Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
• ..,. ,a-Il - r-•-a-• ■ 1- D -•- ■ 1••-D- f"'t~ • -- .__--------r------ -, ------------------------------------- • todas as li!eraturas, se baseJa Reg .i;.L l'~ u:1w S.:), no .rim do ano de 1947. três acontecL mentos importantes no setor ..Shakespeare", selor penina– n-ente da vida inglesa: a mor– te d? Granvilbe-Barkei:; a con– t inuação da "New Edition" p elo professor Do,,er Wilsan; é o livro iconoclasta de Wil– liam Bl' ;,~: ·'The Re-el Sha– kespi:r, rc>". A morte de Harley Gran. v i Ue Barll:er mal foi noticia– da e muito menos com~nlada r.o estrangeiro. Talvez tr-nham ilido a observação dolorosa de Sh,iw: "Nunca, pensei sobre– viver a êle!" Com efeito. er11m velhos amigos. Granville– B or:ker che'gara a eliCt-ever algu,nas co111édlas socíais à D o-mingo, 25 de Abril de 1948 PARA..BELÊM • Shakespeare Essencial imanei1·a d~ Shaw. das nlelho- mo setor permanente da vida res c;lo teatro inglês moderno. inglesa, sujeito às albas e bai.. Ma." era principalmente ator, xas da vida. Oferece o exem- 11:epresen tando em peças de plo mo.is impressionante daS S~al;lr sp~are, encenando-as. modificações às quais sub· cr1a11do enfim um nov.D esti- me-bimos as obras de arte. só !lo àe " mise.en -scéne" sbakes- atJa.rentemente cristalizadas, :i:,~riana. E tãG sólidos sãn os para "pos!ltrirmos o que her– :fundàmentos literários e his- damos" (Goethe). O proble_ tqricos da arte dêsse ctJretor ma é de importância mui,to ,:pernetuada nos seus ' 'Prera: além da Psfera da literatura: ces'' para nove peças dt' Sba- diz r esoeito às nossas rela– k ei.peare oue a Univers idade cões toda$ com a berànça do dp Cambridl!e lbe confiou a passado. Oulro exemplo l'I~· .e·d i ç ão d-0 indispensável r,Jücativ.o sería o da maneira ••ccn1panion to Shakespeare de tocar a; obras de Bach: 6 tudies''. Sill'precndent.c car. com fidelidade filológica. as– r eira universitária de um ator! sim como o mestrll · as tmal!.i... O pt·of. Dover Wilson autor nllra. çi.u· então "fals!fi_cRndo– ~o "Essencial Shakespeare". as" conforme· as nece~sid~des e . por sua vez. d a can<'ira.. d ,1s nossos salas de concerto. Sµa Nova Edição ~ um mo- "damara" ou "Sala''. eis o 11;1ryienl-0 de erudição, reposi· pro'b!~IJ'Ía de Bach: "Livro" t ,0.r10 Imenso da shakespeario- ou "Palco" . eis o problema de ik>l!ia moderua.. d.os esl1,Jdos Shake51>eare. OTI'O MARIA CARPEAUX (Copyright E. S. 1 . - Exclusividade para a FOLHA DO NORTE, neste Estado) . passada. Comegaram as ten– tati·vas de -:reconstituir a personalidad-e de Shakespea– re dentro do seu tempo e E!S– paço, às despensas. diria Bliss, do bom-seruio. O método do– minante na crítica do século foi o psicológico, o de Sainte· Beuve. Mas jã se alttdiu ao fato de que o~ nossos conhe. cimentos da vida de Shakes– p,:are ficam lrrenlediavel– mente r eduzidíssimos; não é port anto possível explicar a obra pela vlda. Dai se 1nver· teu .o