Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
• ' • ... . . ' • r . . . . . --- .... , - ,. - . - , 1, 1 . ,. .; .. :. . . . . . . ---.-.--------"------ ---------~-'--------------------------~- --..;•...__,....;- _______ ~---------~------ - . . Do ~. fáeil , ~u,ma ~mbOJ'.11 rápida cligrêS:Sâ!>-, ·das origjns ~a i:ltis'tóna hlí~Illl. alê o:. nos.,sos dia,s, prov;ar as flutuaçoes daa .:&oncepç~s ickai~ta,. e ma.tt> .rlal!sta, airavés do nascimt'nto e , • ~IÍlorte díl& . tti.lfel'l!.as categorias ·hi~tórlclfS transitórias.~ AJ!sbn <-eoinpre4!nd.eremos melhor .o choque des.sas c9ncepçoes em -~ossa ;nróp..-la his.tória. . XIII .. . . . LEV·I HALL DE MOURA (~peci-<:tl para a FOLHA .DO NORTE)· O ''Sapians'.' do fim do paloolí~ico e começo do neolítico viveu sob o· regime do comunismo priJnitivo. Cfom o .h..omen1 neolítico, já nâ. dome,1tica~.ão e cri:M;ão dos anim:.is, é- que se , !llH)ssi"!)ilito.u a, disson_âneia, a op~ição criadora dos dci;envol• .;:ybnént!)S en!re; ·cresci"as fjtçns__in·od.uU_vas e não corrlspoJ~• - • dentes relaç.ôes de produçao, d1!!sonâ.ne1.a que defermfnon - como :se sa,be - a ·instauração •tio r~gime esel'avaglsta no mundo antigo .o_ ,fim d~ co.muuismo primitivo. . (luando, portanto. no fim do paleolítico t' princípio do . neolítico, a,s fôrças de pr(l-iJução ainda se ma.ntlnham em tão ·, baixó ,iivel~, isto ê, l\ÍI'~_sa.dé,:rl~a.s - _ (não .ti~ham os hO:l5ÓS antepassados daquela. epooa s1quer caos e· revelavam pouco . ou -nenhum in~i:êsse por qualque,- esp éc~e de g-4do ou ove. · lhas .domesUcadas, informa-nos o llisto.riador H. G. Wells) . q_uaít/Ío as fôrças de produ~.ão assim. ,primárias permitiam re- la9ões de produção também prinia.ria;s como as do tempo, • qua.11<10. por!anto, as fô1·ças de produção da época estavam , em perfeita con,soná.i..cia •com a,s tolações . de produção da mesma épQ>Ca. e ha.v-b, pois, equilíbrio e, fnfitll, progress.o em re~a.ç~o · á· ora do Néander,t-11\, o Arquiavô Sa.piens vivia e p onsav•a, ·_l)~o. em wnnns · idealistas, mas em t ermos inteíra. :roente 1nateria,Jis~. Lembremo.nos dos ·desenhos dó cidadão . '1a ida-de dà Jt4)na; todos muilo obj {ltiv.os , materialistas· P,Or nssim cii-ier. ~ sintomática a preoo.upação deles pelo animal, e, qu1u'.lto às criaturas l1umanas, pelas mulheres de opulm1t:i. <ia:ma,çi,>. É :verdade gue se tratav,a de materialiS!JlO ainda bnita:lroe.nt :e metafísicC). grosseir.a.mento mecanicista,. Som.ente quando o reghn.e envelheçe.u, e caminhava para .o fim, ·quando se estabeleceu o eo~.lifio entre as fôr9as de ..PfOO.UÇM em c.tesoente processo de atanç~ e -as relaç6es oo– lintml,s~s prlml!iv!'S de produção, 11reca.tjs'simt1S J.>Ór ·tqtça. do . ~ . Jtl'ófl'lo pnmativismo, quandt• CSSllS · rela.ç.oos com,eçara..m, pois, a . freiar .o desenvolviment_o dap.uelaa •tôFças, é _que s11r– giu o idealismo. Lembre.mo-nos. ~ desenh~s ·do .artista neo. lítico. Constituem-se de símbolos, representações, frutos de um subjetivismo aínda sem a indispensável auto-critiéa., oriundas lle imaginaç.ões 1alvéz defor:madas peta· evocação, transmitida .