Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

Domlngo, 18 de abril de 1948 • FOLHA DO NORTE Ao nte.~1110 tempo que se a nun. ciou a ooo,cessõo do prémio No– b el do 41 a Adté Glcle , uma edl. tora braellelra, lançava em Jln. sua. pôrtuguesa •·o I moralista." - uru dos !und3menta1s roman_ ci•s é.o gronde morallst.'\ l'ran – eês ( l). MA escrl\o res que go:,.. t<tm de cria r em torno do pro– J)rllJ nomc u.n1 )1: 1.lo de nús tê rio, e preferem con.,;ervnr na penum. b ra ª" ralzes da proprl a obrl\, seja para espicnçar, alto.vês des. 643 ~queth.•mo, a. curiosidade da crlllc.i. e dils leitores. seja polo :re.:~l<> rte desvendar algum pos– .slv,-1 tent.liío ile AquUea. André GIJe 15 'itua.se no cam,. pa oposto, Ele - faz parte dos tcm::,crnmento11 conteMlonals e nunca lho Laltou a coragem d e clesnuelar as .iruas maJs delicad as int,mlq,ad es liter.ir las e huma . »a!il t.em ~ sómente deixar obs– c uro, por qualquer llmliação ou j71co11Sck>nte lniblção, algum es. cn.nlnno tlai proprla alma ou se. ru-ct.1 alguma !onte de elabora. ção arllstlca . Empenh a-se em ott-rec!ll' lndlcaçõe11 à crillca., en> revelar-lhe a mais longlnqua gênese do um capituJo de ro. mance, em acentuar as raiôes d os seus gestos e atitudes me. n os sigui!lcatlvoi,. A,saim por e >templo, podem<ls acompanbar a11 origens de •o I'mor a!Jslà.• através elas transformações que o tema soíreu, va.lendo-.r,ioll de ci lvei::eae fontes: ae ocai ,lona.la r e !erencin.ll no •Journal" e es– c ri tos esparsos, do livro (lc me. mórlas "SI L e Galnt ne !iileurt" e desse hino d ltll'Ambll!il, que é ~L<!s Nourriturt!I Te,rrestres" . Cronowglcamenle uua Nour. Tilllres" vem Cn) p rllnelro ?ugar, p ol,i "SJ Le Graln nc Meurt'' &ó foi esc rito depois d os qun~. t a. Do ponto de vltrta. ·dJ:L trane. :figurnçâ.o literarla, poré~, a11 !1eº1'::{e~ ~en~~";º .~e:i~:t~~;~~~~ vem &er colocadas antes dos poetna,e ern prosa ue ''Le8 Nou r. :ri ltll'ff5", e •o lmorall!Jt.'\". como l'oma:noe, Isto é, a verllade pu. l'iflebda de, todos os.fatos a clden. tal!! pas.sad;I pelo a.lllmblque dn ll.1'1.e1 ('~Vadl\ li.O IJllp remo gtéU d e con1plexlda<le p el as varlndn..'I ~ cootr~ltórlrui imJJllc.açõe1 q ue ~ susccptlv-01 cl'e encerrar, prec~ 4e os dois gênel'Õs preeeaen t.es. dual ructa.mo1·ro1;e mor al . A educação pmilona Ctu qU-C o moço !Ora. educado const.ran,;e– lh.e o ser re:toresccnte vara um:i, vl<la nova.. lmpregn lra-o a at– n\ostem tio J11,r materno. •!etan– cando.lbe nas próprias nnscen. tes o desejo de te expan\'.I Ir. Quebra então as corrente11 do pa_ssado. E'tn cootaéto com a pr;nutlv:1 na1ure:ta orlentnl. o cs_ crito· liberta.se da lembrança, rompe os laços que o prendem à •·c1v,llza,;:ão·• e o 1:1eu melo - en_ t,- ega.se apalxozmdnmente aos seu11 lmpelo/i vitais a uma e:xl.s. têni:1.1; desenfreada' de exaltação • BERNARDO GERSEN {Copy right E . S . 