Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

·1 A imagem de Baudelaire !QUe Sartre nos forn,ece em seu discutido estudo pn.rece ~ em convincenlo e bem lú– ,:ida. Mas... falta alguma toisa. Julgo~o um hábil de– hHve explicttndo ex.austiva– ,neole como se deu o ctime. :Mas fican10s sem saber por– que se deu. Creio que essa 11ecessidade do "porque" é um vício que nos legou !Freud. Um sociólogo pode !P<'rinanecer na relação dos ••ratos" sem se preocupar com i;ua.s origen& remotas: um p sicólogo, depois que se Jn. ,ventou a psicanálise, nâo po_ 'de. A verdade é que, depois (},. lermos o llvro de Sartre, nos tornamos 1;>eríeitamente cientes d" "como" foi Baude– llaire: mas quanto ao "por– que" . permanecemos na mestn!I.. Ora. um psicanalísta o encoutraria !ntalmenle no complexo de Edipo QU? aliás me parece mals que eviden. t e· parece-me ostensivo. Sartre, entretanto. limita– o;e a assinalar que ''on a ('U beau jeu de ltti atrit,,uer un complexe d'OEdipe mal 11. qu'dé. !\'Cais il importe peu qu'il désiráte ou non sa me– ir.-e: jE> d irai plulõt qu'il 1\ r efusé de üquíder le com- 1Plexe théologique qul assl. anile les parents à des dlvi– ,nilés". Mas j ustamen le essa 'I 11ecrssidade de assimilar os 3):1:S o deuses que o julguem 1 deco~re. no poeta do "FJ1>urs i du 1\1'.al" <como o próprio 1 Sarlre o ecentua) de um \ exaspPrado desejo de aulo– punição. qUe lhe marcou tô. ,da a vida, tõdas as alitud~ e quase toda a oôra. A c-Om• a,lexn p3r.sonalidade de Bau– ! de laire se nos 41presenta em t-0dos os momentos mareada .,a,elo. "~tigma edipiano. em ,m a nifestações de uma evL 'dên_cla meridia.na . mesmo pa– r a qualquer leigo apenas c.urioso da psicnnállse. Qunn– tto às transfot'mações e ~u. 'ce~sivas imagens que dai ~e– correram seria na tnralmi:>nte matéria pnrn estudo mals p ormenorizado e májs tt'!cni– co. que então nos poderia ilissecar. entre outros con1po. n"nles da personalidade do .poeta, o seu narcisismo (o 01omem d iante do espêlho), o masoquismo(auto-punicão) e o exibicionismo (as atitu– ~ do "t'l.andy") . Narc ísi-s. ruo, ma.soqu1Smo e exibicio– nismo que a!íás SIU°L"re nos " desCJ'<'Ve" admiràvelmente. &em entretanto lhes procurar as ver<ladeiras origens. pres. ltando até pouca atenção e.o tremendo traumat:smo cau.. sado ao poeta pelo casamen– t -0, em segundas núpcias de - . sua mae. ....... ....,. ::-,-. ruLHA :00 NOlITJ:õ O HOMEM DlANTE· DO ESPÊLHO • evasão ela fuga da realidade e do mundo ocidental - qu • é o tema da "invitation au voyage" - veio ressoar em Mallnrmé naqueles belos versos: r evoltados e castigados - Verlaíne-, Rimbaud. L\1011. Bloy, Lautréaroont. Vlll iers de L'lsle Adrun, etc. - pa– ra sentirmo.a que se trata de um fenômeno coletivo, ocor_ rido em determlnado momen– to histórico. Uma lmposição soci"3.l. E aqui Sartre toca, com lucidez, no ponlo justo. Seu ponto-de_vista aproxi– ma-se, aliás, da tese de Ple. kanov. O e~critor era um ente parasitário, vivendo à custa da aristocracia. Com a derrocada desta e conse– quonte ascenção da burgue. sia, êle sentiu-se no ar. pois qu;, a nova class" dominante. provindo do trabalho. exiila trabalho· exlglo ocupo.çao útil, dis°posi~ão prático. O ú1lelcctunl, acostumado às LUIS MARTINS (Copyr ight E . S . 