Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
r ·~ - -- l'VLftA 1>U NUH."l""f.' ---·-----------·-------·----------- - '- - ---------- _____________________________ .,. - - DIRETOR PAULO MARANHÃO _&nn_l SUPLEMENTO LITERATuiu 1 • j, EDGARD CAVALHEIRO (Copvrigb t E. S . 1 . - E~lusividade p:u-a !.! f'OT,HA 00 NOR~. neste Estado) . 1. " ~ ' -"" .. ORIENTAÇÃO O! HAROLDO MARANHÃO E8trvo ontre nó,, ma:s Ob n1enos desaperc!:bido do nos 11 o n1ei o literário, o poeta Nico_ !ás Gu!Uen. Ap-?sar d1 boa. vont<lde p·i.ani!est:id:t. 'l au– t or de "EJ Son Enti>ro" n.ii o" conseguiu l't'alb,1 r ~eouer v,na pa le.stra nf'«ta capital. Fl'ru'2i:sando aquj , t e n to u Santos. mas a -pr,ltcla local. sob a ín(antil alegação de one S" trntava d,. •1m11 rt'U– n!â') COT"IUnisla , interd:tou o saJãn. nfto pr rmlti.,rlo que êle SP 1:ZP""-º ouvir Jllf1 ~ a!ortLT_ na rtos fn"'1 m ns c,,ricc,'3 e mi– n": rn-s. No Rio il Jo r5!eve n.3 ~r<tdemia BrasilPira. tondo ~•do ~ ua~do nl'r M.inuel Bar.drira f:"1 B -J._ Horlznn_ te. nrnnorrlt:,naram_Jl1e todaii I' " !11,.i!ir!nrfo• e. aonrr Anda f le p 0 JQ Nn~t 0 • muito f1>steja - do " apla11rlido e1 'i'l rgro cant!\ y se vá Acuememe scrcmbó eê s6 i:urlcient-P para inspirar autênticos libelos. VaJ mais longe. Mostra o que hâ de odioso na civilização iilieni– gena. que nada traz de belo ou essencial ao pats conquis– ta-do. O que êle vê são " los absurdos jóvenes sifilitl cos. fumadores de opio y d;e mn_ ri t!Uana ••. "lo más puro de Klngston, la h igh li!e d,e La Ba1Jana •. . " Ao lado dos pa_ rasit.:1.s e exi,loradores lntt?r– n~clonais !'stão os "que tra_ baja n coo un haz de de11tellos la p!edra dlll'a donde poco a poca se crispa ~l puno de un titán". Rstão aoue1P.S quo cp.,n_ lan,. ao Sflm da cbar.anga de Juan. el Bo.rbero: MODO de protunda expn,ssão ame-ricana naquelas latitudes Pm que o negro participou da integração do por!il crioulo, àando-1he contribuição Inde– lével no longo processo de transculturalizncão Nos paL ses europeus. especlalm-ente na França. onde ,, nc:tro es– leve rm vol!a desde os comê_ cos dê!'lt-e século. ~té muito depois de termi•1ada 11 1?11or– r'l. de 14. o fenôm 0 no n!l1.'ris- · t a c:irFceu de urofuntlidade. e f oi "11ma inqui~tnrão" d entro dllS chamanns escolas d<> van_ ,n1arda. Enlr rtan to. 011ando E>ssa inoniet.ação n~«·ou m – ra a América n ch,.~ou :, n11.t– SPS como o B ro~il " Cuba. oncle já PXistia uma s"-oimo!'n_ toição nel!l'o-branca - cJeixou df! ser um fa to externo. um ('XPri-ício mais ou menos di– v,•rtido e snob. pnr;i t.ran~– formar_se em um vnrdao,.;ro f>ncon lrn rl n ex-pr"S'iâ" "" ,.;,,_ n111 A MODA se fpz l'-10D0" • COW\llOttAUORES :- Alvaro 1, lru. Al ooso Ro· ~OA Almeida Fischêr, Al1>hons11s de nuimaracm Fi– lbt). Aug'Uisto Prccterieo t,cbmldt. Attrel10 Bua rque 11, ICl,landa. 8encdl1o Nunes. llruuo d, ~tenet es Cari o& Orum.mond de AJ>drade C:1uby Crut. Ceclll » MeJreles •--ell Melra. Cleo tsernardo Cvrn 4us AnJm, (:orlo! f 'duardo, Daniel Coêlho df' Sousa- f t'aolo Mendes G11 rlbaldl Brasil. Raroldo 111a ranhán Joáf, Condê. ,..