Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

• d 19 A, FOI RA DO NORTE · 3.ª Pa' gh1a _____D_o_romgo. 29 de fevereir_o_:____e__ -ao________ •___ _ ______ _ ______________ _ _ _ RIO - P ensa..se geralmen– te que a tradu ção fiel é a tra– dução literal, e que, nortg_n_ to a:u1lquer tradução que não ·seja literal é livre. A maioria dos candL ó.;tos a tr adutor, ao serem oonvidatlos por um, editora, pcrgúllta iJ.1variavclmente se a ('.:s:: deseja tmdur;ões !iêis ou 1:vres, literais ou lllerárlns. ~,.,..,..,,• .,.,...,,,......,......."""".......~...,...• ..,,....,,.,,,..~.,,.,..,...,...... ~ ..........~##i...................... ~ T roducõo Literal EEfeitos De Estilo - ·~·-··---~ - - ---,-·-··-···.l A p~rgunt:1 é fci ta na t:íci_ ta supoJ:ção de qu ~ o requi– sito d? Iictelidndu co11cerne .ip!n>ts :t um dos idiomas, aqucie, rlo q ua l se {radu7.. O tr.1.:u i r, no enlanto, é obrl– ~ ... ti.o :i íldclldllde igual, s ·– não maior, para com o outro ié.io: u:i, n::ra o qo11,I l •aduz. Um'.1 versão literal, isto é. í1•J ;i apenas um3 da3 duas l1r ••Jn<, o lmpoaS:vcl. no original, à antecipação in.. sólita do adjetivo. Ou me.. lbor, reslgn.l'!r-s.J.-á a ab:i.n_ donii._tas se rar obsedado pelo ldeaJ absurdo da ~raduç:io lL leral; ma., se, esclarecido, vi_ sar a fidelidade llilater~l, es- RIO - Ernn1 do!.s amigos. Um morava em Maceló e o outro cm Budape-,te. O pri– m:h·o, nin<la uma criança, ía- ':'c::1,-11~ 0 cn.to c1~ uin ro_ zia os srtis primeiros v.r:>os n1-:.nc" de amcJr Inglês e 1 ;1.mc - e. multas vezes, caminhando ricané', <:-e assu,1to parecido júnlo ao mar de sua terra, co:n o de lodos os rotnsnces pens1va nesse amiiio deS<.o_ d:"? :i1nor: f:lp ap11•ece. apa:- "- ~_:) por Ela; Ela a prin.. nheci<io da liangria, que? lhe l'io:'l r~;;i~te. mas acaba por mandara um livro c~mado S J rn regar a Êle. No texto "Brazilia Uzon" coleç-i'ío de or:g.n:il, a herolnn forçosa- po:mas brasileiros t::iduzidos m~nte trata O herói, do co- p;1ra o seu e.stt-anho idioina. ml!ço ao llin, por you. Que_ xenâ-o traduzir fielmente, Em uma carta escrita no ver t?ren1os Q tratamento cm dia 5 de- outubro de 1939. diz todo o rowanci por "você" ? o dr. Paul Róna:, ou Rónal Ou r,.-eierir.!ll'.toS ora. 0 "se- Pál, ao seu jqvem amigo: nhlL' <no ecmê1:o, quando os pri::,tagcnistns mal Se conhe_ "J'a.i eu des mais tres ag:iLés: c'filll'. ora "você". ou ·•tu·•. une longue meladíe, une (quando o seu conhcc:imento opér alion et une périod~ de se tra ns.fonn 1 em amizade, e · ili( · •• service m aire .. <l.D'l llJnor)? P nrec: -rne que a s.1gunda solução, embora mé_ Nas pousas dessas circuns_ ,los "fiel" . é bem ruais na- t.ànci11s que nã-o al~moriza- tur:.1. vam o candidato à sio1pa Li- Só se porlcria falar em tra_ ca classi!icação de jovem duçiin liberal se houve:;s ~ lin- poet.1., alguém, em um país gu::s bastante semelhantes longínquo, informava-se do pera _permitire-n1 ao tradut or movimento da inteligência que 3? limitasse ª uma sim- brasileh·a descobrindo os pl~s transi:,osição d! palavras . ou expressões de uma, para nossos po~.tas e 1·omancistas. outra. Mas llnJ!U,as assim não Foi, portanto, uma das mi _ e~stem, nem 1nesmo entre os nhas primeira_s a1nizades l)_ idiomas cognalos. As