processo in~erpretando– se a vida p ela 'obra. Usaram– se supostas alusões autobio_ gráficas para a reconstituição de uma biografia mais ou me– nos fantasiosa; eis o m.o– tivo, a1iãs, da preferência dada às obra.s evidentemente pessoais como "Hamlet" e "Romeo and Juliet.,. Os re– sultados desse trabalho - as b iografias de Dowden, Bran· des e tantas outras - já fo. UM DE POEM.H RILKE • • • NUM. 76 E Real n es!!C modo d() e nearar os en– rêdos e car11cteres como es· truluras de existência autô– noma. Mas o méiodo excEdeu todas as medidas. Publica. · ram-se estudos sõbi;-e 111 qttantidades de vinho que Galslaíf consum.ira, e sobre o número de f ilho!! de Lady MacbeLh; Hamlet podia cal ma.mente ser considerado co– mo o príncipe mais "atual" dr, século XOC. No palco, essn manla criou o.~ grandes "star""• alore5' de êxitos sen– sacionais, villjando de cidade para cidade. r eincarnand-o Hamlet, Lear e Othelo. Des– dêmona e Juliel: em tôrno de– les. os diretore?; reuniram no ram destruidas pela ressurrei. palco o esplendor da .Renas– ção do bom-sen.so . Mas êste cença. como se Shakespeare revelou-se importante q_uanto não tivesse sido contempo. a outro "resUltado": de que râneo da arte barroca. Os ebras tão extraordinárias não 1nagníticos at-tificios da "n1i- se poderiam atribuir a um se-en_scéne" de Reinhardt cor– ator medíocre de poucas le. respondem a êsse nstado de tras. Foi uma americana ma- shakespeaciologia. F ol qu11n_ Juca. Miss Delia Bacon acre- do aqueles dilet:intes come– ditando•,.e descendente do fa_ çaram a substituir Bacon, mG$O íilósofo. que inventou como "verdadeiro" autor. por a teoria detestável do baco- êste ou aquele aristocrlta da nlsmD. Durante anos a fio, a Renascença inglesa. Em c" r– pobre mulher rodeou a' Tri- tas revistas írance!-a.s ainda nity Church em Strntíord na se encontram "d-eiscobE>rtns" qual Shakespeare fica sepul. dessa espécie; tampouco se tado: a Inscrição do túmulo duvida, n.o estrangeiro. d3 amakU_çoa a quem '.'.pftrtur- cer~za de qu~ "Rsm4-~" é a bar o sossêgo dêsses ossos" e obra principal d~ Shak-,oea· ninguém se atreveu . a satis.. re. Nasceu aquela _ipolalria lazer o d esejo da louca de que é o maior obstãéulo da ~bril.' a sepul tura . E até hoje compreensão. o -espí:rito de Miss Bicon con- Nessa atmosfera de inc.en – ünu11 a perturoar o sono de so não deixaram de iaur1ibi– a.lguos -aniLshakes_pearia.nos ender as prlmeiras m'lnifesta- obstinados. ções d<? cr!tica d issidet1 te. · _ Os estudiosos sérios nunca Jµcher . - pro-p3,gandista de lb· sobre o palco elisabetíano Willian, · Bliss defende CO– sõbre a versificação e as ima~ r ajo.sàrriente a atitudé, l\.o– ,r~nr,_ ~o dramaturgo, sobr.,e a jp desprezada., d os críti- 1t1;~tor1-a da v~da . e do te-xto. coi: • inl!lia..s'~s ~ . sé eu l o 1 A,t o leitor e.stran~eiro tam- ~m. Este~ a-0nut1a.m. fran– b~m encontrará surprP.SaS: ao camente. - q'ue sóºº'! se v,ol. ~do dos :11esultados de uma • ta a ad:m~U1· - que nao ?be-– técn!