Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

e.-,,"•inturo o~ erna LJmo . l-nc.ruz1 a .,/ a p1·zssão que se. ten1 de André Lhote é a de um homem d.e b o1n h;umor. Séu riso é fácil e dun1a espontaneidade in– fantil. o que ,rios encoraja -d.esde o início. p ar.a 11m,a tro– ~~ hoüesta de opiniões e- de idéias. M:\s. ~epois. apren– d,~ -;;(' qu a êsse homem ale– ~'I'é é t ambém um profundo conhecedor de sua arte, do– no duma cultura art.í.stica in– vej'ávei .:..... sab'endo defénder com obstinação e sabedoria oi! seus pontos-ele-vista. En_ fin\, poqe-se pensar por ·a1_ gtu<rs momentos· -q_Ue o éxceir– lSO de co11hecjmentos ~órieos de· conh.eéimentos "críticos": t onlln fei to com que a. pint.u– ira de .'\ndré Lhote perdes.se ~ "naturalidad,e" qúe é o s1-nal da obra_de-a-rte: eu n1'esrno 1~ensei isso, c"mpa- rando e1n silêncio alguns p .a s l é is verdadeiramente -~n-o"'onantes e da melhor q .1.:,al:t;i~de (e onde no entan– to. a~_ ciualidades poéticas · a~ A,ndre Lhote se manifestam em tôda a sua intensidade "et POllr càuse"), p,astéis que ., t • • <;> . 1:> ,r1<or me contou lhe ser- 'V'>r-P.111 a penas con10 estudos ,assJn1 como o "borrão" do~ .~scr'itores_ está longe, do que e_l<i'S so1,1s1deram a pagi.aa sa_ i1-sf:1tor1a - com· oi, qua dros opdf: a ':!omp}eta realização tecn1<;,t. isto e. d~ uma ce1·ta :rnane)ra Ul'órica., tinha ob,s– CUl'<'C1do para seml)re as vir– 't t.ides naturai.s do artista. ·É .verdade que bem se po– de cll an1ar de · poesia ·a inter_ preta,;-ão lhoteana d a nature– za: q11e as sua"s árvpres e os seu!i caminhos, as suas mon– tanhas e o -E;eU mar são vis– ,t0g sempre através 'das len.. < t.es deformadoras e criadoras d e um temperamento P.Oético que procura manifestar-se apesar de tudo. Mas, talvez es;:;as "de~co};>er~as" não pas– sel'l; _de vu·tuos1smo de nosso ~ll·1to e. o verdad•eiro Andté L_hote se~a o da interpreta– çao suilve.. pos pas téis. con10 ~ verdadeiro Portinari é o dos meninos de Brodo,vsk.i e1"9-pinando papagaios ao cre_ p usculo. l\J,l;a-s, para uma. palestra 11edulqra, n11m ll.parta,mento a'q1-u,çidcr e super-sp◊-vÓado · :por üma dezena de vis.itat:i– tes. enquanto lã f.:>ra um .ye1:to gl~cia~ procura piorar ,e ?~~ m11ç 1 9 H1Yfil'!1o g~ ,P·ã• :ris, é p-refer-ível um ' pin tor i:;!\~c bem conheça a natureza d <;>, sua._,ar te e que saiba falar tU~so. ao - que um artista; a ql.j.e1n os , dons -da expressão ve:rbal fôssem vedados . De .ire,s~o. André Lhote. é, tam_ ibe1n, como se Sl).be. un1 gran– c:le crítico de arte; e foi sem– !Pf~ como ,crftico qtie êle r es– ,pond.~u as minhas pergun_ :tas ·e me pareceu q.ite ê como ctftico ·qu:e êle dã as liçõ~ Ef l~ s.ua a.ca: demia na Rua d 'Odess.i . !'fªº sei por' que André L JJ,ote chamou de "academia" os, dois salões ol;).de várias df zenas de alunos procuram ",ll'.prender" a pintar: isso . ta1vez se deva ao fa:to <l,e :qu_e êle 1nes1no sé c6nsidera ium contiúuador da tradição _,cl~~i~:.8- na p, i.nt?ra , contra a ru-ac:nçao -romã11t1ca que P,are– ce à n1inha ·ignorância muito mais próp1·ia do seí.i