inúme- terárías êsse 5enhor Paul ras dil/lergênc:l!s ,~struu.rrais, existentes entre a Uniua do Rónai e. i{ilnorando os mis– original e a da tradução. O- térie,s do intercãmbio extra– b1·:g:un o tradutor a escolher, territori:.J, cu lhe e!iCTevia cada vez entre duas ou mais sc-lucõ~, · e em sup. ei;colha cartas canhestras e chegava file é inspirado constantemen- a dizer -lh!i- que um dia ha_ te p~o espírito da língu:i veríamos de encontr3r_no11, para à qual z. Quando, em uma asser~ão Josolente por exemplo. o riginal é es._ crito numa ilngua de-~provi- que o., tempos iriam concre- da de artigo - como o la,_ tizar, depois de tecer a sua tim -. o tradutor brasileiro, ti:an1a de espantos e presen– ao 111- rttr cada substnntlve>, ças. opt.3. consciente ou i11consci- ('1Jtemcnte.. por uma dru; três LemJ:>rei_me desse amigo 11 :1-lu.ções seguintes: usar o qU3ntlo veio a guerra, cor– arUgo definido: emp: tcgar o tando uma correspondênt'ia o nrügo indefinido; não usar que se anu nt?lava tão prc,n1is_ n znhum artigo. Cada um dês... ses casos (e s-ao mUr.ares sora; muitas vezes, lenôo nos num só livro) é resolvido jornais os relatos de inva- 5egundo as leis orgânicas do sõ; s e bombardeios. eu me português; o original não for- pergunlava pelo ciestir1r., des- nee~ indicação alguma. $;? existis.se t,radução lilc.ral is_ se homem que era. talvez o lo é, fidelidade unilate.ral, o único húngaro a ler e falar pl'()blema nem se l 2vanta:ria a Jil1gua. do meu pais. e dcLxarlamos d e pôr o ar ti_ Ao chegar ao Rio, Jorge de go ao l ongo de toda a obra. N em s:quer os .s:inals de L ima c.ontotwne q ue cer ta pontu:ição pod_m sel' tradu_ vez lhe aparecera no consul– zidos "llterálmente", N in- tório um indivíduo que, em guén1, p0r exemplo, mante_ altura, traços fisionômicos e r ia, nun1a tradução cio inglês, jeltp de andar incarnava. so_ a n ão ser por ignorância, 0 ciologicamen te urn puro cea– travessão que nessa l ingua c◊(JIUJne D ~t se emp 1 ·.ega em r ense. 0 vlsll&nte, porém, lugat' das r eticê nciü.S; nem. não vl:r a do sertão do Gari– por outro lado, deverlí con_ 1·i, mas de sua \Telha e ben1_ s ervar, nos diálogos, as as- amada Budapeste. Era o se– pas que os aulor es in gleses nhor Paul Róoai, com quem Usam em v ~ do nosso tr a_ vessão. Em russo, o traves_ eu iria passar u ma tarde d e &ão desempenha p apéis des- domingo de carnavJ.l. Reco:-_ conhecidQS en1 OUtr!ls lin_ do-m e de que êle mora\'a !m i--uas; substitld, por exemplo, um quarto en1 Cop:1cabnno. .. .,vf. rbo de ligação (o verbo ,l"ser.") entre o sujeito e o Como no tempo em que vi– p-redicativo. 1: claro que ne- vera cm P a rl.s, o destino o nhltm ide21L de "literalidade" devolvera a uma vid a ll u es_ poder ia ~ va.r o tradutor bra- tudante; seu quat<l:o contll·– t:ileiro de um liv ro russo a escrev.er: "Nós - mujiques" m-ava. uma d~S$as surpr esas em vez de "Som as muji.. qtte se eseond= no w-enho 9ue11". da vida como a _poeira no de_ PAULO Rô I~AI • (Copyright E. S. L com e>-.-clusividadc para DO NORTE, n~ie Es!ado) a FOLHA forçar-se..::i por obter <l.