Folha do Norte: Suplemento, Arte, Literatura - 1948
- FOLHA DO NORTE ' ;Domi.ctgÕ, 1 de agosto de 1948 _________________________ ..;., __ """"." _________ """' .. --~----------- - r<-Foi em fins do ano ·de 1921 que conheci ismael Nery. Eu traballlav.a na antiga Direto– Tia d.o ·Patrimônío Nacional, no Ministério da Fazenda. I s-mael Nery -foi nomeado de– senhista da secção de arqui– tetura e topografia. Vi um belo dia entrar na sala um moç.o elegante e b~m vestido. :Ajeitou a prancheta. sent-0n- 1Se e começou a: desenhar. Meia hora depois sai,.u pàra o café. Aproveitei sua ausência e resolvi espiar o que .êle fa• . , ::da: rabiscava bonecos em tôr110 (ie uin projeto para o edifício de uma alfand.ega. Ao regr-essat puxei conversst com ~le: sai.mos juntos da repar– ti~ão. Assim começou uma amizade que se prolongou ininterruptamente até o dia . ~ oa sua morte, em '6 de abril de 1934. .>-- Ismael voltava da Europa, onde havia passado um ano.• Fôra aperfeiçoai: seus estudos de pintura. Lembro-me que falava com entusiasmo do conjunto das exposições e m'u• seus, màs não se referia em particular a nenh_um pintor da, época. Esperava uma grande transformação do conceito de artista, ou talvez uma volta do conceito clássico, pois en– carava o artistà como um ser harmônico, sãbio e vidente, e não um simples cultor de temperamep.to; via a pintura em ~stado de .crise. com a proximidade do cinema. Al– guns anos m-ais ta:rde me lem– brei dessas primeiras conver– sas, ao ler o ensaio de André Breton que· começa m~is ou menos assim; "A máquina fotográfica deu um. golpe i:nortal nos velhos meios de • Rota Obscura Conclusão àa 1.ª pá.g.} ,.._, • MURILO MENDrd ~, • - /. -I- (Copyright E. S. I. cí>m exclusividade para. a FOLHA - DO NORTE, neste Estado) expressão .•. ". Ismael achava Ví•o e ouvi-o inúmeras vezes que muitas intenções da pin- conversando e discutindo com tura já esfavani realizada:s poetas, atores, padres, médi– defioitivameote; por exem- cos, mecânicos, soldados, fa– plo, a primeira vez que v:iu zeodetros, _ políticos, indus– Tintoreto, achou inútil conti- tria.is , tôda a espécie de gen– nuar a pintar. te, enfim. -E çonversando -co1n Foi, pois, sob a~ espêct_es de segl!rànta, co~ ;.,-profunda ín– pintor, desenhista e arquite• tuição 'dos aspectos múltiplos to, que cohheci Ismael N.ery-. que a vida ap~senta, com .Mas em b-reve outros aspec• um ·extraordidãrío senso dá t~s. êstes os mais ·profundos, unidade. Embora muito polido da sua per,.sonalidade, . me mantinha g-rande firmeza de e:i:am desvend'ados: o do poe- opiniões e~jamais abandonava ta, do filósofo e -mes-mo do a arena. Dele não se poderia teólogo. Devo dizer que ~res• dizei.:~ue tinha ''tédio à c_on– to meu depoimento com abso- troveN1a". Era um polemista luta honestidade, sem• o me- nato, um conservador apaixo– nor desejo . de mistificar, co- nado - que vivía em vigília mo também sem motivo para pel'mall,ente. concordar com algumas · pes- Invoco aqui o testemunho soas que, tendo conhecido do meu amigo J. Fernando ~ palavra q_ue escandaliza ou âisfaréavam-nas, por respeito faz sorrir com indulgência os humano. A religião aparecía.., > ~ • céticos mais refinados: cum• nos éo.mo qualquer coisa de pre-me ·dizer que estou con- obso~to, definitivamente ul– vencido de que êle era ilu- trapassada. O catolicismo era minado pelo Espírito ,Sa):'.ito. sinônimo de obscurahtismo, l'vfuitos