espírito. _Em toqo o caso, o modêio que po~ava na m.a-nhã em :4ue v..isi-te.i as ~•correções" de An~r-é Lhote não se r~onhe– c.e;Ja em ne.nhum dos esbo– ;ço~ qu,e coloi•iam a sala: e .cetc;,i,çl o de alunos silenci'osos ' (porque ·o . J.14'éstre n·ão admite ,!Pe_i;,!ttrbações) André Lliote ia m·1,Il(;ando os trabalhos esco_ :lar~s. Na i.mpossibilidadé de en!;inar o que se d-ev.e fazer <porque a criação é, li)Or na– tureza., inensinável) André Lhote ensina. o q_Ue'- não se d e_ve fazer, discutindo os de– fe1t0g do_. artezanato e, em cerla 1")1.ed1_da. os vícios de in– Ler12reta_ção de seus alunos. Eni;cuanto •esperava o mo_ me~to de continuar minha c.onversa do d.ia anterior, fui folheando u1n livro de Ana– t~~e Jakov~~i no •qual o p r6- pr10 L\.rtdre Lhote coinenta. o~ quad1·0s ,reproduzidos. o hvro, ~final, é d e André Lhote, e .nele enc.ontrei es\;a. fra,se que pode ser tomada não só como uma opinião pessoal do pintor n1as como o pont.o-de,.partida filos◊fica, da pintura i;noderna {como aliá~, de tôda a. pintw•çl): ~'un -ta.bleau n'est jamais la. so1ution d'un probléme, c'est un aper.ço sur une des solu– rtions possibles". 'Is$◊ me eo– àocou diante do problema da a-i,te n1ode-rna. e · de seu destL no e foi justamente sôbre is- , _'41!" ___..,..___ .,;_______ .. .e .- Qual Sera O D·est,ino Da Arte Moderna? - . ' 1 A Eterna Fonte De Todas As Invenções. , • ~,-.c,~~~...0~ (....0... ().-.04afl ~-~--~CMal>O·~~>-.O~ J--oJ. so · que ínqu.irí André Lhot e, E a resposta: - Na hora a tual. a pintu– r a m.oderna. (.>Stá numa en– ieruzHhà da. É~lhe n ecessário ou reinventar tôcla a pintura.. partir .n óvamente do :iero e caminhar despreocupadamen– te sem de.stino, oll voltar es– tói'can1ente para ir.ás, senão pela técnica, pelo toenos no esi:>írJto. Com efeito. ievando aos seus ext remos limites a n~ão do "record" (desagra– dável heranç;.a do esporte ab- WILSON MARTIN,$ (Copyright E. S . I .• com exclusividade para DO NORTE , neste Estado) a . FOLHA sorven te) ela, de lance em la-n-ce, levou a liberdade de expressão a.Lé ao absurdo. llá rn-uitos anos jf!, que não se fala senão de fór-mulas "ultrapassadas'.' : Bonnarçi, Matisse., Era.que, foram "uL trapassad-0s" por Picass.o, agora. Picasso, . por sua vez, é ultrap~s-ado. Porque. no cimo de. suas mais eX1traordi– nárias invenções, êle conti- nua dependente, em certa medjda, da realidade . Quan– do êle coloca um ôlho ver– fical no alto duma composição . e um ôlho horizont al em bai– xo. separados por uma fi– l eira de dentes em serra, :pratica o máximo de trans– pooiçãó decora tiva, de "gra,_ tuidade". mas não cessa de tomar empresladGs . os elé– n1.Eintos de suá criação à fi- gura htímana . Ora. seus "uJ– trapassadores" atuais não .encontraram nada n1elhoi-, para fa:zer melhor do ~ue êle, do q ue d~ligª'r todos os seus ornamentos de .todos os objetos conhecidos. Criaram de tôdas á:s peças . o seu uriL verso plástico. Sã.o conheci– dos co.,no pintoi:,es "abstra– tos", o que é falso, porqµe para ser ~strato é necessá; rio provar. com relação mõs elementos