('e:tos semelhnntes por meios bem , - CRÔ NICA diver!IOS Icomo !lej~m:: coto_ car o adjetivo 'b:-co enlre as-• UMA VELHA • AMIZADE uno IVO (Copynghi E . S. lu com exclusividade para a .t·o L ttA DO NORTE, neste Estado) que a a:ilroa, pela conüança e d oçu ra qu e o e1Jvolven1, tor nando-" um exemplo !e- liz do chan1ado "homem cor– diul" do Brasil. J ú cheguei, ;;l:às. o. prof Uza t· que ês..e CONSELHOS PARA ROMANCISTAS (Conclusão da úll,. pág. ) Uca de Daiches pode .forn~cer alguns conselhos preciosos aos ,l "omancist.as . 11/Ias serft que também fornece c.ritérlos seguros aos críticos? A cr!tL ca do próprio Daich:s não é infalível , como se reveta através da sua atitude com. respeito a Conracl: pois não é simples êrro de crítica e sim con.,;equêncu inevltâvel da t::oria_ Conrad é. $1l'lll dú.. vida, romancista. l11ll osp~cti– vo; mas o seu estilo é retó– rico - dw, seria ''romancis.. i a falso", evasionista. Ca~ estranheza o falo de q ue Daiches, não te ndo à técni_ ca novelistic:l, não liv,. sse dado a!enção à técnica mui– to singular de Conrad; e cs– sl\ técnica da narração é, por sua vez. o recurso pelo qual Conrud insinua de ma– ne Ira poética indireta, os seus val or.!s. Como ~ expll_ ca aqu ele êrro? • ' Daicbes !alou em "signili- cação" e falou en1 "pro!u.n... didade" ("insight,") ou com.. p.reens.'io, mas cm dois ea- pítul0s dili_ r enU!S da SU3 análí.se : daquilo quando se tratava das condições s o– d isto quando so tratav a das qualidades individua.is dos cíais do gênero "romance" . e a utores. Mas o au tor é justamente o lug:.,r de convergência d-os MÚSICA dois .fator. s sepai·a.dos na anâlise? mas insepará.veis na realidade. Na verdade é a "profundidade" do romaocis.. t!I da qual depende a escolha do que lh~ parece significa_ ti vo; e des.~ escolhn depen– de a sua técnica narrath·a. A técnica de CQnrad é a da narração lndir~ta. que li– nb.a. exatamente o ca•rii~.r de mosgico, de m:stura de l'eso_ luções racionais e rnlslé1·ios inefáv-eis da própria v!da . Os enrêd-0s maritimos de Con_ rad - en rêdos di? romances de a\lenturas transfor– mam-se dêsle modo en1 ma_ téria de poesia introspect! v;i. Mas Conrad precisa s~r "rc.. tórico" - até •·estili.stau - para pod. r exprimir, atra– vés da sua interpretação •·profunda" da vida os seus v alores: coragem, holll'a e lealdade, qu e tambén1 são valor es eminentes sacia.IS. Dal Conrod r <1>rese.nta o ca_ so de urua sloLese d e .. ro – mance social" e "romance introspectivo", síntese da q11al, é ou tro exem-plo, en– tr-~ nós, Angúsill\ d e Gmci– llano Ramos. & se caso não :foi p revisLo por Dai c))es nem reconhecid-0, "et pour cause" ; o gênio individual resiste à análise, s eja sociol6g:ca , se– j a "stilíslica. Aí acaba a possi bilidade de dar conse– lhos aos 'l'Om3-nclstas. MODERNA (Conclusão da. 1.• pág.) A ttadução do português senho d,os tapetes. Lembr o- dettjâve1, p-0r mais refinadas em que s i! achava. depois do l)ara outras l ínguas co1'fuma me a.Inda do p asseio que de- que sejam suas iotençõe.s. mov:i.iru! nto ,vagnerianoJ coµ1 • tese. S·a.btmos que os escrL. mos pelo bairro. M,;u amigo : -- as tremendas e:icperiencias tores b r;i.sileiros e portugue- fazia.me observar a inspira- No seu curto, mas subs- retóricas de R icardo StraU..."S, "es tiram v a,i;iados et~itos da ção oceânica dominante nos ta ncioso ensaio sóllte a bis- Ma.x Reger e outros que colocação do a,d.jeüvo qualL 1.