leigos - mesmo cren- servin-do só para base da rea– tes - esquecem-se de que ção. Não erá possivel, sobra• quiilquer cristão pode e deve tu-00 a uma pessôa · de bQlll pedir a assistência do Esp1ri• gôsto, ser católica. Nós todos to Santo, prometida pelo Cris• éramos delirantemente mo• to no momento mais solene dernos, queríamos fazer tãbaa de sua vida, a todos os que raza dos antigos processos de > o invocassem com fé verda- pensamento e instalar ' tam- deira. isto é mesmr,> um ato bém u1na espécie de nova -normal da vida cristã. ética anarquista (pois c!e co• Porque Ismael se conservou munistas só poS$Uiamos a sempre cristão. A época em aversão ao esJ?frlto burguês que êle viveu era lljui,to qes- e uma vaga idéia de que lima favorável ao catolicismo no nova so_ciedade, a proletária, Br asil. Os intelectuajs e-ram ' estava nascendo}. Nessa inde- : na sua grande maioria, ou cisão de valorei;, é claro que agnóstic~, ou comunistas, ou saudamos o surrealis,:no corno . comunizantes. :n.-1esmo muitos o evang-elho da nova éra, a com tenãências espiritualtstas _ ponte da libertação. Razão De -- Ser Da. Poesia ' (C-onclusão da. 1. 11 pá_g.) , • _ superficialmente Ismael Nery, Carneiro, nessa época médico recusam-lhe a grandeza e a• do Sanatório' de Correias; ao tribuem-me a pre-ocupação de estabelecer o primeiro con• criar um mito. tacto com o doente, no caso - Aqui, devemos fazer um ISinael, fez-lhe as perg.untas <ias elegias pastorís na qual do, Não depen'dem tanto da.- são ass.im? Por que prete!l<ié- derei encontrar ª chave do pal'êritesis -para colocar uma de praxe a .~espeito do seu Empson descobrtu aquele quelas · mudanças de gostos. inos - ou preteµdo - que ª 'misté.rio. Por que falo s.empre óbS'ervaç~o· .. Se o.. critério de ap&ite, média dt ho1·as de mesmo protesto social. V~n½en;i o. tempo; sobre'!ivem. fôrça de meu afeto € maior ém fugir, e por que fujo se:tp.• cultura está condicionado cte sono., etc. Isma.el responde.u- Dai é só um passo para o Dessa má.neiia ~taria i;esol– ,e riele tudo- pode conter.•se, pre, nos ~omentos críticos? modo absoluto à posse de ih.e 'calmamente: •"Como bem, caso da "atpbiguida~e ~nte• vi'do o nosso probleltla n. 2! até o espírito de Deus? Tudo Mulo.eres outras passarão po'r uma. biblioteca, Isma·ei era mas quase não d.urmo, flco grativa", em que ·os dois sen• o Tempo como critério, há -de revelar-se ao toque do aninha vida , e jam~is tive ª mesmo o tipo do hlculto, pois _passando em revista. todos os tidos se p11ovócam reciproca- A análise formal, dàf 4ual âmro:, como se tal . sentünento coragem de me desembaraçar que não a possuia. Poucos ll• problemas da humanidade':. mente, conlttltuindo -um com• E.mpson e Bi:.oo~- deram bri• -estivesse nas frases lânguidas, delas; senão pelo desespê- vros·- havia na sua casa. De Carneiró p~nsou com seus plexo contradit6río. Este .case lhantes exemplos, já fe.z ;wut• llo,s desejos incontidos, ness, ro e ·pe!a fuga. M.uitas vezes rei.to , muitas vezes êle, mé 'Botões: êste; além do pulmão, foi espeéialmente estudli<io, to -para aprofundar a eem• ,vontade de satisfazér a éada pensei np casamento. mas êss& dizia a sério que quando tl• sofre sem dúvida da cabe!1a. pelo critico americano ' -Cla• pr~ehsào da ~oesia. E' por~ instante a fome de -caricia pensame. nto foi uma éspé.cie ' ".;....., ··, ._ "m' dos.."r enresen vesse dinheiro compratia-- uma Mas daí há