Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
• ---·-------- -----,------------ -----------.-.--- ----~~·--:--...:...------------------ --~-----~- ------- J-'O!{;TALEZA - Certa vez encontrei num "$ebo" UJ;n l{.– 'v,ro qu~ ine ferju a curiosida– ôe por sua bonita enc3der_ nacão. Pressuroso, tratei de iexáminar se Q coii.teúdo eor– l"espondia ao éo.ntine.ntt>. ' t"'s, p ara triste1.a, rni1;1 ha, a pol!1ha IC) o ·cUpi•m havi'<lm deixado o· v.olume "trl last-imável e$ta,_ d'o . Pá !!inas tôfa.s. ileg,íveii.o, ,er,,- • "'1 •".t<? c·orroídai:. Pe,na– iliz~·' ~ "'">mecei a tol-heá-1as: • \ • pàixão i!npossl'vel por seu. ir. mão Branw~ll oil p.or qual– .quer outro home-m. extl'aín. do . de;ssa experiência as sin_ gularfssimas personali·dades de Heathcliff. e Catherine. :Repousando a questãn riesses t.erll).os, . poderem.os chegar a ci>n.élU$Õ~s •imprevisiveif;. Es- "Í11•r if'"\1e i oue .,ram escritas ien1 ~;,,n,:ês· e ;atitulavam_se l,e-, l1aut<1 d·e Uurle,i:ant. Do 111vt.or não tinh,;,. a me11or jô,s}a seu?.io que er.\l it1glê~. a jul<iar Pf'la inscrição: '"Trll.~ ~ui.t de l'ane:lais par M . F. Df'l~heque". Uma novela in– <gl!ês.., c••·-ta-mé-t)tf' rl2~"~~ - C')ia. tá fora ele dúvlda que o com_ l)Pl'{amento das person11g~11s não flXPlic;1 a biografíll .d.o seu.·cria<i.01•; niM é evidenté ---- --- --- ---- -------- ,----------------------:-----:------------ -- oue . as caracteristicas psiC\O- BELiM-PAB.A · NU.M. · 72 lógicas d.este. revivem e se Domingo, ·4, de abril de 1948 Duma lntérpretoçõo De Emily Bronte J)OD!!l ,,j•j,t,1d • se· 1??. P-Or cu·- Jlssimo d~ Róber.t de Traz, clln"''' 1 "'"'"s-1le -escol-a ou mo-- La FatniHe Bronte. Em 1947; Ida 1 •r - .,., lo"o desaoari eida talvez para ass inalar· entre ela ,,,_,,~J1acão" literária. En- nós a .pas.sa_gen1 do orim.eir<> :f.i~''?<ln me pus a ler, ~ 0 centenário de Wutbering Hei. 111ci,so. a1~uns h·echos . Em i:-hts.' Rachel de Qu~iroz o J)rim~fro lugar aquele em que trati.u,ziu parn ,i Livraria Jo_ -0 ~-,- . Lockv. 1 llod Jut~ co1n a Ré Olympio ,E_ditqra. traçlução matilh'l dP -H~ath~Úff. e este, :l'eita ca-rinhosi:t,nv,nte , llor isem socorrê-lo, tleujtmà(ic{l . confes.sa.da. adinírac:.ão. - ·"{a,l_ mente adverte que "os anj_ ve;r, ll maior livro· de tlçção mais .nã.o atacam a .011em não · lh ..,, · d :rn .,_· x·" com ;,le•". lF'olhim ;nto escrito por mu er u.