Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

/ DIR.E-TOR P.ALJl..0 MARANHÃO _11._. n .1:_E ~I sup;_f MENTO L:!T==nATURA ! ORIEi'JT ACAO ~ DE HÀROI.JJO JAARANHAC; """"""'' "'"""''"' :"".••0,ç,~"":"".:a:ORJ\DORES :- Alvaro Lins, •:""º"'l: 2 ~:"':'":"''"'"':ae::11!&-as.=:" :=""'~!. r:na, .Aln!eida F irch.er . A.lphensus de Guiroa1.:ae:us Fi- ,; lho. Aug,~sto Fred!.'Tico Scl,,mldt, Aurel10 Sllarqnc de ~ l!ol~nda. Rcr11,dito Nunes. Eruno de i\ie!3:!f::~3- çiarlos ~ n:-umm,ond de Anílrade, Cauby Cruz, Cecill:;i Meireles, ft l'"eil Melra. Cteo Ucrnardo., Cyro dos Anjos. Carlps · Fcnarclo. Danie l Coêlbo de Sousa. F . Pauto liiende1;, Qarihaldi Brasi). llarol~lo lllaranhão. João Condé, i...i-vy Hall ele ~'!oura. L('do Jvo, José Li,1?.11 do Rêgo. .fr.i(,I ~'len<teri, tl-la'r(lOes Rehiilo. l\1ai;ã., Faustino, Ma- 1iuel 'Bandeira, J\1ax. Martins. ~1:iria Julieta, 1"I!!rrlo ~fendes, órta~tlo Bita.r, Otto l\.1ai·ia . Carpeaux, P_aulo • 1 • FOLF..A D.O NORTE Domi..'!go. 29- de fevereiro de 1948 GD',BERTO FREYRE :~M ATl'VIDATJE Vida Literária • Gilb.::rto F:·ey..re, cujo últ-L. rr',o 1',,ro - mterpr!!tação do t tli-a.s11 - cóns~;tu!u urn legi_ ~ timo suces.so . tal a ur.an 'm:- ., o R d dadé de louvor:,s da crítica ;i .. . s . e n· e g O. - os bras~Je!ra ,,.e ~sir~·ng ,2.lr 1 ~ .d~ - ·~ s :nvolvc p):esent~roen~e gran. de afi-vidade. Pretende o ilus- ! t1·c ercrilor. _que é tani;l;>óm deputado fede'ral, publü1a1' ês– te ano os S?guintes ·11vros: 1 Ingleses no Brasi!, um amnlo e docum. ntado estudo sôbre a influência brl!ânica no ! B ra;sil. em su a:s •áiferen tes . l mànifestaçôes soci-0lógic:as; a ~ 2,"' edição, revista e aume.n– ta.da de No~drstc, em qu~ a nalisa aspectos da influên_ eia da can;. sõb:.-e a vida e. a paisage1'.3, •d9 nordeste brasi_ leiro, com ilustraçõ2s e 1na– p:ss de JVL !3andtiira; a3 Con– f . rências sôbre Joaqi,Iim Na_ buco e Walt Wh:tman. êste 1·,11:mo o gr3.nde poe t.i, dos C!l._ntos, tradüzidos por: .os_ ·--BRITO BROCA Na ]iteraiuta brasileira não se conhece1:1, d e ce1·tó. até hoje, plano 1nais an1biciuso do gue o da "Tragédia BÚJ.:g-,;; sa", d.e Otávio àe Faria . .t;;m 1937 "Muntlos lVJ;ortos" surgiu como u111a verdadeira. surpresa . ,Co_ nhecia-se o ensaista doutrinário, imbuido de cólera. sagrãda, como· Leon Bloy, m<1s não se imaginava nés_ se ;(Spk iho .analítico - embo:r-a mesn1>0 no ensaio êle se dei:x:asse levar, i;ião raro, p _~l-a . en10-tivid,ade - u.m talento cr: a {l.or _ ' 'Ivlundos Iviortos" constituía o início de vasto ciclo que divi;l abrang . 1· não sei quantos ro- 1nances, e os ·pei;-sonagens ,de o:ávi o de Fa,r.i.a. 11ã::> er.an1 simples invenções intelechuais, todos ficavam de pé, como criatu.J".as v ivas. · Niima época, ern que já começava a dEclínar a vo_ ga, dos docu:rnentários sociais, o · ron1an,crs ta carioca in1primia outra d,;~eção ao nosso fnoderno ficcio.nismo: a do r.omance psi cologlco . Sua "ti;agéd~:v bu r-gue,93." s~.