doucos dias. verifi- anth Brooks, na poesia de ~u.....,.,..en.,.,. ... · - · ., • l;l_'Ue l nQ.s devol'a. Daí O con- de cogitatão, - qu1 apenas to~ vasta biblioteca, pois ,todo o cava seu egano, ppis que o Donne - E!' ·na _poesia moder- tantes mals eminenles dessa tl.'aS t e entre as nossas ~uas ca'Va de leve O meu ser. nele mundo aí começaria a per.ce- novo ~nte passava mesmo a na. E'· o caso de pOesia que nova críti~, o P 0 ita ainei'i• vidas. Um correndo em delí- não. mergulhava, antes o -dei• ber que êie era cultíssimo.. vida , á revolvei- os problemas na_sce em tempos d:e transi- êano John Cr.owe. R'anson, que ~Jo, pisando esnihhos, -g· ·e-men. x· ava -~..·cto. um·_a voz pro- d - .,o1'" 1·ong·os .irt·,·gos 11· a ,.. "' u,o.a Mas, conro escreveu Fernan• da humani ade. E.-le era o ho- ção sociá-1, de_ duvi_das ideo• e_.. u ,, .. · "' · · cio, torturado e in.sa :ciãvel e ª funda, que me vem do cora• do Pessoa, "Jesus Cristo não roem universal çue participa• lógicas, d'e conflitos ps1cológ,l- "Ke,ny9n. R~'l'iew" <;1:iamou <iutra deSUza nd0 em silêncio, ção; ma nd a que eu recúe, sabia nâda de tinanças, nem va da vida de todos e .sabia coS' . . Tem por cónse(lUê-ncia a atenção para o perig,o de 0 como ª ·agua cantál)te que pai-a. que ª mulher ª quem consta que tivesse bibliote- · extrair de t9dos e dé tudo .seu que o Pc(>ema ~.ibra pelá ten- estudo 1ormal iia 12oesia ller.- guàrda os mistérios das flõ• amo :r;io momento cotn tq~o o · ·t sa~o i·nte~na, s.endo no en•~-n. der qe vist4 o ~tudo:._ funciio• · .... l M D 1 ca ... ". interêsse próprio ~ mui ·as ve,- . , ,... , :r_es.':"s secu ares. as se ens fervor, possa sa va·r-se e ser O método de c-ultura de zes escond1do aos olho-s dô$ to indissoluvelmente ligados nal da pOe/iia, -aas "f!i:i-:~l cau• ttos\ fe-z assim, por qúe não feliz. <::orno pode r .ia compre• Ism~el era muito _prãtíco e outros. :.'E, -'ispantoso que '.êlé os membros opO"stQs da ant_i- ses". Por. -iss,o, àpoí:Ie'ta'ra:m-se supof1ar O pê.so que, noS< ituer entier os ·anseios de meu ·co• -inteligente. Quando, êle queria tanto •tivesse conhecido os te.s;e, pi:oduzinâ-0-se um.a es, des~e ªf~uncto -celitos esp'i:(ios ·esm.a'~r? Somos..cri'anças, por ração, .se nem eu ao,menos sei sabér qualquer coisa, ,dirigia- homens, ' -ci>nsegwildo quase trut-ura coe1·ente que apo1a o ant'i-poet~ços -:9u~ . , _acreditam 1 , aeaso? ~S_pmos floi,es . delica~s aJé que ponto êl!? deseja a s~ a um conhecedor aútêntico sempre localizá-los ~spiritúal- poema:.._ . , .'•·.• . ter• _eí.piicpdo" tu~o qµa~t~Ó' . , "lfivendà; em liberdade peles vida e a liberdade? Comó en• do assunto. · Muitas vezes sa• mente com acerto,. êle q1,1e • . , explicam -os motivos soc1~~ eamp~s e ,. vítmias d~s Pl'.l~ contrar uma alma itmã da bia em 10 minutos o que le- passara' tanto, ten1po os estu- A freque1;~1~ desse caso ·na: oa então o~ ·mtitivos psico- tnekas níãos criminosas que minha, que me acalente, que ,;aria semanas a -aprender ~e dando! grande poesi! 1nglesa (e espa- patol6gicos do poeta. N:atu• .Jl.OS alcançam? So~os as al· m~ acari!ti~, que me acalme'? consultasse um livro. Ismael Era inútil mentir. ou d-e- np,9la:), --<fo seculo XVII ~ na 1ª1t!ie.nte·~hª \l!n- gr:~o çle -V:&• : m .as,_. dos sal:lt_os, onde somen• Ninguem esteve mais per.to ·, d d 'd' ..