Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

FOLHA DO NORTE 9.ª Páginà Domingo. 6 ·de junho de- 1948. .:__ ·- ·--- -,-------- ~----------.,-_--'--.,- --------~-- --'----'-------'---::----- -- -----~-------,-.-- ------------ -.- - - e ._) • RIO - Sempre 1ne in1pres– sionou o fato do Redentor não ter escrito, nem pintado, nen1 esc ulpido, mas de ter c,anJado ... O Cristo, -narra o Evangelho, canto,t LlO próprio dia da sua prisão. Com isto, :fllle conferiu à n1úsica uma di:gnidade espe– cial: e a Igreja. recolheüdo a lição. sempre deu a maior imnortância ao cuJtivo da 1nú– sic::!'. que, como se sat:re, se desenv:olveu ito 'ácíd•ent.e à sua sombrg.. ' Iiúeliz1nénte (inclusive den– tro 'm-esm:o da Ig1,ejal ne.m to· dos cornpreéndern e réspeita1n essa pi-incipal dignidade _ 1.a múslca, trabalhan_clo mu1tos para seu de.scrédito e defo~– n1a~ão, Os vociferadores j_amais cla– n1arão suticíentemen_te_ contra. os· goipes de que a d1.vlna arte (db; i1ta árt'e, · eS.Cl'eyo 00111 frieza). ten1 sido vítima n.êste século. principalmente po:· pa:·te das companhias que ex– ploram o rádio. Deus me li'vre de falar 1ual de un,a invenção 1naravHho~a que trõe ao nosso alcance o cQ.nliecimento da obra dos grand-:-- mestres da U)úsica, 1r maoei:·:i p:i'i;vilegiada, con10 Eão .a puderam gozar os ou– vintes de outras épocas. Qual– auer amador de hoje, por • exemplo, podera conpece-:: muito meJ:ior :is. obras de Ha– .e11del, Bach, l\lI0zart, etc., do- ql\e os melômanos do século XIX. O volunie da produção é colossal e a f-,1r'lidade :::le · transmissão instantânea. Es– tou certo que un1 home1n como êsses 111( ·Umentqs da imbeci• !idade huniana que são !IS rádio-no.velas, eis aí uma c·oi– sa que âs .vezes nos da arre– pios. A rádi-o-noye1a deforn1a, hão só a mentalidade das chá– madas classés -inferiores da so– ciedade, com.~· tambén1 a de uma sens,fvel p.orção cl~ classe u1édia, afastando-a da bôa n1ü– sica e do te<1tr(), que, entre nós, se nãÇ> é excelente. é P,elo menos n11:_ito superior à rádio- GONIZAVA, ao so1 -de A onze horas. O curral era an1plo, cheio de laroa - 'sêca em alguns luga– res - que as chlivas da vé_s• pera for1nal:an1 e· o b.orn tempo ainda não desfizei·a con1ple– tamenh,-. Derttro do cerco.do , ·.,nn1 canto. .dois con1partjmeo • tos para a ç,rdenha .das vacas: ,,. . ~ - . nu mon1ento estao vazi-0s: ape· 11;, s uma novilha, trên1u1.a so– nre as peinas inctecisas, olha os coloncz. e não con,preend~. O rest-1 é .;ol - excesso de lt11nino$idÚde. De vez em vez., re1ir-C'hn un'l potro ou µn,,~ do está prestes a sair. Trê!. t(atotos e un1 negro condu– zcn1 os animais e .mo_dula.i, . na garga!