Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
/ a ·- ~ ' Domingo, 18 dê janci?o de 1948 ', FOLHA DO NORTE 3. Pª-· . ----·--·---------- ________________________ ___: _________________ ..:__ ______ ---:--------:-·--·-~~- R.10 - o ano de 1947 já a.ciboú e• não '.me consta qu~ muitos se t cnlíam lembr ado d os 150 a nos p ~ sados "1esde o na~cimento ne Fr:1nz Schu– beri: · u m silêncio aJgo des• l!enp.oso re.sponl1e à riqueza inesgotáv.et de melodia eue o mes tre vienense ·criou ·dÚran– te a ·sua curta passagem ne– la· v itla., nisso e naquilo só comparável ao seu contti– rãneo Mozart.: Sclinbe1·t. des – ee_u · c edo para· o silêncio eter• no: talvez não tenha dado tudo o que podia dar ? N'ã,o o co.nsideram como artista cempleto por.que teria culti•– vado mais a parte " ligeira" da música clássica. Mas "li• geiro" · ·t~ril!, -sid9. o criador do qua rteto •~orté e Moça", (lbra· beetboveniana na. qual as co,-das tremem o· calcrio aquerônt.ico ? Conforme Stu– cke nsehmidt. um dós melho– ·r es co.nlleccdor@ da .ev·olução da música motlerna, as oscic laçõ.t!r, indefinidas é11t-re tom . . malot" e tom m~nor, etn Schu- bert, ultrapa$$anÍ os experi– mentos rlo úJtin10 Beethoven, anteciuando as harmonias no– V¾ iJ-e "Tristão e Jso~da'' e " "'ellêas et Mélisandr.e''. En– fitt:1- , as pansas, tão caracterís– ticas' dll melodia S-Obubertia– n a ! E a pausa, o silêncio, é 111}mo se sa-be a sup1·élna rea– Jizi> ~-ã~ da música.. ·Aquela riqueza dé mclo- 1'1,ia,.,;, flUase ÍnCQJ)ScientemCD• ~ l\'a:sta. .levou muitos a con– sidetar S_chubert como artis– t '>. interior (1,m aforismo de Niet.zsche reza. assim) e>..,>1•i- 1niu«rf) nas . formas da ' música. clási.i".a. vif nP»se . .a su·a. ins• t>i.racão folclól'ica. A:nónf.a-se. lhe gra..vt:mente a ·prediÍeção p eJo , comuasso de três tem– J)O'S: A persona:litlad·e d ~ Schu– bert. peg.ueno-burguês sn– b.,tbano. a.cabando ·no aleo– oHsrtlo, não é contra -argú– :rn~nto. J:; o folclore costuma rlege,ne;rar , a final, em opere– f.a.• . Ctlm -. uersona.,tem de ope– r eta Schubert popularizou-se DA »'!.UndO. _~ão é. a _ verdade, . r~t11., mas :,,,,, t ('hl f t.ao de vet'.dade cm tr• 1 n ' isso. Nada impede ver cw Schubert a supr e~a ex • pressão musical de tlt termi• , nada cidade. Mas ser-í, pouco, isto, tratando-se da cidade de Ilaydn, 1\-lozart, Beethoven, Brahms, BrucJu,er, Wolf e ~Ianl,er 'l O compasso ele · três tempos não lhes resume a a-rte, nem resume a música 1le Schubert. . .Contudo. o primeiro, o mais estreito dos, círculos con-0ên– tricos da sua arte é o subúr• bio. Na quele tempo idílico de J.A30, os _pequenO's-burgucses a.bastados - 'l,llll deles, pa«Jei· ro, encomendara. a Moza,rt a serenata que Ih'! imort,alizou o nome ile Haffner -:- eos~ tllltlãva,m pagar bem áos pro– fesso.rcs gu'! deram lições- d_e 11ia110 às .filhas. Scbtiberl era dêsse.s professores. J>ar'a o en– sino escreveu seus "impromp– tus1' e os ·ramosos "moments mesicaux''; com qualquer be– '"" filha de padeiro. na.moran– do-a. es!udon a "Fantas iJI. a ouatro mãos" P,m fá. menor (o'(.t_. 