Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

• Uma Interpretação De .Carlos :D'rummonâ De /\n'éfrode Carios brummonã e:e .Ari– dràâ:e e funclonJeio público e na·sceu . en1 _Itabira,. E,t;s'es opis fatos a.par(.!ntemente ctreuns– tanc.fais explicam em · g1 ,1if.de parte a sua poesia. O hr(si:r:_o int imista de lV!anu~l .Banaeu a pro~rém sobretu~o da. su~ 9on_– diçáo de enferma. O hr1sn10 evasionista de A ugµs t.O F resie– riéó Scbmidt, or.igilta-se p1·in– cipalmente da suà privilegia. da existência de •latif'un dià,rio da vida. O p]JpgiilÓ U\1iver~a– iis1no . de Drummond de ) \:,;.. drâde nasce do conflito i,n– terior do 'itabirfl.no transplan– tado para a ··· ~t.rôpole. O poe– ta ~ão tem raiã.o: Itabi'ra é muitp mais do cjue uma sim– ples f0t9gratia na parede. lt~– bira significa a ·sua formaç.ao tempera n1entâl. A pobreza d_o horizonte, a nudez da can1pi– na onde o •bof so1i tário pasta. .a 'calma do \'iver c-,otidiano num lugarejo duraQte . o perio– do deéisivo da forrµação: - como e fitral'âO na· composição do se.u caráté1-, - c-0.mo se assi– :tllilarão à sua ~al)eira de c-ontemplar e i:ea~1r d1a:nt.e_ da vida. Os propr10.s n11ne11:os sustentam a$ , qualidades· .de ti1nidez e itrtr·oversão ·.cto ho– mem da monta·nha·. · E 6 qjm a sua personalidade d_e "ita.bi – 'tano quê Dru1ninond passa a existir · na cidade grande. E' éorn a sua personalidade de t imido e íntrovel'tido que rea– ge a.nte o espetáculo da civi– l izaçã_o com o que ela tem de bom e de péssin10 A mudan– ça mais ou menos b1·us·c;i. de um meio p,_;ira outro funda– mentalrpente diverso pro:voca :nele uma esoécie de trauma Jhoral . do qual talvez nune:a ire. refàça. Di'sto sobretudo vi– rá o seu drar.na : um s91itário. tlm interiorizado. e U!n per so– nalista ep'Kertado -no n,eio de 1nill:r6es, Daí nasce a revolta: mais do qtre •revolta, será urn instinto de defesa.- de auto– ~rese1·vação. O ' poet.;t recusa- . ·se a abdicar da sua. maneira de ser. A atividade m911ótona da re-pal·tição. o tum1,1lto da r ua, as agit~ções ·çliversas da multidão não conseguem nar– cotizá-lo. .fnterr oga-se.. guar– d a-se. analisa. Quêt• -saber ôS motivos, dos grandes CO.\TIO dos p. e q__u e 11-0 s aconteciment os. pen.trp delli! coexistem d1:1as p ersonalid,ades: um.a 1·ecepti:va e outra inte1:preta<foi·a; · uma 9ue sente, ~of_r~.e acolhe: ou– ·t:ra ql:!e julga. ;~ritica e se ne: ga. Esse conflito permanecera p_or ,toda ·a sua obra poética. ·em cada livro, às vezes num . - ' :mesmo· poem~, '• nao raro no teiJQr. Jà ;;1,:10 p,·~crsa r;i;scer àtê êle, ou fazê-to sul:>ir. 1dea• lizando-o, par.a ~u:scultar-~h~ a anseio. Isso expltca a. verd~· de. a sinc.e.r idade. a autenti– cidade éla poesia social de C:arlo;Í Ih·utnmood d~ Andra– de. Notiti;as épocas em ·que .a d istinção entre as classes ~rª rnuíto ·1naior. . O • poeta socl~l não· e1'a <1enuinamente poss1- vel. ;pouc;s vezes condúzia a mesma existêncil! dos seus 1ei– t'o;:es; e g µa_ndo .