1. - Exchllli,•i113dc p:1~ a FOLHA DO NORTE, neste Estado). duo surge al como o tiramo. Jo toda u111a mocidndo eulocnda pe_ la "culturn", maoeraila pela ttnl_ ~ormWadê das educações, des. via.da éfo cul tivo de si meEma e dos RUM rn!Ull partJculnre" qun,. Udades para o culto de Iant:\e– nUls fOsse:L<!. Do Plmbolo de "Les N-0urr1tures". Glt,'le volta ao dra_ m~ pes..,0111 . jtl agora re< .luz.ld' l à :mn es.~êo~a:, em "O Imorlllls. ta". Nas e.uni! Unha11 gerola é a.inda o drnmn do proprlo Gldo b'n.rui!erldo para urna persona– ir.-m l.mag1nérln e resisaltado poJ' <livCJ'11ne clrcun&UncJas flr.UcJas até a !n ~~nsid~de ela trngédla . Se nas momor!as o pon Lo ele vlll_ i.maglnallva o cnrnn.l, ao culto ~::--------------~------------– do n1ornento presente, à ,;ensa- çiio pura, ao sol ardente do meio-dia. Em ..Sl Lo Grain ne Meurt", Giile nos cont :i a l!'Ua história c}e!Jje a8 origens. d csCJ'e,endo ohj,etlv~nte o amb iente em que se formou, n- lnnuênc!a. dos parentes e do melo, a sdoles. cencla e as prlmeir:vs amlZAdel!, a,lé a crise e à 81.1& conclusão 'eliz. "Les Nourrltures Terres– lres" constitui o canto c.=Jtn.do da alma liberta e um convite nos jovens - Natanael - para o seguire1n na m~ina triiba. E •o lmornll9ta" representn como que a fm,áo ,;rtfstlca da memó. _ria do prln1eiro Glcle, cõm a l:magi11~ção do segundo, da vi . são objetiva com a ideallzação 11.rtistlca da verdade núa. com a verdade e11Ulizadn . Em "SI Le Grnin ne Meu:rt• Cldo nos con.. ta lmpessoalmeJ>te o seu drama pM$0al sem põr em Jogo as SUfl.9 fê.euldade19 trn.nsflgurado. rns tle artista ou s em deforma. lo p elo jul,-amento do moralls– t a . l!: a con!L,-são em estado pu. ro : o d.elltemeroso rela.tório de fatos "b.letórlcos". Do HSI Le C ral:n ne. M~t" para "Les pourrltures Terrestres" encon. ti•aroos alguns graus de tr:l.JISM posição a rtlstica, umru a sl!(?nção no E:ent ldo do slmbolo - Natn.. naeL 1.: a crise moral encara. da do ponto de vi11tn p redoml. n:1ntemente es(l:tlco. lima espé_ cie de eA.ntico doll cAntlcos à bela vida do lnJIUnto ao amor à JU1turcUl eelvngem'. à 1:;rorla do, impeto , juvenis. A. eoluçiio J>eSsonl trnnef orm11,_i;o slmultA.. (Especial para_o FOLHA DO NORTE) Na orla de um bosque de aloendros avermelhados, ptoporcionando o dia o certos recantos, o norte mais densa noutros despetalaremos o ema111Jr da ro-aa branca . _ Olha a lua! dirás . A lua liquido. .. . . A teu lado na prara sem resqu1e1os de finito afastarei os gaivotas que vêm sofregas, ao mar de tuas 6rbrtas . O cianótico de meus lábios_, se dissolverá fundindo..se ao morno r6seo halo de teus seios, onde hauridos sonho, tombam . Os sonhos pálidos que n~!>.!Onhamos. Para refrescar fu4 bôca, folhas molhadas trarei, na madrugada; com sangue . E s6s, como pancadas de sinos à meio. noite silente, diluiremos o imponderáyel irisGdo atando uma pedra às lembranças transfugas, de· retôrno aos abismos. como a mari~heiros sepulto, no mar, - FERNANDO FERREIRA OE LOANDA - neament e em n1ensagem à mo- •·---------------~~------------ cld.ade. O d rama de u lofilvl- ,. t:i (lo autor !llantc da crl~ e~·o. cnoa. e o de rlgoros" objetlvidn. de, e do ponlo de v1Ma estêtiço em ·•Leis Nourriturcs" - em •o Ymomll«tan a: crise atravea5.lda J*-IO personagem A1lchel é vlsta ílo ãn"1-lo cta mora 1 tra,Jlcl'lnal ou socl:J . Como a.t'Usta, é cl:u o que Glde Nll'Hlnüa a não Inter. vii• no r itmo da narrativa com n8 suas opiniões o scntlm,.ut'll'i. conservando.se ln1pa6SI velmc nte n.useote. '!