<'s. e ·QUP. - ~. ., ,.. no mundo SI! conhece a. arte CIU" ·n~~- pareceu de\l.e 1 ·as es_ de escrever" - 1n11ít-0 boa tr~nho. rm "" trata.n!Jo d~ ·n,esrno. a nesL,eito· Wt tne-xnlt. urr , ·visit<> r'l!stiota. Em se- cáv;,J n 1 .utilacão a <1Ue sub_ 'gu{ d~. vó}-l'pi as oáéin.as tL m ~teu O últim.o capitulo do 11~is " li tOdlJ .o l.rtcho ~n1 ,. . d su li v:r.o . ,que. nas ve,~l'.>eras e · ª F~t,o ráríssimo esse, no 11:ilorte. H:eathclift, s,,r ,n;:i_ Brasil. . ae un 1 1·on1ance mei'e- ,nen:te. con1e:rita con1 ·Ne11y c~r düas tràduções. ambas Dea rJ os . tei·ríveis aconteci:- hern. re.alizadas: alitlins .mi_ m.e11t 0 s de sua vida, fl'l S(<US lhP,iros d.e · (,Xen101ir ês im_ idE's~•lJet·os. l"JS seus 6dios. a ·pre~sos. um aômirável e${or_ isua in,en~urável angústia ile co de rlivlll~ac;io. nltroa terra ·:amor e d~ vi»l(ancà; e a pre_ ~em púhJ,co. Tod.a:via • 0 ê:,,:_ l!l~n,.;. const• nte d~ Cat111'rine to se deu. Em pa.rte. .p~la .i ator:m<>nt'á._lo p ela eidstên. contribulcão dn cil'l,'llll! tel'l– eia ,inteira. nos seu~ nensa_ u 7 .n.ndo ttma peJí.cula. '1~0 dL 1111~ntos. njl.s suas v isMt. 'l)as l'<>i ;i altur a. m;,s hasi:ante il"mbrança.a que º" olhos de diirnrt dfl r;rancJe;,a A.11 arin,_ Jlll 1 ·eton e o s~mblante· da. n 1 enl.n. p 0 ,. onl'.,o 1:tdo. há, ~ovr-,, C:itby tornavan1 mais en1. r"'duzidô n:ü~iero tsmbo_ -vi,,, • · ra. JP.itorés intél rir•;'ht""· '! O 1°n1po passou e es$es ·,.ipJ·~dit~ . .... ~e. ~l~l' J:011s'.t}tu;do- ,epi•ódios• nunca, ·-se ,me apa- de.ctt,e~ o oúblrc., que·'~ez a po_ gariam da memória. a des_ p.J,llal'idade ,do livro nntr~ n9-s. peito d>; os haver lido num mesmo porque a ma.im ·ia do~ !"elance. de oé. em Irent.> a ou.e ,.. JerAm não ;:(o,;tará. se,u u:ina Pffipoeirada, prateleira dúvida. d.a de~u•a<la manei• . & velhos livros danifica(los ra n 0 , · aue foi t.rat~.da un1,a pelo oa·l'Unliho .,, µalas lr,a_ hisl<5ria !'.itt :,mor - sem b ~i– ças. Todavla. ignorava coin- jo.,. pro'fundo1t. ~~.m :.}~ovas plf'tamen te de q.u.e obra' ~e ~galaP fe5<; i:.e1" H:s<'nje;1•<i:s itr.atava. long~ estava de sa. n1ent/ras cnn.,éncionn,s. P<> _ ober que aquele- Ji,vro era un1a ra i< ?sf.es o livr0 contj'lua tão <lbr,a_orima. e que a . resnei.to , ipédito comn antes .<l" im_ 43e quem -0 e-sci;ev.eta o - ad- l'.lr , sso e s .. ·houv'! t!Ytto n...-s_ jetivll g,,nía.1 p oneria ser a_ te caso não oossa.r,í P.er- ta_ ~Hcarl., sen1 nénhun1, co11s_ .m·ellt,i dP ml\ro , T.fSÚlbõo "º– . ~i':>.n_g,irnento . Ainda hti.i" me- .me1·ci_a:l. ~eliZD'~rlte, _ pPrém, ·"<dJto , o fá>to de. -com1> á leihu-a as exc•coes não e ... t.