·~sso já ~~on • t e.eia. à ~ua, gualraade de ~;1s– .pil·ado" sQpria o pouco relevo da posição social. lj:m ~mpos :os -casos arv·or.ava-se rogo em "vide.nte'.' . uirava a linguagem dos cleuses. pretendia-se. co– mo Hugo. condutor de povos Pelo verso ·ele · um Carlo., D·rum1nond • de Andrade -é " próprt9 lei.tõr qµe fala na s 1 l "' Pt'ôpria aHtude, no, seu pró• rrio acer:to . e às vez~s. core o seu prop.r10 vocabular10. A cvolu~çâo do autor de A ROSA DO POVO de poeti> . mais subjetivo para 1nais u ni• versal .se processou gradati·:i.– mente. Para essa evolução sem dúvida d.eve ter contr i– bukJ.o a própria mac_ch,a . do muuáo. as condiçé\es h,1st-0rica, que atravessava. Paralela1nen– .te :ao agrava1n~ntó das contra– diçÕ"S s9ciajs. da 'colisão en_t re _ as · ideologias e da situação catastróHca a que as suas consêq_nén<"ias conduziriam a humanidade - pax~lelan1ente e como por impregnação. rea– lizou-se o alargamento-de vis– t as do poeta. o progre<lsivo desenvolvimento das s. u as concepç-ões · a,rtísticas. ,Quer cliz.er : um • ·aprofundamento ideológico provocado por ))io– blemas pessoais, uma tránsfor– mação ele cie.n l.:i·o para fora, foi açompanhada f! corrtoletada po r Ulll3 evoluç&p doutrinárta consequente da: sua conscién~ cin hit.tódc,a. da sua interpre– tação daquilo que lhe pareceu o dever dQ poeta diante . da crise historica - 011 se.ja , uma rnetamorfõse por. influência exterior. Até '.'iteo!(ráficamen– t.e". através dos s ~us livros de poemas, pé'de ser .assinalado f> camil~h.o · pet-corrido por Car.~ los Drurnmoúd de Andrade: ltabi1·a. .Belo H-01,izonte• .Rio de Janeiro. e atràvés do Rio. o '.'sentilnen-t-0- do mundo" - p_ara só . çit.ll rinos as t>rinci'pais etap-as .da· viagem:- p pritneitÔ poe1n;<i do seu otimeú:o livro. ALGUMA POESIA - "O pÕema qas seté faces" - CO·• meça com .uYna -indicação áu– topiog1'áfica: mesmo -ve1·so - só se atenu- , ()uando nasci, UDl .~nj_o t.~tto ando·.hos poemas · mais i:.ecen- .. ,lê$Se1Í nue viv.eni na sombra tes, quando· l-iberto uin pouco disse:_ ''.Vai. Carlos! ser ,:,tu- do pass~do. _o .paeta se tdenti - <'lÍe ·ua. vid.à.' fíca mais intimamente com 1l a:ngµ~ia unfversal. . Nociva ,por \Im lado ao i nd ivíduo. a ·· vitla n a cidade e ;i. ·.condiçíi.o, , , , • , BER}T_i\, R.DO - GE:RSEN mo.vida~. gra,ttiif;as .desb'ôber - GUMA PO.ESIA,. O poeta cfe• -· , , "·. tas. O Olhar do poeta como bruça-se todo sôbre êss~ 6te- (C,opyrig-bt E. S. J. com excln.sividage, parà. a F-Ol:..HA DO. . a_cai,iç,\a às visõ.es e çs s.êres. jô das almas, êsse' .mo,tivo e- NÓRTE. neste Est:ulo) "ª. · O ·lirismo dai; coisas banais, o t.~rn.