às geragócs, de ancestrais 11.ub -lnun~nos, e su– gcsUona-dns. pel~ mJstérlo li\>}> sonhos, JleJo, lH)rror ~o~ )le,;a. delos sem e:,,:phcnçao, .e sobretudo pelos ainda ID3.IS 1ncom– preensíy,eis delírios das desyastadoras febres prehi,stóricas. Surgiram então, os magos, os sacerdotes, transfonnando– se em sumo-'sacerdotes, substituindo os chefes de "clans 1 ',· a.proveita.ndo.se dêss.e subjetivismo mal ~nalisado, pa1·a as: segura,r o respeito à propriedade privada nascente, e a sub– nrtssão à. reduzid., classe dos senhor es por parte das cente– nas dos escravisado$, O aniqnila.meuto do sumeriano p.elo semita, da civUisação egéia. pela grega, do etrusco pelo roma.no . a subjugação d~ tribus canané~ pelos hebreus. . dos egípci:os potos hiçsos, fi– xam todos êsses fatos. a rutura :marcante. da passagem de um regim.e do p rodução a outro, 011' seja ·do regime -de comu.nii,• mo . primitivo ao escravagi.sta, e assinala, tllJl)Ulto semelhante ao que mais tarde · ocorreria com a chamada invasão dos bárbaros, ani.9-uiladora do jlnpério romano, e determina.dora da súbstituiçao do re'gime escravagista pelo feudal. P~is bem, com o regime escravagista em ascensão. res– tabelecjdo, portanto, o 09.ullíbrio entre as fôrças pl'.Ód.uüvas e as ~eJ._a,ções dt pr_oduç~~\ também vemos resta.b~lece1-~e. ,o materiaÍ1sm.o. Nao. e-. dif1c1, , ,~»_servi -lo entre os grfg~ filo temt10 ,de Tales. ~a e níale'ji3bsmo, C()Dll cena cõr ~ialétlca; m,.~ ainda e~pontin~o. · P o·.ra.e nse· ,1 ..,_. -relações escl'. avagist.as do pr~ução• começa~. porém,. ~ a. atr~r-S&-em r.elação ao ;iv'ânço das fôrças jJ:od,uUv:u;· .4~ J,rogresso buman,o, ,da corrida da eivili.saçio, As re1.~tóes ei,; cra~aglstâs '1e pro(iliçáo principiam a entorpecer• ê~e ·aesiin- • y«>l~Imtnto~ êsse avanç&. Surge -a .dissonâncià, · -Na bai-e · del11 · aparece o idealismo de Platão i traindo o materialismo · do menre Sócrntes, tanto c.omo os discípulos d~ Pitágoras -ha– yiam desvi'rtuado ·o -~t.eiria.Hsmo pitagóri~. Mas, compreen:. · de-s<.:, Sócratei; era fill10 de pedreiro, casan com mulhe.r po- , bJ'.e e ávida, Platão era herdeiro rico, d'éscendia ·de S.ô}on. ·• · _ Liqui<J ,a.se , p9js o regime escravagista substituido pelo ..feudal. Com o, regime feudal em .ascensão, · resµ,belecido, p,orta.nto, o equilíbrio entre as fôrças produtivas o ·as rela. çj)es de pr.oduç\'io, vemos restabelecer-se · t àmbém a conce.p◄ ção .matt:rialista. S:ur;/:'e Jesus de -~azaré, revolucionário ju◄ deu, pondo~se contra o-idealismo judaico que representava Ili ideologia do , esci,avagismo. Sua doutrina, que depqiiJ seu.s disc~111os· aõultera.riam; deformariam, era mat.eri;iHsta f1 pr.ogr~ista. Visava, .sobretudo, ninguém ignora. libertar q escravo da escravidão. Re-0orde·se que foram aos s·emitas o aos arianos que coulie o pa,'J)el histórico de ultimar as tare– f ~~ da. 1~9-uidaçáo do comunis~!> ~prhnitivo (inst_it~içõtls gen. t1hoas) Ja em franca decompos1çao entre os eg1peios sume– rianos; egeus, etruscos. Recorde-se: dn que nos informa En– gels: de que os a,rianos no Pcdjab e vale .do Ganges ·na. J.udia e estep~ do Ox-o e Iax.a.rte.s e semitas do Eufrates•e Tigre.• possu.iram, desde muito cedo. J_jropriedad-es. Está. claro q'U« aquela.' veUia: ~on.t.roversia entre historiadores relativa, li qual a mais antigà civilisação. a. camita ou a S!lmita, ou Sfl houv,e• CO'existência- (llltre 'eJa-s, a, essa. cont"l'ove.-sia a essa.: -di~putu, põe-se, evidcnte~•enre, ·termo, verifica.niJÓ•§.e que G, que, no caso, se observou foi o fim de uma formaÇao econô. mico.social no Egito e o inicio da segui.nre .entre os assirios éi babilônios. Aquela reg·l~ tumultuosa da 1$tória, foi a. gigan– tesca pane!a onde se ~eu a últimia, fervura à . pr~priedade pri• :vada, possivelmente Ja, preparada, .temperada-?;. 1~ Aferi~~tAcllll' • . •:-'õl." ~~ f • 1! . . ,. Cont. na 2", pagina ' •
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