~o l9t).1t~ ·-de dois c-urtos trAchos de um na r"~ta. sem o 011~ não se · ,•ol:flan"e , cJeF<c-0nt1~cid-0 nos ;iusUficarh! o intere,s•e AX'is_ '·pode ficar índelev.i.l na Tem- t,-nte por t udo âauilo est t ei_ branca eomo me fiçou a da-_ • ú, ou · r 0 .motam1>11te li!!3'io à . qui<l~s ,a que m.e referi. .vida e à a,r.t,o da ,,.~nia.l ro- Anos ' depois dessP ei:icon_ n,ancista in$!I~sà. A« ravis_ tro c,suaf e n,ornent.âneo. e:u ta« ~ s110Jementos lit,..tiirios ! .tP"Ía opn'rtu1,idade ,õe ler ·..st;io cl1eills· de estudos e · -Mon-ó '19-,<1 Vent"s U:hra,ntes; · · 't>"H"ias · S<lbr" a, ,"'u.a persona_ BRAGA MONTENEGRO (Especial para a FOLHA DO NORTE) ~llllU-0:>U,!S;)p SfllUI SO S!(?c!Jp dos julgamentos, as restrL gões, .a,té a · cónte.st ~ção·. .Não' obstanteA o livro. cheg-0u a nossos dias 0 tão novo e a~ual como se· tive:sse sai<lo ,pela p1·irneh'a vez ·do editQ!'. Pu_ blicado em dezembro· de 184-7. o roma.nce fieou quase des– perc~bido-. seu "immáture but very real power were scar_ ceJy recognise<i: i~ í!U,))órt aud na.ture w-ere mis11nd~r– sto.od ", SE,gU:n-do diSSP, Char- 1QttP. ·B1·on~ num11, l)ota 'bio_ gt'áfie~ sobr~ as irmãs. "to wfpe the · dus.t of.t tbeir gra_ ve,;tones". por oC3$ião da re– e<licão de seus livros. em 1850. ?"1a.~ esperaria. ,i'nda aJ_ gum t,"mn-<• p:1ra qu~ l\,f~t-th,,w Arno}rl m -,ncionasse Wut:1,,e_ ring Htiglits pela prim,;ira vez ,em seus en.sai-0s críticos. já o,1tão com sin1patia e jus– ta medida d~ · julganie.nti;>. Sem embàrgo, um romanee escrito intêirainente_ .tora dos oua.dros --vítoria:nos não po– de~i.á i11,e.1:e.cer maior~s aten– ções, muito princlpaln1ente nun1 mon1-ento. em <1.~ todas as arlmiraçõe.s , e inter~.sses literár'.os es!avan, .voit;idos para Dic~ens. 'rh.ackeray, G~or_l!',, Eliot, n3.ra Tennyson - a inca1·nação m~sn1:i,_ d_o i<leal bur:.!!uês. da m·~d1ocr1_ daae saLisJt>Jta - . em (!li~ o neo-1'01nant1SJ'l?f>,.rl" Car!yle.. o estetismo · de- ltuskin e .a po_ e.si.a mistico-sensual ~és p,re_ rafaeli,itas·. n1onooo1iz'>'ila.m ns E>St>il·i ws. E !\$Sim Emi,ly • Bronte s~ conse1·var1a. pqr todo o .~éculo. pouco mai.E! ou n1~nos for;i· da . Hterat u~a. 'raine não a mencionar.ia ;;m P·Q:E•iM.A Df· R AJ~N-E R·. . . M,AIIA R·f.LIE Amo-vos, instantes obscu1:o.s do meu ser,. nos · Quais se fundem os n1eus sentidos; não m.ais h~ras, cartas antif!às, . ' onde o meu passado e11contro, uma distante e superada le~enda. ' ' Lendo-vos, compreendo de :repente. .que em mim h á espaço para uma outra vi4a ilimitada. E que ~uitas :vezes sou . ~ wvo,rê que; secular e sussur:e-ante, sôbr e tim alvo túmulo vive ó sot,ilio sua .Ristofre ife la. Llttérature· AngJa~ outros ci-iticos e b iogra.fos ocupar_se.iam dela ~orno de uma irmã mais jo.