Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

8. PAULO, - Sabe-se 411a o tfatro se tornou, em Fran– ça, uma espécie de cátedra uni.versi-tária, da qual ps exis– tencialistas' ensinam a filoso• fia àqueles que já se mos· t ra'm fartos dos "vaudeviUe-s' ' • do "Boulevaz:d". Mas o exis- • o Teatro Cômico De • Gabriel malurgo ! ilósofu, Jules Ro– maine. Nes te artigo des11jan:os exa– minar exclusivamente uma parte dêsse problema do tea- tro cômico existencialista, mediante o estudo de alguns temas do teatro cômloo de Gabriel MarceL Os editores a.crescentar am ao livro, se-– gundo o costume, um aviso destinado aos críticos e que nos pode servir de ponto de p artida.: "Não há c:túvida. de que constitui uma necessida– de para o dramatttrgo filóso– ROGER BASTIDE (Copyright E. S. 1., com exclusividade para a 'TOLHA DO NORTE, neste Esiado) dessa dimensão mistica; são p ersonagens chatas (não é por nada que se denominam de "chatas", isto é, de suas d imensões, os indivíduos que não têm vida espiritual). Te– mos assim, uma segunda, ca– raclerísUca dêsse çômico, que é um cômico geométrico. Mas, por isso mesm-0, as per• sonagens são caricaturas, no , que está sem dúvida a fra– queza dêsse teatr<>. As per– sonagens de Moliére são sêres viventes, enquanto as d e Gabriel Marcel são simples– mente ridícU.las, Mas do fato dêsse t eatt'O ser um teal-ro c:to "mundo despedaçado", resulte. ainda uma. outra conseq uênéía . . O normal se identifica, para IDILIO NA PRAI~ • Marcel G abriel Milrcel, com a vida religiosa. A ausência desta úllima acarrela forc;osamenle a anorn1alidade, devendo-se da.r a êste têrmo o sentido mais grosseiro: a Insania. O tea tro de Gabriel Marcel nos conduz a um mundo de lou· cos <>U de seml-louoos. Eis um e~emplo nesse Faucon• neau do "Divertissement noc– t urne", que telefona. eo aca• so e que confessa a seu cole• ga àe clinica: "Não sei se o senhor jã experimentou como no trem subterrâneo, por exemplo, à v ista de certas fisionomias, é precíso muito e sfor;ço para re.ter uma excla– mação impertinente, uma pergunta indecente. E ' um tencialismo não é uma filoso• fia harmônica: nele se englo– b a toda uma série de escolas d iferentes, que vão desde o exis tencialismo ateu de S1r– tre ao exi'stencialismo cristão de Gabriel Marcel. Paralela.– mente a essa diversidade fi· l osóflca, existe uma diferen– ça nà técnica da dramaturgia. No que concer-ne a Sartre e a S imone de Beauvoir, a tese é assaz evidente: trata-se "Verdadeiramente de um tea· tro de Idéias. O contrário ocorre com Gabriel Ma-rcel, que se aproxima mais do lea– tr-o clássico, tornando-se ne– cessário um esforço para dis• c ernir, no n1eio do enrêdo, os conc.e!t-0s essenciais do eicislencialismo. E' verdape q ue se percebe seml')te a pre– sença dos sentimentos cris tãos d o autor, embora baste ler, ppr exemplo, "Le n1onde cas– s é" e, depois, o comentário d ~rt-riná.rio que o acomp'.\nha. ''Position et approches con• cretes du Mystere ondologi• q ue", para ver como é gran– de a distância en tre o drama e a onlologia: esta se en- fo reagir contra sua própria exislêucia de i,ntel'iorldade absoluta; o cômico impUca aqui uma violenta ruptura. da p rocurada intimidade entre o autor e suas personllcgens, e isso porque nossa condição ' humana envolve uma dialé· tica que encerra sen1.pre a , , poss ibilidade do próprio bur– lesco''. Quer isso dizer que ' os tentas aqui tratados serão os mll'smos dos dramas. em– bora o autor não mais parti– cipe das crises de seus heróis, (Especial pa.