ória dá música, assim ~ct-eve tais. ' tica.ti' ll!O. Ante.s do substan. letreiros dos ~es. Eram o musi cólogo Per cy e . Buck:: Logo depois de Debussy, o 'Li vo, êle assume multas vezes nomes qt1e evocavam sal. "A batalha c;tlU p resenre... mencionado m usicólogo enu _ eentldo figurado, expr ime areia e mar. mente se trava é um desafio rnera os :no~ ilustl'es de l?U3.lidade casual ou confere à velha con~pção da tonalL Sc.honberg, Saiabine e Stra.. nm matiz poético (assjm Elil Um p roblema realmente dade; começou, como er a ló- vinsky como ·•os t rês gran,- llm grande rom:mce verde$ comple.xo é o do -d~sen;tr:a_ gleo, por um d eS;jjÜo à do- des sacerdole..s d a !religião da anos, e tc.); depois é!o Sllbs- nhairnen to d o art;ista ~ ao seu mlna.nte .concepção do acor<1e música moder na" , • S chon_ tantivo, exprime qualidade meio nat ivo, e os perigos que como unidade da tonalidad e, berg, icegundo éle, é sob:retu_ permanen te e q¾ muitas ve _ êle corre f óra de sua terra e e foi por via da França que d-O um doutrinário; Scriiabine, 2fls e nLra a; í q_ :z.er pa:me da pela primeira. vez se soube apesar dt?. seu .. senUdo da be– !dêia. do mesmo (casa gl'lldl.d.e, do sua gente, insulado d e que -o d esafio n ão era uma l eza e enorme ener gin", não ~inho vcrde, etc.) . Outras suas verdades na.clonais e_ da simples e vã afirmação _pes_ debt-0u escolas; a Stravinsky lfnguas mblatinas. se pre.,--tam atmosfera q ue r~ge suas for• s oal de revolucionâriost,_~as perti.nce a maior capacidade e,os mesmos efeitos. Jti no ças criado.ras e os atos de sua qtJr~ os compositores UIUlam de ressonâncias, ~la extra. Inglês e no alemão o qua}i_ inteligência. No caso de Paul verda<kliramente aberto cn.. ordinária in:fluéncia que ·ficativo tem luga,r fixo, o mlnbo numa nova e almceja- exerceu ~ carreira de Goos_ .issim o tradutor, ao verter F.ónai,sUa a.climatacão a.o Bra-~ da iregião". sens, à.? Arlhar Bliss, dos um texto português para, uma sil não nos parece ter muti- Quando & escreve "p0<r músicos do "Grupo dos Seis", dess:i.s Unguas, dev,eria ante- lado uma personalidade qUe vja da Fmnça", r : tere-se de Paris, e de Prokofeitf - cipndl'Lm~nte renunciar a ex- admiramos pela sua g:nero.. evident-omente a Debussy e ao um dos molares compos!lorcs J? rim.ir as nuanças de êniase, sl!t.l papel histórico na Llb~-- da nossa é_poça ~ alérn do cw ironla, s,1e hw;nov.:r~, __,1d,~~..,vr.11i.,.<k..,~--J>1'--• ..cd_ad_e..::•:_.=.~..:.~:;_1o_s_e_nt_id_o___ i;_ª __ t....;ep:,_. -º--=..,.,..s.;..,&o,.._..AAa. mlAAiç-é gg im12u~.eJ.il~ p':ls; t,sar ndjelivo m1is forte plll'.a substitu:r o epitet.o an– lEposlo: crla, palav1·as com– pestas d~ ad]~li;•o e do s ~b.L tantivo; transf1>r•r para o v~1·– bo a nuança contida no ndje.. tivo, otc.) Dai decorre outra necessi- Paul que SJ traduziu para J>;;ulo Rônal corre-á o perigo de incorpor::r-se à no.,_--sa li_ teralura com o no1~ de Pau– lo Ramos, assim ccn10 o ln_ ~lês Ilcnry K:osteJ; cl1eiou a ! c:11· conhecido ern P etna-m- 1.t:.::> t'Omo lienr-ique Costa e G~orgos Bernanos. p11r.1. o povo de Barbaf:\!n:i, era sim. plesmcnte ~seu" Jorge Fran- •es' e • Natura- liznnd1J-se b•·a.ilel. ro, Paulo Rónai começou a ex . culár su:i. verdadeira 