\lr:ts o ponto de vl~!a do autor, da sooJedade, ou da moral. como se q1.1elra interpre. lar,róll!ulta naturru.n1entc d.o en_ cadc,imento elos !ato~. 'listo é, il.ns "consequências" daqneln. ta_ dic.,l liberta,,:âo do p.nssado o da morll.l tradiclonQI. Po1s o des– :f1>cho do tlrama ontra. em con– n ito com cJ p1·inclpios da mo. rcl estnbelccitla: e co1no o artlt!. l n faz parte dCH!S.'\ sociedade e foi por ela condJcionado :i: oon. deoação tle Mlch el p pL1. socli•d:l.. de envol ve .farçO§nmcnte a con– denaçã-, do p rópi1fo ªlltor. quelra ou não e s te consentJ;.Jo. --o Imorallata" é sobretudo o ro– iuance üa11 "conuqui!octas ". No livro de mem6r!a,s a pós a eclo– t,ão da. orfse de 'consclêncln e da auto-entrega ao demônio ln. terlor, satisfeita a sêde de ar puro emboread:i a taça di! tne– dit!sino Gíde ehcer1-a normal. tn.e.nle o pe_riodo de vidn e Jn. grel!Sa. ou rei.ngre.l!sa na e.Xlstên_ ela, habitual oo num novo pe– J'iodo - oon10 ee deseje cli.1.. , m:ll'. A demarcação enti'e esses d oi1;1 perlodos de vida, o ( lm do pertodo de crise e o ln lcío do outro que se lhe segue, é reall. m.da _pclo~cas:in1ento com e\la p rimn, Erumnnu~lo. Um vcrdaM delro "happy.end": após a Fert_ gosa. fase 1'e avilntur as, o íilbo _pródigo recolhe-se ao lar e ca– sa. Não hã consequ~ncJas; ou m elhor a& con$equenclas são • nt6 proveitosas: con10 nu m !e. cllo de ouro comJ)Õe o bino "Lee • No11rrlttll'ee Terresti-es" . E se. guindo o conselh o que De•~ a N.:it:'1.-nael - "joga fora o meu U. vrQ e deixa-me" - llberta.rre da própria 11.bertação e l:n k la as nov~ experlencias de h omem j sérlo. NI) "O Jmo,-.-ill,rta" 1\ crise de MlcbeJ -prlnc1pl:i. justamwte no l)()llto ~ que fe..·roln.i a de Gide: pelo C8BSIW!D t O. 0 artls- • .A obra de Glde 6 c:on10 êSU..'I m spa11 quebN-cabet;ae feitos de t ragrnentoll heterogêneos, que 1re dão às ci·lanç.;s na CIICOlai pnra Jw.!UP.porem forma1'1do um t-0do tompreensivel. Cada :tragmento eont1·lbu1 para a elucld89ão do t o,l o; ca.d&· Jlvro aprofundá o co. :nhecln1ento dos ontl'Oll. Llmile_ JllO-nos a esboça:r III tra.nsforma– ~ão do toma do "imoralista.• doJJ 1-Tês gênero" em que j oi focall– zndo. Sob iieu MJ)-ecto humanQ e l lterérlo .. O lmoraliBta." "Si L o Esquema Da Evoluçao Da Sociedade Paraense ' . G rnln ne Mcurt" e MLes Nourrl. tur-es Terrê,.-tte1:1" se completam N!clprocamenle, pois flxQm, .sob três tormns dlverSOB, os a spec– t os ele urna crise il,ilea. Após o principio ele u ma, grave mo– Je,;tl11 nego.ida 110 uma cur.i feliz J'.l:'.11! ·cállda11 .n!glões d11. Tunl~la., o moço de vinte e po11c1Js ano e que e-ra então André GidQ, sen. t c.;;e cl<1minndo por um furioso desejo de renascer, desperta pa. ra. uma vida plena. e éllon lela – ~"'• Ao abalo ílsl1:o c psleol6glco oc2~lonado pela, en-lcrmld.