-a a FOLHA DO NORTE) Nudez anatômica Onde madrugais, Areia dormente! Quem yem lá? Vinicius, Não o de Morais, , suplício". As personagens de Gabriel Marcel são constan– ' • temen~e desa,justadas. pessoas , que não podem dominar suas obsessões, e que se entregam • ' a todas as suas fantasias. Aln- 1 ' da aqui, a nota dos êditOl'es contém uma palavra revela- , 1 mto entre () Ser e ~ Haver (como no "Un homme ae D ieu'') , de outro lado o cômi_– co permanece no domioio d<> Haver. A senhora Cliff (de "Colombyre") niió é um sett rellgioso, pois sua religiã<> não passa da "possessão" de algumas idéias religiosas. Mas daí a1>enas resulta que. el'lll l uga.r de uma pessoll, enoon– tramos simplesmente um pa– pel Aguem que não tem vidai própria eocarn!L uma perso– nagem. a personagem que a sociedade lhe deu. Dai re– sulta uma nova caracterlstic~ desse ' 'Tea.tre Comique" é um teatro de força secundá· ria. Se r epresentado. o; ato– res não seriam indivíduos transformando os sêres hu– manos. os do au lor. em pa– péis; êles desempenhariam os papéis de p9péis. DecoTre d isso certa impressão de es– t ranheza! e ntra-se num mun– do que não é inteiramente v erdadeiro e q ue também não é inteiramente irreal - o mundo das máscaras E aqui me vem a idéi.al essencial provocada por essa coleção de p~ns - é a ldéiw da mentira.. O interêsse désse teatro astá menos na utiliza– t ão cômica do existencial is– mo (o único p onto qu~ e--c0 - minan1os até agor:i), que em sua articulação com a filoso– fia de Ga l;riel Marcel. Ne- · nhum ~nlimento é \•erdaâeJ– ro, no sentido d-a. verdade existencialista. nem a espiri– tualidade de "Colombyre", nem o amor da "dou!Jle ex:– pertise". nem a arte dos "pon– tos nos li" , nem a vida de fa• milia do "Divertissemenl pos– thume" . que constiluem as quattl() peças d1 cole!;'ão. E. no entanto, a mentira pode ser um instrun1ento de verdade, no sentido <ie que nos revel111 a exist.ência de utn segundo lado das coisas, que nos en– contramos em p resenç11 de n1istérios, q ue existe ao re• dor de nós, um mundo secre– to. 11mn terra desconhecida. Como reagiremos à dêscober• la do segredo, mesmo no caso dêsse se~rêdo ser imaginá.rio e de-Ssa descoberta seT :i des– cobet'ta da fnlsida!.le? A Iiber• dade exislenciaUsta não é o a-to graluito. mas, por seu cs.– rãter de liberdade "pura'', apL·o-xlma-se do ato grrtluit.o: ou melhor: o ato gra.tuifo é ntla a sua carícatur.a. Mas p:;1a Clrlcalura pode ter o mesmo cfeil;o do alo verdadei– r o. o de revelar-nos a nós próprios. A carta menlirosa. de Carteron no "Diverlísse• mei:it poslhume", faz saltar do f undo de algumas almas burguesas uma série de com– plexo,i recalcados, de se.nu -· mimtos feios, t<lda a áesor– dem que d issirnuln a -aparên– cia da boa burguesia. Isto nJ.o é certamenlt' o Ser verdadei– ro, porq-ue o Ser não está no "bas-to-nds", sim jw1to à existência verdadeira, d1vin-a. Mas é. em todo caso, melhor que o papel social que desem– penhamos. a inex:preS$jvid11de ds. máscara. CompTeenâc•se qlle os observa do exlerior. O c6n,tco p rovém duma. tro• ca de ponl,o d e vista, da pas– S:\gem do subjetl'Vo para o obje tivo. Assim, a senhora Cliff. a he roína de ''Colom• byre", parece-se um pouco com a heroina da "Fleuve Mas o de imorais Poemas, Yoi perdido Tão perdidamente Pela bomba atómica , E diz-lhe no ouYido: "Ai, bombinha atômica, Vem comigo, yemf Sou tão delicado: dora: fala. de "ironia d emo– níaca", o que quer dizer que a loucura é considera.da pelo católico Gabriel :ri,rarcel, ain– d:i. como aos t empos dos pri· meiros cristão, menos uma d o f,' n ç a 90 espirilo que poss~ão do demônio. Isso é muito signüicaUvo e expli– ca porque seu teatro cômico range. seguidamente o.; den– tes. E' um tealro cômico de danados. conlra no drama, embora pro– cd\-e esconder-se, a fim de não n utrir-se nas q ua,lidades c~n icas da peça. Entenda-s11 b em que tal não quet' d i– zer que Gabriel Ma r e e 1 seja melhOt' drama tu ego que Sarlre; roas a estética de um me parece muito diferen– te da do ou tro. E ' pOSs[vel que o ano de 1947 venho a constituir uma data importante na história d o lealro existencia,lista. Alé e.gora o exis tencial ismo - Q.ue , com Kierkegaard e Hei– d egger. parte, como se sabe, do sentimento ou do concei to d e angús~ia - havia dado tu• gar a lqx), teat,o Lrâgico. Ora. em 1947, Sarti-» 4'Creve sua primeira comédia, "P11tain r espectueuse" e Gabriel Mar– cel publica uma série de pe– <:as inéditas escrita! entre 1923 e 1937. e aue receberam o tfl.ul.o de "TheàlTe comi– q ue" (.~ Míchel). 'de feu", de Mauriac; n-0s dois casos, trata-se de culpas do puritanismo, embora Mauriac tenha prod,uzido um drama doloroso, 'enquanto Gabriel Marcel ar descobriu um ele– menlo de comicidade. E' que Sou um monstrozinlao De delicadeza! Meu amor, meu bem, Me amam, me possui, Me faz em pedaços! Já não sou Vinicius, Sou o que jamais Existe no existencialismo 1 , um outro traço que pode ter caráler cômico e que é o da 1 ' absurdtdade. E isso traz a 1 ' a senhora Clif:f não tem ne- 1 ' nhuma ação sobre as almas daqueles que e. cercam - sua alividade de missionária pe-r– manece no ar, ela se conten• ta com palavras, com inten- , , ções, sem tom'.lr contacto com Fui: Mar de Sargaços, Cabo Guarda fuil l embranca que uão é somente o mundo que é absurdo. mas que se pode falar de uma absurdidade de Deus, na me– dida em qu-e o Ser d ivi110 es– tá fora e acima de nossas ca– tegorias lógicas ou morais. a realidade. Na casa da m.ôn .• • 1 tanh!l em q u-e os amigos da , , P az estão 1·eunidos nas vés- peras da g uerra, cada. um continua sell jogo como se nada de novo íôsse ocorrer. Aqui, a comicidade é, por• , t • Cantarei na lira Casimiriana • Versos que esqueceram As musas de Gongora( E te chamarei Cupincha, Nux Vomica; ,O,iana, Ariana! • , Mas vê-se que a comiclciade que daí se pode tit'ilr não será uma comicidade de ca· ráler , porque um caráter tem. µma unidade e uma lógica. !llllS eomicidMe decorrente 1 ' lQDto, do tipo do t eatro de 1 ' · da situação. E é ex :it.an ,ente Q ue poderia ser um tell tro cômico eidstencia.tista? Tal é 8 p ergunt:i q ue se impõe. Se l ermos a peça de Sartre. ve– r ell}OS que ela ie enc:u:ninha :para a sãtira social. E se exa– m inarmos a obra (li! Gabriel l\t!l,rcel, verificaremos que seu tPatro cômico "range OS den• ifcs" . Deve isso ser aLribuido ao e'xi-$tencialismo ou tal é r esullado dos difíceis tempos que atravesi;amos? Seja eorno f or, o homem per<ieu a facu1- dade de rir. O riso que é eic– plosão de saúde, do bom sen– so, o riso que é a ex,i>ansão da. alegria, o riso de Rabeia is, e o próprio riso de Labtche, n'i., pa,rece ter lugar nesse teatro ne>vo, que antes dá margem ao riso cirúrgico, ao r iso da cócega ou ao riso con– v encional de um outro dra- João-Minhoca: as pessons agi- , ' tam-se no p alco sem que en- tre e1a5 exista comunicação