}la acostun,ada, és– se grito rouco. mais harino– nioso. entre humano e bovi– no. O gado obedece; brando, hurnilde. apesar dos chifres. elo. ta111anho, do · lombo énor– n1e, vai movendo o õlho sub· misso. A massa inteira se lo- Con1ove aos J?OUCos, e os n11l– v1m·cri:cos separaaos integi;au,– se no coniu.nto. Lentamente, u ina vaca sacode a pelanca do pescoço, outra muge, ou– tra se afãsta do caminho, l,J1n '\oS' bois vai atrás, vem o m~- Stendhal, que . ta11to gostava de Mozart, e a ponto de incluir o )Jome dele no seu auto- · epitáfio. só conheceu do seti . • • nino com um pau, os anin1ais fd.olo as ope1·as,ma1s impor- tantes .e algumas sinfonias e -regressam à b.qiada. Potigu~. concêrtos. De resto, tantó n~ 1> toui'.o, seguiu à frente. po– "Vie de Rossini". conro até detoso. gigantesco e só. Cinco n 1esmo em "La Chartxeuse de ou seis vacas envol11en1-no ero Parme", ê1e se queixa de que olhar long.o. Há um cheir.o de as siníonia:s de Mozart. sã:> curral e de manhã, mistura– estropiallas na It{llia. Não te- los. ve. portanto, a felici(:iade, que Do lado- de-fora, junto à pa– llÓS temos, aqui. neste 1:emoto ~-ede de tábuas, o bezerro ago– e'. bá1'baro B:·asil, de ouvi-las niza. E' n'liudo, extrem,pnen- . magistrálmente interpr·etadas· te 1~no; a pe1e 1'ala, que. 0 al.n.~ por um Bruno Walter ou por não virou ~ouro. ten1 mao– ·U1n Sir Th01nas Beech-an 1 ou clias Cbmpr,idas. de um ca1,. ·po;; um Fritz B,usch. Felici- , ta11ho _escuro; un1a _das patas _qac;l~ própo~cioha,da a muitos · dfante )r.as Cfl.çada de "l)reto, 'arnadores da· 111ús1ca que, não'. Está tão imóvel que àpai;en– !POdendo coinprar discos, dela ~eme_nte já morreu. Nem o se.ria'n\ privados, se não hou- 1ncomocla1n , as n1oscas grµ– vesse o rádio. dando-se à . peqµ~na chaga O que é preciso vociferar em. seu: flanco, ou antes a um 5empre é contra a organização osso mais agudo.,. que conse– àcscuidada ·dos programas, guiu perfuràx a carne. E tran– contra o excesso de anuncios, quilo, tão· encaixado no con– c.ontra a funesta mania de se tôr9-o mini.nro que séu corp1> enxertar anú.ncios eptre u1n e desenha no terreiro, qúé é co– outro movimento de uma ob.cc1 mo se ·estivésse ali desde sem– .musical. e con+..a essa verda- pre e aquêle •fôsse o seu lugai: <leira praga !,{Ue é a rádio- preciso. em meios às coisl)s do novela. A rádio-novela é, com universo. Deitou-se sôbre o efeUo, um n1agniíico inslru- lado direito, ficou. Estendeu mento- de incuítura, ·um il,- as patas: as _ da frente, um compl!rável método de creti- pouco afastadas uma da outra, nização do nç~so pobre povo. as de trás superpostas. O fo– Que ~ mes>mo aparelho que cínho úmidp e rosa jaz en– trans:mite can~tas de Bacb, treaberto, e os olhos escanca~ concêrtos de. 1\-1:ozart, balaçias rados- não revelam a mais li• de Chopin, prel údios de De- geira expres~ão. A vida" aban– bussy, blue;, de Duke Elling- donou-o, pois ném se, percebe ton, possa também transmitir se respira ainda, ou não. E' ' MURILO MENDES t{cias. l-Iá dias, por e~eni).'ll'l, 0 da música. E' pr ,o-váv.el q_ue lí, coi:n grande espanto, na essa coisa pegue no Brasil, seeção d'e n1úsica de u~ do$ ·p~•is ,temo_$,- o hábito de. in1ita:.: l.Jl.aís impQrtantes 1na~u"tj1\oí; son,ente o ,que qs. ianques têm destá in-feliz c!da:ie, o, elogio. i_de pipr. Có,!ll êste novo 1-ri,é• da "conde,nsação da musiaa~. t'Qdo, •uma· sinfonia, ·Um .eon– abomi~ável· e sh1·i$ti-a lbvecn- cêrt_o, ·UJ'.)1 q,uar-teto, cuja extl ção q,ue - será prec.iso acres- cuç.ão dura normàltnente, ch– :en-tar - nos ven1 ·da Antérí-. game;;. incia hora. 5;erâo com,- , .:a. do Noi.:te. Co.m eieiro, as prin1idos', co11densa,dos, reàu– se!e,ções não se contentam '- iidos a pílulas, podendo d1tra1· mais cop1. o domínio da lite- 'tlnS oito otr nove· minutos. º'É 1· atu.ra; . passaxam ágoi.;a, para UTna n1ai:avílha. P-asri'lel;n. Se– (Copyright E. S. I . com ex:clusividatle p~ra. a FQl,H'A DO NORT~, nestce Es~do} • novela .. . Acho que qs ese1•itopes de– vem apelar i.hce11santemente para os ho11~::1s de boa von– tade e cultura que-·estão à .tes– ta · da adn1inistração públic;i no sentido de um saneament.o dos prograinas de rádio e eli- \ 1uinação da lnons!J:uosa má– quin~ · d:~ fo1:mação ~ultur~ ~o nosso povo, que é a rad~o– nov-ela. -{X)- Mas a dignidade da m1:1s~ca é tan,1.pém à-tingida de outras inanet!'aS. mais sHt'ís e ,sub1·ep- - --·--:-- -------------------- o BE z --E RR O - nl1ores e senhoras! A "l{oüa Sinfon ia dJ:? Be.ethov·en" na ,as apenas co?Jsegue desfet·ir vei,são oi'.l_-~inal é uma esto- urn á.i ll1Ut 1 c-. Os olhos esbu- ~ galham-se, recobertos de UID.3 pada; gasta unia }101·~ e vinte MARIA -minut'os de e;Kecuçao; _inas JULIETA DRUM.MOND DE ANDRADE aflição eS t úPiàa. O pé vai fíH, corrdo~sada pelo 110'-"0 s1ste– can'do, vai !i- .n•:ido, e acába· ina ·'( {Í.tl 'a apenas dezessete por COtlCeotv.ar toda a forç-a mi~utos! 0 eavalh.eu: o faz ·a do mulato. Ainda àssi-1n o ani- (Especial para a FOLHA DO itORTE neste Estado) am re~to inorto de nezerro. • - E,stá: assim desde ontern, Pegou doença de falta de lei.– te. 'fambétu. _queria duas te– tas só para éle . .. - Esse ;,cho ainda não serve para dar prejuízo. .. Ai então. de muito furrdo, subiu o pri1neiro gemido. As vaeas, na port_eú:a, liesi \am. Persuasivo, o n~gro c~n, tin1,1a a toeá,las. gritanao. Elas. par('\m, s_em sal:>er o ql\t fazer, e agitam 111ole~ent~ a cauda: -o bezerro doente sgen– cio11. Ao tentar e111.pia1·i:á..:1as. o tneninote de ~bobé e ~iça arregai;ada afunda o pé··•li.Urn resto de - lama. U111a vaca ei:n, . . zenta volve sem pressa o fo– •cin110, e ·todas tên1 o ar so– lene, pressentindo a mQ1·te Urna a un,a, em resolução n1uda e n1elancólica (são inú– teis os esforços do vaqueir{> para contê-las), retorffa1n ao terreiro. a cinzenta, indife– rente às varadas do garoto. encabeça_ndo ·o resto. Cami– nhani em diregão ao cotpin'ho doente, q.ue