-ide e p ela cur.t., euced,..e• uma grn. • r A lettwa. das rovfs:l.'\é cur o. J)élM mostra que, a_pe_SO:r da Ili. 1uação ))oUUca, a vida. lntelec. 1.ual e- a.rt111tJ~ sé dcseJ\volve .:m melo a. um l ntert!aae q ue, ,talvez ooja. uma. eoinpe®aeão pata QJ1e1u .nli,o tem eomtdn,, .Ylem 1l0Jlffêio, E nlio 116 11. leitu. T a. d.11s rev istas, mae t~n1bém :i d os cotldJanos revelai ~~sa pre. ocup.tcão com as cot!IOJ! m enos !Práticas cln. vldo. • .A crise <lo p n_ ll)el, qué reduzl u os gra.nde.s jor . nals n qun.lro· p ãglnas, nllo lm– p ecle seja. o maior e$pa_ço ~u. padó pela criticà dê llvros, de -0.!\peUculo11 e õê arte. E -entre -0.s g r11ndes probleooM do m o- xn..,b Lo flgu1·:i o d o cle.sUno dA ])inturn.. Na "Re\'\lo des Hommes et :Monde:1" (out. 47), que subsU. t 11iu a tradlclonnl tevista. "DC!I íloux-mondes", cola:.boraclonlsla ,e por 111.qo proibidt:1 de circu_ lar, .Mal'cel Arlnnd dJscule e to. 1la1{11 ge n pintura do futuro ae.. rã -!icuratlva ou t'.betra~a.. :Isto é, ae C?ll llnuarã p ree.,; a um mf. nlmo de realismo ou se enve_ redarã dectdiélnmente pelo cn.– .mínbo do tlecorntlvl.l!mo. _ \festrcs Brancos. n5o obsta nte essa. l~éia 11e aproximar mult, d a c,.)!}Ccpção r ell gtosa de .. en– ~1tnt ado11" e "mest res do fu.n– do" a: que ae atlnhnm Imensos eet~res atrasado" da11 popula– ç61>s do P laneta. o teosoCismo entro 11 a desancnr essas conM cepçõee. Observa.ee que o que o,i Jmperlalh1ta~ collmav-.im e obtinham com a pregação t eo- 11oilcn era. exatamente :irrebatar dos meios populares n direção de IJUAS pratlc.as .rellglOlins, sob o pretexlo do que as utllltavam pnra, o mal. de que com 11quclàs Jn-àtlcas r call:i:nvam 11. chamada ·•i:nngla negra", mae_ na rea-Uan1. ae, nao 1.gnorando o pre1>t!g10 exercido no selo da maSl!t\ p ela J'ellgJlio evltandc., a t odo tran– i,e q~• eles in1periru;stas per - • ' Depois de cont estnr que te– nha. jdmals oxlstlélo uma p ln-tu. -ra tntegralmente obJeUva, tese que eu tenho 11\llltentaélo em to_ llas 1ui mJ nhás con.terencln.a o o.u18.$ sobro o as.sunto, Marcel Arl11nd opina por um meto ter– m_o . Acredlto ta.mbéln ne6ee melo termo mas serâ \1m melo termo de "~sp era", que evolui. rã de acordo c:orn os valores lln. novo. cJvlllu.cll.o. SerA por enM qu.'\n1o n lli coex!stenc1a de am._ bas as teotlenclllJ:I, com 1unr,.ões di vers11a. Por rim lado teremos a pintura. flgumtlva dtrit lcla, para aa gr nnd().11 mMsas. mu ito acessível e ae qunJ.ldade Inte– rior. Por outro teremo,i a ptn. ltua ab,;trilla c o :m a tU.n,;;lio precip11a dn decor~o. Evitlen. temente entre as duni, bnverã aem:pre um pequeno grupo de pintores de cavalete, plnt11Ddo para os _pi,oprios pintores e po. rnr o crfUca (como observa Hei-. bon .Re-ad en1 "Horlr:or", nov. 4-7) . Serão esses plntore.11, na. reo.lldà(hl, Ul\111 dlletan tes, gll.. nhando a. vlcln cm outr11.11 atl . • vltladcB, eomo ocorre jâ agora, c,:,m ~ poetas, -e pinta'tldo ex. clueivamesite _pela JH"ccl!llltla<le (Conclusão da úl t . pág.) Jessen1 assim, a direi;ão rell• m oso, da massa. 