Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

Domingo. 26 de sete~bro de 1948 FOLHA DO NORTE 8 lYlago Dâ-Minha ~Juventud e·- .. U roeu p_nme1ro encontro uma luz, uma atmosfera, uma «:om o mago ocorreu, não em · harmon~;:i. uma tenebrol!a caverna, ·nem Qualqm~r r apazola que re– tão pouco sobre um pfncaro vele cui;iosidade acerca da montanhoso, .por entre vapo- música tem, em nossos dias, J'es si.:Uurosos de tempestade, mil modos para saciar-se, e mas em um radioso dia de mesmo · para ilustrar-se. Não vetão, 110 meio de um jardim podendo viaja?:. e nem sequer que não era exatamente o ir à ópera, pelo menos em das fadas, embora não fosse Paris, poderá frequentar as desprovido de belas figuras salas tle concêrto, cujo nú• femininas . mero é en·ormé, atualmente. Jioi no J"ardim do · Luxem• ir E ppde, finalmente. ped ao burgo, cerca de quatro J1oa. ~ GEORGE DUHAMEL - (Copyright E. 8, L com exclllSivtdade para a F:OLHA DO NORTE, neste Est-ado) ·:. I - IN'~CIAÇÃO E PRIMEIROS P~SSOS fonógrafo e ao rádio satisfa- apreciadores da m ú si e a. ções menores, mas constan-· Quanto aos discos, eram ain• tes, as quais, cumpre reco- da um artigo de pequeno con– nhecer, sendo sàbiamente sumo. Lembro-me que ha-v~a. procuraiias .: aproveitadas, espalhadP.s pelas avenidas, não terão peq1.;.eno valor ins- lojas que lembravam ·ba-res trutivo . automàticos, -nos qi.:-a4s era Em 1901, o radio não entra- possível, em troca de _guan– v.:a sequ1;r .n~3 _cogitacões dos t ia bem rnzoâve1;- e por· meio de fones, r eceber literalmen- lidad.e, ou um tempo. Uão;. te no pé do· ouvido tal ou posso decla_rar tranquilãmen• qual ária escolhida. · Visitei te; a m.úsica_ mecânica não essas lojas quatro· os cinco me proporcionou ajuda al• vezes, dw·ante aquela época guma, e por bons motivos, da minha juventude, para para a foi;mação do meu gos· consultar a ebonite como se to nem para a satisfação da consulta um dicionár io, quan- minha nascente paixão pela do acontecia, no correr de obra de Richa,·d Wagner . . ·• uma convers-a com algum Ainda me lembrava do pas– amigo melômano, si.:rgir en- seio DO Luxemburgo e da vi– b:e nós alguma dúvida a res- va emo;ão que despertara em peito de um tema, uma to!lll· mfu, aquela audição - um poi:co pobre ·_ 'do te_rceiro , :ras da tarde, em maio ou ju– nho e 1901, e primeiro ano 4io novo século . Naquele tem~ J)o, eu era ainda estudante . Gostava de p&ssear, 1 às quin– tas-feiras, em redor do core– to, sobre o qual uma· ocqi.;es– tra mílitar se esmerava . em PROBlEMAS DEESCOLHA ato · das "Walkirias~', quando travei conhecimento com um esplêndido rapaz, estudante e inelômano . furioso; chamado Schuller, que professava- por Wagner um culto exclusiv·is• ta e exaltado. (Conclusão da 1.ª pãg.) harmonias, protegida pela vida · como as . .,xperiênci;is sombra morna. Nesse dia · eu definitivas, que acontecem tivo -. mais preso à. histó-_ estava só, divinamente só, · ·a ..sobretudo na .adolescência. r1a literária, pois recapitula alma livre e o coração va- Nunca me esquecerei de co• de certo modo os livros con• ~o. pronto para receber qual- mo Proust aconteceu para sagrados pelo tempo e pela quer mensagem. Com ouvi- mim ...; · verdadeira trovoada • melhor opinião critica - · po• 'dos distraidos e pouco exi-.. em céu azul _ tendo .eu de- âer-se-ia objetar contra a !n• gentes, escutava com· algum zessete anos e estando "Le clusão pelo menos do Eça e IJlrazer as c_abriolas dos pratcs côte de chez Swa'nn" larga- de Flaubert. • . . e das cla~·metas, quan~o, de., do na estante paterna, de on- Se êste último critério for repente, tive a sensaça.o de de O tirei por acaso, ainda válido, à sua observância con– que se passa~a :1º ~1verso sem distingui-lo bem de Mar• duziria ·ao caso limite duma d,os sons. alg? de mtell'amente cel Prevost, que dormia ao lista ideal, fixa, aceita por ex~raordmáno. A banda, de- lado. Doutra parte, quando todos (e tirando a graça do po!S de uma pausa, recome- eu, tinha quatorze anos me jôgo... ) . Isto, no caso dos ~~ra a tocar~ e o que tocava deram as "Recordações dlll sei.;s autores serem absoluta– nao se parecia com nada que Casa dos Mortos" à maneira mente sinceros. As mais das eu _ouvira_ até então . Não e:a de preâmbulo ibdispensãvel vezes, o leitor . assíduo de "O ma1s o ntmo regular, o ri~- às obras primas de Dostoie- Escai:avêlho de Ouro" ou iia mo de dança, que penetra as vski; cheio de 'tédio, arras- "Loura Delicocéfala" ém vez ~bnas e acalenta-a~ ~ºu ex~l- tel-me por q.uarenta ou cin- de os incluir na sua resposta. ia-as com a repebçao sã•b1a- quénta pãginas antes de acei- - como · seria digno e ins– mente modulada do tema e tar a evidência do próprio trutivo - substitui-nos por da cadência. . fracasso: mas aceitei. fechei um Dostoievski ou um Joy– f Era antes um dJscurso, ou, 0 livro e só consegui voltar ce folheados -por diestastio, mais prec~am~.te ainda, ao seu autor quase dez anos quando não conhecidos ape– uma narraçao fe~ta de J?en- mais tarde, porque · todas as nas de lombada . Listas fel• !amento~ musicais r 7 urud'Os vezes que tinha vontade. ~e tas sob a égide do Comenda– qi_ mane1.ra dos m?vi.mentos ler "Crime e Castigo" ou dor Ventura. 1ntimos dos sêres vivos, com "Os Irmãos Karemazoi" al• 1>~adas, retôrnos, mudanç,fls guma coisa que dizia ser•pre• sucessivas de co~~ass~ e de ciso começar pelo começo, aJidamento, modl~icaçoes de isto é, a obra mesma que me tom, e, se ouso dizer, de lu- afastara das outras. mihosi~ade, .com longas Ia- Não há, pois, técnica -sa– ment.--,çoes dialogadas, pe1ue- tisfatória de iniciação literã- 11as iiiscussões, argt.:mentações ria e , 0 melhor caminho tal– !lláo ter-minadas, resoluções vez ainda seja o arbitrio do heroicamente for m u l adas, acaso. 1,1:as, como a nossa . tempestades e bo?a n Ç a s, conviccão burguesa de pro- ,qualquer coir1.1, enfi,m, que gresso-_por-acú,mt:lo exige um i fler_t~r~av! in~eb:3mente a repasso, embora relativo, das i mwto mgenua ~de1a que nes- obras primas consagradas, é . ma época eu !azia da arte mu- difícil furtar-nos aos esque- tica1. . . . mas e projetos dievoradores Espantei-me, de inicio; de• de leitura. Longe o tempo em pois, comovi-me; e afinal que uma dúzia de clãssicos 1 1 me senti conquistado. Avan• funda.mentais ma nus e a • eei por entre a multidão ôes• dos com laz~r, i11co~orados l)reoet:ipada, as ore13?