Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
-----·----~---'----•.-------- --=-- FOLHA 00 NORTE - - - ·----- Domingo ... 16 de Maio de 1948 ~ - --- ---- -- ' 'P A / / . oemos I • De Joaquim Cardoso o,·RETOR PAUi.O MARANHÃO 1 _AªT_B rSU·PlEMENTO ~ITERATUR> 1 ORIENTAÇÃO • HAR.OLDO MARANHAC'J • COLABORAO.ORES :- Alva·ro LJt:1$, Alonso Ro– ~n;,1,. ,!\ltneld,a Fisch er . Alpbonsus d e Qulmaraem Fl,· lbÔ. Aqgusto Fredel'ico Schrn.ldt , Aurc llo 6uar4 u.e d t H-0landa. Benedito Nunes, Bruno de Men,éu s, Oarloa 0 1•ui;!1mood 110 M drade , Oa uby Cr u:i.. Cec111,a Me lreJts , .-.eu M-eh'a. Cl~o Bernardo Cyro ltu~ t\nJo1'. Ca rtos· b~duardo, Oanlei Coêlbo d t Sou8a. '!! t>anlo Men~es Gar Jbaldi Braslt Ha r oldo Maranhão J qâc, Conde. l~Vl' ffa!J de Moura Lí!dll Ivo José Llru< fl u Rêgo loâ.o Mendes. Marque$ Ret>elu Marlo Faus ti no, !'tfa • 11'ue1 Bandeira. (l,ta" Martins. ~ano Julieta Muruo )tendes, Orlando Bltar Otto M~r•a <J!U'l!IHlUJII.. Pa ulo Plintq ,,At>teu. R. d ti 80\1s.1 Mour11,, ~ oger oasttde. Ri• ::ianiar de Moura, R1 y Co11 tlnho. R \ly G u llli.ei ;m 'e Ba • a ta.. $er : lo MUll!'t Sulta113 t ,evv e Wll11on Martins ' º ' s NO V 0 .5 l CARLOS DRUMMOND DE ANDMDE. (Especial pu a a FOLHA DO NORTE neste Estado) .Este 1J. V t·l) . V /1"- ., u.t.~ l CKí:ilS as JJO§:;ias . de J o,a,quin, Carcl,QSo, escritas de 1925 a 1947. São quarenta e três, apenas. Jus- ein verSQ; a fala do povo in- ten~a único, que é o seu pr6- tifica-se, pois, o titulo de cor po1ou-se ~ li~~age1n eru;; prio, e CJ,Ue se con.funde con1 a "poeta b.lssexto", 9ue ao au- dita ela poesia. Tao BJ;asll) sua natureza e o seu entendi– tor con!er1u 'Manuel Bandei:- - e.-.clam'ava i:iosso poeta má- mento pessoal d:as coisas hú– ra, sab.i.do co1no bisSe);to é, es- ximo, precisàinente no ano dá manas. S!1nC;,l\lmenle, .o poeta de pro- graça <:te 1925. Mas esse e,r.ces- Esse tema sofrerá um sen1 duç,ão r aríssima. Já foge à so de Brasil _co1 1 ria ó r isco de número de variações, e e :irp.os – classiflcação, contudo, no que de_genetal' S1 ~ ,plesmente em to sob formas dife:,;entes pare– toca aos temas de sua neces- excesso de p1toresco, de tal cerá dive1·so tão diverso sidade, que l)áo são os t'ipicos m?dO o particUlal' se su~s~i- quanto os sucessivos objetos a do poeta- escasso: à. dor amo- tuia ao ~er~l na_ so!reg1,11dao que se apUque a visão poética r.osa (uma delas. particulari- d~s revoluc1onâr1os. m~1·cados do autor. Tais objetos, é sal>í– zada). e a vida cotTiqueh·a. Os am~a por uma tende~c1a pul- do, não interessam em si. se- teinas 'de - J oa.quirn Cardoso ver1zadora ao bun101·1smo não pelo fundo de valores são, antes. a próvíl'lcia e o es- poétic'çs jacentes que façam pirito. Jrlclinac\o li solldão pelas strbir à tona elos versos. ou