Ô que é o .awor: Uma es• · • encànto da existência ·cotidia- pecie de satisfação, deli~'i• O _últim<> pOCl'fl'à do últi.mo subjeU,•a. Rea'!mente-, apena:s na, a poesia das cidades ant~- ca ex~lt áção circu\;l nes• livro, publicado, A ROSA DO com. citar ,alguns títulos espo- 1 /ifª-s e a P 0 f;si~ _das _no.vas ci- se livro: A autêntica i;iatµ1iéza POV.O. ihtitula-se •~canto ao radicos evidencia,.se que a' d,ades; . o I:11St~1,io .simples do de cfesencántado do pç,eta iomem do povo Cha-rlie Cha- sua preocupação -v oltada .pa- lar; ·ª fascinaçao da mulher e trai-se apenas pel:;l a:centua– pH11''. Ass.im pois, poder -se-ia ra o mundo interiar, para o do amor; as vezes. llll!ª dor ção do humor, p ela ironia ctize,r sem perigo do incorrer . · d · •. · t alheia. conl'o na "Cantiga do mais acerada. Mas êsse _gõsto em ê:rt·o que .ALGUil/!A PQE- passa_ 0 ou ~ meio circuns !1n• viµvo" N&m sempre temos · SI . te, . a1nda !}ªº ergueu a v1st_a nov.os. · m.·as coú. stantemente pela mulher, essa embr1cague21 · , A. como p,rirnei:1°0 liv.ro , e,s- pa:1a os aleos do espaço e do · co= a vida. . essa exaltação t ., ma ·ts sa' •l,ui·.~d.o c',, A pa·i-sa ::~ 1-.,~ · · · , . : ·. "e.noyado". pela ori"'in aiíssima , .. ~ . " ,. e:" ~ tempo: "Infanc1a", "Be'lo Ho.- "' .. .-" , · t> 1Iial pressagiam a tem12es-tade 'f ~mi}-ia'res, nostàlgi~s e 1,en1i- rizor.rte'.', "Sabf1râ". •· ''Ifahira", ~ersqnaltd_aoe elo P9~~ª· - Ud~ que começa: a. p~sar na atmos• n1.sce:nc1as p essoa i~. <.>nquanto : •1niéiação amo.r.osa'··- '.'S\veet certa d éslup:i.btame to.. • fera. Súbito.. em SENT1ll/1'ÊN· em A R'0S-A. :O.O P0Vô o _.Horn~••, "O que fizeram dó q,per:ç. tof-'.)a fresc,a_mente. 0 co TO .DO l\lIUN·DO exclama no poe_;t,a social atinge _as sus1s n ata:l''. "Jar dim da Pràça· da n~ecr~ento com os cos , u,mes. poerilµ que :(bre o li\f.:(-0 e S$1;• -rna1ore-s alturas. emboxa ,pro- Liberdade'', "Familia" ... E ' ost ho;izodnt 1 es ea·º!d~~f;:fJ~~-~ ve de título: r-n;-e nele voltàr. à t<>mà tica por. :1sshn dizéi· a,,'fase das co- a ·r.aves e _es, v l · "' . : · , 1 ' poss~ d.e :S 1. me_sm<>. A yida e 'J'enho a1>enas duas mã,os r ep]é_t.i ,de irregular~~ades, e ô sentimento do mundo. A ~A\.TUA.LIDADE DE CHARLES CROS VANROGGER .("Qu,idi.>ilh,a"). de queixa ~ • dor (':RS>maria"), de absurd(\S Diante da magnitude dos também, m.;is a i mpr.essão _der- problemas que a,ssoberbam a f·adeír'a que o po.eta parece -é.poéa, eia impottânci;i. do con– til'ar , é ele oti,:nismc;>, confia! 1 • flito quê se trava o poeta Ç.a. Com certa · dose _de resig- experim~nta a sensação de nação e hm sorriso ü;i.terca1a- impotêncja. "T.enho .apena~ dó. contempla o desfile q ue duas mãos''. Todo o poema é passa . dia riíe d-a j.?néla de sua aisitn um monólogo em que . casa ou da ~anela do seu tretn. 0 attt.or pr ocura ·uma' n orma (Copyright E. S. 1.. com exclu.sivida.de para a FOLHA DO E 1 s·m o 'ei·tor fica rega a-se, 1 , ·" de conduta. o equilíbrio eri- NO~TE, ·neste Esbd1>) · com a impressão· de que ape- tre ás solicitaçõ·es pesso.ais e • sar de tudo o poeta regala-se Em jutuo· de 1942, em Ma'!'