103). que já é um.a obra di.fícn. 'tle mesmo, pianista medíocre. nii.() sahiá. e::ocecuta.r -a . S11naf-a-Fatlt'asi;i. .cm .so1 ma,ior nen1 a. Fantasia ' 'Wan– tlerer" (op. lã) . obras 1lificí– límas, co'flcebidas ctnrantc as •1oitcs boêmias 01, bêbedo nos t><>tefluins suburbanos. Nos sáhailos, à: ta,rdé, aqueles pa- 1lciros e alfajates (iostu'mavam dar sessões de música il~ ei~ mara em suas ea·sas simnles e • espaeosas: lá se. ouviri>.·111 .nela prínte ira v ez os q:uar te– tos "'111 lá menor e mi ma.ior - .filhos Ie1?ítin1os do~ onar– tctos quP. JJeet.hoven dC(lica– ra ao princhiP. Ras11movski - e . numa ee?ta tarde comum eomo as outr a s, aquele quar - · tet(> em ré menor, cltjo SP– ~~~ndo m_nvimcnt.o f~ntasia :sobr,. o " lied" "A l\[orte e a Mo":,.", é ttm:.1 dits . gr,and 0 <: revelações de- música metafí• Notas De ' Sobre Maria Andr·ade • ' imóvel e in1utáve1 que êle l)r_ocui·a apresen tar, e sim a ví<la _pJ·enhe d Qs · contràd:to– ric·s sen timentos humai;ios. ~? -publicar "Losango C:a– qut , em 1926, o pqeta colo– ceu cpn:10 sub-título do livr o esta .(rase: "Ou. os porque de eu sc1;be:r ale!Tiijo". Fra-se algo Pernostica, bem· expressiva °'-os a¼los d e ã,p·rendizado ·da Jiniua de Goethe. D.essa fase é ' ;Amar, verbo intransftivo" . ' e o livro . es tâ cheio de- fra - • §es e_; trechos de canções ém aJen1a~. Na s:egundã, edj.ção; tudo ·isso vein t r a-duzi·do, e qut1;nd<? a h ·a?u.ção no eoi-po P l''()udica o r1tino natural da narratrv,a, o escritor coloca a vers;i:o ao p_é da página. feitos por êl~. .1:>.ode-se afir– n1:_ar que foram to<los felizes. Sao em• geral t rechos. q ue en – velhe ceram, p@r demais ma r– ca<lns de cacoetes mod_ernis– t,as. l!;ste, por . exemplo: _qu~m esta c~m a raz ão •é 0 ca9eJo . de n111ho. Por iss o ob1·a · emprl;endj1nen_tos col9s– s~1s. O Latino Jamais tem r a– zao. P or ~sso inventa, geníal~ tnen_te. Nao se .esqu-eÇam ·de que__ estou .f<!lando em relação ~ vida P,ra.tica,. etc". Q ~coL>t.e I?~OS-$-egue _por .1nais t;~s pá– ginas. -Nota -se no a utor a preocu,pação de tira:r tud-o quanto não ~~ refira a o r-o– ma~ce propr1a.mente di~o, a0 ent~do, personageru; e anlbi– enta _As · mtromissões do ro- 1n'.1nc1sta! seus palpites e flo- A pootua-ção é outro assun- re~os, _ :,uas rmoleca:gens e sa. to que mer.eceu a moJhor 'beâ?rJ.as saltam · fora, sem a atenção do .romancista. ~ Um I!)ítu·n1 a C?Inplacência_ ou píe– dos cacoetes, dos moqernistas d~de, Assim cor.t?o os pálpites era. d.espie~ar 'a pontua.çãó pess 0 ft 1 :S, .is d1 vagações "a n1l1s ou m en os clássica, tal J> 1 '?P 0 S t t~;•. Vejam êsJe tre– como .ensinam as gramá:ticas. ~1?,-inho: No bo~de começo•. ;a me preocupar com a ca,mbada O tem-po dos verbos tatnbém df ính'J:igos que em r eêôrda.