• ven1 de Cha.rlott., e, guarido muito. ]hP,s equiP.a1·avam o ~,alento. .Havia bastante mais curiosidade em torno d e·· sua personalidade. de ~uá natu_ 1•iza. .a~este., .de sua ,exi~~n. eia terrivelm~nte . rncrustada. ent1·e as paredes sevP.ras de um 'lon1lín<1Uo presbltério. nas inésJ;>it»~ chài:-n.... cas dP .York– sbi,;t. S'lmente nesse século a_ par..-,.c.,1·ia uni crítico,1:1ue ífl'es. -trit:J,mente .1h 0 pro~la111aria,. .o 1?ênio. qu~ . i-úun PS.tudo e~e– gétici>. · TJt'OfUt'.IÕ<l n1f!l,l!e' CS$?}3_ reciçlo. lhe realça.na a gran_ dP-za ' da , obj-a. 1'.f'Vel.andó a no.esia l.'~côn-ditl!< d"' tantas vi– das rlldP-s e dolo1,osan1.e11~ h11 rna i'ii>s. F!ss" crítico foi M~nr lce Ma.otei:linck. ·nqi p<ita · cá o fenôm~110 W.miiv Bronte. m~,is n:ia-tir.u_ J;,.rl)ieht "' ~.o l!enôm~no•WutJ1e_ rint Heigl1t$. ne1·m;i.necP.r.á .f(ffiU1;f~ _no Jll~imeiro 1:' 1 a l'"' _tT!Ys ae,tint~rme11 toii l•t.o.rár1-0s.. ·heite1as. crlHCO!'<. l:)!6gra!if~. 1·evPlvJn1Bo .arau.h,os. revi– vendo f;atos. r.e11'liúdo ac,,op_ t.,aei-m~-!;Q~. "1:'•-co}h~t~e nott. ci.,~'. •fêQi. \al~.pri.,i;~ntf.!rrt<> se -0cuoaí{n. ém }nter.pretá-JI) e· 4!SC1arP,C~-lÓ. .( currosjdade .J,.'· ai:l)Y'Í.radore!; e .est\1di.étSJJs não m1l is S9 icont:i>ntará c-0m os elementos a'rtf$tico~ e .hu. manos do romanc~ p, dos .ver– sos nem com os a~pecf:os ·ª– ned6U-cos da vida d, 6 sua a:u_ forll; 'nern .ainda coin o maUl– r fa, l v;1$tfssipJ,:,, recolhido na crôn·jc;,i dé su;3 famH,j:a toda. ..,1a in'fla:i1,~d.à . d•e gênl~. de dorPg , pr9.func}ac; " res1J!na_d1> sofrL'llento - ..,Jg tenta m&i.o_ mes · «c;pda,gens. -per v ,ez.es •'."te• m-e·r3"l3S e ~neJt> .:'!mi,re. hP.111 snc~cJ.idàs, na, ânsia de ~ti.n – gir. por · assim diz"'r. ·o niícleo : e,n.ímico. - a ener!{ia orimei_ traem nâil criàtUl·.as, nactuilo q.ue m.ai ,. particular P futi– n10 censtitui a SUll. ·t ei~ãn es_ pirltual os ~1-•115 con11'llexo~ -e recalqu1>~.• ,bai por que. s-1- ~do Ffux.l 0 y .. a11ando pu~ blican)os '!!ma 0br;3 d!', arte temq,~ OU.é atJrar al$.lma <'OU. sa Qº .dQJ;icado e ª" sensível a~ ai,•,iis, ·Roll s fminc; P ""' cães. No qu~ concery, 0 • a E_ mil.v . T:3 l.'onJe, nada ,nt-elhor :i – nlic-ado. Ela, era uma -trtiS'– ta <;iUe extra ia · rl,is 'ri1,t9..(; 01e~m'lo do - sua ....;dã· in t i>l'ior· o SP-lJIJ<io tirllrnátiCln .Õlf$ Slf\!'S 1nan i.festacõ~·S 'est.~t' cal" 3# Pneriía..s .b.a1•;,, a . elabur;iri\r, rle um muh(lo :;b•r.ons.-., sombrio; onde as paixõe. luiia.m Ct". 1 . ' .,. mo. pr.