~.a ._ Inteiramen te nova _ ~os _Qaase nada _da p~oa e d as mvestjgacões umas- di· vida de. Sj:takespeare: dai dt'- perciera1n tempo com aguilo . sen.. e Shaw. atacando o tea. A êles não ímoorta o Sha· tro elisabeliano, pretendeu :kesnea.re qur, ílca sepÜltado revefa.r;a.falta de renlisn10 e1n SimJ tu és o futuro, a grande aurora lla .Trinity Chur.~ e sfm .. o S.hakes~re: T. s. Eliot. -par- - , Shak~peare que vive na sua ti.ndo de • copcl!itos classicjs. que ~em dos planos da eternidade, · _ obra'.' n•quela célebre edição · tas• .foL o _primeiro qu"! custou O t d · al · · tin cL t m:po em f6!1o dê 1623 que é. depois CAnsit er;tr "Hamlet" como c~sõês fantá.stica·s sobre · sís~iram da tentação de av:!!n- Can O ~ g Onovo nas. ip.a, as_ O e • da B íbUa. ~ o livr-0 mal:1 ' pre- • obr.a _irop~rfe,ita. Foram. ai,)~ E's a de faces rosàdas, juventude. cioso· da Humanidad~ ~chlt:- ~ sar dos erçagêtOS. as primti- supoatos colaboradores de · t1E"BF. pfof:utJ<fa s int,erpre1~– S,he~espeare. l!eclarações ar- coes -p~jçol6glcas. O _célebre bitrarias d e qUe isfo ou aqui. dl', Samuel Johnson u sou como Lo "não pode ser de Shakes- ún ico instrumento crftj.co seu pea1~". c!Qa obra fica dimi· ,;enso de inglês; no entanto-, b.uida. justamente porque O -0bserva Bliss, dizia as me– autor fica i.dolaµ-ado. Maior lhores ooisas, as mak defini· surpresa. será, porém, o es - tivas. que já se dh•seram so– auisilo livro de Bliss, ooon. bre .Sbakesoeare. Mas o tem_ do Do "Shaki!speare essencial• po do dr. J ohnson também ê b "Shakespeare real". A lr- o temDo da!I famosas "adap– ll"eVe).'ência de Bliss oonlt'a o~ taç_õ.es': de Shakespeare ~ara ~r.uditos (os verd~deiros -e o., ó palco, def-órl)'lãlldo-se .á!í ti~- 1,.also&) pai.:ece atingir o pró- ças de mane"'U'a escandalosa; • - .. .,.,. - - • gel. Coferq:ige· e' H1.1zlitt:-'° os • ràs reacões . do- ''boxp-sel'l.$1)" O viajor, à morte, a maternal. ,-.~ maiorês shakesoear16logos do ressusc.ltado. A _F6llo de 16_2;! Tu és a forma viva, mutável, que do destino veio sózinha . , Forma inefável, nunca aflita p~rque nunca descrita, floresta virgem. ,. !1>rto Shakespeare: e o leitor não se pensava. em interpre_ Tu és o fundo es$encial das coisas.. e.trangeiro, acostumado a ~ ta~ o dramaturgo ~ sim em ~ ~!11ª temperatura de adora- C!l!l'Q~ar ,qs especLadores. Um on.de emudece O último som. lf:30 calorosa e sempre íl{U•1. Shake,5peare mais vivo do Mas que se mostra sempre outro·. icrecebe uma ducha tri:t, fican. que sbakesoearlano. do nei•plexo. • ' - . '., ,A , coosclêncià }u!;tórl<',a_ do terra navegante navi·o parad() l •."Clássi~" - lndiscutidos se- jJêculo XIX. a partir elo r<i- ' · • . l'1~tn mnrtos. ·-o "c1á~lco~ ma.f\lismo já zwo suportav:1 ·· (T. radu·ç 8 .. 