__ d poesia contemporanca l~vcu dade nesse erro como em to- : , lia no grande livro sempre fl>rmar a ver a e tan.,.,, e , te cabe a perfei,-ão e- a_ et_e_r:1a de mim do que tú, ninguem • - d' t t muitos críticos a ,c_on_si,derá- dos os erros·. a poesía exnri-· . " - aberto, no livro dos homens Ismael porque une 1a amen e t ,,. salvação? Nã:o, nada <lisso está mais per,to. .Mas, que po- P. da vida. Com ou sem biblio- êle percebia O disfa,rce ou a lo co;no. o -caso poe ico P?r me aquilo que a constitrução ;somos. Criados por Deus à, der.is fazer, como poderias teca O fato é que <;lurante 13 omissão, repondo O desequiH- excelenci~: é isso o que ~ao psíquica do poeta ou ~ sua sua semelhança, descobr.imQs lidar com u m louco, COJ1! um anos de convivência diária brio com uma palavra, uma se ;pode d1z~r ~"1 pro~a; é 1350 situação S<Ycial n~o 1,he permi- , 11m dia q.ue chegou o lnomen- abs11rdo, que vê a vida de alto com êle, nunca O ví engasgar observação e às vezes com o que c?nsb~u1 a ra'lao de ser tiram expritmr emprosa-mas 'to da colheita. Som·os ao ·mes- para_.(~ J:>túxo? Nunca terias nem emudecer ao abordar um simpíes olhat·. Chamem 3 -da po:,s1a. E. ve:~ade, p~rém, por que não em prosa-? Eng~.. mo tempo o trigo e a c~fa-. força ~par~ penetrar num es- qualquer assúnto. Não . posso isto poder mediúnico. poder -ct:tte nao se JUst1(1ca at1tttde nhosatnente, Rat:ison compara Nós mesmos -nos entregamos J?irito ·eonturba~o -por sonh'os d_izer .0 mesmo de tôdos os magnético, 0 que ~uiserem. :ão dog~-ãtica. De outras a diferença -en.t'r-e O poeina e ao sacrifício de nos d~folha• que não se reàlizam. Qµais homens ~ue até hoje conhe•·f. Quanto a mim, prefiro soltar epoca~ ?x1ste:1;Q,,,. .exempl~s de a paráfi•ase prosaica do poe• 1 :tem, de nos çortai:em a haste, sonhos? Os SOl\hos··q,ue a vida gran-01,5s1ma ~oes1a sem. am- ma com a diferença entre o · sem que um' único <;lan:ror proÍnete; que , só e~a ' poderj.a GA·1 o . BRAN-C _o·. pigutdade I integrativa"; tarn- sentido manifesto e o sen't~o. seja ou;vido, pela natureza in~ <:lar, e que não poderia' ~ir bém a poesia do século XIX, J;?rófundo do sonho, na teo,·~ iteh·a. Mas somos também os das mãos de mulher ou d&· hoje desp~ezada porque "ine- -de Freud (Os sonhos sãÓ tãq__ i mesmos ceifadores, cob_rimo- qualquer outro ente. Minha --,· · • (Continuação da 'la. p_ág-.) quívoca" de mais, será um ambíguos como .os poemas!). nos de vida e de 1;n0rte, qe al'ma é en.fern1a, e suas dores lha-~- pois a condiç~o primeit'a ses , :il:le nos diria que os in- dia rehabilitada. Mas o CO'll• E quando ~sabemos que '.lnl . amor. e renúncia, sem afinal ninguem compreenderia. Res•, íj)ara -'ser alguém neste pais terêsses econõn;tcos s.e con- e.eito da "ambiguidade''. de te_xt9 é "-poético", q~r -<lize:t>, ~ompreendermos bem o que ta-me apenas - e niss-õ está é a v e:l h ice com suas centram nas maos de umas mais, será um dia rehabilita- escondendo mal.s um sentid& fazemos. Assim são os nossos tudo - essa resistência dian- qualidades· ..de prudência, bom :poucas familias e a circUlação dç9°Mas o cone-eito da "ambi- attás do sentido manifesto'!· -<:ami:nhos, pésados demais pa- te dos males, do tédio, de senso; cetibi,s;no. Os moços <las elites assim se vê pertur- guiâade integi"ati-va" é ótimo- o indicador é O .ritmo, que ~ 1·a os nossos passos, e às vezes t.od0$ os dissaboi'es <I\le me que sobem, fazt m-no medi!'n- .bada p~la necessidade s~prc - instrumento para aquela "re• como utn sinal chamando l.l leves demais pata a nossa chegam.