~•S<>{!o.c: r?. ilfl'tnas-o,;. ,,,, esse rnuncio foi ,.,.,.,do. i!J ima·– {!Pm d~ su" ·solidão: ~-"''"-ro r.omo .a<: Charn('C•llS 'h-,f1ir.l,fs d-e ventos funestos• . . d olor<'~.os e a.gô.n?co!l éon10- ;i ronv,l\\'êh_ e.ia a .. ou.. $<> af-eic.ó::iJ''l - convivAhcía rude «P hl)stil na s.11nerfJcje, n,â.s H®d" por elos invié:fVP..is. n,.oJuhdós. in_ ot,ebrantáv-eis. Nem a i;eve– rida<le iio Dastor. nem a rl". ttradacã..,.. õ,., irrni'ío ,,·nni·a4n, ?Y:m as dificlll<ladP<: finflri<'e,L rtas. nin1 a. miséria. da .d o~nca, riem mesrn" talvez . a. lrrev,P: lada h11~tili.<iàd~ aa:uf ,, • âli , !'Pl)O!ltada entre 31' im11í'il'!, ' n:3 . da que a af~st~ .do- seu · 1111s. t.eric,,;o recolhiJU!!nto. novo11_ ffo dP prest>nci:i~ impi1·c,;i_otf- .veis. dos s1Nl$ .:!,rt.ases. 1 e- ta.r.-i– bém. oúer.n :sabe! da.<i causa!! ri,i~ lhe traziam o es_pfrit<i rm f,.hre e a .carn·e lac1>: ra.da. Distante dos dessh..jtt::idos a_. pos~ntos do nresbitério. vi. v1a atorm1ntada por.· -insup9r_ v\:1 ~i ~uYrrl·i"!'li;;la'a p.or 1nsupor_ ¼vel nostalirtq. e s" cóhsu. niia nun1 sjJêr;·ci~ rud". ' car_ . regano d" _angústia. -"Emily se cloitr:iit en. eJl>? mên1~ .•e eons»t:?rait ·à une }}E'nsée ou•eJJe n 'éprouva.it pa<i te heso~ -ie tl'ltnSJnettre. I1 Ju1 !all1>it Hawor,tl1. pa-ree, OU<? ]à. ;s~il1em..nt. elle P.OUva it s'é.• ~ !WUir san ~ con tr~l ~ " fi f'st 0 O· d-€·poimento, de Roh..r ! t d" T'r:i :r.. um· .dé . !'leU.S n1,,ll~q– .res . biógrafos . Qual -·.o 1)1At.t . "'·º d.e.~.qa , v:0Ju11tárja reclusão? Por oue ;ipr.endera ". . • how ~,r.istence eúuld , lhe cherished, Stt"~ngthene(,i. ,and fe,1 1 !l'l:ll exc"lent~ ttaducã" de' lfr!;in-, e a ,sua opra• .e it,-: ,o- 00scàf Me-ndes. Já então ·o· piniõe.s . ~ juízo~ f'X)Jendidos nomf" En1ily, Br.ontc não nie f.li' íó s~1nure u,l)ni.""e.s 110 a. era d'ls1ú>nh~cido: havi;i litlo pl,,~tso -e' na gl<ir,i tica.ção. J'an~ Eyr:e, de .sua irn1ã Cl).a:r- E aq~í ca.bA eYocar o des_ iotte. ent tradução france_ tino de W1'th'eting Heighis · sa .~ esse conhecimento se iif!Sd~ o seu · aparecimento. con1plP.,taria com o livro uli_ No principio -toi o silê-n.cio; Que o.menino esquecido (em tôrno do qual minhas terriveis .rai.zes se abraçam) i>erdeu em· meio das Iawimas· e das frias rcanções. Trad. d$ JOÃO MENDES. ra. donde proveiti p,ssa r;x_ pressão. de arte tàll u ~rt 1 n·ba– d~ra e éxtra.ordiná.ria. Cami.. nhànd o s.óbro orecipfci,os e na ma.is comoJf.