Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1949

SUPLEMENTO -------------------•>------------c•r-----.,--,---.,.---------- ...,_ ___ i ARTE LITERATURA Pará-Belém NUM. 118 Domingo. 3 de abril de 1949 ' O;-;li:::vr=o-:;d::o---:s:-r-.-J:;o::-s-u-:é;-;M-;-;-o-n----------------------;___ __::___ ~lo ("A Luz da Estrela Mor- T d ,.. • D R B 1 • te, um dos antecessores bra- ta" - José Olympio, editor), . en eneIas o omonee ros •, e I ro sileiros do romance bem cons- publicado nos últimos dias de • truido e bem escrito - mes- 1948, é, sem nenhuma dúvi- mo exageradamente bem es- da, Q melhor romance brasi- jetos e pessoas são levadas a tificlal. Seu amor pelos vo- crito. Lw:ia-Homem tem, ileiro desse ano. Retifico a minúcias extremas; a história WILSON MARTINS cábulas escolhidos e pela sin- frequentemente, o tom de um relatividade desse juizo, para não sofre lapsos nem deixa taxe castiça raia por vezes o arrazoado juridico: acrescentar que se trata, mes- ao -lei·tor O cw·dado de com- (Copyright E. S. J. , ciom exdusividade para a FOLHA DO - 0 . "Acharam todos fora acer- anacromsmo. utras vezes, e t d · 'd" · t· J $110, de um bom romance. E pletar detalhes, de 1·m<><rinar NORTE, neste Estado). . • a a provi encia irar aque a --..• • o excessivo apego aos deta- d t e " " • como constitui índice exce-• ligações, de descobrir pontos- lhes que o leva a incon- onça o pas o a onça e ãente do que pode ser uma de-contacto: tudo é explicado na medida. em que podemos para as perturb_ações fisioló- ê . d um soldado namorador) pjira t d • · imaginá-la. · <ricas. Eis-nos, pois, em pleno gru ncias, como quan ° nos tranquilidade g a d nova en enc1a em nossas le- pelo romancista, sem pressa, •· fala de uma porta "entrea- e se ur nça as ,tras de ficção, examinarei os ' com a a.utori"dade que O li- Resolvido esse problema fun- romance "~ealista" no sentido- b · moças e das mulheres casa- damental do seu roma c · · ·ti l erta" que duas linhas depois d · d · d f · !Problemas críticos que ele terato antigamente se atribuía n e, pnmi vo a pa avra, o sen- esté "escancarada" (pg. 92 , , t as,dpois era_t ema.s1a a a al- J>ro,·oca . de quase não permitir ne- sMoubte'1 aindat, ~l s~. •·uJosué tmidaºnci9sutae .Zlholea·. atotrdiosbwc·uonhºecreom- ou a excrescências, como a da ~ e respei o escandalizado- Ao contràrio do sr. · Otto nhuma independência ao lei- on e o cons rui- o m.., gen- .. . _ . to . ·r· ra". (pg. 19, desta edição). "'w · e temente, entrosando em sua a sua teoria das heranras pa- proJeçao cinema gra ica em Os di 'logo -o 1 _,.viana arpeaux que, numa tor. Tudo isso, porém, com narrativa, referente a fatos e "' tela iluminada" (pg. 94), sa- a s sa • em gera• · conferência recente, não en- uma habilidade muitas vezes tológicas, fulcro da história •bendo-se que não existe pro- de uma falta de naturalidad~ controu nenhuma tendência admirável: ao contrãrio de ·acon:~en:t t~~ al~as ho- dos Rougon-Macquart. Ainda jeção cinematogrâflca a não repulsiva, ainda que gramati- 1no romance brasileiro con- tantos historiadores de psico- ;!5gem, n! q:eoe~ ior!j~= i~r ri~!n~!d?.~l,ssi~:~ ovoqlutae ser em teJa ilwninada. Esco• calmente impecãveis_: itemporân.eo , eu lbe assinalo ses. cujo defeito é atribuir aos. lho ao acaso dois exémn_los,· !Pelo menos uma: a de volta heróis a lucidez que só deve da a compreender sua si~ua- se observa, e o livro do sr . "' "Senbor Alexandre - ~o romance "clássico", bem existir no romancista (e pen- ção atual. Nessa construção, Josué Montelo se liga, assim, ~!~ª e~~!~!