1. - Excluslvidade para a FOLHA DO NORTE. n t'ste Est.adol. facilidades do parasillsmo. pôs-se desde logo em vío1en. la oposição eos novos senho– res qul." não t end,o a:nda _che. 1tado àquele sutil ceplic1smo das decadências. negavl\m-se a amporâ-lo gr3ciosament.e. A atitude do Intelectual fol d1- protesto: "burguês" . no t1-mpo do romantismo e do simbolismo. ern o contráric, de "boêmio" porque a boe. mia f;o! 8 forma mais cômo– do de oposição e de lutt\. l'n.. contrada pelo homem de le. tr:i~ SU3 alilwie era. de qÜ:iiquer fortru1. hostil ao melo socilll , que êle procura– ''ª conlrarlar por todos os meios . Daí t:unb6m um rato curio– so que jé. aasinalel alhures: 0 · ódio ao Ocidente, a. atro... çiio oriental ex:crcendo-se co– mo anúncio de um mundo melhor ou p1>lo menos dite. rente. 'Em Baud-.lalre. isso se complicava com suas ten– dênclcls masoquisw. Elo queria rugir, não al)enn11 no espoco. mas também n.o tem• po. Seu apêgo senltmenlal ao passado, S<'U horror ao n1undo circund:inte encon.. travam a sua extrema e mais dramático. exp1-essão na a. tração pela morte. O que é ainda uma !arma - levada às úlllm<ts consequências - do masoquismo. Baudcloire - diz Sartre - sonhava com a chlitruição de "nos races d'Occident". A semente pegou. L:iutrénmont sustent'lva que seu país o "crelinlr.ara bnslanté". Rim• baud dizla: "Agora estou maldito, tenho horror à pâ. trui" " ac.ibou realn1ent<1 ln– do vi ver no Orlent e. E até. o nosso contt>mpornneo Ara• gon nos seus lPrnpos de rur- realista exclamava pll.lêUoa– mente: · "Que o Ori..nte, vos– so terror, responda en tlm à nossa' voz''. :êsso lem:i da '•Fuir, la bas, fuir le st>ns qu" les oiseaux sont ivres .•. Vê..se. pois, Ql.!e essa ina– daptação constituiu um esta.– do de espirita generalizado d" várias gerações emanando t6das da mesma fonl& bau– delairlnna.. O artlsta só viria. a se readaptar ao mundo quando pressenll6Se 11a lula conl11a a burguesia. não por saudade do passado arislo. crãt!co, ma.!I pela ei; pero.nc :i. dt> um futuro socialmnn Le mais justo e mais humano. uma nova Tazão de lutar e de viver. o uncionário- se rito y- 1 No estudo de Sartre, a fi – j!Ura contraditória de Bau– delnlr1- - S!\ abstrairmos a (IU'!slão dos "porquês" - nos nparece com estranha o Inquietante nitidez; sua gra. tul dade sua pt>rversid:ide d o. lorida • seu talento de co– mt•dlante, a tendêncin pnra fazer da ,,ida um j6go, suas l;lesitações constantes, aqlll!. le gõslo-·amnrgo da . mor(e- e nosso poetn a!lnava a lir:i. noS110 rom9ncl!lt9 convocnva 11\lflS personngens. e toca ti povoar o papel õa repartição c?m palavras. figuras e obs– traçõl's que em nada sdie, ntll– va,n ao serviço do públtco. E' bem verdnde que êsse público. logo. em seguido., la cons( )lar.se de suas penas na trova do poeta ou no mundo imaginado pelo f'ccionisla. !\1as sem gratidão e$l"pccial pelo autor, ou tal vez sepa– rando neste o artista do ron. de.cuir, para estimar o pri– meiro sem rehabilitar o se. gundo. O certo é que um e outro são inseparáveis, ou antes, êsse determina aquele. O em– prégo do Estado conc~de com que vi\·er. do oFdínário sem folga e essa é condição Ideal para.• bom número de espfrL tos: certa mediania que- eli– n,ioa os cuidados imediatos, porém nã-0 abre nerspectivaa de ócio absoluw. O individuo tem ap;inas a calma. necessá– ria para r efleti r. na. medi~– cridade de uma V1da QUE' pao conhece a fome nem o faus– to: i,~nte o peso dos regula. mrntos. ctlll> lhe comoete ob. servar ou ft17.er obsPrvar: o papel barra-lhe a vista dos obje,tos naturais. como uma cortina parda. F:' ~n_tão o_ue intervem a lmag1nacao or1a. d-Ora. para fazer dê,s 0 papel prt>cisamente o veículo da fuga. sorte de taoete mái:tioo, onde o Iuncionário embarca, arrebatando consi~o a doce ou amargq invencão, oue Irá maravilhar outros individu-Os, igualmen~. 