0,i •·mestres~ dos "pagéa" p 11pulares toram ~onsldcrados p ois , Mmestre11 ne. gros" Cl!plrltos atrasados ovce_ caaoJ obeef\SÕres. Na'1n ma111 justo 't10 quo Bubstltul-los peios Mestres Brancos do Rlm:1,laln. Os lmoerla.llsta;i manltestav.8.Jll. iundndo reOClJo de que os Hm c.~– tres" pop\tlarea viessem a acon. selluvr a mudança, da ordem do coisas im])erial\Jrta no mundo . NPIJ Meat.rer. Brnncos do H!ma– tnlai depunha-.n mais co~ian~. E ~p eravan1 tle-les um.'\: edlçao melhorada da. "Rerum N-ova. rum '". -:-amo~ "paplnha" papis– tA m hústTada no prolct.arlaoo . Mas - justiça iieJt1- f eita - fvl on-Oe os imperlnJ111to1s se enga. n ar~rn. Aconteceu com zele:rcn_ cio. ao leosoflsmo coisa analon a que $ucedera relallvamente aq eepirltllsmo. Ja noa re.fer tm 'lB à boa, !é de Blavatz)c:y e A.nle Be– santr O inlludivel e a'1mlravel • Ideal teosotlco de frate,:n1<1at1e, tlg,t<lo ao lJeal d :i.-s sociedades e!<Ot<H'lcaA mnçon1<'as lncluslve, ' cb<>co1.1-•e. colldlu logo com a ' cada vtiz m.-tis e.vidtinte, explo. rllt-ão capllallata do homem Pelo h omem. Além tlleo a concepção • teosorica. do mundo e d.li vida ma.ntlnha fnu1ueros pontos d e oont:-.eto e-0m o mnterlalisnw dialetlco, p ontos de cqntacto que SÉRGIO MTI ,I,TET l (C6')).yrffbt. E. S . 1. - Exclusividade pana a FOl,BA DO NORTE; neste Estado) . de ~ cxprlm!rem. M'llrcel .Arland acha, e nta:,o eu concordo inteiramente com ele, que a . grancle pintura, nllo vol t.ar á atrãs não tenta ré rea- • eu.,icita.r o claselelsmo. "Não ee prolonga um cla811lcl.stno, d h~ ele: insta.urn.11e outro .\!e posnl~ vel . Um.a arte morre quando não pode ronovar_sc". Se-ria ape_ nas necer;a4rlo, para que flcamie bem escla:r-eclclo o .seu pens;n. ineoto que se detlnisse o Cl!\11- 11lclsmi>. Marcel A):làncl não o f:rz, tOI1do en vlatr, sem dúvi– dn o equlllbr!o ldetll dos gregos, r evivido pela Rena11ceni:a e man. tido até hoje como obJe1.lvo da arte. Parn mlm, ent retanto, tu. do o que l;(I te2 a parur do fim do ::~c:ôr::u:~~c::e~~~tíestn. O ClA.salco grego correspon<llà a uma coneeP.i:lio éle vtoa, n uma cultu1'a baro16n.lcn. n uma. :filollO!la. Era, n expressâo Je- 1:iz deJJse comple-."1:o, e exntamen_ ie porQue ()(11'.llo forma. exte.rlo– rlzavw com l\At'lll'!llld,,dt e }!CJ'- ;telção esse fundo, f icou Ilendo "clàssico". Jà o -djsse en1 •~ar– ginalldAde da arte m õdern1\", que clésslco é etJsa i orn1 a cnpaz de e:xprlm11• à perielção o que todo mundo eente em ilado mo_ 1nento. Depois dos gregos houve ou. t ra época cJãselcn., a ao crisUa. 11 Ismo que enconttn lll\l cate - , <Ira gótica sua forma cx~elen_ te. Dal por a 1a.nto nada mals tlvem.os que n ão 101,se ou a ex. p ressão d.e lncl lvlduo• excepclo. nalmento aeUlllvels ou coplru, serv:ls e convenclonai11 ele um passado 'lmposelvel de ressuscl. tar. ?.las a -crl11e ! oi.IM ! agravnn. do -e no momento atual, em quo ela parece a tl..nglr o ponto mais agudo, nem. meSlXlo essas c6plas são mata possivels. -Por enquau. to relnn a eontu.8111 e todos ni, peaqulsas, todas As t<1nlatlvas 111!.o acettaveJs. .Ma,i, na medl– da. em que ee consolfdarem 0:1 fi:I~~ :J.