~ia m~nos. ur.n estucio de co~tu:rrie:s, · como· poderia pa– recer pelo titulo, do que um. estucro. de aln1as . uma pe_ nétração profunda ncs abismos íntimos de um pequeno grupo humano, marcado p :.los caracteres de classe. se:guinte ª 1,e.;ipeit:o ct..i "Re.i'.Sur– reiçã·o e . Vid,i", d,;, Cec.ll Mei.r:i.: ".O escritôr pa raense Ce<:il Me i– l'a é para n)im uma eéliçâQ ):)ra_ sileira._ de utn ,~aque)es aJ.emães ~ p ensativ<> s, dos que rcalii;ar'am i g:,:andes oor:is, · produzindo à · s<>inl>1,a dos gabinetes :fi:chatlos e amando à vjQ'a no que ela !<-ffi de mais pui·o_.e eterno. Em ati– tt:tde orii e:ip cranço·~ e C!'el1 te, ac)'i ando que "prqcura QS h o, mens 111:.us é mu)h~res m:,s e não os encontra.." ora. gn~criado ' ' em uma amargura, fruto ri-e sua profunda reHglo sJ d..de- en1 cho ◄ que com o inundo, é urn aut1>: que ·escreve pa1·a si mesmo e = · qual se sente· um gran de dr,,;.– prendilnnto pelo ' que sé chama "o grande públicO'' . PoL· vez2s &5->Ulne atltuü~;s . à la .Fr anklin de Oliveil'.a , lamentando " 11ã'J po.zsulr o don, lle e~,p;irgi r ale; gria eni redor <!e todos os !H>– mens e fazer com que a. fe1tcl– dad!l ,:,ncha as cidades e os c~m. po:;" , D~sejarJa v"r "todos cs hon1en.s felize$, to·dos d:"' nli')S . ·.• 5 ent1·.elacada&" co,mpt'aeo<1etl~lo ~ que o p etdão é um legitin10 di – •rei~o 'do c&u". Am:i a soi,dao. mas ta1nbem é eap!iz de ~n, ::i r a agitaçãp c' .l.as pab;ões jiunai.s os . ' atritos; õ.escol:lre O pe~diio para. ~ ' t'linio Abreu, R. <\e Sousa l\ion r~. ·Roger Bastide, Ri– !Jam.tr d~ 1'i1onra, Ruy Cóutinho. R:uy GuHher1ne Ba– ·ata, S.ergio I>-Iilliel, Sultana Levy e Wilson ·Martins. J...,.....,. ......... •·-•O+ ffl t'Sto :e•"' -·p•;:,.c•· ·sa<!W _,_..,_...._-:-,,->• , n:;;"AI> o SORVETE , \valdjno Marques e public,;1- d_os na Coleção Rubaiyat e, Iiualm.entc, a 2:ª edição re– v-!sta, e aumentada. de Sobra_ cTos e Muca-mbos, com: •ilus_ trsções <;le LuJa Cardoso Ay~ res. Tôdas eEsas obr,:s de Gilber-to Fteyre. prçgrama– das pê,ra. o corrente ano, se_ l'ão ll.Pl"' sentadas pela Livra_ ria .J'o3é Olympio Editora. C·o.nvém acentu1i· ainda- ·que Gilber to Freyre 'tem a' s~u cargo o Lº volume da Histó– ria da Literatura Brasileira d ' rigida por .'\.lvaro Lins enÍ 15 _yelumes, ·dos. quais apar:~– cerao ~ste ano os da autoria de Luii; da Câma1·3, Cascudo (Literatura oral) e Lúcia ML gµel Pereira (Prosa e ficção, Dentro· dêsses propóg.itos, Otáyio de Ear ia conti - .~ nu.Qu' gal'hardamente a sua imensa construção·. · Em 193~ e- 42 aparecerâm novos volumes. o· p.ano:rama am_ pliava-se em linhas mais niiidas ~ numa .maior varie_ dade de detalhés. Entre os rccu.rsos .técnicos adotados p.elo áutor poderíamos citar, talvez como uma or-igi– ·n.aJ.idadé, o d:? 