existentes sôbre .a tel:íl-, que se fez abstração ·de todos os otttt os. elementos na, turais . Ora, fazer abstraçã~ de t'Udo ê·, · n.a rea;lida<;l~, nã-0 fazer al:>stração de natia. - Nesse caso, a pintura moderna . . . _- tJm.. sêr dotado de r ~~ão_ na-o p·ói:le verdadeiram.el 'lee • • 1 • 1mag1nar que uma -ârte pos- sa viver dela .mesma, s éfu confrontar suas í.nvençõ-e.s com a eterna fonte de tô.das a~ inve9ções. Ou, se ,o irp.a– g1na. nao faz .mais que au– mentar o campo d,il'.s possíbi;• li1ades é!ec.or__ativas~ papel 1nntado, ta12etes, estofos i,n:l– pre~~os, cerâmica etc.. Dessa' forma, o do,míni'o da pintuia R I O - N:o famos-0 arti~o publicado em 1861. · na "Re_ vue Europée•n.e" , B1 ttdelair.~ declara os motiv<>-~· do se.ti entusiasl').1.o por Wagnér. E -, Iogia-o pela s.ua valoi;ização do mito, pQr. ter compreen– dido admiravelmente o ca_ rãter sagrado. divino, do mito, T-endo ido buscar em antigas Je,ndas a matéria o gn er continua sob o signo d'o po.n. -to-·de - inte:rroga_çãp, apesar fos protestos dos sacer dotes da arte abstrata. que preten– dem que a sensibilidade do rspectador possa ·5-:lr sa.cuaida ~or quadros nãio-reprês-enta_ t1vos. como elá .o é pela, ,mú• sica. _que não representa ,na– da. E . conf\lndir os gêneros . Ei, eu pergunto por que se deye, eµi.pàrelhar as . ,artes pla:iticas a uma art, que ja• mais deixou de invadir o campo das artes vizinhas. E-rn ~orne elo que se decreta que somente os rios pii;i tura e es~ viri)OS\ de r esto. aqu( no Ri.o), c~lt._ura d~v'e.m -deixat o seu além da infinidade de siste- leito, enquanto o rio música mas de atonalidade e do em- continüa no seu, tranqüila• prêgo de elementos· ;extra_ mente? -m'usicais cómo colocacão e,e - É a- condenação, ·da .art8' ... _ MURU..0 MENDES . l uzes, cartazes ):>errantes t'Om abstrat;i. • • :e~as dispatatadas indican- - Se admi.tirmos que a do os "va,Iores'' atonais de posição abstrata total é :in– càdá. movinient.o ·da. cómpo- sustentáv~l, ver - nos_ emos siçã,õ, etc.,. etc.. Não se pode f9rçad·os a admitir que a m.esmo acusar os escritores pintura deve fazer urna voltá a:tuai's dê gostár-em da rinisi- para trás, pois que, estando ca "literá;ria'', jã' que os- mú- já no pón'to f,inal, lhe é im– sicos - inclusive músicos de possível continuar ná mar- (Copyrighi S. F. I,, co.m e:x:elusivi4ade para a DO NOR'.J,'E) FOLHA para · seus dramas líricos. Segundo ainda 6 autor de um sécul9 .do ~ovimento ro– Wagner elevou de nível a ' 'l,-és Paradis Artificiels"; mânti'éo, ostamos entre.tanto música, que -t orn;ira a cai r n-enhum músico como Wag- lon_ge de -i;lesprezar_ certas na superficialidadõ e na fri- ner para ''pintar" o espa.