co- A província aparece a Joa- ~:xi genci~s do \en1peramento, 1no ponto de refe1·enc:ia para qujm Cardoso, n.os idos de Joaqui1n Card0$0 foi, pürém, n medjtrtção poética que o au- 1925. revesticía daquela reali- n 1 odernista 1nais attséute do tor te11ta'l'á e, Jn!in<lavelmen– d.adé pitoresca. que se diria o que participante. Se tetletlu· te-, ernbora a sáiba sincopada, ún_ico elernen!o, na 1n1;1ssa das as inquie~ações de é11oca. ': <le :fugit,h1a, de$Cóilthn1a. evanes– co1sRs susc.etivel de interessar frt1:po, fê-Jo sem a pass1v1da- cente e. quase sem,pre il're<lu– a visão n1odernista, então vi- de que em outros poetas da- tiv.el ao vocábulo. Jean Hy– gente. Atva.rcngas do p.orto, quela íase. excluiria gualouer tier, por sinal. chama de pre– velhas ruas do Recife, suas reivindicacão do individuo. textos o que comumente elia– pon~es e e.dificios- públicos, Un1 a11arclho sevei·o d,e pudor, n1amos de temas: "O pretexto !r,'eJas de Olinda, ~huva de tín1ide7~ bom gosto e autoc~l- nada te1n de poético em si 1 n:verl10. n1angue. cajueii'os, tica salvou-o das denias1as nJesmo, mas ql,ialquer pretex– engenhos, gue1'ra holandesa, pról)rias de toao periodo a.e to 1Jode tornar-se poético se 0 - .aí está uin ·bom matéria] ron'ovaçõo li:téTâ1·ia. E perm1- -para se fabr-ica!·eh1 n1uitos tiu-lhe dedi()ap ,is coisas per- fizerm,os eapaz de trazer tima ~oema,s ao gosto ela época, de- nambucanas enfjm admitidas satisfaçjio do telna. · · Tudo, ,hbera,rl~mente na:cio;n/.\ljsta O no c!;:ul'.ilpo da ,p~sia uma ~~n- cm rigor, pode ser pretexto, e :1aturahsta. em reação à fria tem;p1açâo QU.i, não se dellcla- a ol'iginalidade de certos poe– imperso-nalidade dos parnasia- va na -su,perficie. buscal,i:Io pe- tas tem consisticlo metlos na nos helenizantes e mesmo à T1et1·á-las no seu significado nuança efetiva dos temas re– hr n!lla flamenga dos pôs-sim- ll\l no sett mistt§rio. As.sim•. a tomados, por ele~ do que ~a -bolistas. A no~s1a niodel"l'"st" • , d 1 ,. para s-ua llptidâo pal'1'1 descobrir ., ,, .. ,. p1n,ura as a varen,.,as · - nos obJetoi;. ba~ais ou :rru:os. Continuação d~ 1,t• pág.) "foi, e1n grau~e parte, u-ma das ou em movin1erito !),O ve- pretextos ainda ine~ploradQs". . ' poesia de região, tle municl- lho câ ;s do A polo, sob o sol t H tí · de 1 contracto o seu camjnho, a qt!eS, de tnélodrames b1lai:ants- lJ.iO e até de l)(YVOpdo, qu~ se das cinco ltoras qUe acen-:le Mas enquan ° Y ei· consl,. - s ua, n1aneita, o seu " esp-aco" et de futl/_éb:res v,audev:ill_ es, a•. .;. 