'éxpô~ a· meii:nlt históx.ia , a m esn1a siiu.,1:.. ção, vistas de maneira diversa por dois .p~~onagens . Hoje, Otávio de Faria apreseJ:Jta inais um.ª" etapa do ciclo, - o romance "Os R., 11ega.dos" (Livraria José OJympio Editora), en1 que vam·os encoJ1trar os p : rso– l~~gens já nossos conhecidos em novas pei:spectivas, ·:::o s.abor do flu..xo éonstante- da· v.:cfa, do perpétuo d! ~– Yenir que tudo íransforu1a ·e arrastá no seu ritmo fa– tal. Vai ser urn alvoroç.o, ceTtamente, para mui.tos }.ei_ a vida através ci:'o "Jevissin10 véu da piedade"; dá u,ná per_ :feHa: . idéia da án$ia comun1 a. todos os h o1nen.s - de p r o:::u_ 't"a-r~111 no beriz0:nte, se-mp·~e no J1orlzo11te, sempre l•>ngc, n.CJ }lll'> , qúe lhes Ioga d:v" 1nãos- - na bela págln:i "Hqilzon~es- Pir<H– dos'' . En1 ''Vidência!.\ verd':.,d3"i- (Conclusão da, l.ª pág.) na boca o frio a~ uma pedra goste ~e sorv ::lt-e_? _Lo~o de de _gêlo, e como todos ps me- a)J,acax1! ~$.pecial,d.anê da nines de todos cs pa~cs, se casa!" O cai-xa: s'.tira do . seu t~·.,vávi:)tl conheciinento com trono par!\ dizzr_n1e is:s:o, um.:t coisa dç que só conh~- com a mão direita coç1nçio ces:s,em ar,t.:s a representação o q11: ixo e o bigode . • . ◊gráfica ou oral, dela se apro_ lh;iva-n1e co)U desd~m e .1·e– :.;imavam não raro atríbuin_ provação. Não. ~ão disse tlo-1):Je um valor 1nágico. às nada. lV[a.s eu ouvia dentro vez~s divino. às v:?zes cruel, de 1nin1 su·as palav~s. a em d(::sproporção com a rea- vergonha que ·elas farian1 lidad·<? e mesmo fora. dela; derràmar sôbre a minh3, fa_ um yalor indepe.ndente da núlia - o filn·o d.o coron, l coisa e diretan1ente 1:gado às Juca ~lãO gesta àé sorvete de suge~tõe;; de son.1, côr, forma, ' aí):i.caxi: êle teve a cora– r~ · oi:, densidade, qu~ as pa_ gen1 de ir a uma confeitaria Jav;ri.s desper tam em nosso elegante. p : dir um soi-vet-e e ·t 1 " 1 e estragá-lo: e minha boca cs p~r.1 o . 1ni·.ea ve . . . cmo b d. posso reconstituir agora tu_ .doía com a 1~m 1·1nça . aque– do O que nós criá1,amos, pai-a. te gêlo ardent.:! e cáustico. hOSSf.' própr:r'l uso, em torno Então reatac:i.mos o sorve– da .fala.vra sorvete,, 1 :~pre$.Zn- t~. mas êl e continuava intra_ tã'.üva de uina espec,e rara gável. A verdade é que, se1n de r~Iresco. qu_e às piquei;ias noc;ão algl.lllla qe como ing1- ciõ.acirs· não <>l'a dad:0 conh.;,- rí-Jo, nós prete.ndra1nos ab– cer; e cruzada "bruscamente sol"V'ê -lo. a dentadas. em co1n n. tios~a velha e qu?rida gtaudes porções que levav.a.m p3.,;.vta abacaxi, an 1 bas coino à poc:il. o pân-ico de u1n 1netoi:– ,.ruc envoltas, por uma astú_ de dentista . .O céu da boca eia é;e ge:•.tnte da coo!éilaria, era um teto fulgurante de na seda fina e lisa da pala. ã:ôr: e o pior é que, eu bem vra· "cfelicicsó"r o s , ntia, essa d&r era ridicu- ,A ca1\~a de si.mpat:a: • e la Renul!lciei antes de Joél à sensualidade com que me · ·t ã, · · 6 atl.xei - nos. atirámos - às en1,prei ad-a · e .am-0r Pf - .rr•e·:a·s r. .