>ta ~curidão, esµirito.s· insofridos tên1 che– iad.o a ffon~iras bem ·pou~o de(111idas r nunca expl9fadas. · P artindo da premissa ,te gue " fi,u•y -g~niU.s. is. extrP.mely rare ,in wo·m1in ,vh<> lack . se– xúal impulse", Cha.r.les ·,Mor_ - gari Jp,vanta a' hipótese de aue Emily t-ei:ia alim,entad~ · 1without the ai.d of joy" ·· . ~mo. , n-11m· -dos seús PO'-JY1.'IS, ·'ou aÍ }J.da poroue· ,o ',presbité_ Ti'> esfá.va ch,:,í n . das r ecord11- ""'"" cl,e · ir, :evela.do an,,.õr t}or Wjlliaro 1 We(2htman•. um clqs . coadjutores d,e s~u-. pai. com. ,r o.u~m n1a11tivera convivência; , 1 f-.t" ~ R I O - Está surgindo na ilng1ater-ra .algo como um ~'Wild1i! Reviva1". Saiu. o Ji. vro de H .sketh Pearson, en– «:OJ)tra~o -ressónãncÍll, ,mai-0r elo que o próprio autor talvez :' -esperasse. Depois, chegaram .ru; · " obràs escolhidas", e~:lila_ d.iB e acompanb-adas de . uma. \ Í1ltrooução..,,,ag:res.siva por Ri_ · chard Aldilltten: Do ostra~ '...<ismo voltou um . escritór a– ituali'l.Símo. A su rpresa será. no entan_ !to, menor na Inglaterr a do que no estrangen-o: .pol'que. los ·ingkses estão ~i-ante ,.,uma, .•desc_ob~rta, ~nqu.anto >ós ·ll'!str.a.ngei.ros -continuam a GJ>l'tt.iar tanto a obra de ·'.W i 1 ã e- que uma des. Cló,'bérta lhes parece d1!sneces– _asària. Ter.ia si(lo apenas a hi_ ·r r isia d_oS ingl~s, .teiman– ,,ido . em nao,, adm1t11,· valores ll'e:ais -por motivo de um ts_ '~linoolo Judici~rio. Nqp.ea um estrangeiro se esqu,écer á .ite colocar Wilde entre os ,anais iinpomntes esarit&res 1il'lgleses dos 6ltim1>s decênios; f•Iguns j;í chegarai:n a colocá,.. ~ ao lado .dos•ma_1ores poetas ~.ile 1-0dos os tempos ...;. os in– 't:leses, se tó~ssem co~eei– ·' men.tc :í, aeb;u-jam bo.bagell), : me&mo Qs insuspeitos de bL::. ~qisia pu:rit.a"nª. Negam a 19/il<le per.emptõ~iamente a ~l1lllidade de poeta autênti– ~ A Jngl ;ater.ra pessui a ,mais (Continua. na 2ª. pági~a)' . . . · firme tradição poética •entr-e todas as 11/l.<)Ões: pela <1ual i_ ' dade •-e ~la continuida(le ininterrupta há mais· <l,e seis– séculós. Sabem o CÍUe- é poe_ WILDE· RECONSIDERADO person:tite~ ·alé1n de "l01o.ás " do d~ ··coisas € lemtil,no. O e :""ladies", porq·u ~ isso lh<'s _çon:flito-· en't11e 'Wil<le ,e ·a 110:: a1.-r.a11~ou uina íJúsão preci~- ciedad-e c9ntinuà".'atua{fs'simoi sa quanto à natureza- ,da,. ci. Como ,v.itima ~de,: üína soc.le~ vilização da é.poco.: attás · dad.e- iJ1co1rtpreensiva . e· ·com'o das aparê11cias áristoerátícas ' li':Xemp-lo de-.,,ú:m ''registenté'' escondcu_se o fato' -<l~ oua .o -admirável • 1•essurge Wil'd'é das . aceseo ·àquela· civ.ilizacão et; - .páginas, de , Aldin.gton e .Hes. . sia . E no seu conceito de po– egia não se "nquadra. a arte v~.rbal de Wild~. Pá-r.1 eles, Wi!ae foi Un1 "poseur" dis_ farça.d9' de ·artista: ou então, um ar,tiiita de.