0 de ,..,. .,.,.u...,. CAV.,.CANTI) Sha:\!:es~re, não _é felizmen• es,ses maua tratos· tnfligid'cw -.PU'U' !:::.. - AJ.a te uma estálua: contlnlta col, ao maior poetca de uma época - • • ,;. •, • • • • • • • ' . • • • • • • • , romantir,mo, iniciaram aque_ seria a Bíblia. mas não um -le tr3balho da fnterpr.Ptacá<> dogma imutável. Tornou-se literária gue c'begQJ} em Blaa· precfso destnlir o 1ctolo Sh•· Iey, um século tr.alS tarde, ao kesoeare :i,,ara reoonslrufr o cume e fim. As peças foratn Shakespeare essencial, ó ShL consider.adas como constru- kespeo.r,e reDL ~õei autônomas, cr l:a<-,ões an- A reconstltuicão do "Sha– w d a J')r-ópl'i.a vida. do k l'!Spe&re essencial" é • obra que d e um indivíduo. Anali- da n()Vo& sbakespeaTiOlo~ia . saram..se os l'nl"êdos como sé baseada nos estudo.s &nrdems tô.1sP.m episódios da hlsl6ria de E. K. Chambet·s sobre o Ôll Rena!I09tl~-., " enchendo-se p alco da época ~abetjana. as l acunas" que o pqeta dei- sobre as c.onve-nções que do– xora. An alisaram-se os ca- minavam o teatro da ~poca. ra.ctere..<1 de Sbatae,speare co• Eis • lugar d0'9 trabtlbos. de mo ~ fôsse pe!III09,B d e carne valor notável. de Dover Wil· e ew-0s. eserevendo-se-l}:les son e companheiroi.. A luz 3S biografl.811. Pode-se a. .f.ir · dêsse5 trabalhos Shakts~o.r.– m~r qU& toda a ctí.tica histõ. revelo\l..,l;e como drama turgo rica do ~culo .XIX~ gue deu · esse.nctnl~\ente -t>arl'()oo: drú result,ad~ tão m~gnificQ!J em (Cobtinua na 3.ª PagJ - • • • • ;t\ ,situlf.ç!io da po~_i<l . até bem pouco temPo, wdia-se a:lir.. ,.. · PRIMEIRA NOTIClA SOBRE ·A POESI~ cn•r com 1.oda segurançit., era estrl tament & revolueillllir ia. r · DE M•·.,IO FAUS'l'T'U',o • • _ si.a. A lu~ contra a intiga veralfic.a,~o. repúdio da metdfica~o e coodenaião dà rima, foram men03 atit~ a.ssumid~ c:-m definitivo pe.1QI poet.a11, do que uma r eação momentânea neoessár.i,a 605 obstáclllos-conve.nções, USos consagrados, filí.. bltos que i m~iam 1ll.lla t radução ftel do nosso univetso po!!.• tico. A ver.sificáção anti:ga ha.v.ie . sido criada, l)õr um homl!'l)J ~ esco~ poéttcas que fotãm surgindo, do Roma-ntú,mo e.os A.o. · .., "~- • l\~s di as, Jlllm:\ sucessão cada ve-z mais rápida não çtenun.. dtvam-serrao um moylmento r evoJucionário que se ~perava. na ~sfer;a da, ~sia e que. procuray. afastá-la .de 1l11l .pas8&$IO ~orto pa~ ~ns~a..la v1v~ e orientá-la para novos e dife– F. Paulo Mendes . . (ESPECIAL PARA. A FOLHA DO NORTE, ne-s~ Estado) r ~ntes _ca.m1n~os; FacU, relatlvaµ1ent-& fácil, er.a paa. o critic.o e &-paço de tempo em que se libertou do convenctonalismo da.t ~ !nár10 t>rectsar a naturMa qeese:i _movimen~ e d es~obrir, fórmulas ab!;oletas e inut~. nu.tn :m{>vimento ele, exl.r-ema Ii– ll!O obstante o _aparente oontradlt9r10 das .escolas. as mten• _herdade e pseudo anarquismo, pa!i~, então, a ordenar as suas icoee desaa ~esia q ue a,p8!eela aos _olhos espantados e 1ndi~• conquistas, a disclplin&r..se e a estabelecer os seus princfpios wiados d_os leigos men<>!J avisados e nao prepa:rad?s para recebê. tormais. ÀqUela. poesia revolucionária de que .a.inda