– spfre profu.nttas aliterações. O .,Çfl;O m1.uto me dei. Que injus- _ livro 11a 1.ª ediçã o é quase tlça.! Os .queixadas são ma.is todo nar,rado n o presente. Na :r;tumeroso.s. Muito m-ais ! 'i'ém 2.ª M~o •or~ passa o verbo por ~xemplo aquele que. 9. para o Plssáélo, ora · P,ar.a o d o R!o ql.!~· lfün Çampinas o. c-ondici.onal. Mas o q Ú~ me . f;m Santos. os. O da r ua. Ah! p arece mais expressivo· e dig- l a qie esqu ecendo que no Pa– nQ d-e · .ser ace.n'tuado, são os rá. um. 59, 60, 61,•.. 70, 11, 72. cort.es !eitos. Frases, pagüla.s Ag?'.t'a _não, .me '-lemb ro de e até ,n1esmo capítulos lritei - mais n1nguem. Deve ter ou– iros são riscados sem a míni- tros". ma complac@ncla. O roman• .ce diminui cêrca, de 30 pá– ginas. Vejan1os algumas fra- ses : • ' OTTO MARIA CARPEAU~ .. , , tCopyrighf . E. S. I.. com exc!usivfdade para a "F.OLHA DO NORTE, neste Est ado) sica. Para os domingos de subúrbio escreveu Schubert cinco "missas sinliéles", de devoção simplíssima; as mc– tôÍlias ecoam nas pa.r~des <la modes~ igreja suburbana -quàndê> a missa já acabou, nmas pouea.s velhas e crian– ças ficam, rezando' no templo vazio, e a, músiea de Schu– bert perp_~tua. no silê.p!!~ .· . bemol e a "solle1nnis" eD1 la bemol maior - verdadeiras sínfonias de v ene.ração S-!,Cra - .eneheril o .Jiobrc silêncio rlas enormes igrejas· bai'roéas <la cidade. Grande parte da músic.1, de SehU'bert foi es– crità, .assim como a de Bee• thoven e Mozart, 9a.ra ouvin– ies aristocráticos: e só res– soa bem e:,.~ .sala de paiáéios. f;ssa 1grcJa. . do . subu:r.b10 Liehtcnta.J chama•~e ·até ho- Contutlo, Schubert nio es• je, no dizer do povo, "igr~ tava cm !)a,511, nas salas ela ile Schubert". Daí .:.. a. ci<Th.- nobreza. Sua casa era a ta.– de eta, ·pequena,. ent-ão , - são vema. A1>enás ê preciso ·sa– poucos passos para outra ber que o vinli:o· cultiva.d!) igreja, a do subúrbio. AI- nas colinas em fõrno d.!,que• .serverstadt, limítrofe do la cidade fk. bebe e;m .faver- ' . centl'O aris tocrático. Dois pe- nas situàdas .nas próprias co– qil.e~os baixo-rel!)vos ornam linas, em meio de ~jardins e a fachada do templo: retratos bosques. E► .a própria Natu- · de dois artistas- que recebe- reza; a ela está. dedicado o ram 1:1essê templo a última terceiro ciclo da míisica õe . absolvição de "co.rpo presen• Schubert, 0 ma.is largo, o A'S melodias de s ·c)l.ubert -iuena. pcesía de SJ1akespeare. 'Um fi,no gôsto -liteçál'io, em– bora instintivo como tudo nele, levôu- Schubert a pre.