Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948

• • . . • > • · • ~ ,r.-P'ágiiii\ - · . ~Tdt.RX DO ~NOB.TE ____.,./1:fon?mga~âg'õir<i.,~~~- •- _,.------------- ---------- - ---'----::.-----------_.,,.~·--- -...,._--- -::ºr------ - - ----·~- ..- -------------------~ CLV O. - ~ · - ...-.,. .J .. 1 l i> 1 • OJ~ETOR PAUi.O MARANHÃO l a rt1et1ca, a ... rança D·uas Peçà·s D-e Romancistas PARIS - o.s- parisienses, v - ~ - · · gico; uma esposa , assassln,~· 1 __,,_ - --Aitff-----i · l SUPLEMENT _.., --.. ORIENTAÇAO que . esperav~m ; mundos e RAYMOND LYON ., . que envla, o amttnte ao cada- l fundos da pr1me1ra peça do .. . .l falso, é aqui tratada nu~a .1 sr. Boris Vían, "J'irai cracber ; ' (Copyright E. S. L c_oin exclusividade pa.ra , a FOLBÂ comtdia ~ "Caracteres. '.!;tealis~ i , sur vos· tombes", ficaram de- : DO NORTE, aeste Esta4o) tas e butles-cas, as persona,.., i.rriRATUJU l)t, cepcionados. • gens nos convencem a tQdos. . $9.b êsse título, 0 sr. ~oris que o, pano caia sempre de• vel talento ao serviço desta o im,arido ~anado ~ ~enr.l! • • F . PAULO MENDES Vian publicou, há wn 1tno, .sastrada-menté nos momentos insensatez. Desticar~i espe, Crémieux. vaidoso é r.idiculo,.. um r-0mance que fizera pas- em, que a ç<>isa se tornaria cialménte os srs•. Daniel Iver. Q amante ~ 0 sr. Robert Ar,. . sar por trádução de um au- interessante. Em seguida, co- nel e Roger Suttei. noux; .açougueiro tei:,no e es• tor ·americanó, um negro cha:. mo é preciso condimentar, de xxx túJ>ido. Qi:anto a Lucienne, é - COLABORADORES ; - Alval'O Lins, Alonsf. mado Sullivan. Essa mist ifi- uma maneira 011, de outra, os E' ainda a -primeira peçã uma pep;onagem de Flau– cacão literária bastow para outros momentos, aquêles em de wn . romancisfla que nos a- J:>ert, • realmente alucinante, ' ' Rocha. :Almeida Fischer. AJpbonsW1 de Guima– rãea Fl'llio, A-ugusto Fr.ederJco Schmldt, A'!felio Buarque de Holanda, Be.l)edito Nunes, Bruno de Meneses. Oacrlos Drummond de A-ndrad.e, .C.anby Cru~ Cecllla Meireles, C.écil ,Melra, Cléo Bema.rdo, Cyro dos Anjos, Carlos Eduardo, Daniel Coêtbo de Souza, F . Paulo Mendes, F..e,-nando Ferreira de Loanda, Ga– ribaldl Brasil. 'Haroldo- Mannhã.o, João Conde. Levy llaD de Moura, L'êdo tvo, .José Lins do Rêgo, ,loã.o Meniles, Marques Rc'bêlo, Mário F.amtino, · Manu.e1 Bandelta, Max 'Martill.ll, M.,aria Julie~ Drummond, M,:urilo M.endes, -Orlando Bita1'• '0 .tto Maria Carpeauir. P.aUlo .PHnto; Abreu R. de ~.OUZ& MOUl'l\, Rog~r Bas– tide. 1.ttb&mar -de Moura. Ruy Coutinho, Ruy Gul• lhel'll_le Bara1à, Serr,io Millet, .Sultana Le".J' e Wll– -soa Màítins. criar uma corrente de curio- q.ue o pano se ergue, -lmpin- presenta o "Théâtre du Vleux feroz, . . _ sidade. o a)Jt<>r ·quis r<:_novar gem-nos grandes discursos Colombier"! o sr. Marcel Ay- .Uma feliz distrlbui~ão con- l no teatro a boa operaçao co• contra, a · oíiiosa atitude dos mé se colocou entre os noss011 l:ribue \ para co.loc.ar esta peça i mercial representada pelo brancos dos Estados Utlidos maiores escritores contem'po• no seu quadro da vida pro• 1 livro. pàt a com os polSres negros e rãneos 'com uma obra literá- vincial francesa, que