nota• la, il6g_tca e desco~certante, absur~a e fflâ!qu1ca, u.uma pa• . mos a presença, parece suceder, pelo que nos é dad.o apre• la~, mcomp~eens1yel ou, como amda mwtos a jl1Jgaram e ciar e apreender, uma. poesia que se despe dos seus pa.racte_ la Julgam, ~t1-poét1ca. , . . res rev.olucionáribs para ingressar numa él)Oca de equilíbr io O !lue se trat-ava_ sem ,duvi da. era da _p rocura ~ . um.a e de consolid3ção da.s conquistas realizadas, demonstrando tnO'lla linguagem, do aproveitamento de temas antige.me 'll~ preocupações d-e ordem e de medida. Em outras palavras. a ~elegados o.u desçonheoidos, e d e um.forte de.,prezo e &ban _ ~sla começa a orienta,r-se para . aquilo que -011 hlst6ria d~ !d<tºº absol_!ltQ. dos ass~ntos, \'.OC~bularios e to~~s t>oétlcar, . c,riações a.rtfsticas chatna-se de um t>Uíodo c1é9!4ll0. Orien– idé ?}-1trora. 1;!~ ro':11âr\Ucos aos surroo:Ustas abrll'am-;lfe no,ras ta-se: sim, pa.Tá uin clàsslcismo., porém tomemos aqui a pala– ~~1oes à J)Olesia. Enrl9-uecei::am-n-a com nova maté1!a, pac;sl- vra clássico em seu slgnil!Càdo histórico-cultural, isto é de lbi!t~ram-na d& uma mteru:,1va e profunda .exploraçao da at. fase histórica que ~ caracteriza Por um sadio equtlíbr ia 'da.S 111\a. b~ana e das eollSS;S e !izer•m;.na, por f';JD 1 um 1ns~en- forças sociais e espirituais e por um ideal de or dem e de har. to P3l'ticula.r. de ~becunen~. um. $1~~ 4!Special, permitindo. monia. que se reviela por uma. plenitude d& ação criadora ~~tum destino intelectual tao ªtt!:bicio~ 9-ue toda Uffip .cor• Não nru referimos de maneira algum., ao conceito pa.rtlcu.Ia; e e.tua! do _pensamento, ~ EXJstenc1~bsmo, pretende ver do clãssico, como, por -exemplo quando empregamoo e, pala- 11ª poesia a ma1s J?lJ!& expressá~, ~-a atlv1~~de fllosofica e ~ os vra pa.ra designar os ideais qÜe domina-tam as letras as ,~eta~ pelas d~cr~çoe~ de suu Vtvenclas , aquel,as que .~t1n~ artes do Ocidente, -do século XIV ao século XIX. · Por~nto ,e i' odmodo ma.tS direto e penetrante, a verdade atras da ~ão arirmamos O aparecimento, ,em nosso tempo, de uma pGe. ~ua 1 i 1~ atn, os filosofo.li, s1a reacionária., ou de uma volta aos a nti~os e morl;os prlncí.– "' 0 Je parece. 11ó entretanto, que iss~ tudo começa. li trans• pios de uma arte poética que já realiwu seu ciclo '.vital do i" 'o-rmar.se . O espécto do fenômeno poé·t1co está acusando. em.. Renascimento ao Arcadlamo • l>o.-ra vagam.ente, cerl.as tendencias ou d~eções que f.azem su. O que pressentimos, cerbament.e, é que nos d irigimos para s:> 0 r uma oo~plet_a mudança de. orient-açao ou. p elo 1nenos, um m·oment.o de plenitude poética onde vai consumar-se tfe umaJ~u~ situaç.ao _para a poes.1,a. cont,emJ>Oi:An~. modo perfeito e integra.1, tôd& e. poesia qUe a~ agora 'tem bs · ª nao l>O~emos maiJ, com a m~am.a fac~dade ~~ ontem. jorrado, dcs rmnântiços r evolucionãrlos aos cont0mporãneQ.S '~L e~ar. verifica! ó fenô~~no poético e emitir opiruao sobre