• ferir ' a. po::sias de Goethe e lleíne. O "Jied" não· é outra coisà. senão a for'ina princi– pal, a. e.strofe ma.is frequen– te da poesia li-rica alemã, O "lied" como , forma musical . -é a. poesia Jwica. da música, 'gê– nero cultivado depois ' por Schubert, Brahms,. Wolf; Mossorgsk.i e- J)e.bussy. Schu– bert criara esse -gener.o que. não exis.tia. a.ntes dele. Nessa foi:ma "pequena" esprimiu tudo, encanto, alegria, lágri• más nos talgia. angústia e niis~i;io. Apenas é. pl'eciso oµvir ·êsses- "líeds'' a:;si~ eq– m.o foram escritos - ,p-~ra a voz humana . como simples acompanhamento do piano - para, saber que poueo_s versos e . poucos compassos podem resumii: todos os mo• vimentos do coração e da Na- , ture:za.. o · mundo inteiro. te' 1 ; Schubert e Beethoven. mais ·univcrsail dos círculos são em geral de simplicidade Apenas um , a.nó oi, sepa.tava cotwêntricos da súa arte. diatôniea; aí está a parte es- na. morte. .A.1 se lembra. o se- poniânea. instintiva de sua gundo ciclo da arte de Scbu- Nas tardes de. · domingo. arte. Mas para compreender~ bei:t: o he_etboveniáno. Precí• Schubert podia ouvir, na- . lhes bem O sentido poético é sa-vaase ser surdo para não . quelas tavernas, as suas fa- preciso dar atenção ao ·aco•m– ouvir os a.centos graves, às mosas danças vienenses, tal- panhamento do pia.nQ. No vezes demoníacos, no p1·imei- vez f~.mosas lleroa;S. Pelo me- "lied" "Despedida.", que fala ro movimento 1la sinfonia n.º nos, não podem ser ílevida- de ·11-ma de5Vedidá para sem- 8 em si menor, é a famosa -mente apreciadas nos· infa• pr<t e de , cavalos que espera,m ·«inacabaoa.'', um dos enign:ías mes arranjQs para "Qrques• fQ.ra da- por-ta ,- talv-ez se• que continuam a ocupai' a tta dé saJão•:. perpetrados nos ~am cavalos tun~i:.es - o hnaginaçáo; aí. também um , discos amencanos, E' uma , acompanhamento ·e uma pc– fiín · em sílilncio. f:ste Sçhu- riqueza ébría de melodias, quena sinfo.nia de pa~dos bert é cláss ico, até cla:ssicis- muitas- vezes no- éompasso de impacientes e ácol'des sinis– ta.. E ' 0 Schubert que escre- 'tris t,e;mpos:, isto é verdade, tros, eulmíOMldo numa dis– ven - q;uem falou em inspi• mas outra vez - veja a ele- sonância audaci953 Ua. me– ra()ão f o I c I ó rica. ? - os-· gíaca Valsa de Saudade - é nor e mi bemol , maioi;, ao " lieds ' ' " Memmon ' ', " No um disfarçado compasso de mesmo tetl)poh Acordes as– Tártaro", "Filoct-etes", "Can- quatro tempos dos quais o sim " nwderníssimos", osei– ção do. ma.rinlieiro aos Dios- quarto é nma pausa. - o si- lanil.(l enti,e menor e ~a-lor, euros". 1\-fa.s o ' classicismo, lêncio. Bebedo ou meio bê- são frequentes na míisica d'e estilo do seu contemporâneo bedo, Schubert escreveu nas Sc11ubert; trans.rorn1am•l1?e -Goethe, tampouco resume a 1lleS:t!!, daquelas tavernas. em a -~elan_coli,a ~on_ium dos b~– arte de Schubert, na qual se qualquer · p~o d.e p_:wel, bedos em angustiea: dcm.on1- . aca. Cai a noite e a gente desce daquelas colinas, procu– r,1.ndo -no . escilr,o a cidade ilu– m ina.da , Can çoes alegres ~ll– it:r'bamr então o silêució dos bosques; mas o tíêbedo estã. em petigÕ ile périter o cacmi– uho. Para -Scbuber.t, a poité .