1.i– na'idade enlra nós a de professor. .l\.pre:idendo a m:i_ neja.r o nosso idloma, termi– nou ensinzndo português a centenas de brasilt iros. E' um dos poucos homens. rntr? quarenta milhõ~s d:! habitan_ tes. que tonbeeem n 11ova ortografia, e êsse conheei– mento, seguramente. o faz merecedor d-e 1un.a pl;i.9 d? rua na llh1 do Governador ou de um:1. cstát.ua on zona da Central, Com a sua ex– traordinária vocação para as li :ngu.as , Paulo Rónal sabe latim. fr a:ncés, inglês. alemão, jtal::rno, uni pouco de grcg1J, to<las as linguas da Europn Cent.ral (privilégio aliás dívL did o sensatamente c0"m o nosso querido OUo ?-.faria Carpeaux>. Quanto ao russo. aµrend u-o êle em um quar– to de hotel em SanL.3. Tere- ta. • Hoje, só lllll.1 tris t'P-23 lh! sombre!JI o co.a-ção genfroso: não let trazido para o Bt·a– stl a sua doce Magda, que os nazistas assa~slnninm, con10 a milhões de outros SJ.'es hi.L lnil.llOS, durante a guerra. b:u_ tretanto, sabemos que logrou trazer para a nos.sa convivên– cia os seus u-mãos. Falo, portanto, de um an– tigo cidadão de Budapeste, que 1nora hoje na llha do Governador, sofrendo os tor– m_n tos das barcas con10 - to– dos aq uêl~ que , atraido3 P"– Ja doçura. e pela poesJa do insuJs.m-enlO, são solicitados diari1mente para os combates q ue se travam no continente. Perm itido me seja sa.udat uostas llnbas o sábio amigo qu? leu todos os livros, o ho– mem sen1. ambições que de– dic.a. su a v ida a c1.1l tivar-tie intelectualmente para ofere_ cer aos demais, em uma oferta lnfini ta, o,s frutos de su as m,;di taçóes e de seu pensa1ne!lto. Uns nasoem e ~ão os grandes do mundo, os c.h-e:fes, as ministros, 0,-; do- 1Jos da e.xlstência. Outros n ascem e são como o autor désse ndntlrâvel ".Balzac e a Comédit.l Human a" que t.ão fecund as lições abriga em suas p áglruls. NllSICffll para aprender e depois comunicar aos outr~ como em uma .roensa,genl de solidariedade humana, tudo o que apren– deram. São êstes oo que f azem a dignidad e da vida , pol'qUe eonhecem a dignidade dos li– vros. S ej a-me permllído saudá.. lo, no m eu amigo P aulo R(S_ nai, nesta crõniea que, iofor. 1na.tlva e efêm~ra, se desti• na a festejar uma vtlha amL 211de. Isso pornue as crônicas, acompan\la.ndo o destino dos suplementos, passam. E 11s amim'lies prlncip al me n te qwmdo se refere a amigos C'OlDO Puulo R-ó::ai, acom,pa– n.b:im o destino da vida e ti.. c"m em <''" b 1 ", ;!1 e :'l, ~~ ll .w~..: ~lrulllGncia. dnde, multas vczea suoostL 1nsda. Ao t1'&duior - o tiual. como acab10to.s tl.<l ver, ti.evc t star profundam~nte in tegra– do 110 cspirho da língun 1>a. ra a qual traclliz - não Jhe bn.slo um conbecime11to np'."O– xim:ttivo ô:i Ungua do .tu:o: que está v.!rtendo. Por rne– lhor quu maneje o seu ruó, p~:o insl.ru :ucnt:>, não ;:o ! : c.c~3r de conhecer a íun::i:i o Instrumento do autor. l'::.!e dcv.?rá sab~r que dois i.J.io_ mas r~cor :co1 mnitas \: us a t:.tpcdientc.; tolaln1en~ ci- - . versos pnr~ proouz1r 1mpri::- FiiO scmclh:inte. O autor francês, brasil iro. itilia.no . qua desija obte~· um efeito :1rcnic.>, há de buscó-1:> s:,_ bretudo nn rsco!11a d.o vc.::1- bulári,>, s;?rv!n.do_so c!e pa._ lavras c!Hda.; !!n1 desuso. do anUgo fundo lal1nc: o au tcn hun~aro, ng_a m ·i;n1:is cond • c:õe.,-, há de rccorri?i; de pre_ ferênci11 a exoed:en1!