o autor ! Com-0 já O fiz algumas ve• contra a lei de Lyttch. ·Aque- ria que compreende cêrca de -~ comprai em contemplar ves, vou colhêr no meu brl• ias- nobres pa.lavras s_ão, certa- quinze romances. ~le tem com um ôlho sarcást ico. Há l,hant e colega Thie'l'rj'- Maul- m-ente, muito mais meritórias uma visão muito pessoal da um encontro <Ie jovens no nier, as .segui ntes linhas irô- do que as coisas vergonhosas h~anidaâe. na qual o Tea- jardim público, com dobra– nicas, .que expr imem .com j-qs. q~e devem ocorrer por trás lismo bonacheirão · se conju- dos da banda de música, que teza a .opinião unânim.e sôbr.e do pano, quando êste balx~, .ga a uma .intensa poesia. constltue uma maravilha de êste espetáculo: mas devemos éQnfessar que "Lucienne et le Boucher". sátir a. "Essa história õe um ho– ·•merri -0e oi;igem negra, mas de pele branca, .que .se :intro– di;.z na sociedade l) a.ra a í -vi0- Iàr e • matar meninas n}uito ''sn-0bs;', a fim de vingar ;, não causam tanto efeito. En- peça em três atos de Marcel . Os cenâ1.;ios e a encenação. tão. ficamos um pouco abor- Aym-é contétn 1>oesíà, sob uma são de Doukin, do qual iá recidos. forma galhofeira, e r ealismo, lhes fal ei a propósito de Excelent es atores e belas mas desta ·vez sem bonom ia . "Hi.:on de Bor deaux" e de i- tr iz,~~ 11"mprega1n incontestá- Um ten, a ~ rticularmente trá- "Messaliné". ' ,,ç-.,"" humilhação dos ir.mãos de NOTA:S LI'TERARJAS ~~~~ade;·ano ~~~~ es~~il~:i~ c01nparação com, Malr aux : êste, grande inteligência stendhaliana. ','não tem músi• ca no corpo". NOTA:S FRANCES,AS • • ·':O ",Gr aníie ? r êmi@ Cida- de' qe P .aris"' '(,para ensaio e :fl~sofia) 'foi cMl.eedid.e a An– dré Suare.z, escritor de 81 a tll.Õs .de 'idade. Nota euriosa: e, velho escri!k:>r nem s e( [U.er :s.abi,a -se e'i'a •con.oorren!l:e ,ou -caudiidato -.a9 c obiçad a p~ê- mitt ~.~ • • ~ •,:,0man.clsta C~1etro ~ mp]etou. ~à POllcq . 75 a~os. ~,o :ser, fe1reita:n ptit um ·3or– llalista, l!! a11tor a -de "Clileri", -Obser\."0U: - !E' ;J)OJ;tC1)1 N·ão sã-o ma.}s -que "três. -quàttos de ~é·cul o! • Paris tem .se reSS'e-ntidG– da falta de boas revistas li.te– ririas_ ·-A,s pttl:,~caçõã;; tt)a-íS '8i)1:ecia.dai; ~elõs -a:mart'tes das !etJ:as, "P.oes1a 48", "li.Ar~". -C-onfla·ences" e "Fontaine". 'fl não eircu!am l)ã bastante ~ mpo. A:pen;u.- estii,o · sain'a~ eo.m regularidade! "La Revoe • Par is•', "La · Nej" e "Les 'l'e~ps Jl,Joden1es" - publica– •ttles não inteiramente, dedica– .das à literatura, :mas i.am – Mlli, à política e aos proble~ anas sociais. Isso vem com• provai- o 1>oilc.o int erêssé ao ptíbli'co pela liter atura e o ·lntet'esse cada vez maior pel a política. e Na Sociedade dos Poetas ~a,néeses, sob a presid-encia de PierFe Grosllande, realizou, 9e ,tima confer-encia ,o;ub,01,di– ,táda ,a um t~ma do maior inteFêsse: "Pode hav,er a inda 6:r; poesia épica ?". - • k Serestas F. (CÓntin11açã o fn:dá é Rosa. e bá-de-se.r . [sempre !tosa, e - na.da ma.is que ros~, JtoSl!, murcJià,, mas cl1eil:osa.