-as em lentamente à sensibilidade, o– l)é, ,c_ontendo as batidas do peravam milagres de cultura . coraçao, para concentrar-me -: mais prezada naqueles dias e nada perder dessa grande que a informação. Se as lis• iniciação sonora . Quando a tias dos "dez melhores livros" ·orciuestra se deteve, fui con• tivess·em!o cond'ão de fixar um sulfar o programa, e. soube pouco os leitores dispersivos !que acabara de ouvir um e apressados que hoje somos, 'ftag,mento "das "Valkirias": o elas estariam, numa ironia / fjm do último ato. singular, desacreditando o A lista fixa, nwncionada hã pouéo, incluiria. provàvel– mente pelo menos cinco dos dez ·romances ..indicados por Augi:sto Meyer: ·"Dom Qui– xote", "Tom Jones", "Os Ir– mãos Karamasof", "Guerra e Paz" e "A procura do tempo perdido". Talvez ainda, "Mo• by Dick". Os . outros qúatro deveriam, penso eu, ceder lugar .... não obstante a ex– celência que os· distingue. De posse dos seis (se In– cluirmos o livro de Melvil• le), e querendo completar o rol, defrontamos um proble• ma inicial: 'O da homogenei– dade. C"'om efeito, há entre eles três picos soberanos, mc;– radas do ralo e da procela, aos quais nenhum outro se equipara na orografia literá• ria: "Dom Quixote", "Guerra e Paz", e "Os Irmãos Kara– masof". Por mais boa von– tade que tivermos, os outros sete parecerão, forçosamente, altitudes mais baixas. E, pr.o• vàvelmente, não •equivalen- tes entrP. ·si. O romance de Proust, por 'exemplo, sendo menor que eles, é maior do que qualquer outro - a me– nos que os outros sejam de Dostoievski, como "0 Idio• ta" ou "Os Possessos". Se• ria, então, o caso de incluir a êstes na lista, deixando va– gos quatro li.:_gares a serem disputados, num páreo torna– do mais difícil ainda, por Fielding, Melville, E m i 1 y Bront, Ba{zac, Dickens, Joy– ce e Kafka. · Ainda assim, porém, a ho– mogeneidade não se faria: daí a pertinência pro,vável, embora perigosa, d.i um sub• cr.itêrio: estabelecer estratos :ientro da classificação. Ado– tando-se a premissa das três culminâncias, têrlaroo.s três ordens de grandeza.: 3, 3, 4, ou 3, 4, 3. Conforme o mesmo crité– rio objetivo (cuja norma fundemental seria procurar exprimir correntes universais de crítica, não teorias espe– cíficas do romance), poder– se-ia fazer um arrolamento meio desconcertante, que to– masse como base a impor– tância de ca·da ·romanpe na formação, desenvolvimento e renovação do gênero. Teria• mos, por exemplo: "Amadís de Gaula"; "0 Lazarillo de Tormes", "A Princesa de Cléves",- "Clarissa Harlowe", "Werther", "Waverley", ao lado de Dostoievski, Joyce, e Kafka, No terreno do gosto pes– soal, erigido em critério, se– da de preceito não incluir 'nenhum ·livro lido há menos de 'dois, o~ mesmo c.inco anos - para que entusiasmos de ,momento não prejudiquem a valida<le do juízo. Há cerca de doze ou treze anos, eu teria certamente colocado o "Contraponto", e dois ou três romances de Lawrence, em qualquer lista. Pouco mais tarde, tê-los-ia substituído ~lo "Sparkenbroke" e "A 1 Eu tinha, então, um gosto sistema digest de conheci– ttnuito pronunciado e muito mento e nos tentando a ex– espontâneo pela música; mas, periênclas -mais vantajosas. i,fiamais recebera edu.cação A escolha de Augusto Mey• ,m-usi-cal, nem sequer alun 7 n• er, (a cujo propósito vêm es– 'tar. Foi mais tarde, muito tas digressões) é fina e pon– ma1s tarde, durante a guerra, derada, como o seu espirito, ieon!orme se verá de outra Analisando-a, ve!ll0S que - ifeita, que aprendi a lêr mú- sem ter-se ·subordinado sis– :sica correntemente, é só temãticamente a nenhum 'de• -.prendi a tor.ar um instru- les - satisfaz os dois crité– mento com :'I idade de trinta rios que podemos invocar em e dl)is anos. Eu ·tinh3, tam- semelhante conjuntura: o ob• bém, um amigo que toca<Va jetivo e o pessoal. Ei-la: 1) conscienciosamente piano, e "Dom Quixote", de Cervan– _ ,que de boa vontade, dura~te tes; 2) "Tom Jones", 'de Fiel– ~s nossas horas de folga, aJU• ding; 3) "Os Noivos", de 'õava-me a da:· os· primeiros Manzoni; 4) "Os Irmãos Ka• passos no conhecim-ento dos ramaso!", de Dostoievski; 5) 'Clássicos . De Wagner eu ou• "Guerra e Paz", de Tolstoi: 'Vira apenas alguns trechos 6) "Os Maias", de Eça de r."