• ~•eras trazia . talvez_ prió·; q:ue O garçon e O caixa ' • ~~J. me· matassem, mas· n'a9 "co- ein si <> gern1e da decepção m•:ria" mais aquilo. Olhéi fir_ ·gue logçi noz a;ss.altou. O sor- me · para O meu anii-go, 4 ue. vele- era detestável, d ; um por sei· de ãui1no iha-is r'tide f rio dnloroso, do qual se do que eu ou pàr havei: des_ exeluia tôda l.am.brança de coberto 'instintivamente a abacµf., para só ficai: a iâ:éi.a fécn.iéa a,,.. tomar sorveté sen1 de uma -coisa, ao ·r.ne.smo ten 1 - dôr, ou. finaim!!nte por ~em.,. po .pétr.,a e frágil, agres$iva peramento ):le chefe, conhnu– aos . dentes, e mais para alén. 1 ava l-evandó a colher à boea, dêlllS, a, uma região intima a rtle~ bó-la de pév.e já-' so- do ser e1n que . está o núclt:o lapada. · · da. 'f)ersonalidade, sua mais .Toel per~ebeu O meu des_ pt ofunda capacid.ade ~ go_ confôrto sem al)oiá_lo, e com zar e S0°f1·er . Era uma dor tlnl olhar peremptório bai'– universat que êle espalha'i-a, xoú~a:rne · esta oro.em , entre e tão rap.ida e difundida co_ dentes.; tno -se invadisse no mesmo ....1 Ac .a.be · con1 -isso se não ,segundo• por mil filam-'l·ntos, 4 • de· :r l'za· do to' da a' · red". ner·,vosa ..• I:.á-•i'- quer .. icar smo ª • . - 0 ~ · Era um pensamento, uma roas subiram-me •aos ojhos. noção dci_s' 1,{éndonça, for_ 0 Nó .]'.ostó ·de JQe:l tam:b.éni o màda na educação burguesa sofrimento se desenh?lv.a, . de várias geraçõ~s, .que êle :E:\iidentemt nte era. 1mpo.s- ministrava a. um membro de SÍ".~~ oontfnuar, tom aquilo, e . Outra ;fal!IÇ:ia não. ~en..o~ ~ica tính:amós de resolver no E!,6:- de pr1nc1p1os tespe1:táve1S, os pa&,ó de alguns instaijt~s•. J?C- · Çaldeirá Lemos. Uma repu_ i·a:i:it'e. o o"_l:ba~ ~iez mal1c10- taçã-o p.ode J>er.der-se cpm a so aos · fr.tQ?'enta~ores,. do men~r pJ"ova de fraquez~. garçol'l, do· o~x.a, o proJjlem? Hã um ó.rgull10 de famíl}'a, de :liqúidar <:om o sorvéte de pessoa, que o individµo &em· _ser por v,ia ãe, tn~estão, r ee~AA no be-rço. e tem que ao ládo 'ôe outro probiema. susténtat. Joel tirava o seu oh, ,tão mais pén~9, o da ,:ompóistamento,. nums. situá– tr~:nsfol';mQçãó imediata do ção assi.m impre1risia, do no.sso li,rico eon~ito de so.r_ corpo de doutrina d,os Men.– Vél;e: _n~ma triste nQÇã~o e:x:- donça, e m.~ lembrava que pe11imén'tal, e]'.n1,a de toda sa- eu devia fazer -0 ,])lesmo. t,isf~ão fisi'<:a ou estética... SQced~ que aquilo. qu 7 i;ios Mas·.. ç,4mo _fa1.?.1:. ?~saparecer é pen_oso fa..zer, por u11ç1ativa u:qi. •ObJeto çl'e di~c1l trans- própria, n;i-as sab_e1:1os nec,;s_ porté e ,cqnsei:v~ao, num 14- sári9, tQr oa-s.e fácil de exe– gar ,público? Per.gu.nfa que cutar quando um poder es_ os ~sinos devem fo:rmu- tra.nho nô;.lo determlna. 