- sal dos .grandes i;,oh1ens co!n .com õ espetáéuio· ..p'i:,r conside- aquilo que se lhe aíigura uw, selha, o grande poeta Re-tH~ pletos do Ren,!s.ci.mentó. r á-lo algo de ,pi:ofunqainente dcwe.r pai'a com O n 1undê> . M'àis Char apont;iva-·rne a impor- Eis _o que nos diz de!e •Emi- interessante, _de divertido. e dei ,que qualquer 01.1.tro dos tância de Charles Cros pa1,a le Gat1tier : .'·A não ser tal\tez extrai dele como um secreto ·n <:s.sos poetas. Ca.rlo.s Drü1n, ile e para tQdp · \<erdadeir o o R-ai.o X , o Radium e .a tele- praié,r. · O prazer das nov.as 111itnd de Andrade sof1·e de poeta d,a nossa' época. No en- grafia &em fio - e assim m es- exuêriências amealhadas. da-,; uma aguda coosci~ncia da suá tanto. sua .celebrida(ie é -ainda mo não poria minha mão no ·inéditas. sensaçiíes, do ei:n:i- "m issão''. da "missão" ~ ;i.. sua subtexrânea P seu destino fogo - · o nome de Charles quecimento interior. a volú- · R · t · continuá o de ""'"' desc' onh<"- c ·ros es·ta' .11·.g,·,do a tt1·do .de e· x·- · "' · l · " J · poesia. ~cei~ a_pos ~sias, """ - traordiPãrfo e ._d~ fecundo . qu-e pia ae se co or1r . amais teme desvirtuar o instrumeu- cido. , Ca-r-los .Drum.mortd de Andra- to C(Ue a _nat ur~za lhe co~ce• A causa.do silêncio que. ain- se fez nos últiraos quarenta de desfar,-s~-á d.ela e até mes- deu: receia trair a sua epp• r\a e,n•:olv11 ·~ pe1·sonaiidade de anos · ( 1908) · · ··" n 1 o em A ROSA- DO POY,P f?-..i-, desconversar a d ~r do 40- Charlê,c; Ç.i:os, talv.ez s•~j::i a V'ejªmos: sem ter nem mes- enc·ontr~mQ•l~t> -r:i,esse admirá- mcm, deleitar-se. egpisian1en– mult}plicíqade !f.esmo ele seus mo o clu·so da · "Polytechni- v.el . humaníssimo poema dá te· c_om as suas nost.aJgia,s dons. que", êJe descob1·i u: A síntese resigr:>,aião qµe é ''C·onsôlo na particulares, coln O próprio Em todos · os r ainos foi sem- (ias, pedras preciosas, o radiô- Ptaia". O título por si é qua- brinquedo tão fasci~1a1, te d~ pre um cqntl'ibuidor irregu lar núitro, o· fotofone. · s~ gEotesp9_por causa da ass<?• "lutar com as palavr~s" - e por esta razãó quere!YÍos E' .o primeiro a esfabelecet· ciaçao das. duas palavras mais enfim. o teor, de entregar-se a.pres'.'n tá-lq aqui corn un.i mo- os -princip,ios da fqtografià em ou menos an4'gônicas. Mas O demasia:do .à.s inconsegüentJ.Ets nólogo •q_t_1e co.nt.xib'rii __µ g•'an, • 1 . ·t d d t . i poema <i.onstitui uma- verda- . . • . . 1 . t de , cor .pe o me. o· o ..lS res .• m- deira prqfissão de fé na v ida. ex1genc1as exc us,1vamen e · d~mente ,para lànçar· Coctue- press.ões ·(tl'ié'rontia) baseado Vale a pêO:a pagar O r.esgate ordem pessoal. Por i'sso ei:n tin. net.