espiritual. Gabriel Marcel ten1 um drama que se denomina "L:i Monde Cassé". esse título poderia servit' para lodas as comédias de nosso escritor. , • Essas comédias fa.zem-nos , , entrar OU:m mundo. despeda– çado, porque Deus não mais ai se encontra para realizar a unidade e a harmonia. or– gânica. Percebe-se como pa· ra. Gabriel Marcel, assim CO• mo para Kierkegaard, nossas almas permanecem fechadas umas às outras: a con1L1nica· cão não pode realizar-se ho- ' rizonlalmente; somet1te ver– ticalmente essa cpmunicação poderá dar-se, pel11, fusão de todas as consciências na uni– dade divina. Nas comédias, as personagens são privadas Ah, mal sei que "e" é igual A " mc2". , Perdão, bomba atômico! Sou um sórdido poeta, 'Fundo em matemática, E te amo, ai de mim! Vem, ó pomba atômica! Vem, minha bombinha, , 'Pombinha, rolinha Do meu cotacãof • Vem como é-s agora: Te quero noyinha, Donzela, pucela, Antes da ehaente ~ esintegração!" MANUEL BANDEIRA • nesse terreno que Gabriel Marcel age seguidamente. Efeilos d e surpresa. do ines– perado, ações nã-0 rnolivadas, etc. O riso é arr,:incado à fô1·- ça e não nos daIBaioga. Mas será que Gabriel Marcel não deseja desalogar-n<IS e que seu teatro cõmieo é. também para êle próprio, uma forma do apêlo de Deus? Um dos mais célebres ll– vros de filosofia de nosso autor é "Elr'é etavoit·". Nes– te ensaio, o escritor opõe o Ser, que exige uma cultura em profundidade, ao Haver. com o q ual de modo geral nos mostramos contentes; aqllilo que nos é dado pela so• ciedade, 0quilo que possui– mas (e de que nos tornan10s f inalmente possess<>es. em de– trimenio de nossa. verdade ira. existêncial, Ora, se o trágico nos faz penetrar no domínio do Ser ou pelo menos no eon- (Con1clu1! na 3". página) 1 Esquema Da ·[volucão Da Sociedade Paraense D n1cvimenlo republicano proporcionou-nos o contacto, na 1\1;.Lória pat'aense, com um elemento idealista pequeno bur,::ués incon$Cquente mas nem porisso - /i claro - menos a,drrurin•rl. Queremos re(erir-nos a Lauro Sodré. ?'i'lrgufm melhor do que esse lutelectual pequeno bur– gu.tb, imbuído .das mais razoaveis intenções, (diz o povo. ern imr.i:ie1n r.itoresca, que os bem it1tencionados fazem filas in– tor nín:i,.,ei8 d iante d~s portas do lnferno católico-romano), :rú uém mais do que es3e intelectual pequeno burguês. l.>em inlt>r:cionado, pat'!I, dt'monslrar que o povo cria apenas per- ;riiciosa ilusão, quando crê no "homen1 providencialº, o que ·vale dite,. quando se ~oc.vence que qualquer ser humano, ou porque se declare. desde logo, munido de poderes sobrenatu– rais. ou r,crque, tendo se alcapremado a, posições de niend<t, S<! pei:suaoa. a si, e aos outros, que foi o podtt,oso escoihido ou eleH~ dr, divindade,pll1'a aquela alta missão, ou, ainda por– <JHO por suas polavras e atos tenha ganho a confiançn das mas• sos e se !ruposto ii função, séj.a, µor isso u1esn10, capa~ de, com o Sl!U siJll[)}es querer individual, 1ne1borar as condições ma.– tlerü:ds da sociedade, desenvolver a, prodlu;ão, etc., e pro– po.teionor, potba.n!o. o ve.rdadeh·o ben\ eslar e prooperidade do pc,vo. Eslá visto q_Ü6 essa Ilusão é responsável por a(llle• l n o..ilra pela qual o povo se persuade que a simples mudan– ça de J..ior;i.UJ.S no govêrno dará soluç.ão re9.l a seus problemas, com·o .;indo conduz ao derrotismo, a,o pessimismo das mas– sas, .as ou<1ts tenninan1 ge1·almente desencantadas de seus c:neí~s, descobrindo em suas falhas unicamente mã vontade e não a llOLural inc-apaciõade para a sua c~nveniente atua.