~ignil'icava- profundida1les n o.– tur-nas, · ilemoniacas, . da Qbsést -são. () ''lied" "O Sosía" (e@~ toi.:me wn.i. poesia. de- B.ei11e.)· ç uma alucinação tremenda. Un1 ciclo inteiro de "lieds". "Viagem de inverno' ', é ver • dadeira. sinfonia cantada do destino humano: das mclodi.- as. de ''Bomc'm de re~lejo" e "Ma1·co no çam.inlu; " a gente l·em~.rar~se-á na "hora. mo.rti~'. 1'!as Sch.uber.t fica semp1,c simples; em plena, an– gústica. romântica. gnar(Ja a simplicídade clássica. A mais trág~ca das suas composi:ç.õ,es é o pequeno '(Iied!' " A l\19r te e a MOça.'', qu.e fornec.~11 o tema. para o s-e.gundo movi– mento • iI:i,quefe qua1·teto: em poucos tons com-oveníes fala. a voz da menina, implorando a morte implacável, acaba.n– tlo num semitom iútcrroga-t i– vo; ·contínua, completancfo a l!a.onorua, a voz da 1'Iol',te consolando, . acabando nas úl– timas pr~fnndezas de baixo, no silêncio. Aí, a inspira- , ção é realménté de !iimplíei– dadc folclórica. On seria sim– pliefcla«!e. clá~iea ?, Não há.. pan d'.1sting1ur estilos. E' a suma, o ·cume de 11m~ arte. A arte de Schubert, apa'– ren'temeiíte limitada pelas for~as ·de expressão· de um estilo, tle µma. cidade,, é a su– ma da civili~ação da qual essa citlades é o monumento; é a ,s uma da. •natureza hum.,,.. na, refletida. em melodias. Es.sàs mel1>dias com~reendem, como em círculos concêntri~ cos, tudo: da :,implicidàde in– fanill até a veneração sacra perante as quais os abismo!! dcm.oníacos desapa;recem no silêncio de uma paus;i. geral. A pausa, o sifêncio, é, coma se sabe, a suprema realizal;'.áO da m.úsica. transfé,rmam em míisica to- nina vez no verso de um car– !]as as e~-pressões dás cama- · dá.pio, os se~ "lie~". ~criam das sucessivas •da civili2<~0 reàlmente de insp1raçao foi• daquela velha cidade. A m:ú-- ·ctórica,? · Trata-se de um sic-a mozartiana de "Rosa- equív oco qna.rito à natureza munde" lémbra uma (esta ci- do " lied" . Aquele que foi es– térea.. de Watteau. As "missas crit 0 no verso de um cardi• gran(\es" de Sc_hub.ert, em-mi pio é composição de uma pe- París Desf i.la Diante DOIS p:·o EMAS \ DE MANUEL BA.NDEIRA • (Especial para a FOLHA DO NORTE) POEMA PARA SANTA ROSA • • • P ou.sa. na; minha a t ua. :rrião, protonotárm. •. ' o :ilexarrtlrino, ainda q ue sem a cesnrai ~ÍeiJia:t)a, abor - f rece -mc. J) epois, eu mesmo -já escr eví~ Pousa a, mão na millha testa. E Raimundo Corrêa: "Pousa. aqui, etc''· E ' pouso <íl:n1ais. Basta r on~o Alto. Ti o di.