1·buia a .... ,ssão de re.desco- Qtn farol no 2;hnborio da As- ra proprjru:nent~ tema~ . as - t d tõurs " '" •s1 ti dcl d grandes cU,recões d:;i afebvu!la- pr_goprio? Está claro que não, que se ci:01en ~ -uwen · 1 br.i,r o Brasn, c9nsiâerando-o sembléia Lel{t a · va, x;a e de profunda". como a aspna- dada a sua idade de quase a!ors qu,1ls ne v1vent ~ue ~.e antes encoberto do que reve- s tlcr um quadro meramente im- cão ao etei;no a séde de f:ra– adolescent~; e isto n1esmo ve- dema11quages et de clicb~s · lado pela tradição literária de f),essio11c1Jista. O poet;i sabe ternidade _ sentimentos esses riiicamos com a leitura da Devemos estimular por 1s~o, cunho europeu. Os non1es c!as de onr.c :vêm essc·s la('cbôcs: em número :relativamente 1 -es- .sua novela Sonata ao Lnal' e de tõdas as maneitas, nao 1 h (6,) . Contem,pliqnos nestas só a ativi-dade regular dos Vêm de longe, dos campos saqueados t.rito, é possivel , ta vez, e egar ,,. • , , u · T ~p'"' à concep"ão .de um só tea:n_a, ,;.l'ginas 11n1a i'magin<>,.so. vi- c1·iticos de pro.-1ssaô, ~as Onde é tenaz á. luta en.re o .uc:mem e a eL• ...,, ,, • "" ,.,.., 'd ,., ·t· • b · ide:nti!icado como a pessoa õnante, desordena-da, caótica, tambén\ a atív1 au.e cr1 rea Trazendo nos. <IJos negros. mesma do poeta, ou ·seja, a n1as ainda não uma 9b»a Jite- que tantos auto1·es desenvol- .Para ·~ çid~ae, , . própria visão :física e metafl~ 1·ária r-e~ul,ii-L"ente realizada . vem de vez ~m- quando em ~ ignota r iqueza que o irolo vencido abandona. , si.ca do nlando que cada poeti Egta novela do. sr. D 4 lton Tre- arü~.os 110s, suplementos, em O Jatcntc n1ínor das florestas ilcspedaçadas. Jev:a aonsigo. Ass~m no pcet,a visan de-ve ser considerada eon1.erências, e.'11 notas sõb1·e • • • • • • • • · · • • • _., t · · · 1· t· · d en v· 3: 0 · :,e·,;u·,·ru· 1· 0 ·, n':..g·r·.h·.s',' J';.g· a·n·c1· 0 ·, eanr~das deste livro, e flot.....amen e no U!J)1a ·experiência da su~ ,JU· 1V1'ós an- i-gos ou o mom - ,, .. .. .. v ~• .. .. • t U · ·t d t t· ·d d· E se=i'n· "'. o-hº th-"e·m e- e1 rv_as na' ,.....h prona=_ dai Jl "P.ta ou~ c,,e<:ou " s.-.r a,:,.a- v-e1rtude a-nsiosa de r~Jio.va- o. ma par e es a a 1v1 a e .. - ,. = -UliJ ~ · .,-.. • · ..- • t d - - é · t· lt - alguns volu,1nes A dor· da Terra, o ·cJainor das' ra1zes. V~$ ,2esses v1n e e . 0 1s anos. Ç.<10; uma coisa umu · uosa, apa1·ece em , Se é· _o próprio .espirito que o;f_ere- .amalucad<>, ainda informe. 0 -núlJlicados em 1947. Começe- - 1 . • b . e d t " "' êl 1 peque»as c;dades. brasileiras noftistas e -.su ~n.os_;_anui a s_ \l - ce a Joaau1n1 · ar qso si u_a- ~r. Datton Trevísa;p é. um eJt- mos o registo d! es 1~e o V,ron- " • · , d "d li ,.,. · · fant t ilPribÍ"' <la literatura, tejras estranhas . (8), a o sr. figuraram pela primeh:a vez terranea co~,~x1 a e, a o çoes de poesia com o seu ,. " · k n1·-~1·sa•nd·o .por 'detrãs da pitoresco eleD?,enta:r, A poes,l_a eiercíci.o cada. ';_ez mai1_s -~ - cliJ'a aventura de espírito éon- Cárlos Bi.lrlaniaqu1 Kop e, v, C t · · t b ,.,, ~ · · · prov 1•,--,1 ·a sua real.ii: fa:-ie, •hu- de ardoso,. e:'t_ remamen. e Cl• sem araçado soure o ~1p1v~i:so tem:pla=o.s com a .m. aior slm- . tão ben1 d'.ot:i;do pa;"a o ~xer-,:. "~ . ,.. " '" • . . . .,,. . , , .. ...,. · · d · · l't á · =a- a, . s""".