~, s.en1 1io eljtànto , tirar na d ecoró. p'osiçâo e triagem -capa .u n, dos seus livros en• Cros da ob!!cµridai;le. das .t rês côres fund~mentai~. de desenganos e a'!nar~t1ra, co.ntrarr.os . poe,mas que ,repre~ P t d P arece ;.,:izer~nos . ·º poeta. pa- er._encen o a .um.a f' clr.1il.ia Enfim: antes de Edison, i;n- " s.e:ntan1 uma ·espécie de exa- d º \'Ultn• e· xcepc· n · · · r:a <>ssistir "de c,ama:rote~• o - •· • •t· '"- . ,,,. 10 ais. 11:,;sc,('U · ventou o gramof.on., e. "' ·me de conscienc1a poe ·iça · e e 1 · d tt b ,. 1842 desenrolar d êsse prodigioso , f' 111 .o e ou l ro -u.e e -~ ' ,preciso . 1e1:1J?rar º· _seu ao mesn,o te1npo un1a oro.is- n,orreu a 9 de àgostc d,r 1888; tratado de "Meca111que ·c~re- esi)etáculo. .Sobretuct_o é essa sã.o .!le fé. Já e1n ALGUMA em P~,:is. · brale'.', -~us ('Studos sóbre .a ª volúpia que pe.rpassl,\ atra- -POESIA, nos poemas '.'J?:uga" Publicou dois volumes de e letricida.de . seu e.stenógr_afo v~s as p,áginas de ALGUMA e ";Nofa soi::ial",, ironiza: .o,s. POESIA:- . l f · -- · . - poesias: ''f,e coffi;ei e.e San - musical (meloti:ope) , telégra- poetas. e e. Taque que poe,m a tal;, e o "Le CoHi.er Ce Grif· fo autográfiçq. cronõmet1,ó. Não se deve xin~r a :vida, "ln: itac;ão" ..den tro qa mala _e fe" . que não tJ,veram reper• seus projetos para a t~legrafia a gente vi,~.~. d~p,oJs :'es.qúé~e. ,partem par_a a, Eurpp,a onde .cussãó, _mas q,ue •0 oolo~a'.(U ótica interplanetária. etc. : . . ~ "i~ ina_ a ee.01ne:tria'r. ou fe• -na corr~patilu~ dos I..;a·forgtlê. etc-: ..... .,.... . -' -- - Ou 11(} Sl)pi'.acitado ·"Col'lsô~ cham: se- Íló q uarto . ile·· hotel Jar.ry, .' Lautrêàmont, Apolli- . l\1atemático. . físico, q)i_ínlico, lo.na Pr;üa": doent~s d': mela~c~lja. , .en- . - N ··1 R usse·1 etc filósofo e po'éta, êste homem . . quanto a c1l!arr,a .anon1ma - .. a na1re. .er.va o , . . . , _ _ Boêmio · inveterado.·- índ.ife- i ncrível, .se pl'e~ta a comentá, , Perdeste o melhor amigo. cigarra da fa.}yµla'?._ - . cai,,t!l rente à opjnjão dos ''outros'.'. - r'ios -por <d emais copiosos. E' _ Nl\Ô tentaste _qualqper viagem, . na al 'vo.re empoeii;:ada. Imgll• -niarc~do peio an jo ,das trê- .;preçi~o;' ·p.órfm, d~.· vez em Nio poss.uis cab, nav-~o. rerra. · ç~m· e~sei; poemas n.~.m c.on_- v&s, .sem làçios verd·a:d.ei1-=os .quapq.o, · ch,;:1mai· a a.tenção s.o- i\'Ias olhas .o ~r. v1te .a.o P,9et.a p_ar.a sair à ru~ qU~. o wend~:,sem . à vida .ma:- bre ·ê1e; pois. como ningilé-m, •, e ..i>rocura1:.'-a poesja na :po_ej11a ~eri,tl, . nµn1a é !i)oca . bur.guesa. está intimamente. in:têgrado O BREJO DA:$ ALMP.S ·e na co~fusão cótid,ial)a, e1,n êl e rev.elá te1· 9:, • .don§ ~_xcep- ,nos ele.mintos. a~e é.onstftuem continua ~m .gra_nde parte a meio a'o tu~ult,o ·~as ,.tJiÚÍtí• cionais e a ,;aµedoria u1liv.er- n essa vid.a auotidian,a. .. trajet.ór- ia jniciada com AL· d~s laboriosas: 'implicam e.m .. , · , cólhêt a poesia .em ,qualq\ler .. 