ço e te.ori<1.s e certas 1'eaçoes das volidáde, · a p,rofuR~idage, .ma.te.riâi~ e f lgµ_ras d o· R'om-antism'O que • . " ·· . . · cha . Mas. evi dentemente, é l,!enio ,- sao OS primeiros e. preciso que êsse "eto"rno na-o E ntusiasmou-se também espirituais; e para traduzir conhecemos melhor. fazerem -na. ., ,. Com is~.o quero apenas se faça no mesmo ritm·o da Baudelaire pelo - fato de t1,1do o que ex1ste de exces- Se adotamos o con.ceito de Wag ll'er compreender o sen- s\vo, de imenso, d e supe'rla- múiica. pu~a. poderemos tal– t ido das analogias das, cor- tivo. na alma ec no espírito vez ·.sorrit. das complicações respondências cuja· . doutrina, d{I ~ornem. E acrescent-'l elu- estétíeas de Ba,udelaire- e de– êle estabelecera ·(segundo a:s ctdativamente que. escutando Wagner. que, entretanto. sã@ teorias de Sv,.r.eden-bbrg) num essa música desp'6tica. en- bem inocentes se as compa_ soneto célebre. Seria sur• contrava !ie ríovo as v ertigi- rl!,rmos a tudo o ,qtte têtn ex– preendente · que O sorn não nosas s'en.sações do 6pío. perimentado .os músicos dos pudes::e sugerj,r a côr, que .N.ª. comnvedota carta q1Je ·no!;!sos dias. Basta compul– às côres I.Iâo pudessem, suge- dirigiu a Wa~ne:r em 1860, sar um manttá.1 de música rir . uma mel-odia, e. que O um ano antes da publica_ção modernii pará ver a que s_o~ _e__a_ côi:-- fp_!,Serq - WJ~Q• . do- artpb Sl:!.E:. n ?~ _oc1:1pa, _exce~s~ ,d,e t~o.rias e d~ P.~~ pr1as .tiara tt-1!,duzir. ideias; 'Ba_u~ela.!.f;i; c~nfess~ que. p.é guts'3.1s os mus1cos ~1ua1~ s!10 as coisas , tehçlo..:se exprio;iido :J;Uifs,~. só .cot;fb,fcia, alguns ~1r_;á'li).iooq1:1;. o .q:ue_ e ,pro.i:>r-1(.), s~m .. pr~ por w,na a,nalo,gia re· trechos de .~e.ber e 'é!e ~ ,ee- : ~e re,sto. do es1>ír.1fo.. d~ n.os – c1proca, (desde o dia em que t-hoven. E Ja estava entra11do ,a época, é_po~a .Po~el'Il;1ca, ace-ntuar que os românticos march~ l)ara ~ a· fr_ente; ti.e eram ainda uns inocentes do que v,mps o~ ._medioc.res re– ponto de vist,ll, "literário". e - sultados. P?rq~e de Pa5fº. em que-- nã 9 devemos :pqrtanto pa ,s.so term1nar1~m?S rap~da. acus.í._):os de , incompreensão mente _na f?to~raf1a_ colorida, (h música 'pura · no mais baixo realismo. O x x ·;,·· pro~lema apres~nta-se, P?~· Pensan/fo bepi; a r.eação de tanto, para o . p~ntor eq~llt: um simp1es amá.dor d~ boje. brado. da se~in~. ma.ne1~r sém responsa.oili.dade diante· por q?e meios abstrato_s da crítica, sem compromisso <ieve,~a ser expr.es~ o o ~º!L· com õs te6ricôa de todos ereto. . 1l:ss~ meio~ ser.ao ... .,. ..,,., .,.. . -- os deslú:mbrantes tal co n.o n03 matizes. tiensando b em. sua à t - -- ' 1. , .;,,. • Deus profer.iu O mundo ç'c)rp.o nos- 40 anos ! lnqu1e~. a_gi:ess~va e ,U),soae, U!jlã 1,9mplexa @ indivisível ·t1 = =- 1\. pr.~omu:1anq1il do, tp~l:?re roa~ão ·di,a-nte-· da ··música - ele , 9,, :uma~os _f!. ~m:-ws, ou Wagner talve,z não sej i\ m~i- s.~1-~o ma1s J?Odesto;>? A tra• to difei'ell,te da, de Ba•ud . d1ç~o dos_ museus quer qttt} -½ai~~-. • • e- as 1nteiíço~,s d<? _artista per• :maneçam 1mpl1c1tas a tra– dição mO!ierna qu.,er que as menores ,intenções sejam .ex– plicadas ao mátimo. En, qua.n,to·, os mestr~ de outrora ~scondiam seus J;)t"ocessos, os m:odern@s ilumi-nam com~uma lui çrua os seus .menores de, sígnig,s. tota,lidade) ~ x :i.c: .x 1eva os com_po~t9res al;e a. A uma di~tãncia, dé quase- usal'em o 9 errote (que jã ·ou- ALG-U-NS POEM·A,_S DE LA RENCE· - ·· - - S~RGIO