-::l da 111oriologio, usando, Jl. ex., õs t rmos compostos dcs.1par1?• cidos- da lingu:t niod.Jrn:i, c. u de sin IL'<·l!. em;1~eg~ndo o plw l dep.:>i3 dos ~djl.!t:voco numcrs.is (O uso atual ad. n1it.e exclusivemenlc o sin. gular\, O tradutOr d .v,:i co– nhec;r toda.s as minúcias se– melhante:; cu lingu::t de sau original a fim de Clpt ar. além dr, conteúdo estritam2nL, 16_ gico. o lon1 exalo, os efei'.01 indireLos, as intenções oelll– ta.; do aulc;r . Asshn, a íidolldade ,SI.' al. cança n1Uito m2nos pela tr a– dução l ite1·al do que pela su, bstitu!ção conLlnU3. A ai,t,, do tra:!utor consiste jusl:3- roente em s ~ber quando po. de? ve.11r e qu:1ndo d-e-•c pro– curar equivalênci.:s. J\l!as, como não bá equi va. lências absolutas, ums pala– vra, Exp,essão ou fr11se do origioal podem ser íregucn_ tcmen t:i tr:insportadas de duas m1neiras, ou ma:s, rem que s~ possa di:r. r qu1i1 das duas é a n1elh;:r. D:il não e– i, i.st: .r um11 únic:i trad1. 1 r;lio ideal 1!e d l~rmlna:lo t rxto Ravel'á muitas' lradnrõ~, bo:u1. mas não h-adução boa de tnu origin:tl Um1 ún!c1. v :r. na h:stúria ,e con,eg:.ilu obter a n1elhor lraduç:io possivel d? um tex_ to Fol q uando PLulomeu Fí– ladel fo. 1el do Eg_ito. mnndou buscar em Jerusalém o An_ tlgo T\.61:.aJnenlo parn enri– Q ltecer a biblioteca ti" Ale_ x:indria. O grâo-s-acerdote E. le.1zar enc;u·tt!g'OU trés men– sageiros d ? levaram ao r-ei um exen1plar do livro da Lei, escrito em caracle1~i; de ou_ ro, e n1a ndou con1 êle se.ten_ t.a e dois rabinos a -t.im de iraG111:r.i~,m o t exto sagrado para o grego. L evados para a ilh3 de F j ros. Os intérpretes confinados em c:Jas separa– das, fiz.~-am cada um a sua ll'adução. Ao compará-la.s, o rei. notou que eram iguais até nos sinais de pontuação. Foi por meio dessa versão que o judiúsmo introduziu no mundo pagão a sua !é monoteística, S eri a um esplêndido exem_ pio da .. melhor tradução pos.. s.l vel" realizada ao n1esmo tempo Por setenta e dois tra– dutores. ln{elizof:nté bem ceclo - Í O! posta em dúvida 8 e.uten ti ciMde da b istóna,, e o próprio tradutor da Vulga– ta, Sã o .Jerônimo, apontsnd o no trabalho vários êrros de in terpretação, prot~tou con_ tra a tmtativa de empres.taJ:1 caráter sagrado & uma obr a imperfeita, atrlbulndo.a a interve~ão sobre!.latu:ral No. te-se de passagem. que m E's– mo na l'Ellda, os setenta e dois tradutores são hebreUs e tra. duzem para u.ma língua que não é a. sua; nem mesmo os inven tores ela história mila. grel3a se atre\ ler.am a fazê-lo, gregos, J )f.l.ls isso tiraria ao episódio toas a credibllida– de. Aiinal de contos, v árias pessoas poderiam ai>,r~ndêt d.e maineira igual uma 11ngua eslr angei.r11,; mas a l lngua matem.a é difetente para ca. da um por ser a llngua qu• se usa. Desde .cntiio, em ma1ér la dt traduzir, contentamo - nos com aproximações. Procura. mos, per um esforço da una– g ln ação, meter.noi; n, pele do autor e dizer o .qu: ele dlri:i se íolesse a nos!ia llngua. Para ser .fiel, o tra , <1ntot, além do indispensávcl conhecimento dos dois idio– r.uis: r,r •.s.1, sobreludo M i11Y11illi!iii0r \

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