1 • lugar que .se cnc9ntr.e, so):) a 1 mais absurda · inanifestação, r1n . ~ei~á-Ia . _sur; >1:éeÍ!de~~1,19~ 1nad.ve1·hda-mente. $opretu<!~ insta o _po.eta a n(i:o escoltí,er, de funcionãrio público am- , ,pli;,am p,or ou.tro a visão d9 ' ,_poeta. A _sua npsfa¼(i.a l)e~so;:1l •.tra·nSmu~a-S& p,ouco ª pouco Amaru é um pÕeta ind~no' em aspiração socia1. Das re- • - . - Tra.â.ução de Aut'.élio Bua~que de Holan.q_a parigas :que -corretn, lfrios– partidÓs. A ' tempestad~ a ,não se}e,cion,a-r ém e!kçe§S(!, ,à per1n1t1r que a ,poesia se nos in1P;.on'ha mesm·o . SQb gs mais grotesco:, ou ·b:anais ~js– far~,es. Tudo . é _poesia ..,neste - ( CopyriJht E. s: 1. co,m exclu,siv,dJde -para a FOLHA. DO. _ NORTE, neste -Estado). . cordáções de, infân~ia volta-se que viv.~u, p;i,rece, no séi:iu– ,pai·a as antevisões di.stan.tes. -lo VI, ~ pertencia à ~sta dlOS .inquieta-se pelo destino do ·brâmanes. Foi um dêste2 homem futuro. -Do solitário quem )ubllc~ú, aí por 1808, iesulta . o solidário. Respi-ra de em Cal.cutá, uma . centena ,de ,Um modo _mais pro:fllld.O ~ estrofes de Amaru, cujos .: v.er. - - Se eu fôr a tua casa, sob _a •m_ágoa. caõa i,o):) a . .Jli~ ~ ,a ;i.re ;-· -fenté".em si os kêmi- SOS ã.t_é,· enJio nér~nec\àm alguém ll?,e -V.e.r~, meu doce ve. :A noit e. tos. da m~itidão,. e um '\cor a- · des~nb.eêidos. · na silenciósa amigo! ~ . . çã,o numeiwso'' puli1a-lhe a.go- paz ,das bibliotecas.. - Minha casa fica na ílo- - .,A AGUIA - ,i:a no peito. Um simP,les fun • resta. ..Somente ás or.guíde,1.s . ~ cionár.io púb'ico! Nos outc.~s Muito d~ois, desco~rl.i'am- . " · • d ' b 1 te ver.iam p11-ssar. -, .. Ela t:ontem"la .a _to_ r.rente t e1np.os' não ..se con cebe1•,ia um lhe, alem· as o ras comp e- .,, . »oeta ,funcionário públ\<,o. tas, uma s~ r.ie de cqmentá- - A orguíde9, o d_iria à a- gue d#Ce do mont~ ~n~e ,e ~uem consegue imaginar u:m t;.io~ .do texto _original - fru- belha! e .a abelh.a o diria ao .seu ,a_mado g1,1ã.rd.a um :reba- \'illqn, tJm ~ein.e, u:m ijau- to do ,Jabol' do poeta, -do dis- -papagafo, gut tudo t:epete! nho. J.i)epois, pergunta: ,~lah·~ 1 um Keats, ·u1n \rerlai- c:ipulos reús ou de ·co,P,l!lta.s,. - ,_Depois ~.e ··haveres pas• - Torrente, ..viste~o passar? né' ,ou Um· -S:helley - citando Sua vida. é, tôda .ela, uma .sado, .as orquideas ,perm.ane- E p.elas sµas mil bôcas es- ao ~caso· - engaiolados du- ,trama <le ·lenlbs, al&1JD)a.S - ceria,m mui.to tenipo .. mudas PU.l\iantes, .a torrente téi; - rante uma parte · do dia d en; das qu_a.is O equiparam aos -de ,êxtase... ,.. : · . ponde: . _ . . .· . tro de. r ~pwtição. sujeitos ao ,d euses. - Tal.vez.-... Porem. minha - Eu-nada. vi ·sen,io os c1.;. l"egulamento e ao , p.onto ? b , ii4esmo nos pou-cos casos em Segundo uma dessas fan- mãe, qua.ndo eu :voltisse, _ve- .. 