0 prisioneiros de outras roUnas. p:,.r êste vasto mundo de obrigações não es. colhidas. Retire-se tal rotina ao tem. p zramento literário a que me repe>rto. e. cessará sua vela criadora. Instalado cotort3- velimente num <.-scritório de • • cia1s. (Conclusão da 1.1' pág.) fazenda da Prefrit~u·n. do Rio; o apêgo míserável à vida. B. Lop.es , empregado nos SUil n~cessldade de solidijo Correios, como Herme!f Fon_ e a m~si:.ulnh., suoml::sao ao tes: Ronald de Carvalho, pra. juizo dos outros; seus lrrt· Uco.nte de s ecretaria e de.. polentes .anseios de lfberdndo pois oficial no ttamara.U: Coe. e sua obediênciit aos cánonea lho Neto, dtret<>r de justiça no do mundo burguês. da moral Estado do Rio; Htunberto de consuetudinária - sem a au– Cor~em-se os viveres ao mesmo tempera1nl'llLO e as questões de subsfstêncin imediat.n, sobrelevando a quaisquer oulras, igual- mente lhe extinguirão o sopro mágico. Hã. é claro, os exemplares da boemia ou da. miséria fecunda, que nos le. gru:am obrns lrnpereclveis. Mas aqul se trata de certo tL po de criador li rerário, aque- le que não ama velejar pelos mares lendáriOs nem anco.rar à s o m b r a. do boteqmm; o escritor.homem comum, despido de qualquer ro. m&ntismo, sujeito a distúr– bios abdominais, no geral pre– so à vida civil pelos laços ~ matrimônio, cauteloso.. tlm_1.. do delicado. A orgaruzaçao bu'rocráti<:a situa.o, prot;ege..o, melanco1iza_o e insp:ra-o. Observe.se que quase toda a literatura brasileira, no passado como no presente, é uma literatura. de funcioná– rios públicos. Nossa figura máxima, aqt1el11 que podemos mostrar ao mundo como a que mais -: desenganadamente e.. profundou entre nós os ne_ gócios da alma, foi um dlre_ to1· geral de contabilidade do Ministério da Viação: Ma– chado de Assis: e nas suas n1ãos. como lembra a Sra. Lú.. eia Miguel Pereira, "a pena de burocrnta não foi menos tocante Instrumento de tra– baltio, nl'm menor penhor de Lndependêocia e dignidade dA) que a ferramenta de ope. pirío nas de Spinoza". Raul Pompéia. diretor de estatlsti~. do "Diário Oficial" e da Blblioleca Naciónal; Olavo Bil-ac, insp~tor esco_ lar no R.io : Alberto de Oli– veira, dcretor de inl.'trução no Esta.do do Rl'o. como tam_ bém o foram José Verissimo e Franklin Távora, respecti– vamente no P ará e pm Per– nambuco; Aluízlo Azevedo, oficial maior no Estado do Rio e consttl; Arnuio Porto. alegre consul; :tv1ârio de A– lencat: djretor de biblioteca da Câmara; Márín PederneL ras taqui~rafo do Senado; Gon:uga Dunue. ofici1l da. dác!a de criaT" um mundo C,1mpos, inspetor federal de - d enlllno; João Ribeiro e ca. novo, novos padroes e mn. pl strano óe Abreu. oliciais da r al nova tâbua ª"' vAlores Blblloi ~. a Nacional·. GuJma. p1ro seu uqo privado. ·" O tem-a da. sohdâo é 1-in rães P!\ssos, arquivlstg da "leit-mot!v" tL.'\ correspo,,– Mordomla da Casa lmpfrial: dência e na obra dP Baude. Augusto de Lima, diretor do lalr.-.. Por ésse senUn1ento Arquivo Público dP Minns; J)roíut1do, exasperado e trá– Ararlpe Junior, oficial do gico. êle- foi um homem de Mln~"térin d.o !Jnpério: Emi- nossos dias. Entretanto. êlg llo de Menezes. funcionário O levou a um paroxismo im– do r ecenseamento: llaímundo potente 8 , como acentuou Correia . diretor de fin~ncas Sartre um tanto ertlflciat, ão l(Ovêrno mineiro, em Ouro pois sua solidão ern demasia. Preto: Lufs Carlos e Pereira da. Si! va. dn Central do Bra- damente povoada. ;Essa soli– sil; R,amiz Galvãll e Constân. àão. ele ~ busc.ava masoquis– cio Alves. respectivamente di - tamente. como um cas.Ugo e rPtor e dirptor de secção da tini estigma • Não era uma Biblioteca Nacional: Jo•é de aceJtição resignada e altiva; Alencar, diretor de justiça e era uma busca ansiosa e so. tredora. consullór da meS1na secreta. Porque Baud~lalre, s~gun. ria; Farias Brito. 