~m4e~te ª~tl~~~!; se-lhe o Promotor, a voz construido, bem escrito, con- so, sobretudo, no sr_ , Cornélia apenas um defeito grave para não sair da literatura· podem ser um defeito _ 0 nora e grav-e - um conj t ,tendo i:ma história narrada Pena, que ,=m de publi"car existe: temos de admitir . que brasileira ao "O Missionário", f t t ã . de indicias,_ de. e)ementos de 1. h d t •~ a ci"dade em qu h bi"ta a d I 1· d s de ei o con r no e correspon- prova be e t d quase em m a reta, en ro •Repouso), o sr. Josué Montelo n ,e a v e ng es e ousa. . dente ao dos desleixos moder- m ac n ua os e p - do espirita que no Brasil foi transmite informarões e es- Eduardo não eióstia sequer Mas, onde essa tendência se suasivos, ·dete1minou o vexa- .repres-entado principalmente clarecimentos ao "lei·tor s' em um relojoeiro. De outra for- nota fundamente é na língua- nistas contra os quais, ao que me que sofreu. Ia sendo vi• M had d A · A Eduardo t· lo ·a ro u t d té • li pareoe, reage o moderno ro- t1m· a de u .,_ ,.!Jlor ac o e ssiz. s atribuir ao personagem exa- ma, e- -~ P .c - gero, o aspec o a cmca - mance brasileiro. m =sses erros que, 'experiências de técnica lite• gerada consciência de sua a- r-ado, na ânsia em que stava terária que mais preocupou os infelizmente, não são raros ·rária · popularizadas pelos mo• normalidade. Soube O roman- de ver arrumado o seu re- romancistas da.s duas gerações Enquanto escrevo esta no- na história dos tribunais e deJnistas ao lido de suas ex- cista evitar O maior perigo do lógio. Admitida essa inve- modernistas . O sr. Josué ta, 0 correio traz-me a ree• q~e, por lamentavel lacuna, periências de ordem linguísti- seu tema: 0 de nos apresen- rossimilhança, o resto da Montelo perpetua as tradições dição de Luzia-Homem, 0 ro- nao encontram nas leis, meioz ca, e que acabaram degene- tar um alienado com tão exa- história se mantém. O autor de sua província, escrevendl) mance de Domingos Olympio completos de reparação. Or– rancto· em puro virtuosismo, ta lucidez de seu mal que só faz-nos pensar que acredita um. português castigado e se- publicado há 45 anos (Grá- gão de justiça, lamento, sin– par ecem hoje ultrapassadas. ela bastaria para demonstrar na predisposição hereditária vero, não raro precioso e ar- fica Editora Brasileira Ltda. ceramente ... ", etc.. Embora a-proveitando do Mo- que não é alienado. Eduardo. _ São Paulo, 1949 ). Para que O advogado trai-se a cada dern.ismo as fecundas liberda- cuja evolução pslcopãtica nós houvesse ambiente a essa ree- passo nesse livro, -inclusive n:t des que ele introduziu em é apresentada linha a linha, ANNA B dição, para que ~se titulo e 0 epetição estafada de secula- . nossa literatura, os romancis- com um senso admirãvel ãe E L LEE esse autor vies§em à memó - res lugares-comuns. O trecho tas brasileiros contemporaneos romancista, não tem, a não _ , · ria dos editoi~es, para que transcrito (pg. 162) é posta encaminham-se para outros ser vagamente,, consciência de u .,_ . . Luzia-Homem fosse oferecidv o~ boca de um promotor pú• rumos, que, .por esperada coín- sua anormalidade. EJ.e sente como prêmio de um dos clu- bhco; os caboclos roceiros não cidência, são, essencialmente, qu'r qualquer coisa o distin- bes brasileiros do livro, era falam menos bonito: os t mes~os ~º: bons escritores ~ue e o separa dos outros ho- Original de EDGAR AUÀN POE preciso que as tendências a ·~· assi~ cresmo. dA gen- an .e-mo errus as. mens, mas não chega a iden- • que venho me referindo fos- ce m, sau ª e quan ° aban- Com efeito,- quais são os ro- ~ificar exatamente O que se- sem alguma coisa mais que dona o poleiro antigo; mas, :~~~~sta~~ras~{~~~ris~~1!,~l? ~!; :s:~,.~~ a~~ ~~~~odse~ (Trachl,. ção _de OSVALDINO MARQUES} ~a inveOnlção ido ffe1ticol. Do- :i d;[n°f~~:i~nd~j:r~~~a~s :e~~ Graciliano Ramos, Rachel de " ~ ,..,..ngos ymp O "• rea men- saudad~s voam como folha! . Queiroz, Otávio de Faria, Jo- secas tangidas por um pé de :;~ Lins do .Rego, ~ico Veris- . Há muito, em yetustos anos Os anjos do céu inda assim vento". (pg. 221). ~1mo, Cornéllo Pena, Cyro dos N . . 