1nos rancQS e o ceu ,.azul. que '.Poetas exei·cera.m função tasias, a alma de .Amai-u, an- tia a minha cabeleira de.sfei- - Torrente, 04viste. oo ·;sons pr~tica. dificiline.rrte seria a tes que êle nascesse, ocupeu, .· ta! de u1na nauta de osso? A CAN_Ç.AO DAEI FLECHA'$ - · nosso mlUldo .amar-go e apoé◄ tico. E o - i·e.pos.itói:io de ~~its-divers -:- _o }or!\.at .::_ êssa soma .da vida modei•11.a, constitui a g1,ancle ·.f.onte p~, tica. ~~ndo v9;t amos o · espa– ç(j, > ouyís o . noss'ó gritQ, igual .ào 'do ve'ntG que' des- • Usava sôbre nós quando éra- mos •ramos? - tvftDI .cJa sála de imotipos .uma Quando varamos ,o p~i to de dôee música -Dt~Çâ'}it.a. _ tu:n hómeni, ouv:-ís· .o - nosso .'( "Poema; do toraa-1'') trrito, iglial ao •do machad.o . . , _ que sôbre n'ós deséia quan'do Ate .: 111 ~º _ ne~-se ev.olu.~aa ., , do pl'i'me.n;o .para o, terce1,;.o éramos ramos. . liv.1·.o, Embora pedindo .aQJ . Qu_ando re~O.J.lS~mos. na ~1: poet~ que . -~ergQlhass~m J~Y.a . d!> ,d~sti.;o ~µe.rreu:~., ou fundQ as suas ra1zes na . vida vis -os. -nosso.s .estrem:eéimen- ,cotidiana, pedindo ,e ' dand'o:– -tos, igua.is aç,. tatalar de asas ,lhes o exetnplo, - "nenhuma que nos env.olviam, ao ·ent.ar ~ f atitude crí;tica ha.via nele .ao decer, quando éramos ramos? . çompletar ,o •espl!táéulo diár.jo ;. · :- \ · · isto· é 1 . nenhuma atitude de • ,HINO AO FOGO criptica :: fundamental, filoJó– qu,e em ge,ral se atri-bli.i ao se.,.uidamente, o corpo de na- - Refa1·ias o penteado em · - Nada. · ouvi, a nê.o ser o fien.ti.tl ,ô da .e'l'pt·e.$são; .o\1 por d;,men.9~ de cem mu~ er.ês. .. n:i,eu eJpêlho ... .,:il:le guar~a- ruído do vento que se que- deJllasi~do impo1·tantes as A a creditar em outra:. foi r1a a imagem do te:u radio- br,a-va q;e encontrp ,,aos r.o- -ó Tu, ó Deus mais :node- funçpes, o caso de Ull,") Goe- êle uin rei que dei;:,i;ou viúv.a so · scirri:,o... cbedos. roso depois d.e Indra! ó Tu, tica, }1 p~1-te tôqa q.uestão de e.fít"ica ten1peramental e 1 . poé• fica. Como foi ait6 atrás, er~ com olhar gratuito -de espec– ta.dor div.ertido que a:co:mpá– n-hav.a a . éomédia humana. Í".or vezes ;evadia-se ai,nda .por. .atalhQs .meratnent-e .líri– cos: :the. cpn.selh~110 ~e. e,!itàdo, de uma -da.ma ,a.i~da ~vem e de - . Eu .. te àmar.ia, µi.~u ,doce :- fJ?orre;n_te, viste uma á- :febre da. na.t1.tréza.~ ó Tú, qµe ,Um L-amatt1ne, n11n1stro, de exe®eional ·bele~. por qnem ami~o. e não saberia· mai. guia qu_e pa~ra;1a.? . fazes _libações de spma, ó um Hugo, par âa França, ou se apaixóuou O fitós.ofo San- sorrir! - V1 uma aguia que pai. Agni. Agni, Agni! 6 T u, que &>or él!ice.~ i va,mente ''insigni- kara. Valendó-se de .seu lar• • • • r.ava~ jorra.s da montaima. coberta .ftcan.tes", .ressàl:t,ando p.or con - - · · 6 tone te co o sou fe de n· ev-ê! ô -Tó. N.u.· e emanas 'trai,te ,a sup.r'ema_cia t io p oeta. ro pljder, o· sábio tomou a .