-vy Hall de Moura Lédo 1110 J osé 1.ln - do Rrl!'o to:'io l\feodes. Ma.roue.• R~1'rln Marl.o Faustin o. Ma • ••r,e• Baodr lrJL ft.1 11, Marti ns "1•ri• J ol iela Mori h, ' 'wdes. Orlando RJlltr Ottn Maria flur1>1'•"'' · Paulo 4>Hnlo Abre11. ,R. df' Sonota Mnura. Rnger J\a1<tJde. RI· -:>a.mar de llto11ra. Rn" CnollnllO. Rov Gntlh,-rme .Ba· ""I h1 RPrt'f,. Mjlll ,-1 Qnt♦ • ,.., • ~ --- • ...,,,~~- ••.. -tl"\,• - A PaixêÍo No Teatro • D~ Cristo Medieval (Conclusão d s. l.ª pág.) tret'ho :in.tol6glc'l, bnstante p3ra salvar do olvido o Ingênuo m1,._ t êr"lo "º 11(,culo XV. Aqui dei_ xo. numa tentntiva do tradução jornlJ.llsllca: -Por geatneu, _ao mrnos. d lg_ [naLVO:'l morrer morte breve, i;uavisslmnl -Eu morrercl morte amar!sst_ úna. -Bà de ser eeJa vU ou yer.:o– [nh9s.11 muito lgnomlnlo88. -Procur-at uma torra dletant el -Aqtú, entro co.çaçõ~ :un~nte&. -E.'IColhel. supllco, noite escura! -Na bora plena em quo o sol { , · • _ulgm-a. -Morrei antes com.o os barões ! ~?,ilorrere! e.n tre do1s la<lrõcs. -Mas que .,eja .no c».ão, ll('Jll luzi --SorA bem no :u~- dun1a cruz. -Pelo .menos e~tarele Vfflldo t -E.'!tarel lA pre.gn- Oo e ilesµldo. -Esperai que ch,;guc vossn ld:i._ tdel -Serâ n:i. t ori;a da mocidade ... Foi reiilmenle lam1>nt~vel t"lle êll? n!io ti-vn~~-- ,,ncontra~ ~ ambien~ na P 3uJic<iia. Guillen f> """ta lambém p a_ TI\ qer 011 virlo. F."ll gel'ol o• t"'t!tP" d;ze,,, n1aJ os pceme" r,1,., f::uem. ~ ijo raros os que v•lorizam !CUS vPr•os. rl~cla– ""2ndo-"" ,.m 1'1·11:,liro. O c;i_ •o de As~"'11rn p,.,,.,.ira é t -<11- , ....,, no Brasil. ,s.,ioo P"lts r.uillen if>'l'I fl••aJqu,.,. coí~a ,1., anto • de "Can -. Caian'l". PrineipaJ,...,,..nt,e em <'"rt-,s r oem,.., tf oicOll no ~~nero daquel<>s ouo Al1onso Rc:ves num famoso 1>ns.,in cl9ssifi_ cou como "jitanjâforas" . ou !l'êirtJTI. vers0c: de pura .so1H>– r idnde. 9~m i,m i:~ntido an'l– rent"'. l''lmo l>•te "Ca ntri Ne_ !'Til>''. cf'l \•olume "Sóng.;ro C-Osando"~ "V-am,bambó, v a!l1b'lmbé Pe,:ica rl cone:o -.01ongo, :•epi('a el nel(ro bi en n,. i ·o: rr.l! !"O soJón«o ri"'I Son!!o bail"I yambó sobre un - pi-e. Mama.tomba ~E ""•nbe cuserembá ! El n egro canta y se ahta1a, t>' ne,a-o se ajuma y :::1"'11'--t, y&mbé • t\1~ Tamba. tamba . 1an1ba t~b-:\, Ttunl:>a dei nf'i:ro, que t umba, lnmbA del ne~o. car:imt>a. r. ,·arnba aue rJ o-•~ro tu,,1b'l: yamba. yan1bc'.>, v.an1bambé". :Ró na obr:, ~" G•1t!let1 •1iti_ meros momrnto" comn &se de pur'> r :t.,,,., admit~velmenfe rxuri-sso. Aliás. conv"m acen– tuar ('lue II m;:,inr p·11't<> (lê.-_ •t!' oo,.rn::i~ est.ão rnn • i~.\-:l'ls n~~orom mn•i~od -~ ria rF-rdarle - e n]gun .. r[}rrO "1,;' PJn'O Her,11'1\n", uS,1:, qc, • O Conl'1nnvo., "Yambambf," !