~~seo~sol~:S:ºta:: bem di! modo a cxprlm.1-loa 11.»n. - . IA tornaram n:iai11 numero80s em a. eóncepgãq re volucionaria t'le nossos dlrus de Kri6hnamur. ·ti não obstante o ca 1-ntcr ulr1 - df> demasia.do contemp laUvo ele 8Ua. fllusot1,r. Alln!fru\.S area.-i do Imperialis– mo trat.--iram ele acoitar então, quanto antes. a. Rellgl.ão dk llu. manldacle de AugW!to Comte, que teve porém, o 11lngull\r deP. • • Uno ele aea bar dllulnd o.ge no catollclsmo termi nando por não tazer iiu tra coisn ~ão Cor_ tUiear a, :rellgtão que p :u·ecla com.bater. ERRATA - No eaptt,11? nn_ tc:rfor em vez ele "em lJ'fl•\lenclo. na com u .m mu .nd<:> QUE, etc . ", Jela~Ge "COM o qual, etc.•. ju~c.er.a ao amadurecer Â-l'inal a c ivlllzação rutura • A hesitação p resente entre abstràcloniinno e flgnrativl,;mo p a1·ece-me bem caracter 1etlca aa dúvida. tllo111ótlca (e ética) em que vivemos. A vitória do oWJ• 1raclon.1Amo roi.ultarl.a íla vlt6. rt,, da lntellgenc!a (e da. elen– eia) no mundo de amanhã. Pa... ra uma clvlllzação e! en~Ulca., nada. m.nl !l representativo d o que uma arte geon1éLrlca. J â a vi_ tórlt\ do titura IIVÍSIUO seria. consequênci a <la vitória d11: 8Cn. sil•iliclade, como _gue \l.ln aban– dono do n,,nterlall.l!tn.O. A co– ex.i-stêncla de tGmbtis mostrada a posslbllidade de um n l'lvo equlllbrlo entre esv1r1to e in te. 11.lsêncla, com dlvu;âo de atlvl . d.1.tles por certo, ma!l sem pre. dom1nlo de nenhum. Ora é 1l!llo, 110 não nos eni;a– namos, O q11e 11e verl.ticn cons. tltulr a amblç~o elos melhores cérebros da. atualldado : concl– llar e.'3sns coisas 11parentemen~ -te tnconcllíâve1s, cieno!a e sen– slbllldade, o ro.clonal e o irra. cjonal. Não :reduzir sempr-e uma col11a à outra como adverte Ro_ estlcr em "0 1 Iogne e o Comt,~ nârlo"• mas aten1:u sempre Jla· 3.ª Página --· t :1> f az colncldlr dots acont«t. menlo~ que na. 1JUa Vida re~ ,,correram l!cparadamen1e: é du– rante a viagem de D\\pclas que §e 11uu1ffo,,la a moléstia de MJ– ~brcl . A sua convalescença. eom ftl uuedlata eyosão d ni, Indomá– veis sollcltações, com o esUldo tle exalta,;;.ão pa gã que i;e apossa d nle tem de p1 •oceesar.se dentro– doa 'eatreltos limites da vida. conjugal. Os seus Impulsos para. a l!bcrtação vão sendo tolhido~ p elas "rel!J)OnsabUJdade:s'-. A thn de oorta.r a-s amarrait com -> pa.o;sado, abandona a eàtedr::i. de arqueologi a e lnJcla. o estudo– d:i. Ri.slól'la sob ret1Jdo otravéa- • daquelas pe_rsonagens que 1'/9 dest.tcn.ram pelas energias vll:1111 e pela reação violenta contrn. o i,eu pmprio tempo; raspa :i. bar_ bn.. st.mboto de vida l!:edentfu1Ja e– "-ci~lllz.ada"; vende a p roprieda. ila rural h c-ranca de fnmilla . • M,u, o passa.d~ acha.se fr1,eme- 1lia v-ehnen1e ligado à sua vida e · à sua carne n,a pessoa da n,u_ lller !