·s parfii.cúla.,rida<'es. víli:ia'da é doeu àt>s mais se-- d.a$ :fo1·mas. ,,.. e11t"' -poes1~, ,i, P atia, a.!!U<>rd.ando nue o>}a V"'• CJCi.o. a- cr1t~ca I ei: ria $0" .., " ,.,.., , ·~ ,. l'.' ' , • d l..J. ' >·t··' ..... ~ '" ,. ·, " " · · , lí• •s.tó 1 ·r·ca~, sua econom1a e seu ereto.. 1nurmur1os a a 1,,a- m~u ver, se conscl •= me,.,_,,. nJ1a a ter, com o teri:t•)ô, o .re- b:retudo nos dom!n1os da poe- " " E' ~- b · 1 ·· t· d d ,.. • · · 1 pa•" -s, Joaq"1·m Ca:r-{loso c!on- nordestina. . ...m em, e a, das coisas poe 1za .as o que su,ltaào positivo das obras li- s1a. Se tivesse, por exex:np o, ~,.., ~ , t .. , 1 · ·· • • ôt.i • t· · d d t · 1m · t segu· e oferecer-nos panor_·amas 'flamula discre a , ' a-n1ma da -propr1a ca poe .1za ora terárias devid"mente acabá- que es acar esoec1a en e · e d' A · - d. , .. d" t 1· · a·o me.s1no t""',pô precisos , e ligeira". <l'e ar q.s9. <;iV,e se re a,zem ,.,_"'." na cpn_ce.nrã. o .e__.na. f,"r,mà. um dos- ensaios o:s e 1vro .,,.,, , , D .,.M.,, 1 · ? s- ,...., ,,,, " , · J """str·tt"s ·v,·· "Ões tl'é um àlto - - a,1... -a a:s colsas • ao; l:â o sr. Au_neíd., F •s.chcr rea. !ie'riá "P oetiéa e' pslcõpãto õ- "" .. v , " . . • - - d. 1 . · "" ' · · · t · ., ·po·. d. e:r ·p1a·st1·co, na· o obstante E aqui, por :um es 1sar es• liz.a os Séus prib'.1-elros_ exerct- 1{1a de Augus o dõs Anios . · d 'd•· h F' · ., · • · M ·t b' · f d puras ,,. 1· 50-es, ~. ' :iar.l.o do poe- po'.ll,taneo e 1 e1as, c egamos · 1guras uo ven~6 tios literários, com. os ·contos Ul .o em in orma o, para v .. ~ "'" • • • ..:r • • 1 t · ,.,. , c1· • ba r. ta por n 1 eio de palavras; ao seguhuO e pnnc~pa ema ,... os .t.res ~v~oe <le Uo'riz9ntei nott1rno,s, deci- as exposições, e stán.t e. agü~ de J eaqúim Cardoso, ou, se Sã:o finos ea.belos, d.indo-se pelos padrõés -con- do,. par<\ as interpretações, o at entarmos bem. a:o seu ·tenra Na l uz. Movimtnt o. sagrados tracU ~iona.ln :ieµte (7). sr. Alcântara Silveira ófere- ,! ! ~l;imor desta. hora noturna exclusiv'o: 0 Espírito. .De :fato, ne pur~s mirag,éns. Lê-se' co,w. agrado os sC)ls ce-nos como qtl.~ u1n retrato · "e -m_ .._.,.. ·ca.. pode -.di,zer-se. 4~ qualquer _Im:tgens . módelos contos de _principi:ntté, que -en1 m iniatura ela literatura L .,..,. v'.e-"ade'~o·' =.·.ta que a· . vida De f o..-as.' va.zi.as· , • ' · · ,_ " G t ' ·11 F Ve•o-t... mor to, mntilado, "·' .... .,_,.. •-, nao sé caracter.,1,zám pe...s ,.rancesa en1 en e - a s:anl,!a " " . inwira ele desenvolverá um São asà.