>PO no,-,nlarí••imo~ em toda a A_ m~Ti<''1. A meu ver. no entan– !ro não é """e o mel'1or a,_ 111110 da uo/.tica dP Guillen. Claro 011~ f. multo imoorl9n_ te sol>retudo como experiên– cia ,-1Hmi"'l. com1> {,-nl.ati vas ri <? ca11' '"'iio de nii'isica. popu_ lar. 11,-,<1 n ooeta v:ii mni.s lonite. E' um hQmi>m do 1>ovo. rue !;e:n1e " rrml)reeritle o~ dr:nr as e antt,ístla,. da sua l!rnt" e urO"ttr n·. com a i.ua pn...,ia. "º"i rih1il r para aue $11i8m (j'I n,;oeyia em QUI> Ve. l'ctnm. E' n!"'cl sn ronsftferar oue ,, no-- t~ /> cub'!11,o Cuba. copio in(Jmeros outros n°– p1J0-., os p1!~g cl<1 A..,,,Arlca T.:it.i1''3-. -;of•e ,. imu1?rialismo ,.,,e t11iln tit~ sPm ""tia dq r, F 'YI l'Vlf'm'>s comn "West Jn_ t!IPS Ltd " o nt1'!t., d~sce ao j\moao do nroblen1:i . e sua º°""i". p , 0 is rlo oue a ex. 1>re<-<;ã,o dP u=<>. ll 1 mn innu:-e– ta é um hrado de revol1o.. é um tritro d!' ""OlPsto coutra a ,,~urr,aclio. N iir, P""m'ln""""– ,,,, n~ ..uf')Cl'fiej,. da11 l'Olsas. êle nãn ._., JiJT1if1 a v-erberar o servidão pconômid. por si "?.fe matan. si no trabajo, y si trabajo. me matan; siempre me matan. me matan, .!Íl!mpre me matan". • O pobre, i:obr etudo o mulato ou negro cubano. é um moti– "º oennanente na poesia do Guilleo. São raros os poemas em que êles não aoarecem. A razão. porém. é muito siropleii: prande é a m9ssa n,.gra ou mulata em Cuba. Intérpr~te do seu povo. o poeta. s6 por mu i_ t-0 Sll<>h isr,,o noderl:i ignorá_ los. lfoq Guill•en não OS i~ nora. Pelo contrário. ama-os. E por muito amá...lo~ li one nrocura compreendê..los. Não faz "no!'sia negra". como $8 Poderá "O!lC.IIJi r à primeira v ist~. El!! .,,,·óprio. numa co– trEvist11. frisou muito ben1 Qlr- n5o acreditava n'l. cha. mada ooesia negra. 'Mais :ws– to. {~escentou. "seria assl– n:ilar a oresenc'l. do nem-o na po,,sla d>! ori l!'.em !?Ur-0péia - esnanhola. frnn~sa, portu_ )'!Ues.a, aineriCP1'1A-. etc. - não co1no tm1a MODA tur!strca e "'lln~rficial. mas como um Quem F"n!:~ cll'::~a maneL ' ra o problema, terá, fot'cos,i_ l"l"nt ~ que ne,l(at a art.> aue só vê · no liee:ro motiv()s pic– t61·icoli. d ,, f ~~is " envolven. te"' ~onnr:dades. O ,ielfto pa. ra C:.uillen ê um ~êr hun.,a– no. Se êle sofre, o ooet:i can– ta-lhe os sof?'imenloq ~ Ale ri o poeta ri com élf'. Enl stuna. au~culta a alma do ne~o ou do n,11la1o. nrocu– raodo ser um fiel intérQrete de suas dores 4l angúc;tias, · E' d. :>l~l'l'i as e "SPP..ranc:is. ,_ fíci l no meio de t.11ntin, obra, prima~ NUº o !-"1'11 1i1•Tl> cota. t~m f"El Son RTJ lero". F.t'lit.o– ris-1 Flear,,ar . Bu~no~ Ai res), salient111' l!st,. ou aquE'le no 0 _ ma. Aliás. poetai; ,<"nmo G~iL len pr~~sam ~ r ]idos oor in– teiro. Sua mensa,tem é a de um artista profundaml!Jlte– hum ano. cuja obra. como êlé fl}esmo frisou. ê toda ela fei. la con, o sangue e oe oivos 1 ~os homens. O MAL DO MUNDO (Conclusão da 1". página) Car.iter". ,. as muitas edlcões P traducões subsequentes. Mas a n1en~dade J)lllolóRi. «!a de um autçr ainda não Jh!' Invalida o pensamento,, em aue se podem esconder ver_ d ades s urpreendentes; e até um público composto de lou.: abandonado aüás. nca para ser estudado; talvez se trat.e n~ um dos n,uitos ,:,quivoco~ Meu ·Encon tro Com Malra ux COA é capa% de r epresentar. pelo exage,ro. a atitude men. tal de um.a énoca. talvez d<. huw" riid$lde fntf>ira. No caso d!l WPin ln_gn. a dl'•coberta da r elação M mais W. bas1a par a verificar_s, a pehplcã– cim enorn1e do cérebro pato. lógico. talvez cai,az de- reve– la!' verdadE"s de que a énoea, muito alt?m de ignorUas. 