'ro– lar-te, fech~á's no quai-to do o encanto do sorvete ;esta– ci>m o oadáve1·; os n1ais si_ va p e rdido. Más restava u.m nistros· e tngenhos,os expedi_ devel· do so~vete a cumprir, entes têm fra,cassa<.lo. Em um dever miserável. R '.:'fre_ • um ' certo senti-do, nós nos a.ndo as lágrimas o desapon- $abíá1nes cri?l).ino-ses-, potq;ue, tal'l).E\nto, a ~ôr qÍ.te um :!ilho j11sistó, · o h"omem do eamp,9, de boa fantllia não pode, sen. iJ. .sós.- ,com a .s complicaçõés ,da ti:r em público mastiguei às cid-ade, ~ semp:te débil; éra- liltimas porções daqUcla má. mos d9bilissfmos. E nada téria atroz. • :mais triste do qu,.-, revarar Joel ol-hou..me de novo. já na tranquiljâ,ade esm'.agz..do- agora a:provati:vo e corqial. l'!i cóm qtre os da, . cidade aS"- 'il:le também sofrera b~sta.n– shilem à nc.s~a angústia in- te, ma.s a vida é um· comha_ solv~v~1. ,.Por que po<liu o, te . O ga,rçon aproiimóu-s.e. sorvete? Se não ia gostai:'? ! .:i:o~l pôs 1r mi.o n-0 'b·cJso, pei:– E pQr qu,<!' mio go.s.lou? Ê ad- w.1.nt~ tl qu::nto C!''l . O nl\.~O– ~el que ~"Utm. ~!\!) tl.i-®f-.Í..9 Aãc<> çhegav~. ro poem.a em. pro;,a de t rê3 ~Jt– tlhas apenas, diz: "O Sol. a Arvore e 11 ;:lia S i> p-,_ sj_m Détts, o IIomem e !:ieu P e. caüo". de 1870 a 1920). PRóXIMAS EDIÇõES: Raízes do Brasil, magnífico rstudo de pesquis;:i ,sôbre a formação hJst .órica e social do Brasil. por Sérgío Buarque ~e Holanda, 2. a. ed·ição, na Col .. Docuin-entos Brasileiros. A v~(la de ,Júlio Vcrne, (bio_ ~raf1a ·d~ uma imao-inação) , tores êss.~ encontro, essa retornada <;le contacto co1n ta.n-tas a lmas sôfr~gas, em q,u.e se refletem os des:qui– librios do_ teinpó,~,o q,µe quer dizer os nossos própri:os des, quiHbrics. Otáv.io Fai"ia mantem~se j';.el as-si!n ao seu sonho, prosse-gtlindo ná- construção .d.o S<!U castelo, com o e11- tusiasmo .de uin crente ~nti;e as agruras e as alegrias • :Nessas t r ê~ ftases . h,H·mottio•sas i" quànta beleza ábert,,i. - ao e.splrl . t to do leitor! .,Já o ano pas:;ado, com~ntsn– do o prirne.!ro livr6 de Cecll Meil:a, nestas mesmas pát1nns d-, "Fon-Fon", disse eu não :,c1ial" ainda a obra à àltur.a ao i.u- G W "' ' ' por . eor.ge altz .Júnior. Tradução d,? J. C. Regueira Costa. prefacio de André Sie– ~fri,e~. Nijinsky, 2." edição c_a lnografla do maior dansa– r1110 de tod-cs os temuos, uor s 11a osposa Ro!I"nl'l. Nijinsk:v. ·rradução de Gastão CrÚ!s prefácip de Paul Clau(lel .' Gantos c1;i. An~ústia. "p:y:mas d? Aõ_alg' sa Nery-. Você e 'ã sexuaijdade, o no:vo livro de Ainram Sçheinfeld. autor de • ' i Voee e z h ered1tari:da-il.e, traduzid_i> po,r A .L. Nobre· de Melo, q;ue -o conside1,s o me_ lhor. 11:~ gên.ero. .até hoje apf1( ~ci.ão ~m língua po1:tu.. guesa.. . Po.esia. e Verdade, 1nemórias çl.e 'Goethe, 1.