetendo o ins~l11to a , i · Esses dois meses passados Como se viv~ nunca oras an e • · - · · · (Cont~úa na z.•. pag.) '. 110 Lieéu :Íl$.Stnalam oflcial- ----~A~U~G':f_'1_~S;T~O~ER~fD:;ER;;IC;O;;SC~H;M;:;l;t~~T:-:---"7"...:.~-e~:==,,...,,,...,..,,_.;..;-,-, _ 7 ~;-:;~~:--;-ü;~~~ r:,m::_e:n::te:::.__:ª:._r.ln:.i::c:ià:;ç:ã:.:º_:P:.:r..::é....:-h:.:i..::s_tó_-_:-___--:::--~---~~-- , -~ -se ,. _ • .1..:::.:::&.~,,..J~, . m=~= · .xz *·- torno e fogão, e livro na mão. , - · · E desta, pOjie-se re,Petir que )!., A crônica:,· é um pequeno e· ~A""' . • havia um segredo terrivei, }gênero liter~rio que torna O ron1ea· pois era analfabeta, e .o livr~ iefêmero·. mais efêmero ainda, · , . . . . - ele receitas culináriás só era, [por isso oi! ' seus cultores são utilizado para oferecer à pa- ~s~~tu!rls~tre;u:1g:cr~~: r,, nt·, m º _·,dad. e ·· o· A u Ar-· t-e'·. Meno li :~: 1õr':n"!~c:e~Jj~flu: ~~ com a fina.lida.de de divertir «--" . mo D ' ' J vinda do berço. Bem t~iste é .o leitor, arrancar-lhe um sor- · ..,_._ , ., . _ ., _ . -"-- . ·"' · ~. . . . - . - \ "' fim da hiatória, pois, tendo irtso, contando-lbe alguma resolvido aprender · ,a ler, · ,história ou i.Iiteressando.:o num IJ::DO IVO · morreu esmagada por um ôni.- !lfa.to que l.riipressiónou a mui- !>us ao se encaminhar para ~ ~idão. Os orgulhosos, os ho- (Especial para a FOLHA DO !(ORTE, neste Estado)••. . ... primeira aula noturna. Mor- mens de letrada ambição, os apreciar, tão cru,e~ente,' uma · . tô - oer~o sol q1,1e era o vestlbulo .reu de livro na mão, cozi- ,eruditos e os sofisticados não- pequena arte, sem janela.s p_a- Botafog<>; as .moças <te subúr• ja despov.oada ~omeçpu ª • da atmosfera e de uma lua ·nheira ge forno e fogão, escrevem crônicas, arte me- ra O nunca. mais, que se apoia bio que aos domingos se la- ~r. ..). Nl;' rotina de aell ofi- que o oculta~a. Contudo, foi - 111or, jamais.. traduzivel em apenas em elementos pereci• mentavam da falta- de mar e cio, o cronista sentiu e sofreu verdade · tão verda.deiro como O vento do noroeste, o tem- _qualquer outro idiomá, às ve• veis, como uma cena de rua, em cujos verdes ólhos h·avlà. a tristeza do povo, 11.ua nd0 aquele bidão de junho que .foi po em que todos os carteiros u.es até in éori:l.pr.eensivel fora. uma frase · popular, um fla- um quer~mlsmo oceanlco; os não veio. ~bono em 1947; de cair na rua dQ Propósito, da agência do Posto Seis en- ~e uma determinada época. grante mallcioso, um. a.conte• homens que se movimentavam sua hWDllde J?lil.taforma, lou- Teve oca.sião de louvar os traram em férias e o pessoal ![sto porque na orla de uma cimento inusitado. pelas ruas da cidade chelos vou as ba.ilarmas, falou des- namorados não só os da Pra- passou vinte dias sem receber crônicá, não cabem citações da alegria de viver, e diante sas ven.era.ndas senhoras que, ça Paris ~orno principalmen.- oartas, as primeiras saias com- em francês, pesquisas enciclo- . E tão poderosa _é .,~ s.sa. vi- de um automóvel · _em dispa- resi?l?do em hotéls das ~a- te aqu,elés que sobem o mor- pridas, a. tartaruga colhid'.l pédicas, . feitiçarias léxicas, · gilancia '. do tempo sobre a r.a.da diziam: "Lá vem a mor- ranJell'as, ~11.ssam os dias ro da 'tkca e, juntos como ·pelas redes dos pescadores · de construções forma.is que são a crônica, cingindo-a ao pere- te de galochas": a meninà cantando coJSas _do arco _da uma consoante e uma ·vogal, Copacabana, a · passagem da alvenaria da imortalidade. Co- civel, manifestando-a .no pró• Inene que, tendo perdido o velha; concla.mou os seus alt;a• ficam lendo as -· poesias de lua no céu também foram &b• mo _o seu próprio nome indi- prio instante em que o pos- · seu anel ao passear uma tar- tórios leitores p~a uma via- OJ;avo' Bila.e em pleno