perma11eêe fixl); apenüs tuna baba ~latino&a • escorre-lhe da boca. O corte• jo aproxima• se: cada anin1aJ desfila ao longo da . parede e. diante do bezerró, diininui o passQ, ch'eira-lhe o rabo. se– gue outra vez para a porteí– i·a. O. va·q1,1eiro desistiu de . . :,~man~i-lo,'! e cie- pé. c,oçati., do a ca·rapinha, espe1·.a-os de volta: aos poucos vão se 'ali- n':!ando. · . O .rebanho se afasta, uma· ou outra vaca i;nugindo. v bezerro morreu. Ou qu;i– <:e: pois agora está respiran– do, ou grunindo, ou solu. çando, ou as três coisas a un, SOl!tO sop o,iu~o OR ·odUisll ' colou-se uma i;e1nela liquid'.l. . bai:ba~ veste-se, e .no 1;nal da coino IágriJlla. Dilatam-se ·· as inal resiste: e até resiste 'me• o'peraçâo· a sinfonia t;:imbén1 n,a1'inas; o so1n i11forn1e que lbpr., qúe a vida de,ntxo d,êle- açaba'! E' pi·átic 0 , cô1nod~, por àlí Pl!ssava vein crescen- como que t.on1ou. impulso, pa- confortável. Resei.·ve hoje do com dificuldade semelhan- ra lutai, conºtra ·o pé -sufocan- Jl1.esmo· a "sua" _condepsa– do ao ofegar borbulliaute de te. Este se irrita apel'ta com - , ,. t ,l ç.a:-0 .... . ... un1 asn, áti,co. O dorso sobe e. violênc.ia: brota de den ro u:l1 .f - ·(X:>- de:,ce em COJlllpasso lento, irrr- ~uéJ:a um p·edaço. coínpi·ido e O artigo a q;ue me refir:, perceptível a· princípio, pro- c,aro de Jingua, que fie.; elogiava a coinpree 11 são ct:e nunciado depojs. Um, ti·~~~r . boianà.o i,?- b1:ba~ sem coutrô- ctua.s das mais famosas sona– alravessa ~s patsis, _que llllCl· le. A respitaçao interrqm~E:-~e . tas de Be.e.thoven _ 4 dita am o movJn1ento. ritmado i:le um 1nstante;__recome.c,a, poi,em, "Ao Luar'' e a "Patética" re• que~ está anilando:.~ ~reita na .ni:~sma . toada g1.J.t:;1ral. ~ P_é duz,idas a tun· só ·movim;lltO, traseira av,~nça,..segu.1aa aa es• se retu::i. ~xaust_o. So ?. bezer- e al:ranjl).das ,_pa-rà trio de pia– quer~a d!a1;te14·a_; e~_querda ro pe.rs2ste, e na9 m_oire. 0 no, vro~o e -violoncelo. Não traseu·a. d1re1ta d1anteu·a, etc. - Nao :morre 1nesmo. ouvi e não gostei. Detesto tai.s, - 2 ~á nos dentes ex:,po~tos., ]eito é ac~-bar com Isso de um.a p.rofanaç.ões. no focinho. nos olhos de vidro vez. Houvi época: em que '.<S um certo rictus de quase pra_- - Aqul não. Ninguém gosta tr•anscriçõcs e arrru:i:jos tive– ·ler. Como se~ ein vez de rea., de ver essas coisas. Só se fõr ran1 sua razão de ser. Saqe– li:zar :,quela nlarcha inútil , lá em baixo. - mo; que Bach trabalhou de– :.iue nao conduz a parte al- O, b.1:aço d!) mulato aga1·ra zbito concêrtos de Vivaldi; gµi;na. o auimàl estivesse de uma aas pernas tr;iselras ao que Moziu,t transcreveu para \'.ato cor1•endo, livremente. l\ animal, e .sai anastando o que quarteto de cordas várias fu– tespiração diminui e aumen- ainda resta de corpo. Atra- ~as para cravo · de Bach. As ta, para de novo crescer e \iessa o