11iio qubi tomar cônbecimento. E' · p!'OV11 nisso o livr" nõstu_ mo de WeiningeT. "SôbTe os últimos problemas", es."e li– vro apoca Hptico q11P nrovo_ cou a curiosidad 0 de Guilbl'"– mino C'.!sar e Francisco L glesias. Ai j.'t não ~e fg l o. em psL eol~(tia experin1ental e slm en, "tíltimOI! prob)Pmas" dn ,.x1.,_ tência humana. vista "sub R1>eei.e aeter.nitaiis": exnres– sões de uma relielílsidade mist.ica que considera os ncol'.ltrcim,.ntos h'l~-tóricos e metaJus tórjcns d,i fé ~rislã - pecado nrigtn1l. eruciti ca. çlio, :redent'âo. Juizo final - como acontecimen tos per,pé. -tuos dentro da alma. 1\umana: eonceito semelhante ttnoon_ tr1,1_se em vários mfstlcos rna!I 01:1 ml'-DOll l1eterodoxos– l)O Mt•tre Eckar-0t, em An– Jl'elus Silesiua. - e nos a to_ ri.smos de Kafka , Que relll!i!io será esta? Aquela qu'! Wei· ni.nl !er 41.crei itava abracar, recebendo e b11,tismo? Certa– m ente, não. Talvez se tr.ite, assim oomo no caso de Kafka, d e r esld\10$ de religipes aban_ c!t>nadas e esquecidas? O prL meiro -resUltad o de uma pes– quisa dessa ordem seria. l,)em estranho: We.ininger r evela. sP·, qwinto a certos conceitos, d iscípulo da filosofia chinesa, da m "ll'ma tilosoüa chinesa que êle_ particinando de um preconce,ito gàl'al da sua.. épo. co., considerava comõ "su;per – :tic ial f' l'AC!Onallsta" . A po– lariz;1,;-~o do mundo em torno das entidadPS metafísi cas M e W, Masculino e Feminino, é um dos supl'f'mos conceitos de tilOSJ>fia, chinesa, uma da3 :possiveil!--tioluções l)el'tllanen_ tas do "i,íltimo p1·oblema." de -põr em ordem o m'1'1l-do. O Cl)mlnbo pelo qual Wei11inger éhegou a essa solu9ã-o, logo dn não está clara. pois e.sto_ de seu querido Schopenhauer nl-OS às vesperas não so!'len te e111 wrno do budismo. Impor- •de treme!ldos d2Senvolvunen– t,i m.ais exa1nínar por que tos polit1cos. n,:s de un1a W<'1ninger abandonou a so_ profunda revolucao ~e ordem Juc;ão. ou antes por oue a de-. tecnológic<1 e industr ial. Den_ t'!riorou. int~rpretando-a e.o. h:o de três anos t '!remos a mo simb(llo d e un,a ot>Osit>ão enf'rgia atómica aplicada à irreclutivel en tre "" rtois el"- vida indu;trial '! civll". Mns ni ent.os . O cientiJ icfc.,..o do no dizer isto. conclui inesoe_ sécUlo ~IX _do qual Wein)n- radapiente, em ,-stado ri'? e~ V"r partiu. 1gnoranr!o a dia- pirito ant~ 8 sombrir,· "Ca ne létic~ ~e~'3l ian_'l. n_ãn ,1dmit,:i ,.--a n, s être ~ rra-nt!" r -,ntrad1çoe~. d1,alét:cas: 12or Ta!v,:z pnra \'Cncer n,eu ce_ lsito. a,s v1tor1osa~ eauaço"~ ticis.mo . ou meUior, para con_ matematlcas st; choc?'n1, às vencer-!'? a si mesmo d iante v~z ,.