º. vo– lume, e1n tradução d\ Lúcio Cardoso. Ingleses no Brasil, o novo. e in1por tante livro de Gilberto F1Ze,yr.e, a aparecer na Col. bocu1'oJ, ntos Brasi– leiros, ... . ,., ,. oa c.r1açao. , sou ont-e1n, o nhã". que virá ama_ moso l(Seritor .irland€s, não . . . so1nente l)Or êsse caráter de _ c-.ritica de certes aspectos da "LIGEIRISMO LITERA- vida e obra do genial càbo– RIO" - .Edmundo 'G~nói1·e tino, éomo tan1bém pela ch·– reuniu ei:n volumi ~ cêrca de cunstânqi.!1, na·da freqWénte, unia dúzia de artigos l~terá- de b?.,ver o b:ografado cola_ rios de biogi:afia, críiica ,. bo1•ádo ~ortel'nente n,p traba_ ficção, sob o título despre_ ll:lo, so'breél.ido . relocando 0 0 tensioso de "Ligeirismo Li_ após a 1nort~ do bíógi;afo. te.rário". Estu,dos re,vestidos ~ssfi é;- ');)ois um dos livros q,e c~rtg. pen:z-tração ·-e aéui.- . .de m~is- intan1a c.uJ-iosidad,? · dada são feitos pelo auto1· no gêne1·0. A L ivraria dÔ sõbre figuras e temas d-a li- Globo ó fez t radui.:r pp, ~eratura· nacional. A Llvr.à_ Moaci1· '\V~trieck de Cast.ro e ria Editora da Casa do Eslu_ acaba., de ed!t.á-lo, num volu:. dante do Brasfl encar1,, gou-se 1113 d~ sa.udaVcl aspecto grá_ da djstí·ibuição. . tico. BERNARD SE,\ W - A biógrafia de Bernard Shaw por, Frank Harri~. ~'uma bio~ grafia irrever~nte", t ornou_ se um r etrato !a-m.oso do fa_ SOB~ " ~SS:QRREIÇAO E V..'WA", .DE OECIL l\iEIRA A esctitora Lasinha. Luis Car– los t!e Caidas Brito esCl'.CVCU O EUCLIDES - . (Concli1são da 1." ~ág.) . -~ . lor', Sínto-me inclinada a re\J!)_ tlr as ,n~sm~s palavras, a re,;. ~eito de "Rési;urrci_ção e 'J'~':!ií." ~, S ecnte-se que o envõlucro as!!u– mido pelo e,pirit?~;d.-e Ceei! )\'1êi_ ra 11ão é ' ainda· a stia forn,~ ' <lC– !initiva. E' -tuna. juventude a·f~r - 1nativa, mais do que \Hl'l, r,1·0- 1nessa uma -rc,11:zação ,ne tllC3n- ' te ,à.. p eroonalidade; ã . .man>?ira de .ser. Mà,s nlr:cla não rea{1z01:1 z o})r;,. que o,•sen or iginal cspi– rlto pat.e~e d'ever~o público. E~... p e reinos em Cecil 1'leira. E:e . . . deve.r,ã ser un1 d os escr<:,;,re-3 mz:s or!ginais e rnafs pro!u!ttlos cl:o:; pto::dmo3. tempos . Cre;.o qu-,, lne serla ir,uito agtadàvé1 vêr aflrmàdo ~r ele já escr.tt< r a suá obra ináxima. llta:s eu não sin_ to isso. Pr.essln f.õ as ·p(jÍ}l oas d~ grande val1)r qúe «1 seu ·e·spirito nos' legal"á. Diss.e Ni etzsche ·qµe "não- é a força mns a ouraç~v • do alto ser.thnento que faz o.~ homens ~periores". Cécil Mei- • :ra. jâ tem a força do ntto seJJ'• timônto. Esperemos agpra. qu11 com a µ.uração o· l}omeµ, . .s-d'pe-_ rlor esteja r eallzad,o. DOSTOlEWSKI NO CINEMA; :nru de ninguém, na literatur~ nua, p mesmo àesert.o, o n1e_s,_ OS POE1\1AS DE OMAR brasileira, tão fadado ao ira:. mo esp;âço imenso em que ~e A. 0 irnprens9. es;pe:c!~li:mcta n<li-~ KHAYY AM: Do :!amoso livro c;a$so·, tão nitidamente desti.:. tri1va a. luta ioterminâv.zl eu- te-:.~erl.<: (l.na a:n'tincia •q.ue va.l de Omar Kllayyam _ au. nado ao fl:acasso. No entail_ tre terí:a desconhec_id;t e !;lo.. iniciar suas at.httdad.és, eci: HQí. t,ajyat _ cuja 7."