(!'iebrea, que não podem sei· Queiroz; 7) "Moby Dick", de considerados representativos. Hermann Melville; 8) "Mon– 'Naqt:ele dia, o que me foi tanha Mágica", de Thomas revelado pela modesta banda Mann; 9) "A procura 'do tem• militar, no Jardim do Lu- po perdido", de Marcel :xemburgo, foi a verdadeira Proust; 10) "A Educação Sen– ~oz do :mago, o mago que de• tlmental", de Gustave Flau– :veria, dura-nte muitos anos, bert. Preludio ,nodelar o meu gosto, colo• A lista é excelente segun– tir-roe os pensamentos, ani- do o critério subjetivo, a que mar-me os prazeres, e dar ao se atPve provàvelmente o au• meu universo leis secretas, tor. Do ponto de vista obje- Naquela grande campina, Naquela .campina de sombra e tarde, De arroios espelhando um azul tram.lúcido E Vesper de Cristal, .Naquela infinda campina _ Serenas flamas se consumiam, (Flamas de um vago estio, trigais em flor} E agora já ·quase frias, já quase silêncio E ainda um longinquo murmurio O murmurio confuso de qualquer cidade· (Tropel noturno galgando umbrais) E as luzes, as primeiras lanternas acendidas Para o confôrto das ceias, o afágo dos esposos!--'<!! E álém, na campina sem-abrigo, Leve, brandamente, chega a noite A tranquila noite sôbre as cinzas.,. JOSt PA'UtiO MOREIRA DA FON:.SECJ\ S~hulle,r morava numa ·rua• Fonte", de Morgan, que ago- zinha do velho Q"uartier La– ra não incluiria mais.. Hoje, · tin, num quarto pequeno; es– não trepidarei em indicar ti-eito e att:lhado, cuja prin• Henry James e Cbnrad, eu- cip.al peça mc.biliária era um tusiasmos recentes cuja di;;ra- piano de aluguel. Quase o ção não' posso· garantir. 'clta inteiro, sentado diante De tudo se conclui que a desse mãrtir dos pianos, lista de Augusto Meyer, pela Schuller lia as obras do mes– sua composição harmoniósa, tre . Schuller tinha grandes satisfaz o critério objetivo, mãos ossudas, despróvidas de revelando ao mesmo tempo finura, mas não de vigor, e a firméza do seu gosto, que era inspirado por uma flama coincide com a ·melhor cri• mística: CE-do me senti irre– tica. · mediàvelmente encádeado à Quanto a mim, confesso sua caixa de jacarandá. Pas– que o meu rol (i)ontendo os savamos horas e horas a d.e• meus livros, aqueles que le- cifrar, cena após cena, ato mos sempre, e cada vez mais, após ato, as pesadas partítu– por pertencerem ·à nossa ex• ras do repertório wagneria– periência mais prezada) con- no. Uso o plural porque eu teria um ~penas dos três tinha a sincera convicção de picos: "Guerra e Paz". Alem não estar inativo, de partici– desse romance, teria em co- par, com a .minha atenção mum com o de-Augusto Mey• extremada e fréquentemente er, sômente "A _procura do angustiada, dessas sessões de tempo perdido" - o meu ro- orgia mi.:slcal. Acreilito, afn– mance predileto. Admiro o da hoje, -que quem não co– _gosto dos "Karamasof", mas nhece Wagner senão pelas prefiro "Os Possessos" e "O boas execuções dos grandes Idiota". Leio sempre "Os ·concêrtos e dos grandes