${ap te e tão presente. Como wµa. r ç.mimseên cia [da .infância. Pons:a na m iuha a. t na mão., :}lrotonotárta. Gc»sto d'e !!protonôtár ia:'. Me lt!nibi·a meu paj. E 1,inta bem a quem eu qllero. Sei qU'e ela vai p ergunt~r : - O que é protonotáría t li.ei ;ponder éi : - :Prot o:1ofário é o dignitário da Cúria Romana ,que ex• pede, n~ grandes <?ansas, os a tos gu.e os simples n otáriQs· apostólicos e,cpe~em nas pequenas. E ela. : - Será o Be~di to ? -Meu be-m, a minha terunra é um fato, mas não gost~ . e ile se mostrar : .E' den.tuça e díssimula.da . S!lnta. Rosà m e c·o,mpreentlll':- , _De. • , • (Conclusã o da 1.ª pág. ) mem .nas mas condiç~es e eom a ~a ·vilfa pudes.se se– guir at, o fim cursíis ·reg:ula– res e séríos cómo são em F rança os de· direito e rle le- tr:i;s. Qu·e lição, meu ·Deus ! E ISSim se càtaeterizam os dois rroust: 0 l'r.oust da mocída.- • " + •• de, bonitão e "normal", que , seguia cursos e foí soldado, e o -Prous t que ;, másca:ra mortuária. r etrata com trági- . ca gran deza, o honrem q11'e trnzià. dentro ã a cabeça o A, L A R E C l:'JE .R CHE DU TEllIPS PERDU. São d ois ..,. P rou..<it e seria. interessante se~ir a l enta e m'isíeriosa evolução que pode transfor~ mar. o primeiró nó segundo, conservando intactos,; apeu.as , os gran< J.ei. olhos profundos por .detrás tios· quais mundos se ag:ita-vam • , . , . , • • abe)."ta. 11~. po.uoo a.11.t~ na ~;. bliotecá; Naciona l, a de Prou:.,t nos, tr'ava . ~ . Cl>r açã o com a sensação- viva d'e nn, t cJni)o pérdido. ufu tempo, que, afi– nal, ioclos lu~m por r e-0~n– q-uistar. ro.rque a "1·echerclie" ccntinúa~ nós mio som11s. mais que m.ela.ncóllcos p.esquisa do- 1·es, por v ~zcs desespéradosj qlle siu:ig-raftl as mã os na pto– cur a incessante dos t~m– pos que se fót'aDí, enqua.n to ' pensam-os. l~tar J!elos tempos que hão de vir.. , Ce_nten:ário D(ás Ir m·ãs • B r o·n t ,e ,:.- ·- ' • Ina ug1J .r.ou ~ e 1"e~ htem.~• , "P.r;i.. ela era :preciso enten• â er se;,:npi'e. Carecia' saber o signifita'C!.o das palavras. Si• :não 1iã-0 compr eendia mesmo". Mário altera as frases, tundin~ do-as num~ só: "pra ela e,ra a:>r~c1so entender sempre o sig~ 111if1cado das palavras, sinão não_ co:çnpre,endia mesmo"; Ou– .ltra frase que adquire maio;r :clareza é . p'recisãd: ''Numa das 1 ivoltas 'olha.não prá trás viu a ;montanha curvada. Suspepso n,a, cacunda d ela entremos– :ltra.ndo a meio o rubido cà• :riz o sol mordia ,nas ilhargas 'da serra". Isso tudo é sinte– rt~ado assim: "Numa das vol• ítas olhando para trás, viu a ,_imontanha, curvaâa 1 com o sol :ilhe mordendo· as ilharga,s". Co1,ta, também a õrincadeí– ra com o p_oe~ Itnan ,G_p-1 (pag, ~86 .da pr1m.e1ra . ed1çao) , in– cl usive a dedicatória em francês, coi sa aliás de um ma.u gôsto in.~'Useu,tfvel, bem como o comentário gue a se- ~ousa na nún,ha a h1a mão, Jjr'otonotá.ria.. .– , .Dos homens que viveram com Proust , qne dediéarám seus livros a l'Í"-oust ( eo~G Ré– nan, que escrevia: ' 'para que se ~ ol'de ~e mim, quànd(! e.u j á não for deste mu~d,o" } oµ à quem Prou·st dedie;ou suas Qbr as, nouC~$ éxií;tém~ :de to– dos ·êles, Gíde é o mais vivo, alcançando agór:t,. no ·fim 41!