revolucionários exuberante e tulmutuariamente. Romanl;is &. recent e ~cnação ~oetica nos contunde. !fá nela cara~- mo, Parnasiantsm.o (!ne$mo com O seu ilusório culto de um; fr~pa.ren.temente ant1..modernos que nos dao a tmpresaao fonna. já esta,belecida) Simbolismo e as escolas em ismo u e .,:ssa.dor~s~ Pffess~~o. lenta e veladamente, u~a , rolta ao têm .su1•gid-o desde os princípios di>ste século, não fiieram miís .M e ar e P t1ca que ar:itecooe_u a moderrusta.. do qu~ acum.1;~llll', -pel~ p&newação e expansão em domínios ~ f ª!l, •~que pensamo~ existir, '.'ª ""er~e. é o retotno de novos, uma rica te'ori:mal n1at-éria poética. e tambéan combater ase cuca da poeslll, en1 que iesta, d epo.1$ lle -um- lo~ p1>r wna .conm: adequ..1111\-, imperiosament~ r'ecl:tm~~ p-eta 90 ~. _que não mais existia. para uma. poetiia que, a seu tempo, ela vi.era sati&fazer p}e_Jlamente as e,ci.gêrtcia,s de expresllio. A gora , para um outro homem e -para uma, outra paesla impunha.se ,, )egltimamente, a criação de uma outra linguagem poétlea. Esta foi 1 em sintese. a luta que os mO<krnos tiveram que tril– var contra. os antig-0s. Para 011 modernos, porém vencidas a velha. ordem e tra– ditão, moroo, para sempre o inundo poéUeo do passado, oon• sequentemenbe a .Pa'Z e d equillbri() voltariam a -reinar nova. , ment&. Foi Sémpre aeslm. É ia. verdade profunda da af ,ir– mação de Valéry, tão lúcido a-o analisar o f enómeno poéliao, de que não havia claS;Slcism,,o sem, antes. te.r h avido yomanlis. mo. Dai ~emos p:re,,sentir, por suas última11 manife:.ta– ções_ o caminho por ond(! ingreS9íl, a ~ia de hoje e esse .fu. turo classicismo que se am-oxirna. Na poesia, tr-anoosa atual, especlalmenre a. Q.Ut aparece11 durante e o ap6s guerra, é q~ temos a oportunidad!e de ve. rülcar claramente MS& transforma~ão que se opera quanto à forma poética. Era ela há pouoo ainda., oompletamente li– berta mas, no mom.,erito; já pr ocura submcte:r..se a uma vo. luntár.la discipliqa. Sentimos nessa poesia francesa u m uni– v~so poético que se organiza. Romantismo, Parna-s.lanlsm<>, S rm~olismo e as escolas dos nossos dias criaram a matérla. poéhca que se ol'dena. agora . E, jj dentro de!!SiêS movimen. tos passados, porque nada. se f az nepe-ntina e viole-ntament-e podemos ir descobrindo os impulsos de ordenação e. or~anl..'. zação daquela matéria poética e as tentativas para a c.l'iaçiio de um.a forma própria e justa para eiA. 1'.fedt e.mos sobre o verdadeJro 11lgnl!icado do desmembramento do ale:xandrin() f!ito por Victor ~go e os rom.ántteos. das traMpOsiçúl)S ar– tisHus de Ga~tier, das eorres,,,ondencta. d a Baudelaire da Mall a-rm~. de musioi!fblO d.e Verlaine, do vi-1'$libr~• d09 ~adMlte,s, do tnstrumentaUstnD de Ghill, do versicu1o d@ Cl~ndel dos ?=ercíclos de. ,Valéry, dos eal lg-ràmãS de ApoUt– naiort, da ~cntur_.. automát1éa e da l)Sicograíia. d<li dad.(list,;u • •
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