1<ecretárlo do Sartre, tinha m1.1lto de ar• de i:rov.erno no CP.ará: Lúcio titicial e de premeditado. de Ml'ndonca. delegado da. ., Jnstrucão pública em campa. Mas suas pruprlas atil"tides nha·. Manuel Antonio de Al - d,, constante retificação. de conslt3nte seved.dnde aquel~ V • meida. administrador da TL cuidado meticuloso e'm par.e. lagem 1v1E(rafia Nacion111 " oficial n11. ce:r horrendo, aquela obser. fazenda; Lima Barreto. ofi. Caderno De (Conclusão da l1omem veio de óculos e de pasta, viu, cheirou, acho\! tu– do muito bem. Foi avaliada a fazenda cm dols mil coa. tos, e em seis meses o Banco recebia.a em falência e o ca– valheiro foi para. outras ter. ras comprou um apartamen– to, 'ootou os filhos no colégio e passou a viver muit.o rega_ lad-0 1 com um certo luxo de vinhos estrangeiros. l d S t · d G vação infaligâvel a q:ilo sub- ia.. pã2:ina> e al a ecre arla a 1.terra; . . . - o ji!rande GoncnlvEs D'as. o!i- metia Incessantemente sua ceição partiu para Belo HorL. cial da Sf'cretaria d, Estran. máscat"a sofredora. entedi– z<>nte, com as malas do cor_ geiros... Maa seriam páeinas ada e diabólica, aquela ia. relo amarradas nos para-cho. e págin11s de nomes, atestan. tens~ vigill,a cm tôrno d: ~i ques da !rente, abancamos à do o que as letras devem à m •smo. como uma espec1e mesa r.Io almôço, limpa ago_ burocracia, e como esta se de cer.sura negativa - a. ra dos viajantes. Galinha en!ll'andece com as letras. censura para o mal - ludo is. com quiabo levanta defunto. · Escrevo tais coisas pensando so é ainda uma atitude nar- . 'nh d la nos poetas, nos contistas. nos cisis t.a: o homem diante do Depois o vt o aque ·S ser- ras é parlícularmente cordial. ensa1slas que a esta hora esoêlho. d ninda n5o sabem que o são, E Bau elalre foi, em resu- 0 rádio rnche o salão de me- b d' te d e lentamente se elaboram na mo. um amem 1an o es- lodlas belorizonta.is, de anun_ Diretoria de Aguas. no l pase, pêlho. Construiu. ou entes, cios belorizonti:óos, e as cor. na Divisão de Fomento da destruiu sua. própria vid!I., tinhas brancas, nas janel'l.s Produção Vegetal. Há que modelan~.11. vol u n t à ri a- Deixamos o Alto do Cha- de guilhotina, têm uma gra.. contar com êles. para que ment~ em 1am.a, com um_ i-e. péu d~ Sol, com um pôsto de ça de casa nupcial. prossiga entre nós certa. tra- ereto prazer masoquista, gasolina e anúncios de gaso. Acendemos o cigarro c ea. dição meditativa e irônica., pondo. contudo, a culpa de lina, e apeamos no Alto do pichamos na varand a, numa. certo jeito entre desencanta. seu n1alôgro na vontad~ dos Palacio, na antiga casa de digestão prolongada. O frio do e piedo.!lo de ver, interpre. deuses. na severidade inexo– fazenda. que hoje é um hotel. é forte, o vento geme nas -:a. tar e contar os homens, a.<t rável do destino. Mas Sar. A vista maravilhosa descor_ suarinas, no jardim abando- ações que êles praticam, suas tre. o criador do existen– capitão de indústria, já não tlnou-se aos olhos como uma. nado havia um lago artificial dores n.morosas e suas aspi- ciali~mo. não poderia julgar haverâ essa i.nconforn1ldade magica. Costa Chiabi respira para criação de marri cos, r ações profundas _ 0 que com indulgência ess:1 entre– . Mas hã também um moti- entre o real e o indívidual, com amplitude os ares da sua que hoje está séco, apesar da talvez só um escritor.funcio_ ga passiva do homem às fôr. :vo "social" que