terreii,o, cruza a· ean- co1ídiçõ'ei, históricas eram· di– fraouejar sem descanso. Ora ceia.. desce o môtro. Seguro fp1•entes, a: música ainda não– ban1bos, parando, ora quase pela pata, sacudido, iiuunclo, tinha as imensa:1 possibilida– r~pido - numa agilidade in- o · bezer1•0 vem raspando o dés ~e dívulgação. que tem . . '/ ' con1preen.sível dentro _daquele chão. Um toc::Q no. camn1ho b.oj 'e. Bach, e Vhtàlpi eram es- sér _extinto os 1nembros Qb.rlga-o a parar. . A mão pu~a p$.ritbs, afins; pi;ofundamente insistem Ba caminhada ímagi- • con1 máis fô1·ça: o. bezerro religiosos e , •mestres do con– ná1·ia. fere-se 110 pau, mas continua ti.aponto. E M,ozal't, ao fuzel· - Esse bicho •é espêtó; ~ó sôbre a ter.ra à1:ora. Na ·1ade1- aquelas tran,s,criçóes. teve e1n mon·éu?'! 1:a escorrega ·m;iis depressa, mira ch'atnar a .atenção ,rara -Nem mori·e. Se deixat\ desl.i.sando quase. ' a obra do- seu grailde pi;ede- ü ca aí penanqo O dia inteiro. O colono vai ajudá-lo: o pé cessor, ob1ra que se achava - Iiezcr 1 , 0 d:anado-.. . ba'mbuzal. Solta a pata e so- en tão- sepHltada, tanto que êje, o colono estaca junto· ao • J;ixa " n_:ião, vermelha ,do es 0 l\1.ozar't, •só veió ·a eonheé~- 1 a escuro levanta,se a um pal!no 'fô~·ço . CJ\1 ~ tez.: O •be;i;er~inhll já aos vinte e seis .ªtJ.?5, 9.uan– da terra (v.iria inchand'Õ, com cai morto .e. sangre~to_; 0 .co:To~ do ptssou '?-ºr Ee1~zri. Tam– tert,eza, ·sombra monst_ruosa, -n·o· olha~~ _sei~ c~;os1dade, so ~ém · Buso:'l1 e :.1;,isz.~ adapta– aos olhós cego;; do aoonizan- para.-ceitiflear-se~ ~nerte. ~o~- 1am ao p1~no ~v!r~as peças _ te ue não se mo've ".'.._ . roes- ~uft~, 11m .grun1do t~nu1ss1- de Bach ,vara o~gao e . cravo m~ qp_grque · não tei·ia tempo ,11)0 1nd1c~ v1~a no cadaver.. Q- - l} tun_a :P.oca en1 que tu;ih~1,1 • ara isso: • , 0 , 's· firn 1 ou . mulato procura er,n tõrno, fir- do~a-J,larec1d-? os bons erav-is– P Ja pe e · ·' 1~-a •outra vez o ,..,, n o ""cseo·ço · tas e or«an1stas - o que "a·~ ~ôbr~ o pescoç·o moribundo) . ·u • • . .,.~ .,. • . , 0 ,, • ., u 0 ·p • h . . .,, h ·. · :lQ animal, deixa uma pedia se dâ mais hoJe. l -. 00 d 111 0 se ?r 1 e.,,an {1- _pro- cair sôbre ·· êle, O bieho es- Transcrições e :u-ranjos po- r unn ° u:1 1 ru~do· c.omo de es -- tren1er,e ·e a d· · · 1 dem ser àdn:útidos "m nri11cí- ~~rr0. mais surdo oue os an- ' _ pe ~a. res_va a . . , . " ., ... _. D ' . li para o chao. Surge 1n1ed1ata- pio, mas so fertos com arte e .n, •nrel', CPOlS l!Qn'1nua ·::>- . ' • , t • b d ' C ' · ·t t t d. . ' . N> mente Jt'.nto a ore ha, no pon- sa_ e or1a onc'ilna?19s, ~or ei º· en an ° eomunicar ~v. to atingido peJa, pedra, un1a exemplo, r.s tran;,cr1çoes do DE UMA CARTA A ~UTR"~ M.