« difusàs. im;previs.tos ou: ino:vações, e f9), Autores antigos ·e moder- i!;'l'ande do seu autor, aplicando-se nos, poetas e prosajiores 'da Prega<'!!> à, Cl'Jl7, das novas ?-ve– termos pollticos à literatura, .Frania. são por êle_ comenta'- [m d as. será .razoãYel dizer~sé que dos em algtJ.ns asp_ectos carac- E a.<; mãos longas e verdes IMPORTANCIA DQ FOLCLORE p;refe1•e a O!,'dem à. revolui;i,i.o. teristicos, étesde que o ta:ina- Da. madr ugada. ' P oderá cllegar, qttem s.ibe 7, Ilho das crô'nicás não pern:ú- Te acar iciam. (Conclusão da ult. página) ao .mesmo· destino cf9 sr. Dal- tjá âesenvolvimentos mais ton Tr,evisah a.través de ca- eóm,'l)letos. F..inbora disc2rde minhos opostos. de algu-ns çtos $~tis pontos .de Quanto a livros de crftica. vista, ácol'.,se}hari!) a leitura de autores -n.ovos, publicad9s clêste volu.'Yle, como .guia. ou no ano passado, p1e!iro ántes jniéíai;ã.o, ao:, rapazes que se fazei: o ,:egist'.o de alguns aê- deslun_1b1:a-ram COJ,n a litera- . les ?º que qualificá-los;" assi- fura de lingua ingl-,sa ao nalanào .desde logo, porém, :r,>onto de n'adp saberem nem !\'.lle m·e p<1re.cem t~o im,por- · d;a lmgua nem dá literatu:ra tantes e s!gni1).çativos, ·para o íràncei;a. Excele.ntç él!lsaio, movimento . Ut~tá:r-i'o, _quanto apr~sentando úma t ese com os . ' livros- tj.e' ve;rsos e · »rosa pro-nl!iedatte e boa arg'umen– de ficção ,dos f.!CUS companhei- ta!)ão, é O :tusitanismo tle Eça ~ Ainda :é com'Ullll oum-se de Q~ejrôs (10) '<lo sr. Cas– diz~r que a critica não apre- siauo Nunes. jovem crítico senta originalidade ou poder d.os mais vali0$os da sua ge– criador porquê vive qe outros ,-ação e que está no momento g.ênero.'3. Esta tolice. porém, em estud<1s universitários nos l)lunca é proferida por pessôas J<ls.tados 'Unidos da América. ~1:l~ conhçc,em a literatui:a e Q seu ensaio sobre Eça de sábem a que a críti~a re:pre- Queirós, embora um pouco s.enta de):lfi'.o dela, Reprêse.nta polêmico, dei;envolve-se cmn exatamente o mesmo P!!Pel §eguran-ça atê alcançar o on~ que têm os poetas e :roman- jetivo da -tese em -que,stão. No cistas .dentr-0 da natweza. Ce;n:á, com bom gõsto· e sen– Aliás, os pi·econccltos éontra sibilidade, o sr. Aluizio Me– a crítica como genei:o origi- cleíros ded.i.coü-se à critica dos nal ou criador pa1·tem geral- livros de eada .dia, tendo pu– mente, eo;mo acentua Pau.J blicado no v()lume O.-ítiea · So1ta'ay, de .rotores "de vers (11) a prim~ra série de seus mirli,ton, de romans s-oporili- (Conclue na 3.a pãg!.ga,) . UMA- FONTE DA FILOSOFIA DE MACHADO DE ASSIS A passagel;)'l_ do -temi!)o .