{. Rosa Sempre p~rfum.ada, R~a. que me ·coube .en1 • [sorte, Rosa. áté depois da morte, Embora rosa. ésfolh:ida". O autên tico seresteil"O é as– sim. ·Quando lhe ocor re uni ~ma, é um De11s nos acudi'. O homem deita a si.:a ~nspir a– ção com 7.Uila espontaneidade de pasmar. Canta sem nenhum ' auto-policiamento. Como está · naquele poe:rc.J. de Raimundo Correi:-. sôbre os t.rês ciga– h os: "O gt:e vier, por sua vez v irá". O ser esteir o é• fatalista quant o às próprias image,ns. Venham, a êJe as aceitaré, sem r epudiar nenhuma, por m ais débil ou mais feia. MP.-~· tno porque ·nenhun'l pai esco– lhe entre os filhos ... Na nossa província. ainrla h averá sere.qatas. E serenat'ls verdadeiras, ~comó ~s que Ri– 'beiro Couto, que moro---., em t>ouso Alto, deve •.ter vist0 na ftossa Minas Gerais. O ser-~s– teiro legít imo não é o que ter,\ a sua p r eferida e c~ta tQ– du as noites sob uma só Ja- ' fl (Conc1usão ela 1.a pãg. ) • ' "CIYnitGS .mfant!.s", ,de A n- cano, com tôd:a, a -espé cie ·de toniG Bar.ata,· ê uma col.etanea poi:me notes sêbre' as di versas 1' mito da morte. Stendhal -d.e Yinte historietas para cri- maneiras a que r ecorrem, V<l· oon tinua at uaiíssimo. :ança 1 ,escrit as c@m gran'de ra se divertirem Juntos, cer- Más o que · seria de .St en(!• simpl icidade como o " Llv.ro tos 1l)oços e moças, o que não ha1 e da sua -0br.a se essa dos Pirat as ... o volume cedi- deixa de fazer subir a t iragen1 atualidade apenas dependesse ta·dp peia .,Glob0 ~ , 0 IntereSS'e d'e .qualquer ~bra:". .- de mo.ti: vos políticos? E' ver- de S ten·dhal tenha sentido político. Na Teali dade, não é preci– so ir•tão l onge: apenas, tomar o .têrmo "política" em. sen ti• do mais amplo. Então à mu– sicalidadé, o estilo, a psicolo– gia e até o maqul avel1smo de Stendhal lhe revelàm o v alor permanente d·a óbl'a. A "Chartreuse -de Parme" apresenta-se como romance politico: trata da luta entre absolutistas e liberai,& num, ~equeno principado italiano durante a .época da Resta'urn• i;ão Política, de oper eta. pa• r6di'à da ..grande polfti-ea" oomo numa opere'ta de Offen• 1 bach. As simpatias de~Sten,. dba l · estão tiaturalmente do lado dos l iberais; ~porqui, od~i.a os aristo~atas pret.e11• s iosos e o clericaiismo hh:>ó• ~rita: 1'4as_ ! er~ que êle é 11'3:~– r-at? O Iibei:allstn<> tnoderldo de ChateQubriand, o liberaljs– mo burguês da monarquia de 3tt1h~ e ·o _re:pliblii;,:iriismo d~~ m()erãttco inst,l-ram~lhe lcl' :tne-s- , lnll a,ve'tltã'o. "Pál' gout'', es– creveu nos' "Métnóil'es d'uru tôuT.iste", •"j'aimattai s. mi-e'\'iic de fabu1açao. O .autor .se. des- E' preciso -eon'fessar · que, c!ade que certas situações vol- t a'" ' d t &. • bas ta1n. E a comparação de 1830 aca, sem uv1 .a , &i· r .e os a,p"!s o romance. .a pe~a e . • - que se vêm u eliicando à d ifi• tant-.e decepclooant e. Prilne!• e 1930 d e 1815 e l-948 1·eve1a cil :arie de esellever - pira a rame.nte, apesar de sua '%Udá- que até situações diferente'S infância, - tendo jà publica- eia", o mínimo de pud-01-. que podem contribuir a revivifi– do ootras 01tras cw1osa:s no as l'e:gras da -censura ~ põem, car, sempre de n'ovo, a ,atua– g~n~o. ilustrado 'l}or J oã o com ~ ·sem, ra~âé, aus espe• lidaJie de St endha1; mas esta F.ahr.1n tãct1los ,dran1ãticos- faz com d esapar eceria, e ntjío, com as Vida e obr a de Stendhat estão Intimamente Il gadas à poHl:ita e à situação social do seu tempo. Mas verl.fica-se ~')e 1J;so ai;:@.te_e:~ mttltó mªls erb "Le Rouge et la N,oir-, essa "crôn'.lca da Françá âe .3.:83'0", do que ·na "Chartret.