~RGEJ\IJ inanchinha rósea, de. sangue' . sr. Stol~osvski. pi·incipalmente pisado. O bezerro solt~ um êste ,_ ass1t~sínio -que é a sua lamen~o profundo; nos olhos versao para orq.uesíra da "To~ estr·iàdos de san.gue, env.ol tos cata e Fuia em Ré meno;(, em terra, um espanto enor- E quanÇo a condensaçõei:;. · qite n1.e. O colono está cansado e Deus nos livre del&s. Ghega 1.ein muito que fazer; com as de infeJicidade! A não ser que du{ls mãos levanta a n 1etade redui,aln a pilu'1s musicais de .de um tijolo gasto que encon- um ou dois minutos, os aba– era sob a touceil'a. Olha outra ca,,ds de Dvoya].<:, Smetana.,' '/ \\~Z ·o bicho e. sem a menor Sibe .li.us /}i Cia .. . / (. ...,--. - CoJ1c1usao da 2-ª Pag.) mente sentida pelo autor.. Já se falou,' a propó,síto de ''I\[un– do Subn,~rso", da riqueza de vocabulário de Bueno de Ri-. vera; ago_ra, utilizando têrmos ,de geologi:a e. dê gil1ecologia, êle · con_segue. poetiza,11 n'lesmo o mistério do parto, parto de muúdos,. parto çle seres -hun,a– nós, ·sem nada escondet ~ sangue e dó sexo, sem falsÕ senfimentalisn10. Talvez, con– tudo, se co1npararmos êste se • g'undo volun1e com o , primei• ro, descobriren10s _ um hun,a– nisn,o r.1ais viril e uma mo~·.. ,fologia mais concreta, como se os olhos do ·afogad_o no no!';• so mundo, já habi:túados ao novo 1ueioJ t(órthan1 a.prendido a distinguir :melhor o sólid0 e o lítiuidO, O fei,,elro de "O , . 'fQrno e a estrela" já dêsc·o• briu, através do mundo dos símbolos, "o Calninho da sua Iuéidez". • n1al.dade, solta , o tijolo sôbre (Disco ciue remata esra crô– a nµca do ágonizante. Não nica: TOCATA' E _FUGA EM ouviu• o inenor geíni<lb. Só o RÉ MENOR, dE, João Se}?as~ rabo en1·oscou-se ligeiramen-- ti.ão ::'13ach. Ap órgão: Profes– '""· sor Fritz I-Ieihnann). Desde 1858 informam ·os nossos historiadores -' que existia movimento abolicionis– ta no Pará. Movimento ainda ' naturalmente bisonho, isolado, ESQ LÍ ÊMA DA EVO L UÇ-ÃO tidor de suas caras e· vastas propriedades, p roprieé(a<les que ele, a ca.da passo, podia estar· vendendo,. valorizadas como já se encó'ntr avam, p·or muito bc t dinheiro pará .o governo,. no caso das desaprop,i:iações. constante do surgimento, por esse tempo, em Bel~m, de un1a soéiedade a n t i-escravagista, c9m a signiticativa denomina– ção de Sociedade Ipiranga, li•· gando, de 1nodo ad:miravel pa– ra· a época, a necessidade da abolição ,ao grito da Inliepel.l– dência, como a acentuar, acer– ·tadamenté, que somente neJ?, abolição, é que o famoso gri– to ljbertador iria verdadeira– Jnente repercutir, Pareceria assiln até que os abolicionistas no Pará de 1858 já pensavam em realizar, com a extinção do cativeiro n egro, ~o B~•asil, a verdadeira revo– lução dcmocrático-burguêsa, entre 11ÓS, querendo forçar a nota do Ipiranga até a com ela obter a real independên– cia de nossa Pát.ria, através <la revolução agrária, que um Rebouças 1nais tarde iria de- - SOCIEDADE PARAEN·SE • fender. Veremos, linhas aclian– -te, que um dos lideres