· m-uit,as 1násca. OTTO MARIA CA)iPEA.UX fOopyrlght f.r. S. 1. - Exelusividad.e para a FOlllfA DO N.ORn-;; neiJte Estado) . tava sujeitQ a condi~ões eco_ ketb P.earson. · ,!1Ôn,icas. ·•Só o rico · tinba. a Resfu examinar as arn,as ,possibili,i'llde e o direito· -de c1e· qt4, o · resisten~ s.e servi.u. se dista.rçar: então, es~v.a V'oita.:n,o~. com issQ, à ·. exa. l'a$ sem ex_p1:essão própria a - ,era-ta pa.ra espiar. os segredos tx;is dela-s. A . sua po~s,ia não da velha sociedade. Em 11.~z ~m "mistério" nem "v:são". de m.in.a r os fundamentos da Quando tez esforço t-re.mendô es.t-ru-tura -social rev-elou al– para exurimir ,.sua persona]j_ guris escãnd.il -0s de adultério dad.e deficiente, iiili"ingiu ou_ na granfinagém. A oposição 1ra lei da poesia inglesa: tor~ àe' Wílde -contra a socied.a:de ·n~e "outstx>ken". í.$to. P.: foi bem fl•acà. Contudo. nes– "dizendo tudo d.u:.etamente" sa oposição reee:Scobr.e.se ·a– o que coru:.titui a ' nol'ma d.à gora sua atualidade. prosa.' O vocabulário.. &imbo- O que ficou átual da obr.a lista da sua. po~sia não · cbe- de· W.iJ;de? Sua m.elh.or obra ga a ..ser n1ais do · que. sU.pei:_ ét sem dâvida, o volume .di: fície ,b,rilhante: lia veradde, ensaios lntesiii-Ons; a~ ..o diã_ !1·ata..:~ .4e um parn:asia.no, logo ' 'TJie Critie as IU'tist" ~ as mais das Vézes medíocre. uma maravilha estilística• Oc1 >r.re .a frase de Goethe É o breviário do esteticismo (citei_a outro dia) sobre um ,nàis !ino, e l)or isso me-amo poeta. de estilo os seutim~n. de inatuali<Ia<le abs.oluta.. Fi– tos irrememllv.elmente. obso- ,ca, ínegáv.el o i11teresse - só letõs: "Ei.e já não p!)d-e mais os hipócritâs •e os · filisteus ajudar_nos". pod_eriam negá.lo ·- do .Do. E 1> resto? O teatro de ,vir_ rtah Grày; e fieam TlÍe Bal– de? N~ época :!'alava-se em lad f>f Roading Gaol e De "<1ríiiea social". Ho-je, bast~ :Profund.is. Estas últimas o_ a comparação com o contem_ bras são. assim como o Do– põtã)1eo Shaw para, .re4l;tar· o nau 0 Gray de nat~za auto– er.rco. Wil<le ~oí um · p~~i~gr,át~;_._,:i ,..~64da.. não que s~ fantasiava. de ar1sto::. se,ndo grand9 Po'é&1a-;-é · uip,:,, impressionante documento, autor~zad9 pará tom.ar a:ss~n.. n1ina):~lhe a, o-br;;1;• .é,•~ pa:r-te·· pessoa). São essas -t.rês obras to na · ('élit e" •que , ll?,Onopoii- .