• Luto constantemente te dotes extraor.dinár.ios de ma de • conservar · o que se visão dos valores" que de atenç_ã;o. Mas o rítmo - ele• própria alma. Olha-me tú, contra eles e ·os venç9. Eles malandragem que - l_hes pet'• conquistou. O medo da s.ub - · vez em quando se t orna 11e- mento n1usical da poesia •– frente a frente, e té prometo não me dominarão e algn;n mitem fingir d~ v'eJ.hos. Ain- versão se1,ia a ~usa dês~e en- cessa,ria: para eliminar falsos tampouco é um ornan1ento, olhar em teus· olhos. Por que dia hei de cqn,preendér por .da se fingissem apenâs, par a velhecime:nto contínuo e tam- valores c6nsagrados e para um e1)feite retórico: também isso tudo foi assim? Exata- que a vida me. destrói, me subir não fôra grande o mal. bém da baixa ininterrupta :'lo retlescobrir grandes valot<,s é qualidade da própria lin– mente assim co-mo tém si!lo? aniquila. Considero feu afeto, • Mas ~ uso do cachimbo deixa nivel ,mpral do grupo dirigen- ;mal conhecitlos e até calunia- gUa, que é -mesmo m;1is e ou– Fomos nós que o fizemos? tua amizade, a coisa mais pre- a b.ôca torta e a fôrça de fi~~ te. E quando ,analizo a or·gani- · dos (cerno ' era ó caso de Do.n• t r-a coisa dp- q:ue instrumento Fomos nós que t/?cemos êsse ciosa de minha vida, Essa tua air de vel);los tornam-se real• zação do ensin9, o sistema de ne e Gôngora). Esses_ do.is ela exp1·essão lógica: exprim~ longo caminlio que é ô nosso pefmfulencia ao meu lado me ~ente velhos · e tão· reacionl- seleção ado.taclo nas admínis- eqµívocos, igua.In1elite noci'\>os a natureza h-umana inteira. E : passado? Dois desconhecidos, comove, quando tudo indica- cios quanto os outros. · - traç~ei, tant'o - publicas co1no ao reconheciíne1:ito qa verda- não s.e esque~'a nunca qUe é ~ jovens, com tnil vidas baten• va gue deverias estar bem í!:sses homens de cruarJ n,ta parHc11lares, as limitaçõ?s~ ss deira poesia, explical'!,l.'•Se pelo a ling_ua que, a11tes de tudo, 110 dentro 'do peito, u:n ante o longe de 11\ im, quando o es- anos ,para os quais Schmidt descofi.ef! inça~. os obstaol11os prõ,prio tenôhlenó da ambi- 1 0s define como seres huma- . ~utro!- Um aperto de n1ão, que'(;imento era a expltcação reivindica direito ao pode~, de tôda a especie ·opostos ao guidade ,g_~e muitas vezes nos nos. A poesia é a expressão olhares indifere_ntes. e ne.- ·_. razoável para isso. !Vias no dão-lhes cargos administrati- homem -comum, sem tradição ílude. ' Dar também as mu- cotnpl'eta dessa natureza, meio nhum procurava ,decifrar a afeto nada é razoável, tudo é vos secundários isolam-rios nem dinheiro, sou tentado a danças nl'ajs ou menos- rápi• :i:-acional. m~io ' ambígUà - o a1111a do outro. Sim, qu~ sig_. fogo, é brilho. é cla-ridade, é nas repartições ' ·como esfor~ acompanhar o raciocinio Glo d_as do "gosto•• (C{Ue é, no que seria a solu9ão do nosso nificávamos ~tm para o"outro? céu. Teus medos, tuas deséQn• ,çados chefes de secção. Ai marxista. 1:'ode-se ale~-r, coo- fundo, a incapà-Oidade de vêr próblema n. 1. A poesia co– Nada. Dois seres distàntes flanças, nada valem •diante acabarn a vida, amargurados tra a teoria, a ascençao dos mais do que um laão da am- mo é'xpre!:lsão da nat ureza hu– 'tlela amizack, pelo afeto, por disso. Sabe, e eu te con;fcsso, revóltados. sÚbversivos, amar~ it~liauinhos -sem eira nem biguidade.). Obras p't>.