au,xilia a que gera a obra de arte. P.s t , rra. Quem esteve quinze chuva. E agora a chuva. tor_ nário. ou um funcionário - ças mágicas que o dominam e.xplicação do "caso" Baude. forças de ação aplicam.se ao d :as, como êle, em perigo de na a cair, compacta, endo1. escritor, seja capaz de ofere_ e guiam; porque, como diz ' l o.ire. como escritor dos fins objeto Imediato, e O home:n 1 l decida pelo vento. E tudo fi- cer.nos. êle que constroi sob no final de 11eu livro. "le 1 Referindo-se ao cxib:clo. ~ mo dé Baudelaire. S-01·Lre aI1rroa que alguns de seus desvios sexuais foram ima– ginários; o poeta os criava e ,tratava de espalhá.los, pnra -•épater le bourgeois". Psico. :logfcam-ente. pouco importa que ess.as aberrações não se tivessem concre,tizado na p rática; o simples ato de as exibir como se fôssem ver– d adeiras, 1·evela uma forma sutil de praticá.las; elas têm .uma e.xistência potencial, ~nportantíssima para o co– nhecimento do p0eta e do h omem. á i d t vida, sabe que 'Ira or e1n uma do séclllo XIX, como "poeta fabricar co sas e uso co 1 - cou novamente branco, como a proteÇ,ii.o d11 Ordetn Buro- cho.i.x libre que J'homme falt maldito". Basta que, lance- diano, planejará o assalto aos ~ªi;~e~c ~~fui~ ~~:.i~~z eo ~i~ se a casa como se nós, sêres crática o seu edifício de nlL de soi-même s'identiti.s ab- 1 mos Um rápido olhar à triste m"f"rcados, desprezará tanto O t t t E d e coi·~.ae,' ti've·ssemos mergu.. vens, como uin louco nmnso ~olutement avec ce qu'on f , · d J t f~á pro do ven o cor an e. e. ~ " . " •!legião de desesperados. de o 1c10 as e ras como as ' - Co lhado num floco de algodão. e subvencionado. api;i,ele sa deshnée . ,!reprovados, de desajusta.dos, gei1is~~p~ro~~d~u~r;~õ~e~s~d~e:....:se:u:s:__::º,:.fi'.:-~.::P::º:is:,_~q::u:.:e:..:..:ªj:.:a:r.:..d:..in:e_i_r_a_d.:.:.:."- _ _n_- ------- -----;~-=-:--;-dl~;;;;~:;;~~F~~;-;;;;;~~;;;;~;;-~ - ,... :, demonstrou G. Freyre era lornar os mnus virtuosos e lbe-se que Dismas e Gestas e. "Pater" et cinq "Ave.Maria", FOLCLORE FR... 7tNCES mais prático do que místico desviar suas maldades para. ,ram os nom,s dos dois ladroes en l'honneur de cinq Plnies ti e o francês mais impregnado longe de nós, mas ensinar- cruci!ica1ios ao lado de Je. de Notre Seigneur: fait. s in- de elementos místicos, mes- !110.!I a paciência. É assim que fl\lS. Essas preces latinas de- suite le signe de croix sur la E F 1 } B ·•1 . mo nas suas camadas popu.. a oração tende já a S.? trans- sa.pareceram parcialmente· em joue sur la douleur, en dí- Q C ore fQSl e1ro lares - ou ainda p!la histó- formar em uma prece ver_ itodos os lugares, para serem sant: Notre Dieu l'a, gueri ria - datando essas orações dadeiramente cristã, pois substi!ttidas pelas suas tra- par sa Tout..Puissanc.?, A- da época. em que o cristia- não se trata de cura, mas da duções na língua do país. &!- men". (Conclusão da últ. pág.) nismQ. se centralizava em tõr_ obtenção de uma v:rtude. 1ria. curioso estabelecet· um pa. PARA CURAR TODA A no da Po.bcão de Cristo e não Não rn~ lembro de ter en- iralelo pormenorizado, mas. in- ESPE:CIE DE PICADAS OU exatament~ os mesmos- P!