ªº longo da _po,es:ia . df- ~o~qu1m Caxdoso não o ehfa_s~a dessa província assim lincame1:te i,nterprêtada. Pelo contrário. O poeta rnaduro eons_erva-se :fiel às j magei1s que o 1m;p:res– sioll'aram ainda jovem, mas com essa fidelidade de ama.n– te inventivo qúe ' :renov~, p~la aplicação e P,el~ e-x,pex1eru;1a'. as gráças do ,ob)eto ai:nado: As sin1, os aspectos de d~ter.m1na– da r''.la ou engenho à1ssolvem– se na impressão sim,plií1cado– ra de toda uma região cuja essencia o poeta; já agora, re– duz ou evoca nos term.os mais ~erais: • . S'obre o capr:in ()rvalbado Por baixo das mangabeiras Há rastros de luz macia; ra~ões, que em tôdas as ma– nifestações da vida huma– na, hã sempre 11m,a afeição pi;1pula:r: e tradicioNáT, que se tornou anônima, via de re– gra a mais ínti.ma e a mais ·:l)r,ofunda. Alnda aqui se im– pue a citação de Saintyves: "A literatura p-0pular, a ar te– pppula1·,. os entusiasmos e as -r-evoltas do povo, ~s fe.sta.s, as alegri~, as glórias popula– res, as gu~rras: os sofrimen– tos e as lágrimas (lo povo, as p é:regrlnações, as cren;ças e as aspirações reUgiosas qa mul– tidão não apenas são ele..>ríen– tQs essenciais da histói:ia da ,Pá.tria, ,n\<lS neri:nanecem a :miúde, os mais gel)erosos"·. Como a imaginação e o sen– timento não raramente su– Por aqui passaJ'l!,m lna.s, Pou.saram aves bravias. .... ~- ••........ .. •• ·peram a razãer na interpreta- ção dos fatos e na problemá– tícl't da vida, não admira que o folclore possa depàra.r so– luções á pontos obsc~os qa • ...•...... ~· ...... .. Asa e tlõr do azul profnndo, Primw.iia do mar alto, Vela branca predileta: Na transi,arentlia. do dia Eis a flamula disereia. :ts a lamina. ligeira hist&ia, q~ seja· capaz de \ eomunicar maior clareza a 1 • esP,eculações . profundas. Daí o alcáriée iJue tem, no campo teorético cemo m aplicado. dêsses valores concorreria pa– ra 'infundir no artíílúe o sen– timento·da noQreza imemorial 'dàt ,sua profissio. Dessa atit u– de forç.osamente derivaria o constr utivo orgulho profissio– nal, traduzido na ânsia de perfeição, e no J?razer da o:. brà bem acabada. Ora, ine– gáyelmente; andamos bem precisados dessa transfusão de hu.maniimio na t~cnica. O que se v.ê são as tarefas ma– terializr,rem-se no atamanca– mento ou na unifornndaàe da fabricação em série, em ile– tiimeilto do que há de huma– no no autor do 't;rabalho,. que se torna e.ada vez .mais des-– ·tít-gido de gr,andeea. Depois; êsse modo de encarar a orl- . . .. gem comum das profissões, que têm no bom acltbamen– to a sua igual grandeza, re– dunda em vínculo aproxima– tivó e unificador das camadas sociais _que desentendimentos distanciam. Tal o folclore. AÍta ciêrtcla . ' ·como as outras, aspira .ao co- São vôos imensos Perdidos no 4::spaço Poir .noites e dias. Essa Ol'.dulação ua•eprimivel;. esse esvo-1çax do vento pt4o livro a fora, esses "caval.os li– g~iros" cuja estrutura é ct.