-... se de Parmé". crônica ae um tem1>0 de contos de fadas num 'pàls ,fahulosô. A i)olitieà, no sentido esltilQ da tSàlavra, desetn}?olih~ p à p e. l m'ttito 1naiot na ~~har~use' '. :isso é verdade: iã sê · tra~ & nm caso de c1·imé. eá dã luta ~n– tt'e ábsoMistas e liberais. Mas e~· ltttà •tiolítica l)ãl'ece muito me'1\os trágicà do ttl!e ac:iuêle CâSO jtidlti11l; tev,elâ, oa patté tios -eombatcl!,tes lt,... tell gellt,es, ce:ttos traços es– portivos, eom_o de aef óbat as mentajs, e da ·parl e dos ou– tros Iortelr t r aços húnrorisii– cos. A atmosfér a é ,Ie.ve como se fô.sse t:.m concêrto e:n '.'~leil'l aie'. Aí acabam. tam• bém, as possibilidade$ tle \ · situações. Ê a obra de 'Sten• M'. A 'R· _: J A·. ,·"' I s. A' B E· L -dlnil -cón!ltituiria apenas o en- ((}ónlllusã,o tla. 1.a P~ll)i\) • 1 :ponte, St!U espl<etldor de adi • . condi~o :hv.maiia, co1n su~s • virtu:tlld-ádil.s. ,e -:e~ que o .J;er . - .. 'ÇIIO '" Quando .ela dir., n11n1a &o· nomia admi1-áv.el : ~-~. percebes'! Pr-ecf110 lle. ti. Sôbre 'teu t'.amlnhc, Viva me estendi". O P.oema _têm um ti.tuló-cha– ve: · 0 .A ttiatura", como outró se cta-ma,, ~'0, pro,rin, o,., ês·se próximo que ê sempre o prin• cipaJ convidç1.do, · "&U/llguer que seja o teu rosto, o t eu nome, a ti.:a ar.ma ''. Assiin "Canto ao -poder". en1 que a primeira vista ~e pei:cebe apenas a submissão da natu,. reza feminina diante do am·i• do dominador, e result a ·va · exal tação de t:n1 poder :, 1- premo, :nhe11ente talvez à Seresteiros· da 1.ª pag.) nela. Sua confissão poderá ser esta,.- extraída do poema ~i.1? R(beirq Couto: "Ora em riso. ora em pranto, .T;í. amei tanto, tanto, Que nem sei mais <' quem. Por ma.is que eu ame e roais [eu chore, é sempre _pouco: Mas o violão, que é mcn [anúgo. fica rouco; O meu viola,o chora ta.m– [bém''. ,o me l.t' violão .chor a tam– bém. . . E o violão é o grande amigo do~ seresteiros. O am~ go inseparável. Dedilhanl!o-o que seja, a inspi ração- chega, e arrebatà . ., Diante dos a,J:ra;nb a-céus âas grandes . cJdades,' quem •pode:'l"á, porêm, f:.il ar em ser,1- natas? Nos bairros distantes, que sempre conservam un1 doce ar pr ovinci:ino, :-.inda ;;erá possível efet uá-las sern constrangimento. Mas, dh1nte de um bloco maciço de vinte andares? Quem c.onsegul.rã fazer che:gar até à ingrata, 11um dos último:: andares, a sua q ueixi;i - dolen te? S e1ne– l bante r ealidade inspirou ujn belo poema ao ar genti'l'!Ô Fer– nandez Moreno. Por sinal q ne Continú a na 3.1\ pág .) . :,, .... ~ ' pa;r.ticilla't rep~usa tom~ na palma de uma grande :má!-1, vet1eido e tl:im t>v,itio. Assim . '.\,- . · •·Cãrida'cle". Assim 'tal'ltos ,on- tro11 poemàs, qu& npt'<}tt.:ndam, ~ntiquece.m, transfigur àm a noção de am:l)r , tlespojànd-}-o ·da vest e 1>1".otana. :f.