º, resultiidq 1 será ma.is · !a:vo__ QU-e .,m.eteétm, ent re todas de .zava. a cultura. HoJ-e, .as ª- ra.vel do qµe , ·Se p~s:ira. Ji). Wilde, o qualificâtiv.o · dê P,arências i:nudara·rí1: o disfa:r._ xist, u1ila contradief,ío .entte· •~e.utspoke~"•. E isso con.:fir_ ee aristoci:átic•o está. subsU- a atítúde de ,Wilqe· e a:S suas ma, a tese de ' que o novo in- tJJido pelo .plebeis.mo cru. As pretensões. Assufui'1 a ·ati– ter~ss0 ·na sua poesia s.e liga • cond ições ~oiiôn1icas , conti_ tuc!,e de. est1:tta aristocrático;· ma1$ à sua pessoa do que à nuam inalteradas._ l\{as. o nem. pod1~ ser outra. A.ol !'l,?e~. sua obra, di,ga1nos: à sua a_ pr.ogr.essQ d,, m,ôerât1co é ·111e_• n10 .tempo pretencl:~u ter e~1- .titude pessoál de um · .ittista _gável: cada qi» se jWg;l au_ t~. · vencer nas: b:ata:lhas .; t10- <~uallJJ:1er qu.e t e n li a t(?!izado· P,ara ter, .e dar, opL teatr~; e_spaJb~r S-! us.., livros, si<!o o valor da sua art~) +.nl n1ao sobre tudo . . Pal\11, o ar_ e1:n :tiragllru; #normes: preten·.:. ,confiito ' com a i;ocied•ade. tista g'-!e · depe.n~e ,i:'f~ssa sO'- .s9f-s· t-antbém Iegitj~as . P.Or- Dutante certo tempó e,sse cieda~: o . per1gó (le ser es. qú,'e o seu, VeJ1da<l-e1i:o f11n e– conflito parecia. ter ~rdído n,iutâ4ó !!ontinua o me~~o. ra ;;i 'vitória, fataln1,en;e· e_$– ·a atualldade: Wilde -!or:1 ~s- 0 esnobismo ps<i.udo:..aristo- ):let<1-cula-r, sql:tre a soc,edade, teticista o que lhe desauto- crático foi substituido ,pela A,pep-as a. a,titude e a pr.eten_ rizaria à· pretensão d.e erí,g_i!"- con'f.i~s_ão_ fr:inca de ter lido sâ.õ ,i:i;o: ,éombinam . b_em, . ·~ se e,;n repr.esebtante tip1co o últJJno numero de {'Sele_ esJet:ctsmo ar1l!tocratico cl1r1_ dos artista/> e intelectu;i.,s: é, s;ões!'., ~~j,e, assim c.on1e ep1 _ge- se, P.ºr : t!;4o1e,. a ., p-gucQ_s; doutro lado a sociedacl'e ã 1890 e.:it1ste gr.ave, co:ntrad1:. p_ar.a ter ê:l:i.o. W1ldê dev111. qual'-:ele sé_ opôs, jã não •~;.,_ ç,ão '.~ntre a na'tur~za.' 4a ' c_ivL dí!m_lo'. ~~ {:Õsto., ~i e.i.,p·ecta.. ~ - Ma,s nao é tanto .assim . ~:1zaçao e a í.ndt>!e.· e -as. pre. d~res . e -le1tot~s . ~t;e ~-nc;,~ fll'nd,> A sociedade · 'buiguesji <le tensõt s dos·'que a tnonopol)- n:ao · i1~ra1n 1».1porlialrJlª ~l;; 1890, tão eanobe eomp o seu zaln', o fatp de que hoje sao /filma a arte . . Dai li'~:prrt ctitieo viveu disfa,;çad:i d •e mais num·erosa11 é circuns. bar.lto .n!?- ~a.tro (}e W~de e sociedàde aristocrática. O.s . tâncl-a agra1/ante. . A oposi_ o ~ar~a.s1~n.1smo ~ll'l ,d 1~tai-~ burgueses vietorianos não ção do artista, consciente do Q",<lo . da sua p~c;;s1a. • !Jm• querian, ver, no .palco, ou.tros S!:U j)fício, contra ~sse esta. (~Qnttnua ·na 21l-, _pag1na)_
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