~ com polandf!de~ ll'r<>du- da. ,.,~plexldade ,. das apre.. hve•J· A con~Pouenc ta é o ensõ,-.s de todos, ê)a arremat.n dualisn10. . Pr ~duzem_sl!, •TI.o com,., num lance tingl de jo. tPrren o f 1Josóí1co. uma . série ,, d 9 ult;""as' "Se bou- de e~Lruturns e at1tut!.,s 08 or n 5 .. ~ • • "anti - ". e nn t,,rrenro dl "fi_ ve;se apenas uma ~anc-" em looo!ia oonular" outrlls tan_ dez. devl3n1os t en tá..lo. LenL tos COl""eltos "anti_" dos ne tambP.m. ª" chegar ao quais W.eininl!er adotn11 0 011adra!!ésiroo dia. ,da. revolu– ·anti-feminl~mo fl o ant i_g,,_ c_ão vitorio!'ll depois da toma_ mitl emo. Ma~. dPsesperando da do pn,tl!r cm 7 dP novem_ da po~sibilidade d" extírp::ir bra de 1917. corria l á for'!> ao <a n1entaJidnde) "fP1nln ina" pátio do Kreo,Un n-ara saltar e a m"ntAlidade "judaica" no com um pé s6 sobre a nev,:,, mu:n10 (e Pm s1 mesmo) . m-i tando gue já }lavinm d\J– 'We1n1nger chegou li. um nes_ rado um {ij:a rna•'l do que a s imismo aoocalític.o. Dêste Comuna de Paris'-'. modo. o cientitíc:smo é cap3 z de produzir uma espécie d-e pseudo_religião - na qu al contradic-ões p erman.,ntes, n ão-d.i!1 létieas e irr~utfveis.• clominam o mundo. No cam W.einin~t>l', a pseudo..rellglão dua)istíca. bem c.o:nhecida há muitos séculos, chania..se ma.: niq11.,ismo; dellde os ten1J)os d~ Marcion o maniqueismo <listinJtue-se pelo as-:etismo, mísogi nismo e ant!-semitfs_ mo. A volt.a inexnei:aaa do mani• neismo no fim do sé– culo XIX não ê tão imptc~ viste. como parece, Há un, surto rl,i m.anioueismo já em John Stuart Míll. profeta do proiressi!{mo cientifico do ~éculo. O maniquefsmo. hi– post;isiando o Mal, é o rever_ so do progTessis:rrio que nega a re.alidJld e do Mal sem ter a capacidade ~ elimirrá..lo. Em caso,s extremo.~ ,a. negação da l'eal1dade do M.al pode levar a uma v.erdadt!b-a té no Mal isto é, à pa ranoia. Foi êsfe o coro mac; não f oi est& a trag(\• d ia de Weininger. A atualidade .s\U'preendente do p ensamento w.einingeria_ no, assim interpretado. ~side no -fato de que o 6'cll1o XX r'.n<>scobriu a realidade dO Mal. A outr-a. t estemunha do n1!?SUlo :reuõrneno Chllma..,e XXX Todo Malraux e~ tá ne!'!la analogia. Niio em vão fol êle o coord! nador n;1 col eção Kafka. Apenas ê!Jte jf1 sabia que a sua r PUgião não era majs a cristã: en tl"~ 11)04 e 1924 ou 1944, mudou muita coisa, tr.emf'ram toM!; os fun– damentos. Weininl!er. porém , acreditava ser cristão. ape_ nas in~.rpretando de maneL ra mat1iauéia o sacramento que rECeber a. Por i~ro o mundo per-deu para êle o sentido rellgio"o quanoo o Mal .se lhe revelou inextir– pavel. E acabou tudo. O tiro não résol11t u no enian'to o problema. O éco <lêsse tiro, já se pode t er apagado, mas - conforme o conceito nds. tico de Weinin.ger - o acon.. teclmen.to, perpétuo dentro da. :ilma hutnlil)a. não se con – auma: a tnão suicida levan_ tada. continua "usque ad con_ summat.lonem saecul i", na mesma atitude pomanente. No quarto noturno, naquela casa vetuiita, a luz tieou acendida ao lado elo morto. ''Jesus entre en -agonle jusqu• à la. fin élu monde; 11 ne taut pus · dormir pendant ce temp.s lá". <D>nclusão da últ. pág.) '"Pensamentos Vivos", dos <'scr itos de Napoleão. que t-l– n ha. por norma d e vida : "On s 'en~, t t pais on vciit". Malraux não :,:,ode viver senão nas encruzilhadas. Sua obra dP. escritor sa vem con_ fu1>djodo cada vez mais com ·a sua aventura oe!