aboli– cionistas de 1884; aqui no Pa• rá, o <:,0nse1heiro Pars de An– drade, já se aproximava g_i·an– c!emente daquele ideal. O mais certo, porén1, é que o nome de Ipiranga tivesse sido dado à - sociedade anti-es– cravagista ·de 1858 por mera figura de retórica, das quais muito se usava e abusava na– queles idos. A ·verdade é que o principal fun dador do grêmio abolicio– llista foi o grande senhor de terl·as João Batista de Figuei– redo Ten,reiro Aranha. - Os donos das t erras, dos quais o pai de J .. B. · havia-as hei·dado, ou adquirido por con1s ... ' • LEVI ~HAL DE-MOURA. • !Especial-para a .FGLHA DO NOR~rE) . "' pra, tinham sido exatawente aqueles contra S)S .g,uais os,.,ofi– ciais da Câmara de Belém Sé queixavam, em carfà , ao Rei, em 1705, acusando-os de c'õmo poderoso.s "largare1nmuitas Ie• guas, e estas ·nos melhol'es sitios" deixando os mais Ion-· ginquos para os ma.is pobres. Esses melhores sítios erà.in . Ós que se localizavam nas cer– canias de Belém. O atual Largo da lVIemoria era um sitio, denf.1•e os va1·ios, de propri,eclade de Tenreiro. Dele desapropriou-o o gover– n o, p'ata abrir as atuais tra– vessas Rui Barbosa, QUlntin o Bocaiúva e avenida Gentil Bi– téncourt (observem a e~ten– são das terras), fazendo,' as– sim, dilatar o pe:rim~tró urba– no, isso preci,safuente no ano · ~ • Lo • de 1809. Ninguém se persuada que o grande proprietário FigUeire– do Aranha tenha iniciado o seu mofino coinbate à escl'avi- dão negra ' e,n l.858, aqui, en1 ~elém•, por an1ôr ao pró:ximo, que, no caso, era o preto afri– cano. Essa gente não tem arnõr ao próximo: Como gi·an<le proprietário esclarecido,. Aranha percebeu o perigo que representava, já por aquelas alturas, preserve– rar na escravização do negro; não esquecia a devastação fei– ta l)elos· cabanos e·rn suas te1.'• ras herdadas de se'ú pai, o 'poe• ta Berito; con'ipreêndeu.o risc'.> a que podia expôr; com a tei– n1osia de escravocrata, a S\,a grande propriedade e1n parti– cular .e o regime mQnái;quico em geral; regi.me que ele con– siderav_a como o 'único. garan- . , Sabe-se q u e o governo, quandQ ·se trata de desapro– priar a potentados, o faz in– deniza.n,do-os regiamente. Cou– sa -análoga não sucede, infe• lizmente, relativamente aos pobres, Vimos, ha l:iem pouco, na desaptopriaç,ão dos telTe– nos pai-a. a ampliação da Base Aérea, no bail"!'o do S9usa, co– mo o governo. jogou, desapie– dadatnente, no desabrigo, no desa1nparo, na aflição, n;i mi– séria, cente,nas de família:s po• br~s , da Bandeira Branca: Mas, - , nih g\Jem ignoi:a-- -;g ignora que;m, quer - que o go– verno é de classe, sái da classe dOfl po~enta.dos, dos _podet'o– sós, dos ricos, . e. só pensa em esfomear . 0 povo, e. 'fazer ca~ l~ O$ e<;~1;:i,recedores do 1JOV0. ( ()011 i111 úa na; 2, ª Eag,) ' . ,

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