– ,são, o,·tunda da ausência das mais elementares condições dijetivas e subíeli.vas. Não se 11-ega a exlst~ncia de lideres Pl)pula.res, de gltias do • -- XI LEVI HALL DE MOURA (Esp ecial para. a FOLHA DO NORTE)' p ,1ro, nem se desconhece a necessidade e até a. coovettiêncla deles. 11.1'..ls o verdadeiro guia do povo começa naturalmente po:i:– dissipar ess.lS ilusões do povo, por esclarecer Q povo, mostrar ao povo. que o desenvolvimento d& sociedade eslá sujeito, nã.o à vontade dos herois, mas ao determinismo das l eis. das leis gerais d{l evolução, que sã-0 as da natureza, a que os he– rois têm que se jungir, e às exigências da,s quais têm que su– bC'rdinnt: a sua vontade, e então, plena e profiquamenle, exer– citá-1 !;I. • L auro Sodré é um exemplo dessa verdade cltela deles. Ninguém nega, com isenção de ânlmo, que teo.ba . sido um aepubl(cano sincero. um honesto revolucionário democráti· eo-burgul!s, que li!óha querido, realmente, o regime deino– crá\ico pare a sua terra, e lul.ado pela sua implantação, e que no govêr-no d e seu lotTâo nala1, o P~rá, llaja desejado pôr em intcica prática esse regime. Ma:,, na realidade, o conseguiu! Não seria naturalmente pelo s ímples desejo de L auro Sndré. nem p elo seu esfôrço 1>essoal nesse sentido._,que se inslau.at· la o legítimo .regime rel)ubllca,no, o vei-daõeLro re– gime democrático-burguês, : reclama.do pelo desenvolvimento do E,stado ,(' acelerador d~e des~votvimento, Em sue. ataação poliUca, -enh:e nós, niib :fe:a Lalµ'O Sodré senão opOr· s" ainda. que inconscienteLn~ntc - recoi:he_çamos que in~onscienlemente - ao desenvolv1mento. ec?nomu:o d<> Pará, opór-se aos interesses da classe rcvolue1onarla da épo• ca, q•Je e-ra a classe burg1Iesa, classe a que ele pe<rlencia, mas Ja qu!I.I, portanto, não se tomou o grande teórico, pre– ferindo contemporizar com o clero católtco romano. o senhor d~ te1·ras e o capiial estrangeiro, interessados na manutenção do semi-íeudalism-0 ueslas p lagas. E dai o malogro do homem - tristeza extrem.g,. d.o idea-- Usta. que vê o deseata,bro do seu ideal. · E sse homem jusLo e bon1, mais bom do que iu.~Lo (e essa conlinúa a ser a tragédia de muito líder burguês, no Brasil), esse homem de princípios multo bonitos. incapaz de per– ceber-:Jits a in1praiicabilidade atrás da boniteza deles, devia ter morrià-0, como costumam morrer todos os utopistas e so– nhadores, cheio de in111otente angusUa, aflição e perpl exidade, .dizc:.tdo consigo, muitas vezes, como lentando eon\tencet· ai .-bsurda. .recalciti;-ancia ele seu S'onho - "Tudo impoS$ íVel ~ Tudo perdido! Não foi. essa a r epúbllca com que s011hei !" 'M'as a verdade é que ele próprio não soube a,jwiá-la. na edificação O fil.ósOifo que ¾lSsinava Diderol;, nr1s suas locu– brações .republicanas durante a, ca,mpanha, t-0rnar-se--[a de• pois po~itivista. Ora, D iderot não era positivista.. O movi• mP.nlo p'lsilívista acabou representando, na TeaJidade, um. "anti-Dloer,0,tisn10" completo e acabado . Diderot, cont lo– d as a.s 11uas afinal naturais loconseq.uências, fol o grandfJ ideólogo materialista d11. Reivolução Franeesa, e o seu mate– ,riall.sn10 afastou-se muilas e muitas vezes do materiaUstnOI vulgar. dO materialismo metafísico, mecanicista, e se aproxi– mou gcan.aemente, sabitJ.mente do roat~rialismo dlillélico. • (C<n1tinua n,ca 2 11 • • págino) •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0