- ediçãq aéa_ tQ-. êsse honieni, e.ngenheiro .mem desconhecido ·també.m, e lyW:oo~; uma. no:va produtox:,a de d.e profissão, em cómél'ciO' que só Euclides rev:: léu e fi- , film-es, <llrlgld'a êfltre outros pqt ba. de a.Parecer em edição da cõm os p)ó.r>, s escr~toxes nos- xou. ,Jule_i; Bu<;k:, liu!.tP'n e Spi ~gel, L ivraria J'osé Olyro.pio; nu.nü1 sos, ;:ti quem adm,ira,va, atra- que p-r,etenaem aprésent.ar álgu. bela tradii~o de o .távio Ta,r- vessou as ~ais tra.i'çoeil:as 1·e_ Não há livro· máis úHl, mais màs ,novidMes, !lntre às qua:ts à -, · "'iõe" ·e criou o ". ue se,'. clian:ía., 1·mp"-"•·~n"c 0 e mais .sin"'ular .... "" l:-ar cert""' e"~"' "' " • .-iúi:ni,, :'!,, _ S'.> .~za, .irS:n,. r_',i,_-,f(.i . "' " , "' v-""' ·•. . · .. · 0 "'"' "" ,u = ,p ,..~....,,s n, , . • C0)1:'eJ1temente, um ,estilo pró:.. do que. "Os .Sert9:es' ', com prppno· local,, do · a.rg11r\1~nto. cio de Tristã-o de Ataide, e:x:-· prio_·. um modo d"' ~r e· um' a tod"• os s·eus defeitos "" ·a A •~ · 1 f · - . "' "~ "' " cr.escen...m a$ ti Qrtnaç~~. ,que trat1n.os os adu1t1·áv.ets poe_ novidade. suá · d~sol'den.ação, que é - a J?r1J]jeira lllst<>r ia a ser trans·:.. metos que se vão rer• a se_ O àparecimento do livro de mais áparé°'te do que pro_ posta" pa,:a n. tela será O !amos~ guir: "Que a tUíl S1'1Y,doria. Sr. Sílvio 'Rabelo - que tau- :!unda. · Uni ?il[achado de As- romance de Dostoiewskt ..:_ "O _ to V:<êm atualizar Euclides - sis é utó:a. ·expressão, sem dú- Idiota" - · cujas Obras Compte• nao seja um~ huinilhação :fez-me reler aÍgUin,as pági. vida ma.is alta, mais orgu- tas estão s.endó publicadas nó para <;· teu próximo - Guar. nas. de "Os Sert~", qt~~ _eu · lhos.µn ~nte ci:vilizada,,1irincL BrasH pela Ltvrana José 01:ym. da d.omítÍ.iq sôbre ti- mesmo e con~ecera na_ m1,nha. pr~e1,1·a pall}lente pa:ra um pai:! que · plo Ed~toi:1,1. Pela refer-id.:ll, e(!l.. ~unca tê ~ba11,d-0nes: a tua m.oc1dad:e. _Nilo vesta duV;_i~ .nepessita, do .l)áo ,t,elaJivo . e tora, allá~, !à f<l'l·am apresenta. cóler.a. Se aspiras à paz d·e- que, en1 eonta,to com este do que e ct! lturalm.en ~ ne- dos •os· seguintes livros do g-e. . mundo {)UClidiano;· as impres.:. gati:vo; podemos nos deliciar lli~l romancista eslavo: "Reco11• finitiva, sorri ao Destino q~ sões do, leitor são éónU-aditó- e nos rever c1>m m.ais sâtis_ dações ·da' casa dai, Mortos!.', - 0 te fere; não fira.S" uh1guém." :rias e diversas. Muita coisa façã.o e .amenidade IlJlS pági- Ecin'tío. Marldo~, "Um Jogador.:·~ _ "Se enxertaste no teu éo_ envel,t_:utozu,. . principalmenlj l)as P<;>lidàs e claras de u~ .. Humilhados e ofendidos " • - d as coisas ligadas. n-atural!: Jo.aqu1m ?fabuco, mas· Euclt.. "Nietotéhka Niezvanova:· : raçao ª rosa O amor., t1,ta mente, à iµfol;'ma~ão cj,en,ti- des .da '.Cunha é o som de um vida não foi inútil, quer te.