> vida, a supreina, cqnsagração de 'lima. carreira sem par na Fradça. contentporiinea.: O grande anµ-go de Gi<te, Léon l"aul Fargu~ ,a.caba de mor– 'l'éi', dols 4ias dépois de ter p ú~Iic,ado· rui:s "NouveHes Lít– t ér ai1:es" u.m n,.elanc4\ieo · a~– tigo ~e,: e:voca~~es: ;' 'd~ ce fumps•lâ:, on n e n v:a1t que ;fl'art; l'~tp.e .SIY ~oi:tait 1 '1ill~· te, ., n o saguã9 d.a, Biblib_teca Nki-0nal do Riô °{i°e Jáneiro, .1.1ma exposiç•ão de f-otogràlli,rs, livros e documentos · r eíativôs às :famosas - h'rois :B1·e>nte, çom.:. que ~ embaixada ingli– s a homettageía a passage1n do pr,im,elro ceritenário de pu• ôlicai;ão d o· l\'h>r,i:o do .v ento .uiva;nte, de Eµúly ~1,0-n tt;; .J~ne. E y r e, de Cl:\ar1o,tte Bronte, e Agné1 .Grer, de Anne Br onte', i·ománces pu-.. blicados; pela p rimeir a vez em 1'84.7. As duas pri,mei-ras - Emily ,e Cnarlotte - são bas, tante corrhecjdas do público bra,si!eiro, J)t}néLpalmente ai geulâl · cnadora do J\IIot,ro d~ vén~ tdva'nte, a.-oma:.nce apa◄ Jitlamos longe ~ fôssemos ~em;plit~ lo~ .Qt .eQr,t~ gue. ' 1' • .~~e:vi ums- vez -que se ~ : dit1cll talar âe Mário de An-1 âr.aide, mais difícil ainda. é , largá-lo, uma vez 1tetomado o l cont.aicto. Complexo e apai;,to..: 1 nante, tan'to o éScritor como a. obra estão s~re mu1to : longe d,a fátua ~ra~uidade fio-} rescente em nossos meios li• i t~rá-rios. A exl1ttência. de Má-?. ri.o pode ser ,apontada comó ' exemplo de dignidade literáJJ a:ià e humana invulga.res. ~ sua obra, cujo estudo em,.· -0onj,unto ainda está para ser,) :J'eit"I como a :maas expressi.. va da litera.tura c-onW:in1>0..– tânea do l:31:asilj. • o BICHO • .Vi o,ntem um bicnê7 íNa imundice•do páfi~ Catando Comida entre Quan do ach a.va :: tlgu.ma eoi~, iNã,o ex;i.min~và. nem cheirava: /Engulia com voracidade. \ o bie,bo não en um cão, ~ão eta. :um gato, · ~ão erll um r àt o. O. bicho, ·m!lll. »~us, ~ a t<:,". O propr1ó G1de cn contra 4 se em Nenfchâ.te1: adoentado; e assim desaparecem; ou se pr~parion ~ra de-sa.par eeer, os últimos exemplares· de um Umpo ·que, desg-i·açadamente, ~ni.êàça ·sucumbir. c.om êles. D iz.-se a g~.i, . a p t:opósito, que Gicle continua, como s'emp re, um gr,ânde _egoii;tá : que p re– .Jenl\e 001orr~J,' ju~t3men,t.e a:g9- !l'.l1-, no momento sUpJ>emo, IH>l'• ixue é afinal a ·ilna.g~m , íla m orte a q ue costumamos ~uar1ar dos gran des ho• :meJtS.. • !E'; 'Sb:tn diívida-, ~um o'IJ.Jto te~ o q~e n os coló.ca a ê~– p.osiçã.o Pirous_.t. ~ ~ uito ~!fls que · ~ E~ihlSt!;a,o Cerv~tes. .... ~ec1do este. ,mo nu1na tradu• ç,ão de ~a-eh~l _de ~ueiroz, ..a.presentada, pela Livrari.~ ' Jósé Olym:P,io )lldito'J;a.. De Emity Bronte, aliás, a· mes– ma editora ta1nbém pupl.icou um v.olume d~ poemas - O Vento (~~ N:~l't~t -:- aipa;t.ec.jdo :~;gº1!;ã·tµ~~1;~~:. tisa..
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