MILLIET (CQpyr ight E.S.I'. com exclusivjdade parà ., a 1i'OLHA DO ·NORTE, neste Estado) . ' . • • _. ~~ô P_A.ULO - De L11:wre~ ée,_ o -~;:nae p oé,tà ingl6, 'j4 · ·,\ Pensar- pol' s1 agµ', olhar o mundo. - · .traq_uz~ alg~ns _ p~o~ pai:a, _os le itores. ,Agra .da.me n_e~ \ não ser i,nter rÔmpido nas relaçõe,s c.om- ó fUndo eSCl'ltor, -s~a atitude diante dos h o~ens, Jltitude d~ simpatia - -~ ' 'Idas 'coisas. real. s em ht-eratura, despojada tamb ~m de preconééitos, -avés- 'III sa aos Iw:arel:I comuns da época,. Lawrence p_érmanece de Nadá rest.a por saivar., agora qae tudo se carne e o.sso de~tro _de um mundo de trágico.s palhàços. \perdeu. , Agora -a r~v,J~ta. francesa "La Nef" (dz. 194.'1) publica, um.a A não ser um núcloo minúsculo._ de silêncio scri~ ,de ,"1:ansJ!s'', o que queJ' dizer ~m ~ glês ''pensamento" . !no coràçãi:>, mas, tambepi, a-mór per.feito". E O duplo se1;1tido ao . t ítul~ como wn ôlh o de violeta:. - m crec_e s1:.r _co~ervado, ~o,.,9u~ ,.Jua, ~oesi~ _é,_ principllliné~te. ~ P~CS•a de ampJa com~ o. d o. r ecepttv1dade, de en ten– dimen to despretensioso da.,. vida. mas, também n os últimos' tempos, de revolta e de crít ica;. ' · . ' IV Eu nã-o sou :u:m m~anismo-, um éonjµnto ·aa peças isolada!!'. E não é porque a máquina não funciona que \me sint o doente. · Se estou enfêrmo as fs.rid-as da -a-lma são causa, •as chagás"éio ·eu em~ti'vo mais profundo ; E as feridas da l!lma são lentas, lentas, somente ló tempo as cura, o :tempo e a paciência, e um certo .artependL.. l!'Pento dificil, _ , - Mas. qual serã o destín~ da art-e moderna? - Em póu•có tempo tere. inos a re~posia à sua· p'ai:~un– ta: ou da forma ·nabitual, co.m a vinda dum gênio que eliminará as liberdades ex – ces~ivas_que sÚfocam a pinr fura, ·ou, na falta do gêni'o, pelo cansaço do público e dos artistas diante das 'fór– n;ü.11as modernàs excessiva– ment_é simJ,?listâs. Neste ca– s~, 1:1lll cert;ô mistério $lê• tecnica será restabelec-ido de preferência .a,o abandono dá ~cnica .àtuar - ê a motiéstia, v-irtud.e há longos ano:s es. quéciaa, r etorn~râ sem gr.an . de- ruri1or. A música de câ– .mara, substituirá o· jaiz én• suvdecedor, ~ ,o que já Batt., delaire estig'mJitizàva com o nom.e de· a_m-ericatiizà.ção (o que quer di'zei: . merianização de -tô,!3as as ati,vidades ·huma– nas, 'lnqlttsiv.e do pensamen- O mo~e~to é dos eSque~s raci()na.\ist as, po-r i$o mes– mo e.ssa. humJJdade de um p~ta e escri~!, que tel!ia razões de sobra para se orgulliar de ruma. part1c1paçã-o íl'Paixonada. n os_ ~omove como .u:ma Jiçijo, uma, grande e belà lí,Çã.e d e> ~p1r1~0. O que mais pre~cupa. La,vren ce é o abando(lo d a. vida pelos h omens dl? yr.esCJi!e. _f: o afastamento da natureza. ou _!llelhor n detur-paçao q11e o modo de ·viver atual traz n o vocab1do_na;tur~za. De ,_ambos , os e.:111tremos as palavras · de ord~:qi sa9 anti.naturais, anti-humauas. Ou nos in citam a ac~1ta.r a engrena~erp, de ~u~ somos apenas ·um parl,'fuso; 0 11 nos sugerem _um 1ntelectualislJlo abs,urdo, em qué l)esem as tioss~ negaçoes. Ou "slogans" materialistas e pobres de confeudo hu 1 na:n_o, ou jogos sutis ·da inteligên cia. Lawrence rec~a~se a. amb!'s a.s soluções. Para êle pensar l)âo é um di- um longo · dif-icil ar.repend.imento. É preciso' en:te-nder que a vida se !liberta-se to} será a~enuací.