>ns- . tituiâa de esptu:na oceanica,, ess&s ••n~vens em toi·velinho"• o incessantj?- compo1·-se e . des– compol'-se de um n1undo maii:,, contemplado d.o ,que v:i,.vido - não assinalan1 o ca1·at~r de– "coisa .mental" da poesia 'de Joaquim Cardoso; Que re.pa ::a desd11 logo no fugitivo das ú– gu;as e nelas se compraz en'l estabelec.er outi·o jogo alé,m do jogo natw:al que lbes é; próprio - um jogo <lo poet-a con, o mundo, 011 (lo 11oeta consil!o mesmo. aitav{s d.<> n1undo 1 Inteleatuali$1no, e QQL' ('l!rto não jsento de sensualícl:,pe co– mo de resto no caso hoje rlús– sico do poeta de Cba.rmes - a quem Card<>so se lrga por mais- de un,a afinidade - que i ma:gina o despertai· do p<Jeta. logo .solicitado pelas maitre!i• ses de l'ã..ine, itlées, - eourti– sanes par ennui, tecedeiras de- 11ma trama fr;tgU, e que .ele "lQi rompendo: mt. vais eher– chant - <la.ns ma forê.t seµ– suelle - les oracles de m~ll' chant. • Comi;>al'tll, combino, arrisco, Pa~a;ens J.>l'Ol)tfro a e1,1110 Sol>re o -,.rofundo intet:vaio, Que vai de mlm a mim ,~e,;- f mo~ As eoisa."J'· se estão reunindo Por detrás da r ealidad e~ Serão 'muita vez coisas..('(r~~ maticas. e a mesma pro~1nc1a é dramática,. oi.: noni~s dtl;tos dos fug:u:es da wtanc1a, º1:1- da familia ou do ~po, ainda que consider~dos n1tclctb~al• mente, no seu ,ralor e!!t~t1c.o, podem gotej:;ir tristeza: Camarupinl, Mam.angua:p!:;, Persinnnga, I'ímpa,ma, Serinhaem. JabQat;io.. Oruzàndo b~rras de rios Me ·pêrElí na.. solidão. E a realidade social é a de que estamos part,icípan~o co~ mo atores ou vitimás, v poet~ incrusi'l?e, que a reOete, e r;e e que não a júlgà, ero "O solda– do" ou "Os a·njos da Paz" -– po,ei:na.s d_?S _ IJ:i~iorl:s ~e_nossa póêsi-a atúal, sontrib:uçao co– rajosa de um poeta a supera• cão ·das côres .do seu temtio, Mas ainda aqui são as soll;l.– ções do espírito quê ' se ajus– ta~ ~s soluções eni o,ttyas <l<J i-nd1V1dUO ou da .. mulbiflao. _.\t~ mesmo -óara ufu ,ppeta "puro" a injustiça e a crueldade não p9dem . lavrar m,,,pun!"n;ren:e sobre a terra. E os mitos QO poeta 'jaroais ~e1·ão mitos san– g:i:enJo;;. . Assinale-se apenas como -a 1nspiração de tundo sócial encQnti;a aq1.1i 'l!.n1a e~"" pressão estéti~a, isenta ae, qualquer ganga, d~ tal .xn~oda. a •pO'esia <'(e .J'oaqu1m., Cflrno.so•J ê f.i,el a s~ mesn1a ainda. fl:)an- · do mergulh:ê!é!a em angusba, ' Entre "Poesia em bomena– gem a 'Isidoro Ducasse'' e "Ji'i- , ~tiras do vento" há .Jl-?1 in.ter-; v~lo de sete anos (1938.-1:915'~. qµ,e assinala um ap~ell,fe d,;– sinteresse de J'oaqu1tn Ca1·do- . .. • - . J. s_o pela exterloriiaçao pqe1n..- , lica. Na verãad.e, esse ·tempo não terâ sido de ariaez, mas . de apro:fundamentp, a:valiavell peJo requinte forma} dos po~– mas que se lhe se.gurrall). -:- o de wna·tão enganaeb:ra snn– J.licidade, nps ~ens balanços ritinicos tri:-d icionais. o tempo enfim cristaliza Em ·dimensão lll!,tural;. )Vfas h:i, itemonios· 9-ue arpeja.