- . · . ' n , ~ 1:1 . _- ,, ~ue;remôs dizer _que a mai..ôr forma do soberano defunto e AS AUG.USTAS DEVASTA- hz! Ttt vis:te a ag14t-a que via dos astros, em bólidos res9la.n - .part.e das vezes· :existia algu- assim -dc:.sf(Uto-u, sá'fliament.e, ÇõES DO AMOR - Sa.dattá-. . . • ·des-cezites! ó Tú, q,ue . bailas llfeu v.~r5-o é .minha consola• ma afinidade eu equtllbrio a linda v:üra, mara:ytllu~di,. . . sobre os açudes, em mil ·lótus çao. • , entre a stt~ .ocupação e a s.ua, de tal ressutreição. - A. B, Espero-a.. Por a ue s~rá qu~ 8 DESTI-NO---- ele iuz! 6 Tú, que torces,o ferro Meu vei,:so e nunlia ~ae~a• ár.te ~ 1,1m parentescp ent re o de Jt., ela .11ão vef!l? Suspiro, eom'. De vestes sQmbrias, senta- como a. -u .m junco!. 6 ·Tu, o r,i- . ça. .C. •.) tonceito nob~iár,q_úico do poe- os olhos :fitos na estrada. ,Es- dG jttl'lto à can9; do leme,. o v~l de · Bra1na· gúe . .cria., e de ·• P;ra· · io{iv;; · ·a· · D~~s .. ~~~~ ta e a sua fu11ção n~ socie- o TENTt\DOR - crevo versos ni.elanc6licos. E Destino dirige o frágil esqití- S:va. que 9estt61:, 6 Agt;1, ;t,uz :.iliv_iar .o :peiÍ(!, · , dade. ·o m u,ndo .mocler.no vai vou-me consun 1 jndo tal uma fe da minha existência.. Sou e Cal?r, o Ag'nx. ó Tu , que Queix~r O desprezo _da mo·- al:)oliudo gtªd u.ãlniente êSse· _ Tenho ~edo de se~ir ;noita ele .ma11uri que arde na. · feliz em um pôrt.o? Então êle flame1a~ .no saJ1gue do da.n- rena, cantar a minha . v ida e :tnitó. O poet.i d9s nôssos dias, m'uito ·calor, mC:u dóc,e amt:. . calma do- entardecer, perfu- d esfralda tôdas as velas,.. çarjno_apa.ixonaclo e no san- trab.aihos sern pe.rde11 a sua qualidade , . . d ,p · "'l 1 1 d. · · · meu de a,r ti5f,tl, -. transfQl·triJ>u-se .no . go! , •.. _. . . . mando a campina. Sou dé,sgraça. o . . ..,. e evan• gue d(l, gaz.e á , q1.1e- o caça or é que faço ;meu verso. . E .~'lrpme,m cqm~m.;•~ co.m _p:i;o- . , M1nhl!- casa ei.it -á _situada . ta a âncora. p_ersegµe! 6 Tu,. <iue ,cop.;vul- verso ,· mê agradá;. btm.as ~ .Pi·eocu,pações seme: à lJ.elt:,a .t!e tini r~gato', e é R-UDR/l . _ . . s1onas: º!l bi:acos : dos 11,rria.11:- . -E~1 re'~urno: ·J1a.vi_a 1'" " "'-!· ·1-.,,,:· ,• · às ,1 ' · ,. t " t "' ·· b 'h ·,·r1 · d 'U · " "' ' ,. r" e· n~·ºÂ · • •. · -tes "'·'u·e «e· en'""a;m. '6 Agn1 · ta·<~ :v.ta ~i~P,()_n_ib.iµd,a!'le, ~ce_r• , "' "':'"n~e.s. ,. ... ,$~Q s~-q-~-ieJ QT-~ .,;,oç1~ i J\tl.~ªr a. ..,, t, ma .i+,L'.e'"'~~ .~ . ... ,. :· ~. . •i <_~ . · -:,-i .,1:-"· A~ ·~·--·~ .k~·i· ~•.. : .-.:{•·t -.. ~_ô··,• .. . "-+,~-,_ ~r J ~-~,_,,.,0..;. ªi"'~ f. , • ~ l J' t .. ., • alm~te. o l)~tà $.e niV'eloll, ~o ~.1,1!>~ . , . 1 .. , ,., . "1J)!Ç:a9JsQb a -elU~; ,-, eoMçlov , ~. . ª'l,lta~ ,qµ~ ,§.e · .c11.~m-, .t~.., ·•, _agn,1, ~@\! t': . 1. , ; . ·. , . .• • ·. çqopti.aúà A~'Y~ ~-.a, ,p.ag .) . 1 ' •'

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