&ticas de mana: - pareçe ,..bà-n::ilidade iludo que dizia respeito. à vida que a tua amizade é à n1ais .rados pplíticamente, inúteis. - beira, dos mascates e até- do~ "vei·dadeit a'' (e multipla) am- tremenda. 1\1:as as verdades 'dos sentimentos, pertos um elo . grata dádiva que recebi em E o país a envelliecer c;lia a japoneses mais recentes. lia bíguidade prest.a1n-se a vár:ias sempre parecem triv-iai& outro apenas mfl.terialmente . minha vj.da , e1nbora julgues dia. a cai11, na decrepitude da exceções à regra, evident e- e n1uitas ' inter.pretações ·difo. quando são mui to velhas. E a "E isso, que não era coisa_ar.;. o contrário. Tú t~ queh~as de ) 1olitica!!em egoísta dos velhos mente, mas em sua maio1,1a rente-s; cada época é capil.-Z poesia é tão velha conlO a hu- _guma, -transformou,se. Como? que ponho muitas emo_ções inconscientes-. tais elementos representam de descobrh·•l.hes novo senti- man\dade. Onde a explicação dos an- entre nós, muita literatura, Unl ·marxista explicaria O apen)s uma ínfilna pai-cela seios, das buscas, dos encen- como preferes dizei:. Sim, é fenómeno pela luta de elas- de~ \:ventureiros dispostos a tros f@rtúifos, e pr.ocuradós? bem ve:r.qade que essa$ coisã-s ______________ enriquecer de gualqµer ma- Apen:;is através d-e um véu acontecem. ' l\>Ias de onde ve.m nhas do horizonte, que nin- neira e os velhotes. sempre .ex.tenso lobrigá1nos uma dú- a luz do sol, de onde vem o guem pode alcançar. Eis que preferira1n auxiliar os homens vida e nada mais. Como ex- brilho das estrelas? E a páli• o símbolo aparece, como se capazes de se.furo subo:rnados plic~r-me a mim :mesmo; Eu, tla luz da l1ía? As emoções através dele se rnanifestasse a ajhdar os que d~sejam acer– o criador. sem compreender . a que entre nõs eu coloco, sur- o espír\to da divindade, <ia tar de verdade. Nllda mais ctiaç:ão? Onte1n. corno hoje, gem espontaneas, como es• revelação, N6s não nos pode- . perig-oso .do que um bemein não 1'ocieda dizer e.amo s011. pontãneas s(io _as forças ~a . rnos a111ai· como os outros se- inteligente decidido a ~er e tudo tal.vez nàda 1naÍs seja natui-eza liv.r-e . N'ão procures res. Não. nã-o nos poderialttoi; l:lonesto e a acertar. N-ada ço qqe uma .l('rande mentira. ' explicações para -isso. ' Há um amar. Há t1n1 excesso que mais cM'hodo ~lo que um tn– de mmha parte ou de rneu ségredo velado. escondido na t-trdo parplisa, · lilUé tudo con- teligente esperto e sem ex:– próprro clcstino. A Hber~ade alrna dos h o m e n s, na funde, . . Assin1 destruo. com cessivos escriípúlos. O nâg6- -se-mpye fo:i a minha verdadci- pro.f1,1ndez;:i dos. mar<!s, no re• as proprias emoções. as mais 1·a amad-a, e por ce1·to a.i ,po- cô1;1dito das fiQrel;tàs, nas li• belas ériações da vida. Unt,a ••• ,Conclusão da 2." Pag.) um olhar para o fundo da sala. Todos · fingiam traba– lhar, co:-no sempre, Na penúl– tima mesa, um :funcionário lendo um rô1~ance den-tro .dil. gaveta. N"a seguhda• à direita, ~utro a folhea-r ostenslvai:nen– tc u.m:'.l revista. JU:nto à jane– la Db.na Cornélia conferja balancetes, coI'no !ie nada hou• vesse acorttecido. ''F\lj, U.'lt pouco precipitado" - pensei vagamente. A móça vizinha , batucava no plan(:!'. Ninguem parecia estar· ou"indo, todos • aguardando '-preg,uiçosament.e o toque .t'te saída. Lã f!)ra a. tarde caia mansamenté. O sol ia-se afoian(J.() ni?S pei.tQI de Dõnà Cornélia.
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