~ Na. ..a.-esta do sett crista-1. 7 ., ' E pol demonios entendam:-{ ,{Conclusão dfl 1.á página) iutul'o. 1.IJ :Ãs 4>0r serem pas- ismo, mas epicurll!lno. mio ê. Ca:l!ános, ai1~ 111ão eram Cl'}S• O "êântico do '4t~O sjlvestre" i;ã&s: , Leàpa:rdt consolava-se ensinoµ ao· l)oeta, despertan. :com. a ",moxte ,eterna" ("a ,do-o· -do- sono das •~i:mag~11s Jnatétla liberta ~ra sempre vãs", a ~i:r o ,-seu fado «a alJtnf e.'ttinta , fiiz o nosso O outro, . quando o galo da :poeta), e o• outro com o pen- madrug.ada o despei,tõu, da ,a– tamento ~ · ,não ter traMmi.: "com ânimo forte e sereno"·, 1l.4,o '4a µemúma criatura o , gont!a. ~e dize~ "A vida é legado da noosa misér.a". E- boa". Então. não b~do .:)orlando a lã dos carne.iros,,. Ferindo os ramos cloundos; 'Chama intrépida e. min.,."1Wlk Nos áres mara11i1hados. Nem lhe :falt~ caráter nor– mativo. E• ver o seu dina– mi-smo social. Tem cada p:ro– :ffssão as suas partieularida. des,. externad~s na lb1gua es– -pecia.l ·e, áínda. máls vivamen- nhecimento de .cada povo, da humanidade, do hórnem. Aj-u,. da a compreender -a beleza·da arte, se11Ve de motivo ao pa– triotismo. à f:ratemidade, à tolérâncià, ,:pode auxiliar a humanidade no esfôrço para aiean~r a paz en~e. rut , po– vos. Fot mui~ peJ+Sadamen– te que o .rnstitutQ -B.ra.slleiro de Educação e Cultura, filíado à UNESCO, ineluiu entrS¼ os seus organismos a Comissão Nacional de Folclore, que se :ramifica e-:m nroieções esta– dúai~., _,,, = -- ···- se os :poderes do poetà, cadá' dia mais precisos ã :força de; se concentrarem - e ee mni◄[ tarem. <iualquer louvor ao ca"'i rater estitamente poétjco !'.fOSj últi.'Xl.OS versps de Joaqujmi, Cai·doso seria infant.jl ;_ eles, são a poesia "quase", tal co- . mo qualqu~r de nós, ofi--j'i eia.is do mesmo ofício, amado;. ! - res- ou leitores, desejaria fa·zê• l la. São, em certos trechos. a j -concreção do inefavel. Esllu" , mas do mar, sim; mas ac»smo? "Ep~urislll:o" é ego- xnais Muro. é boa. · ·- ''Paisagem, · fl)1'ofundàm-en– te~; els o Nordeste, ~se ii'– .reconhecivel pela transf'orma– tâo artística, de Joaquim Car~ d~. UmNord~ que conci– lia o tão apregoado e tão risi– ~ __a_n_:ta_g_o_n_isi_m_o .esté~o en_!re te,. em cos.t.tltllés, ~áglqs, cr~nças, cat;i.ções e sUper~.,:– ç-ões. Adverte Sa.intyves qué os ofícios podiam e deviam possuir os arquívoit dessas tradições. Consideremos a~ora a que ponto a contempl~ção Nesse .fo~o ~.eriJe D.e cinza táó branca ~ae s e ápure um mel De brilho sem par. · O mel está aJ;>urado. Joo::-1 quim Cardoso compl.etou cin– quenta anos, bôa idade ·]Jara :poe-t,as., · ,, ··
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0