tea• Maias" menos, porém, que tros, perdeu sem dúvida -al• "A Ilustre Casa". "A Edu- gurna das etapas da iniciação caçio Sentimental é, dentre wagneriana, talvez a mais os de Flaubert, o .livro que i.mpor¼n.te. Livres de- vizi• mais estimo; não o troco, no nhos, livres das contingências entanto, por nenhum de o.o teatro, livres mesmo do Stendbal e alguns de ·Bal- espetáculo e das suas chocan• zac. O "Tom Jones" é in- tes precisões, viviamos, no comparãvel, mas se eu lhe quartinho estreito e atulhado, der lugar, -onde n:eteria Ma• em uma intimidade mãgicã chado de Assis ? Nunca U com aquela música maravi– "Os · Noivos", e desconfio lhosa, e ún,icamente com ali que deve ser um livro pai:: imagens dos nossos sonhos. conheço pouco o "Dom Qui- Nada nos podia ferir, nada :xote" e últimame.nte ganhei perturbava nosso entusiasmo. enjôo por Thomas Mann; não O texto das partituras era o pocleria, pois, a~itar mais original, em alemão, Não ·o estes três da lista de Augus- compreendíamos , perfeita• to Meyer, embora lhes r.i- mente, mas, pelo menos, li-. conheça o maior valor. Mes- vravamo-nos das traãt:.ções mo porque, preciso guardar francesas, e da St:·a empolada espaço para certas amizades, cretinice. O jovem Siegfried, - modestas, mas fieis e ins• Tristão com o peito ensan– piradoN1s, como "O Amanu- guentado. Parsifal vestido de ense Belmiro", que, tímida- linho branco, ;lS filhas do inente, eu levaria para a ilha Renq, os deuses das nuvens, deserta em lugar de grandes , os negros demônios 'das pro• figurões. fundesas, todos esses sêres "Si le roi m'avait donné com os qUais, durante parte · Paris, sa grand'ville, da minha vida, vivi, cantei, Et qu'il me fallut quitter combati, nunca os compreen- I'amoúr 'de ma mie, dí melhor do que ·naquele Je dirais ai:, rol ·enri: qua:rlinho, onde o papel da epremez votre Paris; parede, de listas e florzinhas, J'aime mieux· ma nie, li m.iê ! mostrava-nos, ao sabor ele. J'aime mieux ma mie". nossa imaginação, palácios, O PRINCIPEZINH_O... (Conclusão da 2.a pãg.) não queria cat:sar pena ao velho monarca: - Se Vossa Majestade qui– sesse ser obedecido pontual– mente, poderia me dar uma ordem razoável. Poderia or– denar, por exemplo, que eu partisse dentro de um mtn.u– lo. Está me parecendo que as condições são favoráveis... Ante o · silêncio do · rei, o _prindpezinho hesitou a prin– dpio; depois, com um suspi– ro, partiu. - Nomeio-te meu embai– xador ! - apressot:-se a gri– tar o rei - e tinlia um gran– de ar de autoridade, Como são esquisitas .as pes– soas grandes. .. - ia pensan– âo o principezinho durante a viagem, jardins, navios, veleiros, flo• restas - o verdadeiro cená– rio, o único cenãrio que con– vém à legenda wagneriana. Quando Sehuller achou que eu a.prendera o sciiciente, co– meçou a levar-me ao Châte• let; ~as tardes de domingo . Iamos de galex:ia, e às vezes tínhamos a sorte de encÓn• trar lugares na primeira· :fila. Ao lado um do outro, a par• titura sobre - os joelhos, um fio de saliva entre os labios entreabertos, aguardavamos, impacientemente, o instante em que o nosso mestre de eleição se manifestaria no templo. E lá eu experimen• tava alegrias certamente não mais intensas nem mais pu– ras do que no quarto aluga. d-o- do meu primeiro mestre de música, mas ·que ec, sentia , serem mais eruditas e maill púramente musicai.a,

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