>Soal. AJlâs. est.a ob1·a "" reflete ou segue na.s pegadas dos acontecj_ men1os rm QU" o bon1em se t,en1 visto t>nvolv ' do. No ini– cio da car:rt>1ra llteriria a avenb1ra arqueológic11 ' n a Jndo_Clun:i precedeu o salrla de seu. pri n1Pil'o ron1ance: "La Voie Roya1e". Parlicioou de– p ois da revolução chinesa. e dai result1ram ns seUs dois livros mais poderosos: "Le.s Cong1,,;rants" e "IA CôndL. tlon Hun1aine" . A dominação hiíleríst.a levou~n a escrever "Lti Temps du Mêpris". A dralD!:l licidade inerente aos ten1uo1 atua is o vai as.. "un:J a tiv-0", ao pas~o que os !lim absorvendo. A (tlerra civil espanhola f az dêle um aviador con1baten\l! d~ causa t epublicana. ''L'Espoir" é como oue 11 crônica. :fa'lsifica– da pelo ftngulo polftlco s:ta_ l inlsta . que era. então o seu, da ])rópria revolucão. De qualquer forma, l\falraux v-en1 da Espanha com a glô. ria de rombalente quase a on1brear-1he a fama l iterâria Ulliver.sal. Os acontecimentos publico11 sucedem..se vertiginosamen te a partir de então, e tiodem <le maúi a mais a superar os homens e suas obras. A se_ gunda guerra o leva outra vez à trinch~il"a (! à derrota. A ocupação o exila para o sul de França. Ele inicia en– tão uma nova. trilogia, "La Lutte avec l'Ange'' , publi. e.ando n a Suica o primeiro tomo. "Les Noyera d'Alten. berg". Tem ainda t empo de eSCl'ever a se,ninda parte, mas 1). Resistência se le'Van ta em França. Os melhores ga- nham o maquli!, , Malrou_--c organiza\ um cor_ po de ma,quisardos. d,e que se faz chefe. Um d la, debca seu bando, dirtglndo..s, so– zinho até a cidade. E,· J)l'f'.t!O pelos alemães. Sun vid · corre perigo. Joga na aud~a. e ganha: atiima se.r urq para.. quedista inglês que acaba de aterrar. Os alen1ães, com a roda da I ol·tuna já oontrál'ia, não 01.W1m fuzijá:lo na du– vida. Guardam_no como ptL sioneiro. Por f im, os .re:;isten– tes franceses invadem Tou.. louse. Entre os prisioneiros li bf>rt-0s está Ma.ll'aux, Sua legenda cresce e êle vol ta ao maqois. Com novas armas e "tauks" tomados aos alemães, marcha pa1·a o leste da França, onde as tropas do general Leclerc atacalll os invasores em torno de Bel– !ort. Malrau.,c se apl'e.senla ao general como comandante de seu troço de patriotas. As pretensões literârias do cabo de guerra levam êste, quando ouv-!! o 11-0me do escritor, a recebê-lo de braços abertos. int~ando seu grupo de ma– quis, como uma unidade _itJ_ dep,-ndente, às fo::',ças m111- tares sob seu comando. MaL raux recebe do general .º posto de coronel do Exérci_ to libertador. Comandante de u1na companhia de "tanks", o eSCTilor entra em sérios combate., nas !Tonteiras de seu pai11, e faz P.3!