· fica, ao que pare.eia. impo1~ sino .agreste, difer~nte dos nhas buscado ou~ir a , voz de tan~e no moi:nento e que o oa,tros ·sinoS. Um TUJPOr in– n ~us, qµer tenhas sorridente pê1Itpo de.sfe~ desfigurou.. e quietante nasee de tudo o empunhado a taça do pra. perdeu. Mas, quanta y1fla, que 1.~sçreve\J, da m:ensagem ·· , também, quànta ~g:Ura.nça, que nos legou. É uctna raiz zer ·" - "Delicia--te, ó me~ .quanta virilidiade n~e ho. do Brasil que êle j:lesvenda, irmão; com todos os perfu.. mem genial, visionário" e tão é o dra,:ma, verdadeiro da ter:.. 1nes, todas .as côr-es, tôdas às sensível lna sua indignação ~ irél. 'Dão poss.uida, e insatisfei– músie~. Envolve de ca,rf.. entusiasµiQ qtilitotescol No ta, q1.1ie ,se agita_ na s1:1a lite. cl~s tôdas as mulheres. imn. meio de muita. pedra, de mui. .raturã, de engenheiro. ta a-a.iz sêca-l · de mui:to mor- O Sr. Sílvio Rabelo escre- bra-;l;e de que a vida é. fugaz mcl.çç ,, q~-e sµbita.l; rajadas de veu uma história de Eucli. e que breve voltarás. a.o p,ó"•. vet1to :ú'eseo, que_piedade <l:e des, que é mais a .história das - "Além da Ter,ra, além do :forte, que poesia desa:ie'itada -suas -idéias e dsa suai obra - e -env.trgonhada, 1n-as ve1•dà. muito 1embo;i:a o perfil dl!> Infi.nit.o; eu Pl'OCura.~,, em dei}.",i,, · homem desgraçado que fei «- vão o Céu 1e <> Tuúerno. Mas Aos litorãneo1. d~straidos e escritor estudado se l!ee◊rte uma voz ·me disse: 0 Céu e o egoístas, ê.sse Os Sertões'\ vivo n-esse livro que não te-m I:n,fe1·no estão em ti r.aesmo... verdadeira, 1 epopéiai mestiça, outr-a pm-ocupação senão a - •ios dias passam rápidos é um grito enérgico, uma da ve'l:da<le, i da l't!stituição eomo as águas <to rio ou O chamada à ordem, uma im- ao nosso tempo des$a figura . . . . petuosa adve;ll.tência, até aqui que emerge do deserto do Vfnto do, de_serti;r. Dol.S dia;s muito coherJa de aplausc.'$, nosso país iiterár-io, 'Como há, em part1culàr, qtte me mas n-a, realidade não -0uví. u;oa árvol\~ 8intla mais fe:r- 6® i~;leE_e~!t~-t-_L'l~.--~..P?"l~A.!~ ~~- ~9nµ,~.. 1:s~. 0 Jm k~~. UM ROMANCE PA.RAEN-$E NO CINEM:A .. Dalckilo Jurandlr, que deoo«' a est~éia com. "Ç.l;lOV'e rios c.i~ pós de cachoeira,", já há.via' conquistado um,a, p~ição <le dés.." taque entre a nova geraçã_o <Ze romancistas bra.sileir.o.s, em seu ult1ino. roman-oe - "Mat-a,jó" - pupllcadó pela LLvi;arla José ~Jympio •Editora, 00n.f.irmou es.:, sa póslçã.o e. superou njtidamen., te o livro ant"er10r. "Marajó'' vem merecen~o da crtttca e clci público o mais eaÍóroso !J-COJ,hi-i. mento. Aínd..-1. agora, pr1>lon-gan:,1 do esse movimento de· 1nt.exe.ss &( anuncia-se que a Atla'b,tida Fil• mes comp.anhla brai:;HeiTa, prooi pôs ' !J.o romancista para.ense a filma,gem do . seu livro, já tendo $:ld-, ini<\iados os ententf!-ment<l'l! ~re!in'linares s.~l:>.\'~ 2 as~11n~ ' 1

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0