/Ia.rcelioe. Contudo não se . . . detém. Prossegue na sl):J: 1n1pe. tuo":i. trajetorla. atê a. llberta,;;5o, total até o rull.qullamento de ' Marccllne. A mulh4!r que con- t raira por contãglo dlrcto :- m,o_ JC:,stfa de que ele se e-orara, a go!llza, num quarto m!seravel de hote-1 enquanto êle '3C dlver. ' te num lupan,1.r ãrabe. A pro- pria en(ermicla de que Mlcllel • t.1:a.1Tsmlte à n1ulher pa(ece en. ctquec.Jd9 de valo~ simbólico. D1.r -se.!.a que el e tranatere t anli.ga molfstia j'Untan1ente oom o pa.118: l.do . coroo q uen1 desemba. raça. 08 ombros de um fardo, para a, peBSoa da mulheT. CU.: r-ando.,se d:l doenca e m atando– n, nn1J.ber ele ftnlqulla os úlU– m;;s resto',,. da moral e "la a.o . liga concepção de vJda , perten. ce ln t-egi,almeote a i;'! mesno o– A sua, nova itlca. O h1teressan. te seTta saber .11e q_ual a solu. ção que daria o p r-0prio Gide– p n.ra aqu.ela crise se na sua vi• ua êla t n.ml >ém coi:ncldÚ™l eom- 011 p r imeiros te-mpos de cuado– - como acontece com M'.!chel. Em .Unluts g-erals o temo. do· b.on1 tm q\!cO een te a.s propri.il.i energla.s vltlWI e a von t:i:de ae es Uolai-em }lela ealuF~çâo ll– vr~ e pelo arl.bdanto melo ambiente, não era 11.bS'llu tamen . te novo. J\fa■ eonstl~l um te. ma p !!rmai1erite, dl.ria m esmo ~wmo. A- flita- tle "llbertarão", na vldn p tu:Llcular de G i do, ~ ..a Cf!l)êcie de NlVOl11ção sul)er. reali11to. na. ética. corrC'IJ)On~u no tetTeno da literatura pro. priamente dito. um11 ro.ação con. 1ra o "a.rUtlciili11n10 e o bntlo", repreBPntad!!- pela publlcaçijo do "L"S Nourrltures". Reação i den.. lion obsen.-e-ee de pas~agem, nec~1JJ1ltan1os para a »te1·:ltura bra,illcJra moderna sobretudo J>Ull 211 novas geraç~s quo wr.; gem. A mnlor p.ute dos m~s escritores ven1 para ns letras com um e:;:cesso tle lnlelectua. lismo e de "lite.raturn.", llesde. nba.ndo os elemento.e auteutlca. mente vlt:11e. Toma.se inllt11pen. Jl'lvel segu ir o exemplo de Glde-: "fatê.la de 110,<o tocar a ter1a e l)isar o solo com O$ pés descal– ços... ( 1) André Gide - ho Imora– lista." - Edição da. Livraria do Globo - Porto Alegre. râ a complexida de dos prcble. mu l1umanos que exigem, em sua ootuçll>, ora um~. era ou.. tr-.11 eoSsa., e o mnis cla11 ve:zes a.e dul\S num entrosamen to p er. !eito. Um n1e)o lermo !4rn. entre– tanto uma 11<1l'U.ção l.llbrldo, 'YL • lida pa ra o lnstante em cur◄ so, de transição e •k confusão, Jnetaot~ que pode de r ~to, du.. ra.r n,u1to tempo. ' E tõra, prin– cipalmente, uma soluç!io tlml. d.a, o que nã o é 110 tempel'a. men to do· arhlsta. Uma colsn. é ccrt.'\, p OTém a d iSCUP.são aber– ta pen• Ma,:ce_l .Arlnnd oito inte– ressa p roprlnm.ente à pintura, tnns ~i m à sociolo_gla. Saber se n pintura Lon1arâ tala ou q,u :1.ls run.,os rel)resentativos é coisa tle alçada aos sociólogos. Aos piniorelJ o que preocupa é e? p1•oblema, 1ntr!nsecamentc pie. t6rlco, da compasiçã,o, d/l. cor, do ,lesenho e que qu-aisquet q ue ~eJa.rn ás lnte.,;çõcs d:l. ar. te constitui em última. lnst~. cl~ o e "sencl.al, e tambil:m o Ób• jctlvo $\!premo do pi nt-0r. E J,. ~o ranto pode ser reaJitacTo M pintura ai:>!1tr:1.cloni~la como IA pio tura. !lg\1rati'l'a.. •

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