~ das for– ç.'ls francesas of1c1a1S que en– tram pela Alemanba, E' fe.. rido em combate. De volta a Paris, depois da libertação, é uro homem de guerra t ant o quanto wn nome lit.e.rãrio. Nas lutas do maqws per– deu o manuscrito do segundo volume da trilogi..'\ "La Lutte a.vec l 'Ange", e d esistiu, uL teriormente, de reescrevUo, renu1 ciando portanto à r ea– luação da trilogia. Assim, o destino dessa se assemelha ao de uma primeira i;equêncja que concebeu nos prbnórdlos de su11. carreira de llomem de letras. Com efeito, "La Voie Royale" devia c()nstituir o t o. mo primeiro de Wlla obra de vârios volumes. "J,es Pui.sS311- ces du Dé11erl". AqU!'.'le lívr<> seria simplesmente o prólogo, a "inlci ação trágica", con!or. m-e sua.própria expressão. As cigibacoes -polliicas tendein assim ii primar sobre as ar. Usticas. Os acontecimentos, a vid~, lhe atropelam Cáda vez mais as intenções liter árias. O olhar triste e cotnpr ido de Malraux não se pode des- prender das t entações ~a ação. Não é o langor que el~ detesta, mas o tempo, a caL ma, a paciência para as me.. ctil.ações intelectuais e o pen– san1en t.(). Agora mesn10, a perspectiva de novos comba_ t es o fascina con10 o crepitar do logo na lareira.. Nele, en– tretanto. a polit ica é subor– dinada cada vez mais às (!e. ripéeias da ação. Esta, par n satisfazé.-10, precisa ser em doses cada vez mais carre– gad:is numa intoxicação pa.. raleia' à à.o opiomano. Ele sente, porém, o desespE-ro, a. inanidade da aventura poli– tica. Já em "La Voie Royale", o -Estado para êle, ucstava no tund:, da escuridão... a enterrar de ano em -ano, ca– da vez -.'im poue-0 mais longe, os cadâveres de seus aveu- tureiros". ; 1 ' XX.X !! 111:alraux :faz pa:rte dessa fa. ' mília esp: rrtual que, em uos– .i;a ér,oca, se sente sem tortas de r ~sistênci a ao chamado da, morte, do desespêi:0 1 do en_ treguisn,o. Ele decifra esse conflito no ultimo dos seus livrbs, "Psychologie d~ l'Art". ora publicado em Paris. Num 11nal de capitulo, expõe c~m lu cidez o diálogo do esph•1to eurol)!!U coolemporaneo: .. A– n1eaçado na sua fô~a. o es- • plrito europeu so nl~lamor- , foseia - com o espírito me_ , dieval, sob os golpes das l guerras sem fim., íez do sé– culo XV seu interno, com ª gad 0 esperanÇa perdida daa– cadr;its. Moribunda ou não. pOl' certo ameaçada, a Euro. pa - toda tmpt·egnada. • da~ ressurreições que ela amda contém - p..'l.rece medita,r..se menos em palavras de l iber - dade do que em t ~rm.os de destino". : A meditação n1alrauvla.na ] ê impregnada dêsse sentido trágico do destino. E ste reaJ_ mente domina o desintorês,se e o jôgo criador do artt.st.a. A nossa época o.fereCP, em abuo.. • dância, o drama de que ca- · rcce a sua imaginação, mais preclsaniente porgu~ o ofere_ ce perdulariamente, o artisla. tende a apagar ..se dispensan- ' d o..se de criar , e o bom~ prefere :render-se ao destino do que r eagir paro. ser livre na distancia e na per.specUva.
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