º· tintivo, uma vez que ist.o nos dos outros mistérios da fé, conlrado orações dêsse tipo tfeUzmenle, tendo à mão ESPINHOS lN'rRODUZI- cessas usados nas oraçoes permitirá atingir a originalL como ~ Natividade e canse- nos repositórios brasileiros e, meus livros franceses e não DOS NA CARNE brasileiras. isto é. narrativas dad~ dos psicologias étnicas, quent~mente antes de S. nem sei mesmo, se poderão os brasilei!'oS, o que me t m- "Point sur pointe, Mon e.xemplares, de acôrdo com o os caracteres nacionais, ou, Boaventura.. ser encontradas. De qual– a>ossibilita de realizar tal ta. D ieu, iuerrissez celte potnle princípio que estabelece que ainda datar essas orações, O segundo caráter d islln- quer modo, nesse particular, 'll'efa. Basta-me cita·r algu- como Saint Côme e Saint todo rit;o se apoia em um descobrir sua cronologia, a- tivo, c-0nsiste em que, ao lado essas orações são uma tran. 1mas. em uso no Departame"Q_ Danrien onte été gueris par mito anterior, sendo que ês• ceilando que cada século pos. das doenças do corpo, há sição entre a ora~ão mágica lto de L 'Ain, para mostrar l es cinq plal~s de Notre Sei - te só é eficaz porque outrora. sui um cristianismo dileren. orações para aa doenças, ca_ (uma vez que a virlude só lcomo estã~ pró~as ele Pór - gneur ~esus Cbrist au Jardin a doenÇ!I. foi curada por J e. te e gue o 1aentimento cris- so possa assim chamá-las, so• nasce pelo 1,>sforço pessoal, ' itugal e do Brasil. des Ollvf's' ' . sus; também pel11, adição do tão. exprimido nessas ora• ciológicas, isto é, as que :re_ mas a paciência resulta da !!PARA ÇURAR DOR PARA CURAR PARTOS Padre Nosso e da Ave Maria, ções, varia de acôrdo tanto sultam das r elações ,entre os r ecita~ão, s,ndo um seu re- D E DENTES "Par la puissance de D1eu e. finalmente, pelas repeti. com as épocas quanto com homens. No Brasil, êsse gê- sultado fatal) e a ora~ãG 1 "Saint Appoline, asslse sur oue les dartres s'én aillent. ções (de 9 a 8, de 8 a 7, "eto). os lugares e os países, nero de orações só existe cristã, propriamente dita. 1 \la plerre d~ marbre; Notre Dartre d~ 9 reduites à 8. Se procurarmo.s aquelas di. Ora, o primeiro caráter cont.ra o "mau olhado" e con- H istôricamente devem Sl'r ,S eígneur passant par lá, lUl Dartres de 8 red1lites à 7. ferenças que são regionais, distintivo é qUe as orações tra os encantamentos e male.. posteriores, talvez. à época ';clit: - Appoline, que fals - Dartres de 'l reduites à 6. encontraremos dois caracta_ francesas aludem quase que .ficios. Encontramos, porém, Em que os portuguese1a leva– ' ltu..icl? - Seigneur, je auis Dartres de 6 reduUes à 5. res distintivos. Pessoalmen- sem ~xceçã<>, aos sofrimentos Eil1 França, orações contta ll'&m suas ora~ no Brasil •e 1 f !i.ci por mon chef, pour mon Dartres da 5 reduites à 4. te, uma. vez que êsse i;(ê.nero de Cristo na Cruz e à Pabcão, "todas as mísérias que nos onde se conservaram na so. sang et pour mon mal de Dartres de 4 .reduites à s. de orações n1edicinais é co- enquanto que no Brasil, exis_ eavêm dos homens", isto é, lidão do sertão alé hoje, en– drnts. - Appoline, retor- Dartres de S redultes à 2. mum a todos os países cris.. te uma v.ariedade muito os aborrecimentos que témos quanto que suas irmãs ge- 11:Je-L' en: si c'est une goutte Dartres de 2 reduires à 1. tãos, penso que o mais in- maior de temas. Pod~mos ex- nas nossas :relações com ou- meas permanecem ainda. nos 1 de sa,ng, ela tombera, et si Dartr: s de 1 red11it<1s à n11da'', tercssante, com efeito, não é plicar tal coisa, tanto pela trem. Ot·a, neste ponto, o in- cantos di stantes das rnonttJ_ c·est un ver, il mourra. Vous Vê_c;e que encontramos cm procurar o que há de comum, geogra!la - o cristianismo teressante é que essa!! ora. nhns francesas ou nas llndeti dlrez a cette inttntions cinq orações medicinais francesas ma:s sim o que existe de dis- português, como multo bem çõe.s não têm como objetivo <ia Bretianha selvag.?m, •

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