ó :\10S d-omf– enga:n:a, e iíios dà at:te. fgn]>ro, é cla- ro. o que acontect.râ na rea– ve~!me~to p~ec,oso mas uma toinada. de consciência. · ".Pensar e c.ontemplar o rosto da. vida p~ra. nele ler o que· pode ser lidó". _~ao ·é~ um "truqu<(: n~m "uma ~ fal)ilra-g~m'', é ~elho.r medi~r sobre-a experienc'ill e dela tirar um ensiliamento. .Eis alguns poemas dessa fase: • I Morr,em 11).oços os .ii;ii.ados -dõs deúses. Os deuses dey-em odiar quase todos os homens . jvelbos de hoje, os homens ra.nçosos que não morrem. . Porque não O$ querem os de'uses, pl'>r,que não os ctta.n1a,m os d~ll$~s e os deix.arri' c1)1u· 1·anço na terra. Todos ~SS$$ velhos, presó.s .·à 1·ecusa de viver obetlientes à létra dá lei · · ' o:;;. ~eu~es, q~~ são vtda, fluidez e movimento, de1x:i.m~uos enttegues à eng,re~agem s\rja do ,legoismo que gira se.Ín 'J!)arar ~óbre si ine.sma, O inferno sôbre' a tei.ra . · ' · ·· ' • Não ooinpreendo' jaIUJMS quem ' s., qu-eixa d& l~1?lidão. Eiltar só é uma das maiores alegrias da v,Ida, 1 • - ' .. • • • da eterna repetição do êrro que a humani&ade inteira resolv~u santiücar. ~- . . - V 9.s. .qu~ falt1.m detl'\ais ém ie~ ;lq.ad ~ -são êl~ próprios desl eais e s~ arreceiam do cqntr.a golpe. v:r lidade, ma$ sei que se a técn.fca for d~ novo tomad~ a sério. se a pa.rte do azar for redu'tida ná gêTiese e no S·erá a vida ~a ,luta? Será' o longo, combate'! ,t.ssim é. Luto sem ces~ar · . ,porqu.e, a isso sou forçado. . acabamento da obra-de -ar,w, a questão s:e.cundár)a de sa. ber se o objeto -erií ~i q<eva' ser p,re,fêrido a-ps fe~rô1Pe.nos ~– .teripl'es (ou. h1,versafue11te) p-er:~e, todo_ ~ in:terê.-"lS~, ·_~Ç\tn ef_e1&<>, represeri.tar ó .obJeto ~m si. GQmo o fizeraft). ós pximitivos, não pas~a, na -ver_ da-de, de pref~rir um gênero guerra, -pela çle abstração a ·um ou.t'ro·. o ' 1 Do\,l,anier;' Rousseau ap.ro– ;ximou..se c_o.m cei·ta . w-anêl,,eza d.essa estética., El, bem. en- • Ni,- ên&antó não me interesso pela llut'a, pelo oombé!'l-a •sou levado de r@ldão. vrt Vocês peD,!xl..In• que é fácil :mudàr? É n1uito difícil tntklàt ser 'diferente. Há que t1·an,spo,r -~ rio 'élo esq.uei:iment,o. · -VIll Hã gente demais tôb_re, a torr,,., gen,te ''insípida, s~m. sal , p'í:if>li:feran.t:f>,, • E, ,sem,pr.e a salt1tar. · roem o rosto do. m'U:il.d-O" e' ~e fazem Ulll des,ert&; i'tendido, re.p1;esei;it~f os .,d i• vexso~ . fep.omenos< . werspe-cti– \éas fJS1.Ças .e mo,ra1s, atmós~ ~ere,. 11,1.1:, ê reencontrar as abst'r-açôe-s qu.e, após · a , Re– n~sc~nça, fim,,J;izara.m no ln1prêss'ionismq e no Ctibis– mo · fi-1.lnéês. Ar, como êm t!!,;di;>, to:qi~s, inve.n,çõ~ · es– t1to . por fáZ~!:, :Pe qlt!.\1-çtu,er .n1anelr>J.j , 11a:q1t s1'1.l:â ro11,liz::td.() sem Pl1.~1ê,n~i:.~, se,1n ' ~ãi e sem esp1rito,

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