1 ~ Se 'dº N , Anjos. A ,enumeração não tem um remo a orla do mar 1 u o •o noo ap,acaram. O livro inteiro é escrit~ ,-cai:ater e_xausttvo nem. indica Uma donzela viveu; Pois certo sabeis por que nesse tom e não causa sur- preferencias: serve ape~as pa- Certo seu nome sabeis· Neste reino à beira-mar presa saber que Afrânio Pei• ra assinalar que a grande • xoto o admirava muito. Ln- maioria dos bons rgmancistas A formosa Annabel Lee; A nuyem soprou da noite .aia-Homem, que tem uma ibrasileiros do momento l?ratl- Seu único zelo era amar-me E enregelou Anntibel Lee. lmportancia puramente histó- ca um romance de linhas • , l'ica e critica, aparece, agora, eminentemente tradicionais, e E se, ·amada por m,m. como um romance capaz de ·nenhum se atira a experiên- Mas nossá paixão era ardente despertar o interesse das ·cias dem11.Siadamente originais Ambos criancas v,·v,·amos Bem mais que a de nossos P.a,·.,· grandes massas de leitores. n-0 campo da técnica literãria. • .., Não me surpreenderia. que o Mesmo a. lingua, tão maltra- Num reino à~orla do marl Que a dos nossos aroengos/ oonquista:Sse, dado o sopro ro- ;tade. pelos ~tos menores do Mas n_unca ninguém amou E nem os ani"os nos céus, mantico que o atravessa e o -Modenúsplo e do post-mo- poderoso tema que, apesar de 'demismo, readquire o presti- .Como eu e Annabel Lee; 'Nem no mar fundo os demônios tudo, o distingue. E' nesss gio que aparentemente perde- Era muito mais que amor Jamais nossa alma lograram mestre que se reconhecem -al- ·ra. -O sr. Graclliano Ramos. U d' ,guns -modernos romancistas .;todos O sabem, escreve um T ai que despertou nos cém. ina outra separar. brasileiros, muitos dos quais .português corretíssimo; o roes- A inyeja dos serafins. estão mais l)l'óximos de Do- -~º acontece com a 11ra. · Ra- Que O luar com a fina teia mingos Olympio que de Ma- ~el de Queiroz e com os de- chado de Assiz'. Apr-0xim() -nais escritores citados. Mes- Assim é que (já yai longe. ·;.. J ,Traz em sonho Annabel Lee 1 proposita®mente esses 2 no- ,i.o O sr. José Lins do Rego, Num reino à orla do mar, E nas fulgentes estrelas mes para que O leitor possa •mgana o observador s0:perfi- distinguir entre dois rolml.U- cial com o ritmo de sua fra- Desce ·o Yento de uma nuYem Vejo logo os claros olhos cistas igualmente cuidadosos 11e: nele, como nos outro.11, a E ai ! da pobre Annabel Lee ! Da formosa Annabel Lee. da técnica llterãrla e da téc- -i;intaxe não sofre torturas A ni~ .Jingui.stica os limites em contorsionáriu. Logo chegam seus irmãos s noites insone passo que a técnica serve ao ro- o sr. Josué Montelo veio se - lidalgos de alta li11hagem - Banhado em pranto, ao lado mance e os em que o romance -inscrewr nessa corrente, apre- E m'a arrebatam de mim, Da Bem-Amàda. -da noiYa, serve à técnica. :.isentando um romance nítida- Quanto a mim, confesso que [mente "clássico". A linguageTíl Para trancá-la n m f,ímulo Prenda minha, minha vida, 1>referia ver perpetuado o es.- ~ severamente cuidada e che• Do reino, à orla do mar. Sepultada junto ao mar J)irito de Machado de Assiz ~a por vezes a ser preciosa: A , -·, e não- o de Domingos Olym- (:5 descrlçóes de ambiente, ob- o sonoro _e triste mar. . . 1>io. i------------------------------------------------------------------------------------ ' ·Se tivéssemos de eleger, en- circulo, para comodidade do N via nisso a intenção de lm- pua 1rerem usadas como brin- ire os brinquedos preferidos jogo. -J- F 1 · 1 , • pressionar os vizinhos sobre quedos serviam também para IJ)elas crianças e jovens .do As noticias referentes aos O· o _ · O e O r ICO ª prosperidade das plantações. ser levantadas no alto das Ji3rasil, o que apresenta mais brinquedos indígenas são pou- \ ' . Devem ser sobrevivências des- choças, 11a ponta de uma ~tidas peculiaridades autóc- ca.s. As melhores informagões sas bonecas de 'palha as que, vara, anUBciando festa na al- ~nes, deveríamos indicar a ainda pUecem as de Karl. von - ___ ·Cecília MEIRELES _ ~ segundo estou informada, se deia. Sugere esse tipo refle• ·''peteca"; que até no nome den Steinen Max Schmidt, se encontram em Piranga. Mi- xóes sobre a proveniência des- liionserva ainda o sabor gua- bem que relaUvamente re- ponta aparecia do lado oposto pa", "deixa", "tira" e "põe".