céu jetos da preocupação do cro– ca, espl'eita-it · ó terripo, esse ·sível leitor a aprecia, que che- de pela praia; informou aos gem no - bo nd ezinho !1° C!)r- aberto. No· capitulo da erudi- rilsta, que jamais se esqueceu eterIJ,o devorador · de letras, ga o momento em que o cro- seus pais: ·"o mar guardou o c~vado; .tentou. falar, embora ção literária, poderá o cronis- de uma crônica sobre o car– frases, livros, bibliotecas. - E nista se lamenta dessas cali- anelzinho de Ireninl:ia": a hls- nao O consegwsse, das ª nd0 • ta relata.r qtie; estando o se• naval, as fogueiras de junho, sabe ele que não é preciso fornias através das planicies tória de um temporal e o r1:111as _9,ue repo~sam nas asas nhor · Georges Duhamel no o Dia dos Mortos e o Natal, .usar de artimanhas para se- do desperdicio. E, numa noi- .a,erocanto em louvor de um dos avioes e st acionados no ae- ruo foi vê-lo certa manhã no ora mergulhado no borborinho · pultar o que já nasce para a be melàncólica, em que a . aviador morto . rópo~to Santos Dumo.nt; CO• hotel, e surpreendeu-o diante da cidade múrmura, ora dian– morte, durando apenas um 1alta de assunto o comprime O cronista narrou histórias murucou ao leitor ª düerença do azul fabuloso de .nossa, te do do mar. E isto foi ape– doni.ingo, se muito. . ~omo duas mãos que lhe a- de malassombrados, se bem entre l!-S primaveras . fals~ .: paisagem dizendo "Mag~i~- nas o movietone de um, pois São os cronistas, portanto, >ertassem a ·garganta., desce · · não tenha· tido ainda, opor- as : pruna.vere.s . vex d adeiras, que", que em idioma patrrn os cronistas estão para uma homens modestos, simplórios, .ele aos precipícios de seus as• tunidade de contar a mais sl• teve oportunidade de disser• significa "Tudo azul". Fal0ll cidade, _como as andorinhas que colhem semanalmente na· suntos mortos e começa a nlstra (Aconteceu no interior ta.r sobre os desapar.ecid•os cu- e.inda de um papagaio que, para um vierão, Tanto assim árvore·· do acaso. um fruto do- cruzá-los como um visitante de Minas, no tempo em que jos retratos espantosos sa.em durante a guerra, aprendeu que, acaso se encontram, dois ce, ou· um fruto amargo, olha- diante das lápides de um ce- as pessoas eram _ enterradas nos vespertinos. várias pala.vras em inglês so- cronistas são as pessoas ma.Is · dos com desdém pelos homens mitério·. As máscaras qúe es- no interior das igr,ejas . Uma Talvez não seja convenien- mente porque, na pensão em tristes do mundo. sérios ··e graves, pelos consu- · condem os temas são o efê- moça, morreu e, _como vinh'l. te dizer que, durante o eclip- que morava, havia ~lguns - Há quinze anos que es– midores de artifícios que não mero, e é o efêmero também ele longe, não p(!de ser se- se, o cronista foi especial- norte-a.merice.nos . Houve ain- crevo sobre a primavera, e toleram · a representação jor- o que se tra.duz nos rostos pultada naquela tarde, tendo inente a Bocaiuva., naquele da u,ma .moça em flor e um ainda dizem que não há pri– natistlca dos fatos da vida, · v.erdadeiros. Tudo e~tá mor- o corpo ficado na igreja, à tempo chamada noi:te-amert- avião que .em certa noite de mavera nf> Brasil! - quelxa– aem éoncedem a minima. lm• . to: o telefone · que tocou em espera do dia l!eguinte . . O canamente de "Bukl Ukl nevoa ficou ronda,ndo os céus... se um deles, conliemplando a fldrtant:ia ão demasiadame1;1te abril; o reino poético ambu- templo foi" fechado ; à . meia~. Train Statlon", _apenas p'ara Houve também i1 história da- rua como ,quem pede & e.• 11umano. ·· E têm razãtl ao lante que · era um cirC9 em noite, porém, o si~o da l&r, - !!)zer aos seus leit9res de ucp. quela cozinheira exemplar, de mola de um ~unt9.

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