-1:aria Isa– bel ê solidária e f'.liàtêrna!' o . . ' . fundo de sua nàtureza se !h•>s revela tanto ~1ais puro qu~n– to ma;is despida de ênfase ::io• cializante é a sua e~pressã,): . Cbmple'ta é a ~as.a. t: o a.mor, exata., Justa, acaba.da .. o• turbulenta criança, 1 Aqui não se move um ·dedo. Olha. se a face perfeita, . \ A "bela imobilizada. . Olhos tranquilos se quere;,n, Virg.ens de cóléra ou mêdo. lmenS() amor, deflniUv9 ramor, por onde se caminh.\ Como no dorso dó mundo. . ~ . ~ Pelos :!féeulos afói,a. n.'l<> fhaveri maior trabalho Que velaT, noite e dia, u [pura Iinl1a. dos seus .tràços. S'e assim ! e t; ia.mos é por- {que nossos pensallltJ#-Os Brota-ram dessit terra cinli- ' [lante. Cl~ as palavras transporta– ~mos, por'que o lí-l'npi1lo [a.n10.r Fêz de nós, seus servidores, {os donos da nitidez. 'tst~ liVl'O condensa as rea– t ões de l\íaria Isabel diante élà agitação guen,eira dos úl• t imos anos; sem embargo, não l;J.á ·nele nomes de patalhas. ou ele , chefes polJticos. Esta– mos a ' mil léguas da poesia . de intervenção, 1Das assisti– m os à ; assir·"-:ção dos acon,– t ecimentos catastrófiêos por uma natur eza poética de alfa sensibilidacl,.e, q t:.e põe l}o seu canto a marca do seu sofri- , m e n t o e do sofr imento geral. Há em · Ma ria– .Isabél o desejo de r esolver tudq em canção, o ~al como o · betn, ·e do titar das coisas, j ornalísticas por assim diz~r, uma essência. mais do q uo histórica, humana; contro íetiz de uma e'ltpres•· são pessoal. tom. 11s e:xpress_õ·es d'e ce:rto moinentt> histórico. Evidentement-e a intetpreta- 1,ão' h!st6rl co-sociolõgica não ' bnst'a J.)ara ~x.t>llcat o valor -permanente d.!t ~bl'a, A ·eulpit s'ex-1:t âaqueles óant)n~ dt? intér pre'tação, daqi.:eles cli– chês?··Não me parece. Os ·1u~ gare$•wmun1; ls vezes são ·mais profund«1 ,do -qúe !:e pensa~ apenas é preciso llpli– cà-los 1c'Om a coragem dl? des– cobrir a úitimtt verdade ne– les. Aquêlés ctÍcl)ês: também ser'\tem ptirã tiíirmar,.-se . o c<ill• trátio- do que. se dizia .a 1:é agora. Em face qe •·Ut\'l escri– ·tor tã0 p; radoxal eõmo Sten• dhal, é preciso demo:µs trar a çorag.er: n do pat.a.doxo; n ega– se redondamente que a obra Envolvida· de cllamas est11u. Ma.s o canto é ft.io e sereno. A voz é ·aoce cxistal. Pri.mzvei;as · tle ódio cobr~tn [as monià.nha.S: Lírios rubros: Rubro per • , [fume. Os páss,aros sã.o coraçoos E o luar, desenrola [rápidos. quando chega., llll! infind:ivfel SOS ressumam fraternidade autêntica, .e é uma al eçria r·, • conhecer nr -: a mUlherzin~a frá.,gi1 uma . dás vozes m ais puras de nosso abismo, que e la transpõe do pla110 pesso.11 p,a t'.a o co.letivo, chegando a alturas aonde não ~ai o cant,o .miY,dO de t antós moçps atola– dos na sênsação primíu,ia, .no .preciosismn ridículo ou no ingenuo discµrso- de • propa– ganda. H.á, é cer to. na ambi~ncia em ·que s1;f move, no trata– l'áti:ia. de fogo. . esta! : ::iino mento dos te.mas, no vocabu– [sangrento! lário e no corte dos ·v~rsós, a marca muit o nítida •dê.sse ~as não sofras por mim, es,tupeJ~do poeta·-que é Cecília " '[aiµigo, Meireles, tão grande. e tão (rubi. . \tlvii! sous <la ttron1ll'Chiti te:lle qÍi'elle exis\aJt sous la rêge,_.,. -e~ áu duc d'Orlti.atls. vers 1720; :n.111;s comn1ent taire ~– etilí!t d e teinl)S?... · . - Slrn, cômo fa.zer· ~eêl.llll" o 'tempo'? Ctinn'dô um ,pais do ' son·ho. . E 'lss<> Stentlhal te:a:lt– zoú fia "Charirê\lse <lê• Ptt'r• me". ô f)à'fs tH.z-se a ItálJa tl~ 1820, mas na verdade é ,a I t á– lia apaixonada da Renascen– ça . . embor a · já s~m as violên– ciâs sombrias e trágicas qu,e aparecem nos contos renas- , centi'stás do prõ.pr io Stendhal. t:ma Itália já amolecida pela doce música das óp•eras napo• litanail - digamos. de 1'720•. . A situàção é a de 1720: os 11· ' ber tinos ou antes um 'liberti:-– no. Sten<ihal contra a monar• qu.ia . A atmosfel'.a - assi.t'/11 , como o estilo ~ ~ .élaríssi- ' -])la, como num quacfro de ' \V'àtteau. Mas o.ar em tôt no • das personagens treme de : movimentos psicológicos, dos mais lnesp~ra dos, às vezes . até. cômicos, q ué é p r-eciso domi• nar, . usar. Pata 'tan to usam o maquiavelismo que realiz,í -os onírlcos desej qi, <le poacr do -inibido. E' iu;:oa grande av.entura, tráiµca, mãs sé• ; ria? " ..• je m'h.abille .com-me . Uh personnage de eom·édie '•• . diz o maquiavelista -mór da peça. ... Não te i nquietes pela ·minha solit"ário em nosso meio. MP.s [prodigiosa aventura, , a in.fluência, aqui, ·é menos ~m !l,llbes que minha C;l~- r elevante do gue a ident idade [ção é feita de agua . dos ter,, peramen tos, que vai E qu,e, para àndar na terra ' i;eunir J1a mesma famiHa poé- Será comédia? '.r.alvez no [do ódio, t ica outra figur a 'de p rhneira sentido ;m qi:e são çomédias Tenho um v estido bra:nco. plana, a discr·etL~sima ·Henri- os "provei·bes" de 1vlusset, co- , q l\eta Lisbôa, de M,inas G~- médias e tr agédias · e ópera$ e Entr e v isões • afl q.calipticàs, r ais. Em outr,as páginas, not a- . operetas ao mesmo te.mpo. E• a poesia distingue uma clari- damente as que se apresen- um acorde de -imbecili.dade dade de paz. O' li vro· fecha-sie tam sob f orma d.e poema em humana e· r eal idade tràg!_ça. com uma ivocação à humani- prosa, o sulco 1e· Rabin trariath ligadas pela música que ::is dade: "'l'eria morrido se não Tagore é evidente ..,. e pod,~- abafa e. harmoniza. Mundo fosses bela . Terl" en louquJ- tia ser atenuado. Mas o r úmo estranho, r aro, êste "pays de . cido, se não f osses bela. E • que Mar, ,. I sabel :vai impri- Cocagne" , ass-oml:lrado pela aqui estou, vivendo a ho.ra • mindo ao seu canto, êsse ·é silhueta da cartux·a -cidadel a. J da canção feliz''. inteiramen te seu, pódendo · ·para· governá-lo e para con. . ' Os poetas se iludem como con:dt~zí:la, quem sabe? a ser qu~tá-lo preç.isa-se de um os -.outros hóm.ens, e este li- algum dia entr~ nós_ o p oeta, maqu iavelismo ·m,uito s ittil. v r o de Mar ia Isabel e fru to que , no.s falta, devotado às ar t ístico, que se 'Chama Mú– de uma generosa ilusã"O. ,El:i altas abstrações, matéria t:lu- sica. O compositor 'dessa mü– :intecipou a l:íora ~da cançiio ma e essencial da verCiadeira sica, S'tendhal. é de atuãlida- feli:z:. Nã(). obstante, se-i:.s. ver- poesia. 'le permanente., · " ~ ssoal. N.ingtiem Tg'ffora _que A11:gUSl,o _de ''t:ãr 'va1.lf 'o-;- e que cstr angell'.o t que -sé n ·ansror- nos o Gons-e1nen·o - .Jerôntir.o vz.s plail~ões".. em mercacror1as .• • ..... .. ,...," I

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