· DasAs. bonecas comestíveis eram sa.s chamadas, "bone~s do :rani do verbo "·bater". centes, pois datam de meados só o suficiente para servir de maracatú", de Pernambuco. No estado atual, como é do sécul<>_ passado ao J)J"incipio apoio vira.tório. Os indios vi- Conforme ª letra que fica pa- de uma espécie de barro ver- Finalmente, a boneca mági- j\'ista em jardins, praças e deste. sítados por von den Ste1nen ra cima, ao cair O pião, 0 jo- melho·· como um grande 'bis- ca, de bai-ro cozido, com for• ~obretudo à · peira-m~ em Karl von den Steinen en- :fa.ziam rodar vários desses gador "rapa" as apoS t as a- coito rústico com forma hu- ma feminina, seria sobrevi– iexercicíos- que precedem ou controu entre os aborígenes piões ao mesmo tempo, den- montoadas, ou "deixa", ou "ti- ma.na. Os índios Bakairi ex- vência de algum idolo repre– acompa.nbam o banho, con- · do Brasil Ce»tral "bolas de tro de um vaso. ra" ou "põe" ª sua apo 5 t&. plicaram a von den Steinen sentativo da força procriado– ~tle a peteca numa esfera palha .de milho adornGdas com O pião é brinquedo muito (E' Interessante observai· que terem si.do usadas como ali- ra da Natureza pela descrição 1 couro extremamente acha- plumas" usadas como brin- apreciado no Brasil, como em semP 1 ,! ouvi ft!_.~ianças fztre- me:nto pelos seus antepassa- que corresponde a. alguns da com um recheio de ser- quedas pelas crianças. Tra- toda a parte. Mas nunca me rem curape _ • com ~ a d~, quando a mandioca ain- exemplares dos nossos museus~ gem ou. qualquer outro ma.- tt,-se evidentemente da ante- foi dado ver senão os de ti- d'Ob.ra.,da, ou piao; nunca pi- :ia não era conhecida. Mas, sem braços, reduzidas a .gran– rial, e uma cauda de penas, pa&a&i, .-Ia aiual peteca. O po industrial. Os de madei- tôrra ·. Assi~ -~~»:' sem- · naquela ocasião, já não ~e des coxas, um estranho tol'ax, m geral tingidas de cores mesmo autor observou tam- .ra, com ponta de ferro, pos- ~re. ~em ':fieira e ~o asavam do mesmo modo. Pa- volumosa cabeleira el'wolven– rraqtes, aplicada a uma d&Si bém entre as etiança.s indi- tos a rodar pela "fieira", gwta '· pelo menos no Rio rece que u crianças apenas do de negro as costas e os tremidadea do eixo. gena.s daquela região" bonecas barbante previamente enro- de Janeiro) . as lambiam. E quanto .à for- 4>mbros, alguns riscos de ta– . o jogo é de arremesso, in• e piões usados indiferente- lado no bojo, e que serve As bODecas encontradas por ma, todos os folcloristas sa- tuagem pelas ancas, e um :ijividual ou coletivo. No pri- mente pelos dois sexos. para o impulso; os de metal, von den Steinen podem ser bem que não é originalidadi? vasto umbigo, escavado como lmeiro caso, vê-se a pessoa Desses primitivos piões e bo- a que se dá cord'a com uma classificadas em diferentes ti- dos índios; e até hoje 11e fa- um lago. f•tirar a peteca pa.ra o ar e necas deixou-nos. mteressa.nte chaveta, e que produzem um pos: ornamentais, comestiveis, bricam, em muitos lugares do Que essas bonecas tenham '"oorrer a apará-la com a descrição. Os p.rlmeiros el'.e.m zunido musical, enquanto gi- lúdicas e mágicas. As orna- mlllldo, biscoitos e doces an- passado de mágicas e lúdicas :Jmlm& da mão, em movlmen- feitos de amendoins verdes. ram; e essas carapetas face- mentais er.un como certas b-opomórlicos e :aoomórlicos, é mais do que natural. A rto inces~nte . No segundo, nã.> Es.colhiam-se butos do tama- tadas, com uma inicial em imagens de bichos, feitas de sobrevivência de · ntos e ira- bistórl.a de citda brinquedo é !l)arece outra a regra senão nbo de duas ce1·e;ia.s, que eram cada face, e que se usam n.o espigas de milho,. com dobra- dições. uma demonstração de eomo se atirã-la lie jogador a jogador, perfurados e atravessados por jogo do "r-apa". As iniciais gem habilidosa das palhas. As bo~ecas que e ~utor perde no uso p1ofano algum dispondo-sé estes, às vezes em uma vareta ~e l>ambú, cuja Ciluespondem as palavras "ra- Max Schnúdt ad'verte que ha- classifiet>u como lúdicas, 011 antigo rito ou uso sagrado.

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